Civilização Egípcia/Médio Império/Dinastias do Médio Império: diferenças entre revisões

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primeira parte das dinastias 11/13
 
fim das dinastias do Médio Império
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*Mentuhotep II <br >
*Mentuhotep III (Sankhkare) <br >
*Mentuhotep IV (Nebtawyre) <br >[[Image:Egypte louvre 250 pharaon.jpg|thumb|150px|left|Mentuhotep recebendo oferendas]]
[[Image:Egypte louvre 250 pharaon.jpg|thumb|150px|left|Mentuhotep recebendo oferendas]]
'''Mentuhotep II''' – seu nome de nascimento significa '''O deus Montu está contente'''. Montu era o deus da guerra de Tebas e como este foi o faraó que reinou sobre o Egito unificado, nunca antes Tebas foi tão importante. <br >
É provável que ele seja o filho ou herdeiro de Intef III. Alguns estudiosos acreditam que ele pode não ter sido herdeiro legítimo do trono, por isso seus esforços para unir o país. <br >
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Como ele não consta da maioria das listas dos reis, alguns presumem que ele foi um usurpador, até porque nada se sabe sobre sua família. Mas, alguns estudiosos acreditam que o templo de Tebas, próximo ao da rainha Hatshepsut, que sempre foi creditado a Amenemhet I pode ter pertencido a Mentuhotep IV (seria então a única construção creditada a ele). <br >
O fato é, que parece que este faraó morreu sem deixar herdeiros ou foi destronado por seu vizir Amenemhet. Pode ter ocorrido uma guerra civil com a tomada do poder por Amenemhet ou ele pode apenas ter assumido o trono e sido aceito pelo povo. <br >
 
==Faraós da Décima Segunda Dinastia==
Algumas informações históricas sobre a 12ª Dinastia nos chegaram através de um conjunto de registros oficiais chamado ''genut'', ou ''o livro dos dias''. <br >
Eles foram encontrados num templo em Tod. Eles descrevem o dia a dia no palácio real. Um conjunto extremamente importante deles foi encontrado em Mit Rahina (Mênfis), que descreve as doações aos templos, lista as estátuas e prédios, registra as expedições militares e as comerciais. Registra até mesmo as atividades, como as caçadas, feitas pela família real.
 
*Amenemhet I (Sehetepibre) <br >
*Senusret I (Kheperkare) <br >
*Amenemhet II (Nubkaure) <br >
*Senusret II (Khakheperre) <br >
*Senusret III (Khakaure) <br >
*Amenemhet III (Nimaatre) <br >
*Amenemhet IV (Maakherure) <br >
*Neferusobek (Sobekkare) <br >
[[Image:Licht-amenemPyramids 03.jpg|thumb|150px|left|Pirâmide de Amenemhet em Lisht]]
'''Amenemhet I (Sehetepibre)''' – foi o primeiro faraó da 12ª Dinastia. Com certeza ele não era de linhagem nobre, afinal é mais provável que ele fosse o vizir do faraó Mentuhotep IV. Pode ser que o faraó não tenha tido herdeiros e que seu vizir de alguma forma tenha assumido o trono, talvez ele fosse uma espécie de co-regente. <br >
Ele era filho de um sacerdote chamado Senusret e de uma mulher de nome Nefret, de Elefantina próximo à moderna Assuã de acordo com uma inscrição em Tebas, portanto, suas origens remontam ao sul do Egito. <br >
Ele é considerado o primeiro rei da dinastia porque, com a morte de Mentuhotep IV, acabou a dinastia dos reis tebanos. <br >
O nome Hórus de Amenemhet I era Wehem-mesut que significa '''Aquele que renasce''', talvez para comemorar a nova dinastia e um retorno à prosperidade do Egito unido. Seu nome de nascimento, Amenemhet significa '''Amon lidera'''. Seu nome de trono era Sehetep-ib-re que significa '''O coração de Ra está satisfeito'''. <br >
Em seu reinado ele transferiu o centro administrativo do seu governo para ''Itjtawyamenemhet'' (Amenemhet o chefe das duas terras) provavelmente como uma das medidas que tomou para retirar dos nomarcas todo poder adquirido desde o primeiro período intermediário. Ficava próxima do oásis de Fayum, ao sul de Mênfis, foi neste local que ele construiu sua pirâmide. <br >
Politicamente, ele prosseguiu a guerra contra os líbios e asiáticos. No Sinai ergueu '''o Muro do Príncipe''', para defender as fronteiras egípcias. <br >
Talvez por ter subido ao trono sem ter sangue real, Amenemhet criou a co-regência, ou seja, seu filho sendo o co-regente assegurava o direito ao trono e também estava aprendendo enquanto governava junto do pai.<br >
Suas obras foram muitas em Tanis, Coptos, Abydos, Mênfis, Dendera e outros lugares. Pelo fato de ser do sul, acredita-se, que o culto a Amon prevaleceu no seu reinado. <br >
Embora fosse um rei sábio, que protegeu as fronteiras, corrigiu os problemas políticos, assegurou a sucessão, parece que ele foi morto numa conspiração do harém enquanto seu filho liderava os exércitos na Líbia. Isso é contado em dois trabalhos literários, ''O conto de Sinuhe'' e ''As instruções de Amenemhet I''. <br >
 
'''Senusret I (Kheperkare)''' - subiu ao trono após o assassinato de seu pai, Amenemhet I. Não se sabe porque seu pai foi assassinado, uma vez que, a sucessão estava garantida por Senustret, que foi feito co-regente no vigésimo ano de reinado de Amenemhet I. Quando da morte de seu pai, ele estava firmemente estabelecido como herdeiro e subiu ao trono sem dificuldades. <br >
Muitas vezes veremos grafado o nome desse faraó, em grego, como Sesóstris. <br >
Senusret é o nome de nascimento do faraó que significa '''Devoto da deusa Wosret''' (antiga deusa de Tebas). Seu nome de trono era Kheper-ka-re, que significa '''A figura de Ra surgiu'''. <br >
Sua mãe era, provavelmente Neferytotenen, uma das esposas principais de Amenemhet I. <br >
Senusret I casou-se com a rainha Nefru, que foi a mãe de seu herdeiro Amenemhet II. O faraó tornou seu filho co-regente apenas três anos antes de sua morte. Há uma estela que registra o fato e está no Museu Britânico (estela de Simontu). <br >
Senusret I deve ter sido co-regente de seu pai, pelo menos, por uns dez anos e governou o Egito numa fase em que a literatura e as artes estavam em grande desenvolvimento. Foi um período de riqueza e podemos avaliar pelas jóias encontradas nas tumbas das mulheres nobres em Dashur e Lahun, que a ourivesaria atravessava uma fase de grande sofisticação. Deve ter havido muita mineração, tanto para suprir a joalheria como a escultura, na verdade, foi tempo de grande desenvolvimento e estabilidade. <br >
Através de cartas de um velho fazendeiro chamado Hekanakhte e de uma inscrição na tumba de um nomarca chamado Amenemhat (em Beni Hassan) ficamos sabendo que houve fome em alguma época do reinado de Senusret I. <br >
Senusret I prosseguiu a política de expansionismo como havia feito seu pai, na Núbia, depois chegando até a Segunda Catarata, estabeleceu a fronteira do Egito na fortaleza de Buhen, perto da Segunda Catarata onde colocou uma guarnição militar e uma estela da vitória. Parece que muitas dessas expedições militares eram lideradas pelo próprio faraó. <br >
Seu controle sobre a Núbia, na verdade, ia até a Terceira Catarata porque inscrições atribuídas a Senusret I foram encontradas na ilha de Argo, ao norte da atual Dongola. <br >
Agora já havia pelo menos treze fortificações protegendo as fronteiras do Egito até Buhen ao sul. No norte, ele protegeu a região do Delta dos invasores líbios e estabeleceu o controle sobre os oásis no deserto Líbio. <br >
Com a Síria e a Palestina ele estabeleceu uma política de diplomacia e comércio. <br >
[[Image:Héliopolis200501.JPG|thumb|150px|right|Obelisco de Heliópolis]]
Senusret I também deu muita atenção ao culto de Osíris que floresceu no país. Osíris era um deus popular e assim parece que o faraó chegou mais perto do povo. Como grande construtor que foi, ele embelezou os maiores templos, fundou o templo de Ipet sut (Karnak) e reconstruiu o templo de Aton-Ra em Heliópolis. Nesse último mandou erguer dois obeliscos por ocasião de seu jubileu, e um deles permanece como o mais velho obelisco de pé no Egito. Também construiu o templo chamado ''Capela Branca'' (que foi reconstruído em Karnak no museu a céu aberto). Remodelou o templo de Khenti-amentiu-Osiris em Abydos. Mandou erguer estelas memoriais, templos e cenotáfios. <br >
Mesmo com toda essa construção e remodelação de templos, o faraó não descuidou da política de seu pai, que era consolidar e centralizar o poder, assim foi construindo templos para cada culto por toda a terra do Egito. <br >
Precisando de matéria prima para construção, ele mandou expedições em busca de pedras e alabastro ao Sinai, Hatnub e Wadi el Hudi. Uma delas extraiu tanto que deu para fazer sessenta esfinges e cento e cinqüenta estátuas. No Museu Egípcio de Antiguidades há uma coleção das que sobreviveram. <br >
Em Lisht, perto de tjtawyamenemhet ele construiu uma grande pirâmide. Ela fica ao sul da que foi construída por seu pai. <br >
 
'''Amenemhet II (Nubkaure)''' – filho de Senusret I com uma de suas esposas principais Nefru. Como fizeram seu avô e seu pai, ele foi co-regente durante uma parte do reinado de seu pai. <br >
Seu nome de nascimento era Amenemhet que significa '''Amon é o principal'''. Seu nome de trono era Nub-kau-re que significa '''Douradas são as almas de Ra'''. <br >
Não há certeza mas parece que Amenemhet II casou com Mereret I. <br >
O conhecimento sobre o reinado de Amenemhet II vem dos documentos encontrados sobre ele, inclusive os (já comentados acima) dos ''livros dos dias'' encontrados em construções pertencentes ao faraó. Parece que ele governou junto com seu pai por pouco tempo mas dirigiu uma expedição à Núbia nessa época. <br >
Seu reinado é conhecido por consolidar a política de seus antecessores fazendo diplomacia e comércio com outros povos. Foram encontradas jóias com seu nome em Biblos, no Líbano bem como cópias das jóias egípcias. Em compensação os governantes de Biblos deixaram inscrições em hieróglifos fazendo referências aos deuses egípcios. Também foram encontrados, no templo de Montu em Tod, quatro caixas de bronze com o nome de Amenemhet II que estavam cheias de taças de prata do Levante e do Egeu. Também havia selos cilíndricos e amuletos de lápis lazuli vindos da Mesopotâmia. <br>
Também é do reinado de Amenemhet II o conto ''O marinheiro do navio naufragado'', uma história muito interessante que menciona o faraó. <br >
A grande falha do seu governo foi permitir que os nomarcas voltassem a herdar seus nomos, coisa que seus antecessores haviam impedido, eles mesmos indicando os nomarcas para seus postos, para manter a centralização do governo e despojá-los de seus poderes. Amenemhet II permitiu que os nomarcas se aproveitassem para usar títulos e para agirem como se fizessem parte da corte. Em troca, eles deveriam proteger as fronteiras, acompanhar o rei nas expedições e agir como seus enviados. <br >
Parece que Amenemhet II já usava a tática de enviar os filhos dos nomarcas para fazer treinamento com o pessoal do próprio faraó, antes de serem mandadas a diversos postos para servirem ao Egito. Isso tirava muito do poder dos governadores locais, pois os filhos já não eram criados dentro de uma política local e sim do país. <br >
Não se sabe quase nada sobre obras feitas por Amenemhet II, exceto sua pirâmide, pode ser que alguns projetos seus tenham sido usurpados. <br >
[[Image:Louvres-antiquites-egyptiennes-img 2708.jpg|thumb|150px|left|Esfinge no Louvre]]
A pirâmide foi construída em Dashur, os dois faraós que o antecederam construíram suas pirâmides em Lisht perto do Fayum. Ele também tem seu nome numa estela encontrada em Wadi Um Balad, num portal em Hermopolis e numa grande esfinge que hoje está no Museu do Louvre. Também é mencionado em diversas inscrições perto de Assuã junto com seu filho. <br >
 
'''Senusret II (Khakheperre)''' – seu nome de nascimento significa '''Devoto da deusa Wosret''' (antiga deusa de Tebas). Como já foi dito acima, o nome Senusret também é encontrado na forma grega, Sesóstris. Seu nome de trono era Khakheperre , que significa '''A figura de Ra surgiu'''. <br >
Senusret II sucedeu seu pai após uma breve co-regência e parece que fez o mesmo com seu filho, uma vez que era bem mais fácil a sucessão dessa forma. <br >
Senusret II alargou as fronteiras do Egito profundamente dentro da Núbia com muitas campanhas militares. Manteve relações de comércio com a Ásia, mineração e extração de pedras na Núbia e no Sinai. <br >
Politicamente seu maior feito foi criar bases para uma economia estável e forte no país. Seus conflitos com nomarcas quase sempre eram resolvidos diplomaticamente. <br >
Sua pirâmide foi construída em Lahun ao sul do Fayum. Mais tarde a pirâmide de Senusret II foi destruída por Ramsés II (19ª Dinastia). <br >
O mais interessante é que foi encontrada pelos arqueólogos a vila habitada pelos artesãos e suas famílias, que eram os responsáveis pelas obras da pirâmide. Foi a primeira vez que houve esse tipo de descoberta. <br >
No complexo pertencente à família do faraó nada foi encontrado, com certeza todas as tumbas já haviam sido roubadas, exceto a de uma filha do rei, chamada Sit-Hathor-Unut onde havia um tesouro em jóias. Mais de dez mil contas, centenas de anéis, braceletes, tornozeleiras de ouro, uma coroa e outros artigos de toalete. <br >
Também foi descoberto um grupo de estátuas, usurpado por Ramsés II,que mostra Senusret II forte e vigoroso com um rosto firme e ombros musculosos. Esse foi um período em que a arte da estatuária alcançou um nível muito alto e isso é observado inclusive nas estátuas encontradas em tumbas não pertencentes à família real. <br >
A esposa principal de Senusret II era Khnumetneferhedjetweret (Weret), cujo corpo foi encontrado numa tumba sob a pirâmide de seu filho Senusret III em Dashur.
[[Image:Tresor-dahchour-sesostris3-4.jpg|thumb|150px|right|Tesouro de Senusret III]]
'''Senusret III (Khakaure)''' – era o nome de nascimento do faraó, que significa '''Devoto da deusa Wosret''' (antiga deusa de Tebas). Como já foi dito acima, o nome Senusret também é encontrado na forma grega, Sesóstris. Seu nome de trono era Kha-khau-re que significa '''Aquele que surge como as almas de Ra'''. <br>
Senusret III foi certamente o filho de Senusret II, sua mãe foi Khnumetneferhedjetweret (Khanumet, Weret), cuja múmia foi encontrada numa tumba próxima a pirâmide de Dashur. <br>
Sua esposa principal tinha por nome Mereret e seu filho foi Amenemhet III. <br>
Embora os faraós dessa dinastia tivessem feito co-regencia com seus filhos e herdeiros, não temos documentação sobre isso com relação a Senusret III e seu pai Amenemhet II. <br>
Militarmente, Senusret III liderou uma campanha contra a Palestina e foram escritos textos chamados ''Textos de Execração''. Esses textos eram (encontrados na Núbia e no Egito) inscritos em figurinhas mágicas ou em argila, ali falava-se dos inimigos do Egito. Esses objetos eram, em geral, esmagados de maneira ritual e os fragmentos colocados sob as fundações de uma nova construção. Talvez para simbolicamente destruir o objeto da maldição, mostrando assim que esse faraó tinha uma política violentamente anti-asiática. <br>
Durante seu reinado houve quatro campanhas militares contra a Núbia, que foram brutais, muitos homens mortos, mulheres e crianças escravizadas, poços envenenados e campos queimados. Ele reforçou também as fortificações ao sul da fronteira. Foi o faraó que estendeu as fronteiras do Egito mais para o sul. Está documentado também, que o faraó liderou pessoalmente a campanha da Síria. <br>
Senusret III foi um faraó que se preocupou com a classe média, a quem procurou dar boas condições de vida, os fazendeiros, mercadores, artesãos e comerciantes foram contemplados com sua atenção e viram sua influência aumentar neste reinado. Isso era bom porque eles saíam da esfera de influência dos nomarcas. <br>
Na política interna, Senusret III foi o faraó que finalmente conseguiu tirar dos nomarcas o poder que ainda retinham. Ele dividiu o país em três regiões administrativas, especialmente criadas para limitar os poderes individuais e fortalecer o governo central. <br>
Fisicamente Senusret III deve ter sido uma figura impressionante, com mais de 1,80 metro de altura, assim ''Mâneton'' o descreve, e um grande guerreiro. <br>
Antes de Senusret III, os faraós eram mostrados em estátuas, como homens jovens e fortes, a versão do rei idealizado. Esse faraó quebrou as regras e é mostrado como um homem idoso, pelo menos, seu rosto é de um homem idoso, com rugas e bolsas sob os olhos. O corpo ainda é de um jovem, mas pelo rosto podemos ter uma amostra do verdadeiro rei. Talvez isso mostre que houve mudanças, tanto na arte, evitando as representações rígidas da figura real, como ideológicas, humanizando a figura do faraó. Nas estátuas observamos que o faraó deus já não existe e sim o faraó como um líder, com qualidades humanas. <br>
[[Image:GD-EG-Louxor-116.JPG|thumb|150px|right|Senusret III]]
Suas obras foram muitas, em Abydos ele reformou o templo de Osíris, adornou o templo de Mentuhotep II com seis estátuas em tamanho real de granito, de si mesmo usando o nemes. Embora seus interesses maiores estivessem ao norte do Egito, ele ajudou a manter muitos sacerdotes de Amon no Alto Egito, em Tebas. Também construiu um grande templo para Montu, o antigo deus da guerra tebano. <br>
A pirâmide de Senusret III foi construida em Dashur. Nas escavações foram encontradas as tumbas da rainha Mereret e da princesa Sit-Hathor. Também lá foram encontradas jóias deixadas pelos ladrões de tumbas. De toda forma, os egiptólogos não acreditam que Senusret III tenha sido sepultado nessa pirâmide. <br>
Ele construiu também um complexo mortuário em ao sul de Abydos, com uma tumba subterrânea enorme, cujo nome era Duradouros são os lugares de Khakaure demonstrados em Abydos. <br>
[[Image:GD-EG-Louxor-117.JPG|thumb|150px|left|Amenemhet III]]
'''Amenemhet III (Nimaatre)''' - este foi o último dos grandes faraós do Médio Império. Ele dividiu o trono com seu pai como co-regente pelo menos por algum tempo antes da morte de Senusret III. <br>
Amenemhet é o nome de nascimento do faraó que significa '''Amon é o principal'''. Seu nome de trono era Ny-maat-re e significa '''Aquele que pertence à justiça de Ra'''. <br>
O faraó construiu sua pirâmide em Dashur, mas ela começou a ruir logo que foi terminada, então ele mandou construir outra perto do Fayum, em Hawara. <br>
Em Hawara, o esplendor e a complexidade de seu templo mortuário o tornaram conhecido como '''Labirinto'''. Os grandes, ''Heródoto, Diodorus Siculus, Strabo e Plínio'', todos fazem referência a essa estrutura. De acordo com Diodorus, Dédalo ficou tão impressionado pelo templo, que construiu seu próprio labirinto para Minos em Creta, baseado no templo de Amenemhet III. <br>
A região do Fayum teve muito a agradecer pelo desastre da primeira pirâmide, porque o faraó voltou sua atenção para a parte da agricultura e economia locais. Fundou templos e construiu estátuas. <br>
As construções nessa região, além de sua pirâmide, incluem o Templo de Sobek (o principal deus do local), a capela para Renenutet (deusa das colheitas) em Medinet Maadi. Ele também construiu uma barragem para regular a vazão de água no grande lago Birket Qarun e para comemorar mandou erguer duas estátuas suas, colossais, como se estivesse olhando para o lago. <br>
Esse faraó era tão ligado à região do Fayum que é provável que durante a era greco-romana, quando houve uma reativação na área, Amenemhet III fosse adorado como um deus de nome ''Lamares''. <br>
Fora da região do Fayum, ele construiu o templo de Quban na Núbia e expandiu o templo de Ptah em Mênfis. <br>
Amenemhet comandou muitas escavações em busca de pedras, teve especial interesse nas minas de turquesa no Sinai, em Wadi Hammamat, onde há alabastro, na Núbia em busca de diorito, em Tura, por causa de sua pedra calcária especial. <br>
No seu reinado, Amenemhet III teve paz, graças às atividades militares de seus antecessores, portanto, a não ser reforçando as fronteiras, não houve campanhas militares. Esse faraó construiu muito, foi grande político e organizou a administração do país, seguindo as bases de seu pai. Havia toda uma burocracia que impedia que os governantes locais possuíssem muito poder. Ele prosseguiu as relações diplomáticas com outros povos, dizem que era muito respeitado de Kerma até Biblos. Durante seu reinado, muitos trabalhadores, incluindo camponeses, soldados, artesãos, vieram para o Egito trabalhar nas construções. <br>
É possivel que a economia tenha declinado no final do seu reinado, devido a essa febre de construções aliada às baixas enchentes do Nilo. Pode ser também, que muitos desses trabalhadores estrangeiros fossem os asiáticos e tenham encorajado os chamados ''hyksos'' a se estabelecerem no Delta. <br>
O faraó deve ter sido sepultado em sua segunda pirâmide, em Hawara. <br>
 
'''Amenemhet IV (Maakherure)''' – provavelmente foi o filho de Amenemhet III e foi co-regente junto com o pai. O templo de Medinet Madi no Fayum foi construído provavelmente pelo pai e o filho juntos. <br>
Seu pai teve um longo reinado, portanto quando Amenemhet IV assumiu já era um homem de meia idade.<br>
Seu nome de nascimento significa '''Amon é o principal'''. Seu nome de trono Maakherure significa '''A voz de Ra é Verdadeira'''. <br>
Não teve herdeiros e foi sucedido no trono por sua irmã Neferusobek e é possível que fosse casado com ela. <br>
Pelas inscrições encontradas, acredita-se que ele manteve forças egípcias na Núbia, pelo menos para proteger as fronteiras. Não se sabe quase nada sobre esse faraó. Inclusive sequer se sabe se construiu uma pirâmide ou um templo mortuário e nem onde foi sepultado. <br>
 
[[Image:Louvre 0320O7 01.jpg|thumb|150px|right|Neferusobek]]
'''Neferusobek (Sobekkare)''' – ou '''Sobekneferu''' depende de como são lidos os hieróglifos, foi uma das poucas rainhas que reinou no Egito. Seu nome Sobeknefru significa '''Sobek é a beleza de Ra'''. Seu nome de trono Sobekkare significa '''Sobek é a alma de Ra'''. Acredita-se que ela reinou por quatro anos.<br>
Não se conhece o local onde foi sepultada, embora muitos acreditem que foi em Mazguna, numa pirâmide parcialmente construída próxima a de seu marido Amenemhet IV. <br>
Ela provavelmente era filha de Amenemhet III e deve ter se casado com seu irmão (ou sobrinho) Amenemhet IV. Após a morte do marido, sem herdeiros para ocupar o trono, ela se tornou rainha. <br>
[[Image:Louvre contrepoids collier.JPG|thumb|150px|left|Parte de um colar ritual na forma do deus crocodilo Sobek]]
Seu nome consta da lista de reis de Karnak, Saqara e Abydos. Esse fato nos dá uma pista para entender que ela não foi considerada apenas regente ou usurpadora. Ela é reconhecida como rei por direito. É a primeira mulher a usar o título de faraó. Ela combina a representação masculina do faraó, com detalhes que a definem como uma mulher. Nas estátuas onde usa o ''nemes'' (touca formal dos faraós) ela usa também o vestido tradicional das mulheres. <br>
Neferusobek deve ter sido a responsável pela criação do centro religioso no Fayum, chamado Shedet, em honra do deus crocodilo Sobek, por isso pode se acreditar que os sacerdotes de Sobek tenham apoiado sua ascensão ao trono. <br>
O centro de seu governo foi nas cidades de Mênfis e Heliópolis. Temos o registro de seu nome em monumentos e fragmentos relacionados ao templo mortuário de Amenemhet III em Hawara. Há cinco estátuas, três delas sem a cabeça que foram descobertas no Fayum bem como outros itens com seu nome, escaravelhos, selos e contas. Também há uma inscrição que registra a inundação do Nilo, numa fortaleza da Núbia em Kumma, há o registro de 1.83 metros (o que é muito pouco), no último ano de reinado de Neferusobek. <br>
Ela é conhecida como o ultimo faraó do Médio Império antes da agitação que marca o segundo período intermediário. É a última a aparecer na lista de Abydos e de Saqara, não se sabe porque ela ficou separada dos reis que a seguiram com pequenos reinados.<br>
 
==Faraós da Décima-Terceira Dinastia==
Aqui segue uma lista de possíveis faraós dessa dinastia, não há confirmações. Essa dinastia marcou um período de transição, com reis efêmeros.
[[Image:GD-FR-LouvreEG133.JPG|thumb|200px|right|parte de portal com um cartucho usurpado por Sobekhotep III]]
*Wegaf <br>
*Amenemhat-senebef<br>
*Sekhemre-khutawi<br>
*Amenemhat V<br>
*Sehetepibre I<br>
*Iufni<br>
*Amenemhat VI<br>
*Semenkare<br>
*Sehetepibre II<br>
*Sewadjkare<br>
*Nedjemibre<br>
*Sobekhotep I <br>
*Reniseneb<br>
*Hor I<br>
*Amenemhat VII
*Sobekhotep II
*Khendjer
*Imira-mesha
*Antef IV
*Seth
*Sobekhotep III
*'''Neferhotep I''' – ele deve ter sido filho de um sacerdote de um templo de Abydos. A posição de seu pai o ajudou a formar a imagem de rei, porque ele não possuia sangue real de família. <br> Seu nome está inscrito em algumas pedras descobertas perto de Biblos. Também foram encontradas pedras em Assuã gravadas com textos que documentam seu reinado. <br>
[[Image:KneelingStatueOfSobekhotepV-AltesMuseum-Berlin.png|thumb|100px|right|Estátua ajoelhada de Sobekhotep V]]
*Sihathor <br>
*Sobekhotep IV <br>
*Sobekhotep V <br>
*Iaib <br>
*'''Ay –''' esse faraó não tinha sangue real, ele era de Avaris, uma cidade localizada no Delta e habitada por um grande número de asiáticos (chamados ''hyksos''). Ay construiu sua pirâmide próximo de Avaris, mas somente as ruínas permanecem. <br>
*Ini I<br>
*Sewadjtu<br>
*Ined<br>
*Hori<br>
*Sobekhotep VI<br>
*Dedumes I<br>
*Ibi II<br>
*Hor II<br>
*Senebmiu<br>
*Sekhanre I<br>
*Merkheperre<br>
*Merikare <br>