História da Europa/Antecedentes da História da Europa: diferenças entre revisões

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Mais problemático é o espaço geográfico da análise. A Europa não é uma unidade geográfica individual e é demasiado fácil vê-la como tal quando na realidade as culturas da Europa ultrapassam suas fronteiras. Os camponeses medievais da Itália ou da Espanha, por exemplo, tinham muito mais em comum com seus vizinhos do Norte da África do que com seus pares na Alemanha ou Inglaterra. Similarmente, grandes regiões da Europa Oriental, mais particularmente da Rússia, mostram significativa influência de culturas asiáticas e historicamente estiveram mais proximamente conectadas ao Oriente do que o Ocidente.
 
Um problema significativo representa, consequentemente, a natureza fluida das fronteiras geográficas da Europa. No sul, os países mediterrâneos da Europa distam apenas uma curta viagem a partir dos portos do Norte da África. No sudeste a Europa não se separa da Ásia por nada além do Estreito do Bósforo e as culturas mais importantes desta região, tal como o Império Bizantino e os Turco-Otomanos espalhavam-se entre a Grécia e a Turquia modernas. Nos limites mais orientais da Europa o continente é separado da Ásia pelas Urais e o clima, mais do que o relevo, é o obstáculo mais significativo para as viagens entre o leste e o oeste. É somente à leste da Europa, com o Oceano Atlântico, que vemos uma fronteira geográfica evidente e significativa.
 
A resposta a este problema é aceitar que tratar a Europa como uma unidade é algo arbitrário. É essencial, ao se escrever história, definir uma área de estudo, e tratar a Europa como uma unidade é um meio de atingir este objetivo. Tendo-se isso em mente, o problema da geografia da Europa deixa de ser um. As fronteiras geográficas um tanto quanto arbitrárias da Europa não devem diminuir as tentativas de investigar a história de regiões individuais dentro do continente.
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* Como este evento afetará o futuro?
* Porque este evento aconteceu agora e não antes ou depois?
* Como este evento foi afetado por forças sociais? Estas forças podem incluir a Igreja, condiçoescondições econômicas, o governo, a geografia, a educação de indivíduos bem como a educação da sociedade em geral, a tecnologia, o nacionalismo, a cultura e as tradições e a classe social do indivíduo.
 
Tudo isso pode ser resumido no método 'ADAPTIL' de avaliar fontes históricas:
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[[Imagem:Constantine Chiaramonti Inv1749.jpg|right|thumb|Constantino I, o primeiro imperador romano cristão.]]
 
É normal falar da "queda" do Império Romano, mas em vários sentidos essa descrição é muito simples e pode ser enganosa. É certo que o Estado governado por Augusto César e seus sucessores desapareceu da História. Contudo, as cidades e ''villas'', leis e tradições, e, sobretudo, a língua que Roma deu a uma ampla área da Europa persistiram e se tornaram as bases para a futura sociedade da Europa.
 
O período final do Império Romano foi marcado por tumultos políticos e sociais. Grande parte da turbulência envolveu a falência do Império Romano do Ocidente. Tendo início no século V, o Império Romano do Ocidente estava sob constante ataque de bárbaros. O oeste deixou de ser residência imperial durante o governo de Constantino I. Constantino escolheu dividir o império entre seus filhos, e em virtude dos ataques bárbaros e também porque Roma estava em franca decadência escolheu como nova capital Bizâncio (hoje Istambul, Turquia, anteriormente chamada Constantinopla — ''cidade de Constantino'').
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A província da Gália, que fora a mais próspera das províncias romanas do Ocidente, tornou-se possessão dos francos. A sociedade galo-romana e seus líderes acabariam se assimilando aos francos, contando com os guerreiros deles para proteção e cimentando relações de casamento com clãs francos. O novo Reino Franco incluía muito do leste da Alemanha e norte da França modernas, seu poder nesta região tornou-se claro através de vitórias sobre os visigodos e outros bárbaros rivais. A palavra que o alemão usa para a França hoje em dia, ''Frankreich'', é uma homenagem ao reino franco de outros tempos.
 
A dinastia merovíngia, que recebeu esse nome a partir do lendário rei tribal Meroveu, foi a primeira a governar o reino franco. Seu governante mais habilidoso e poderoso, Clóvis, converteu-se ao cristianismo Católico em 496 como promessa por ter vencido uma batalha. O último soberano do reinado merovíngio unificado foi Clóvis, que converteu-se converteu ao cristianismo como promessa por ter vencido uma batalha. Aquando da morte de Clóvis, ele dividiu seu reinado entre seus vários filhos, os quais, com sua rivalidade causaram uma sangrenta guerra civil de um século. Alguns como Chilperico, eram loucos, e nenhum estava disposto a abrir mão de terras ou poder para uma reunificação do reino. A fortuna dos merovíngios declinou e eles perderam importância.
 
[[Imagem:Karl den store krons av leo III.jpg|thumb|left|''Coroação de Carlos Magno''.]]
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O filho de Martel, Pepino III o Breve, depois de pedir apoio ao Papa, desfez-se das "marionetes" merovíngias. O papado deu permissão a Pepino para depor os merovíngios de forma a assegurar o apoio franco dos Estados papais, e proteção contra incursões lombardas. Pepino foi declarado ''rex Dei gratia'', "rei pela graça de Deus", estabelecendo assim um poderoso precedente para o Absolutismo europeu, no sentido de que se declarava que alguém era rei pela vontade do Deus cristão.
 
(AmbosTanto Pepino II equanto Pepino III foram conhecidos como Pepino, o Jovem, já que Pepino I foi Pepino, o Velho. Contudo, Pepino III também é conhecido como Pepino, o Breve, então este é o nome que será usado aqui.)
 
Pepino, o Breve foi o fundador da dinastia carolíngia, que experimentou seu clímax sob o reinado de Carlos Magno, "Carlos, o Grande". Carlos Magno também foi o primeiro rei coroado Imperador do Sacro Império Romano — suposto sucessor dos Césares e protetor da Igreja Católica. Carlos Magno, cujo império expandido através da conquista para englobar a maior parte das modernas Alemanha e França, criou algo como um renascimento para o mundo intelectual no reino franco. Carlos Magno apoiou monastérios e fazia monges reproduzirem a Bíblia, em manuscritos com iluminuras, em salas chamadas ''scriptoria''. Para as mulheres, a confecção de roupas era um dos poucos modos de expandir seus horizontes intelectuais e de fazer algo além de dar à luz e trabalhar nos campos.
 
Os filhos de Carlos Magno seguiram a tradição germânica depois da morte dele e dividiram o reino entre si durante o século IX. Surgiram os "reinos francos do Leste e Oeste", os quais nos séculos seguintes seriam chamados França e Alemanha (a última, conhecida como Sacro Império Romano-Germânico). Por essa época, as pacíficas<!--settled--> regiões da Europa Ocidental estavam sob<!--came under--> crescente ataque de vikings ou Homens do Norte, bandos independentes de guerreiros navegadores da Dinamarca e Escandinávia dos quais os deuses incluíam Thor e Odin e cujos ataques a ricas cidades e igrejas cristãs eram apenas uma característica de suas redes de comércio que abarcavam o Atlântico e a Europa, de Newfoundland a Bizâncio. A atividade viking continuou até que a Noruega e a Suécia relutantemente aceitaram o cristianismo nos séculos XI e XII. A Inglaterra, a Irlanda e a Normandia francesa viram sólido assentamento viking neste período, com importantes consequências históricas.
 
Na Espanha, um reinado visigodo eletivo floresceu, com conflitos contínuos, até 711, quando a maior parte da Espanha caiu rapidamente sob os invasores mouros. Um grande império mouro, chamado Califado de Córdoba, floresceu culturalmente e por armas. Nas montanhas do norte, pequenos reinos cristãos, Galiza, Astúrias, Navarra e Aragão, persistiram. A fronteira com o Reino Franco, chamada Marca Hispânica, incluía Barcelona desde 801 — a origem do Principado da Catalunha. Os mouros perderam seu último reino espanhol, Granada, em 1492, quando o rei de Aragão, Fernando, casou-se com a rainha de Castela, Isabel, em 1469. A união dinástica, levando à Carlos V, manteve as fronteiras internas e diferentes nacionalidades, leis e instituições de cada um dos antigos reinos até o século XVIII. Navarra foi anexada em 1515 e ainda mantém suas próprias leis e impostos<!--fiscality--> como o País Basco. A Itália começaria a se dividir em reinados menores governados de várias maneiras diferentes. Contudo, o pensamento do papado ainda seria capaz de exercer grande impacto sobre a maioria do povo europeu.
 
A Europa Oriental escassamente povoada e mais distante das fronteiras romanas experimentou numerosas invasões e migrações entre os séculos VI e X. De seu lar no sul da Rússia, povos eslavos dirigiram-se para o Oeste no início das migrações germânicas, assentando-se nos Bálcãs, na Boêmia, na Polônia e no Leste da Alemanha e dividindo sua lealdade entre os sucessores romanos. Os poloneses e tchecos adotaram o Catolicismo<!--Latin Christianity-->, enquanto os reis sérvios e russos aceitaram o rito Ortodoxo. Os magiares, uma tribo de guerreiros montados, etnicamente aparentados aos hunos, entraramentrou na Europa a partir das estepes russas no século IX, travaram uma série de guerras com os imperadores germânicos que sucederam Carlos Magno e finalmente estabeleceram-se na Hungria como um reino católico<!--Latin-Christian--> (seu rei, Estevão, alcançou a santidade). Os povos da região Báltica, como os letões e os prussianos, permaneceram em grande medida intocados pela expansão cristã durante a Baixa Idade Média.
 
A Grã-Bretanha foi dividida em vários reinados depois da invasão anglo-saxônica-juta, até o período das invasões dinamarquesas. O rei Alfredo unificou boa parte da Inglaterra em um só reino em fins do século IX. Em 10 de outubro de 1066, Guilherme, o Bastardo, depois Guilherme, o Conquistador, iniciou uma invasão dos normandos à Inglaterra, com a Batalha de Hastings. O controle francês sobre a Inglaterra durante esse período pode ser visto através de grande parte do vocabulário formal em inglês, que origina-se origina do francês.
 
Em 1215 o povo Britânico forçou o rei John a assinar a Magna Carta. O rei John era particularmente despótico. Ele tratava mal seus vassalos, matou seu sobrinho, Arthur, e trouxe a ira da Igreja contra o país na forma de um Interdito (nenhum serviço da Igreja era prestado: sem casamentos, funerais ou missas. Era a forma do Papa de dizer à Inglaterra para ir para o inferno). Os vassalos dele por fim uniram-se contra ele. Enquanto ele estava fora caçando, eles o cercaram e deram-lhe a opção de assinar a Magna Carta ou ser morto. A Magna Carta instituiu o Parlamento Britânico, diminuindo assim o poder de um monarca, mas era direito do rei convocá-lo ou não.
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:Naquela cidade agora não há mais pagão
:Foi morto, ou tornou-se cristão.
::(Excerto da Canção de Rolando detalhando auma vitória de Carlos Magno.)
 
Poesia e música eram perpetradas por um grupo de músicos viajantes chamados trovadores. Estes trovadores dariam notícias de toda a Europa enquanto viajavam cantando e contando histórias. Uma dessas canções famosas foi a ''Canção de Rolando'' (baseada no ataque à retaguarda do exército de Carlos Magno pelos bascos enquanto Carlos Magno guiava seus homens para fora da Espanha) . ''Beowulf'' também é outra obra famosa deste período. Um dos mais longos poemas épicos germânicos, ''Beowulf'' conta a história da morte de uma fera gigante que atormentava uma cidade.
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Isto deve ser visto em contexto, considerando-se a natureza do poder papal. O poder real derivava da posse da terra que era essencial para recrutar exércitos de cavaleiros. O papado detinha menos recursos diretos e, para complicar as coisas, estes não podiam ser passados por herança. Isto significava que um Papa próximo da morte só poderia enriquecer sua família doando a propriedade da Igreja, desviando assim recursos da corte papal em vez de ampliá-los. Consequentemente, o Papa tinha que basear-se em outras formas de poder e sua autoridade espiritual era sempre uma alternativa importante para dirigir o controle territorial.
 
Movimentos religiosos de caráter intelectual eram dirigidos principalmente pelo monasticismo. Muitos mosteiros foram fundados através da Europa e novas ordens foram criadas como resposta a certos fins religiosos. São Bento foi o primeiro a estabelecer critérios sob os quais todas as ordens deveriam funcionar. A Ordem Beneditina seguia rituais muito específicos. Entre estes rituais estavam horas precisas para cada reza; sugere-se que isso levou ao desenvolvimento do relógio, que foi desenvolvido na época do ''Quarto Concílio de Latrão''. O ''Quarto Concílio de Latrão'' estabeleceu regras para a adoração para todas as ordens monásticas. Estas regras eram em grande parte baseadas nas dos Cistercienses. Citeaux, pai da Ordem Cisterciense, colocou todos os mosteiros em uma "Ordem", mas também permitiu-lhes permitiu suas próprias características regionais. Os monges não apenas desenvolveram as políticas intelectuais da Europa medieval como também ajudaram nas cidades, oferecendo comida e serviços àqueles que precisavam.
 
== A sociedade na Idade Média ==
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Cidades começaram a formar-se como locais de loja<!--house shops--> e guildas. As cidades eram necessárias como centros para trocas e muitas das famosas cidades medievais da Europa eram portos. Dentre destas cidades, o capitalismo comercial começou a florescer. No norte, o florim tornou-se uma moeda forte, quase universal. Os europeus também recuperaram as adormecidas<!--long-dormant--> rotas de comércio com a China e o Oriente Médio. A Rota da Seda era novamente percorrida e muito do período europeu de exploração e descobrimento pretendia encontrar rotas mais fáceis e seguras para o Oriente.
 
Avanços na agricultura também estavam acontecendo. Os campos eram lavrados com grandes arados metálicos de tração animal. Os europeus também começaram a deixar o solo em repouso para permitir a volta dos nutrientes a ele, iniciando o conceito de rotação de culturas. Os sistemas do feudalismo oe senhorialismo cresceram com novos métodos de agricultura. O feudalismo, o braço político do sistema de senhorialismo, organizou a sociedade em uma estrutura piramidal, com os suseranos governando e os vassalos abaixo deles. Um vassalo iria receber terra e, em troca, eles protegeriam e responderiam àqueles acima deles. O senhorialismo, a finalidade econômica desse sistema, era a maneira pela qual grandes propriedades eram mantidas. OOs vassalos iriam cultivar a terra e depois trocar os grãos pela proteção do suserano, acesso a um local para armazenagem, um moinho para moer os grãos e acesso a fornos para fazer pão a partir desses grãos. A comida era, assim, oferecida. Contudo, a farinha moída dos grãos medievais era geralmente muito granulosa e dura de mastigar. Os suprimentos de água estavam frequentemente poluídaspoluídos, então os grãos também eram usados para fazer cerveja que era a principal bebida do norte da Europa, enquanto o vinho continuou sendo a opção potável para os europeus do sul.
 
== Trabalhos citados ==