Estado do Rio de Janeiro/Cultura

Tradicionalmente, o estilo musical mais associado ao estado do Rio de Janeiro é o samba. É este o estilo musical que acompanha os blocos de rua e o desfile das escolas de samba durante o carnaval. Tem ganho destaque porém recentemente outro estilo musical, o funk, que tem festas de grande apelo popular chamadas bailes, comandadas por MCs e DJs, muitas vezes com forte conotação de apologia ao crime[1]. Outro estilo musical popular no estado e igualmente influenciado pela cultura negra é o charme. Porém este, diferentemente do funk, privilegia as letras românticas e bem-comportadas.

Desfile das escolas de samba na Passarela Professor Darcy Ribeiro no carnaval de 2006
Carnaval de rua no Rio de Janeiro

Outro estilo musical muito associado ao Rio de Janeiro é a bossa nova[2], a qual motivou a nomeação do aeroporto internacional da cidade do Rio de Janeiro como aeroporto Tom Jobim, em homenagem ao célebre compositor da bossa nova Antônio Carlos Jobim[3]. O distrito de Conservatória, no município de Valença no Sul Fluminense, é considerado a capital nacional das serestas.

Aeroporto Tom Jobim

O esporte mais popular no estado é o futebol, o qual conta com quatro dos maiores clubes do país, todos da Capital: o Clube de Regatas do Flamengo, o Club de Regatas Vasco da Gama, o Botafogo de Futebol e Regatas e o Fluminense Football Club. Também são populares no estado o jiu-jítsu, o surfe, o frescobol (esporte inventado na cidade do Rio de Janeiro, no bairro de Copacabana, na década de 1950), o skate, a corrida, o ciclismo, a caminhada, a musculação, a natação, o montanhismo, o remo, a capoeira, o vôlei, o vôlei de praia, o futebol de areia, o futevôlei e a ginástica localizada.

Surfe em Saquarema, cidade fluminense considerada a capital brasileira do surfe[4]

O estado possui muitos museus conhecidos nacionalmente, como o Museu de Arte Moderna, o Museu Nacional de Belas Artes, o Museu Nacional da Quinta da Boa Vista, o Museu de Arte Contemporânea de Niterói, o Museu Imperial, o Museu do Amanha, o Museu de Arte do Rio e o Museu Historico Nacional.

Autorretrato, de Ismael Nery: obra pertencente ao acervo do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro

No campo educacional, o estado se destaca pela quantidade de universidades de prestígio no cenário brasileiro: Universidade Federal do Rio de Janeiro, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Universidade Federal Fluminense, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro, Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, Universidade Gama Filho, Universidade Estácio de Sá, Universidade Cândido Mendes etc.

Universidade Federal do Rio de Janeiro (campus da Praia Vermelha)

Uma das opções preferidas de lazer do povo fluminense (fluminense vem do latim flumens, que significa rio e designa tudo o que se refere ao estado do Rio de Janeiro) são as praias, que costumam ficar lotadas nos sábados, domingos e feriados com sol. Durante os meses mais frios, as cidades da Região Serrana do estado (Petrópolis, Teresópolis, Nova Friburgo, etc.) atraem muitos visitantes em busca do frio e do contato com a natureza.

Praia do Forte, em Cabo Frio
Estátua da imperatriz Tereza Cristina na entrada de Teresópolis

O clima geralmente quente faz com que o fluminense opte por bebidas refrescantes, como cerveja, polpa de açaí batida com xarope de guaraná, água de coco, refresco de guaraná, chá mate gelado, refrigerantes etc. Nos dias de folga, o fluminense normalmente se reúne na casa de amigos e prepara um churrasco com carnes variadas assadas na grelha ou uma feijoada, o típico prato brasileiro com: feijão preto, carne de porco, couve, arroz, farofa e rodelas de laranja. Se estiver na praia, a opção normalmente é peixe (geralmente anchova) frito.

Devido ao elevado preço dos imóveis, uma grande parcela da população de baixa renda tem optado por construir ou alugar casas em encostas de morros, nas chamadas favelas. As favelas estão geralmente associadas a elevadas taxas de criminalidade, com frequentes disputas armadas entre traficantes de drogas e violentas incursões policiais.

Muitos escritores importantes da literatura brasileira nasceram no estado do Rio de Janeiro: Joaquim Manuel de Macedo (em Itaboraí), Euclides da Cunha (em Cantagalo), Casimiro de Abreu (em Silva Jardim), Machado de Assis, Martins Pena, Lima Barreto e Manuel Antônio de Almeida (no Rio de Janeiro), Raul Pompeia (em Angra dos Reis) etc.

Grandes nomes da música brasileira também nasceram no estado: Cartola, Chico Buarque, Heitor Villa-Lobos, Sandra de Sá, Noel Rosa, Marisa Monte, Renato Russo, Cazuza, Roberto Frejat, Tim Maia, Jorge Benjor, Braguinha, Tom Jobim, Vinícius de Moraes, Carlos Lyra, Beth Carvalho, Jorge Vercilo, Jorge Aragão, Erasmo Carlos, Ronaldo Bôscoli, Pixinguinha, Chiquinha Gonzaga, Lamartine Babo, Sinhô, Donga, Luís Bonfá, Dolores Duran, Elizeth Cardoso, Cássia Eller (todos da cidade do Rio de Janeiro), Cláudia Leitte (São Gonçalo), Bidu Sayão (Itaguaí), Martinho da Vila (Duas Barras), Seu Jorge (Belford Roxo), Baden Powell (Varre-Sai), Ângela Maria (Conceição de Macabu) etc.

Anualmente, a cidade de Paraty organiza um importante festival literário, o Festival Literário Internacional de Paraty[5]. A cidade também organiza anualmente o Festival da Pinga[6], celebrando a tradicional produção de pinga na cidade. No Vale do Paraíba Fluminense, anualmente acontece o Festival do Vale do Café, com inúmeros concertos em construções históricas do período do Ciclo do Café[7].

Um copo de chope (cerveja não pasteurizada) e, ao fundo, o Morro do Pão de Açúcar

Entre os grandes jogadores de futebol nascidos no estado, destacam-se Ronaldo, Romário, Jairzinho, Zico, Nílton Santos e Carlos Alberto Torres, no Rio de Janeiro; Garrincha, em Magé; Gérson, em Niterói e Didi, em Campos dos Goytacazes.

Na pintura, destacam-se o carioca (ou seja, nascido na cidade do Rio de Janeiro) Di Cavalcanti e o friburguense Alberto da Veiga Guignard.

Na arquitetura, destacam-se os cariocas Oscar Niemeyer, Heitor de Mello, Carlos Leão e Ernani Vasconcellos.

Vários líderes políticos nasceram na cidade do Rio de Janeiro: Fernando Henrique Cardoso, Fernando Collor de Mello, Alfredo Sirkis, César Maia, Carlos Lacerda, João Figueiredo etc. Na cidade de Campos dos Goytacazes, nasceu o ex-presidente Nilo Peçanha, que viria a servir de inspiração para nomear a cidade de Nilópolis.

As maiores festas populares fluminenses são:

  • o carnaval, que se destaca pelo desfile de escolas de samba no sambódromo e pelos desfiles de blocos de rua;
  • o réveillon, que é comemorado nas praias, com fogos de artifício e lançamento de flores para Iemanjá, o orixá das águas salgadas, no mar;
  • as festas juninas em homenagem a Santo Antônio, São Pedro e São José durante o mês de junho, em se comem pratos típicos como vinho quente, quentão, pé-de-moleque e canjica, se vestem roupas típicas de caipira, se acendem fogueiras e se enfeitam as ruas com bandeiras coloridas;
  • o natal, em que se trocam presentes e se come uma ceia em família;
  • o dia dos pais (segundo domingo de agosto) e o dia das mães (segundo domingo de maio), em que se presenteiam os pais e as mães, respectivamente;
  • o dia das crianças (12 de outubro), no qual se presenteiam as crianças;
  • e o dia de São Cosme e São Damião (26 ou 27 de setembro), no qual se dão sacos de guloseimas às crianças.

No panorama religioso, a religião predominante no estado é o cristianismo (aproximadamente 81 por cento da população, sendo que a maior parte, 57 por cento, católica e os restantes 27 por cento, protestantes). Existem quatro por cento de outras religiões (judaísmo, budismo, islamismo, umbanda, espiritismo, candomblé, santo daime, taoísmo etc.) e quinze por cento sem religião (dados de 2003[8]).

Uma das características mais marcantes do fluminense e, em especial, do carioca, é seu peculiar sotaque, com o r com som de rr, quando antes de consoante ou no final da palavra e o s com som de x, nos mesmos casos. Por exemplo, carta e poste, que se leem carrta e poxte, respectivamente.

A partir do final do século XX, o estado voltou a ser habitado por etnias indígenas. Atualmente, a cultura indígena se faz presente em aldeias guaranis nos municípios de Angra dos Reis, Paraty e Niterói[9][10].

Referências