Geografia do Brasil/São Paulo/Paulínia

Paulínia é um município brasileiro do estado de São Paulo, localizado na Região Metropolitana de Campinas. Localiza-se a uma latitude 22°45'40" sul e a uma longitude 47°09'15" oeste, a uma altitude de 590 metros. Localiza-se a noroeste da capital do estado, distando desta cerca de 118 quilômetros. Sua população aferida em 2008 era de 81.544 habitantes.

Localização de Paulínia no estado de São Paulo

Graças à Replan e ao pólo petroquímico que estão sediados na região norte da cidade, Paulínia tem a sétima maior renda per capita do Brasil. Também graças ao pólo, tem altos níveis de poluição, principalmente no distrito de Betel, onde se encontram empresas como: Rhodia, Purina e Galvani. A cidade se destaca pelo intenso crescimento populacional. O município é formado pela cidade de Paulínia e por um distrito: Betel. Faz parte da primeira macrometrópole do hemisfério sul, a qual é formada pelas regiões metropolitanas de São Paulo e Campinas, unindo 65 municípios que juntos abrigam 12% da população brasileira.

Geografia

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Vista panorâmica de Paulínia.

A geografia de Paulínia é homogênea. O município conta com um relevo plano e uma vegetação atlântica. A área do município é de 141,72 km², representando 0,0509% do território paulista, 0,0353% da área da região Sudeste do Brasil e 0,0017% de todo o território brasileiro.[1] Localiza-se na região centro-leste do estado de São Paulo, entre os rios Atibaia, Jaguari e os ribeirões do Quilombo e Anhumas, a 118 quilômetros de São Paulo por via asfáltica, e 98 quilômetros em linha reta. Localizada na Depressão Periférica Paulista, em São Paulo, faz divisa com Cosmópolis (ao norte), Campinas (a sudeste), Sumaré (ao sul), Nova Odessa (a sudoeste), Jaguariúna (a leste), Holambra (a nordeste) e Americana (a oeste).

Paulínia é um município onde grande parte da paisagem original foi modificada devido à ação humana.[2] Atualmente as poucas áreas verdes originais são protegidas afim de não desaparecerem.[3] Na Região Metropolitana de Campinas, Paulínia se localiza na área central, não fazendo divisa com municípios fora da região. Paulínia é divida geograficamente em duas regiões principais, a norte, onde se localiza a REPLAN e o bairro São José, e a sul, onde ficam o Paulínia Shopping e o Theatro Municipal de Paulínia, onde foi realizado o I Festival Paulínia de Cinema. Essas duas regiões são divididas pelo rio Atibaia. A posição de Paulínia era um problema para as antigas fazendas localizadas nessa área, que viam os rios como "barreiras naturais ao desenvolvimento" da região.[4]

Vegetação e meio ambiente

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Enchente na Rua Dorcelino R da Cunha, no São José.

A maior parte da vegetação original, a Mata Atlântica, foi devastada, mas a prefeitura criou as áreas de preservação ambiental em recuperação, para recuperar áreas degradadas. As principais áreas onde a vegetação está intacta ou pouco alterada se localizam nas áreas dos bairros Cascata, Recanto dos Pássaros, Cabreúva, Betel, Planalto e Monte Alegre. Outras áreas preservadas se encontram em áreas rurais ou desabitadas, como o Jardim Harmonia, regiões isoladas de Betel, zonas limítrofes e áreas do norte de Paulínia.[4]

Várias ruas e avenidas de Paulínia sofrem com a inundação quando chove. Entre as regiões onde esse problema é constante, se destacam os zonas baixas próximas à lagoa César Bierrembach nos bairros São José[5] e João Aranha,[6] na avenida José Paulino,[7] no bairro Recanto dos Pássaros[8] e Jardim Europa. Os problemas ocorrem principalmente à falta de bueiros e galerias para escoamento do excesso de águas, exceto no caso do Recanto dos Pássaros, que é atingido pelas cheias do Rio Atibaia.[8]

 
Parque Zeca Malavazzi, local com vegetação preservada.

A poluição do ar na cidade pelo ozônio é intensa, devido principalmente à grande quantidade de indústrias poluidoras, como a REPLAN, mas ao contrário do que é comumente dito, o município apresenta níveis normais de outros poluentes, como a concentração média horária de dióxido de nitrogênio (NO2), que foi de 87,8 ppb (partículas por bilhão) em 2002, sendo que o aceitável é de 170 ppb.[9]

A cidade também sofre com a poluição hídrica que atinge alguns córregos da cidade. Os rios da cidade, principalmente o rio Atibaia, também são atingidos por contaminação com produtos químicos altamente nocivos à saúde, como em 1995, quando tornou-se pública a contaminação do rio Atibaia e do lençol freático próximo à área pela Shell, que devido às enchentes e ao fato de muitos moradores utilizarem poços, contaminou a população do bairro Recanto dos Pássaros, que foi obrigada a deixar o local.[10] Atualmente ainda há problema com a contaminação causada pela Shell, realizando-se, por isso, esforços para que não ocorra um problema maior.[11]

Várias áreas ambientais de Paulínia são pontos turísticos importantes, como o mini-pantanal e o Jardim Botânico, que é um dos mais respeitados do estado e do país.[12] Paulínia apresenta estresse ambiental, isto é, possui uma cobertura vegetal inferior a 5% da área do município, apresentando consequentemente maiores riscos de enchentes, assoreamento dos cursos de água, erosão e desaparecimento da fauna e da flora.[13]

O município de Paulínia pertence à zona climática designada pela letra C, com o tipo climático Cwa, segundo a Classificação climática de Köppen-Geiger. O clima de Paulínia é o clima tropical de altitude, tendo clima quente com invernos secos e verões chuvosos. A média climática é de 22°C e os meses mais chuvosos são novembro, dezembro e janeiro.[14][15] A região mais chuvosa de Paulínia é a REPLAN, que quase sempre tem um nível pluviométrico superior ao de outros bairros.

Mês Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
Maior temperatura °C 28 28 28 27 23 23 23 25 26 27 27 28
Menor temperatura °C 19 18 18 17 13 12 12 13 14 16 16 18
Chuva (mm) 255.8 189,7 158,8 63,5 64,1 41,3 31,2 26,9 69,2 119,0 139,7 200,4
Fontes: [16][17]

Relevo e geologia

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Vista do bairro Marieta Dian, um dos pontos elevados da cidade.

Paulínia se localiza na chamada Depressão Periférica Paulista, formação entre os planaltos ocidental e atlântico (Serra do Mar e Serra da Mantiqueira). O território é homogêneo, registrando-se grandes variações de relevo apenas nos bairros Alto de Pinheiros, Vila Nunes, Marieta Dian, Santa Cecília e Tereza Zorzetto Vedovello. Os bairros mais altos de Paulínia se localizam nas regiões norte e leste da cidade, como os bairros Marieta Dian, São José e Parque das Indústrias.[18]

O solo de Paulínia também é homogêneo, sendo de boa qualidade na maior parte da cidade. É característico por ter bastante húmus o que facilita o desenvolvimento de plantações.[19]

Na região dos rios Atibaia e Jaguari se localizam as menores altitudes da Depressão Periférica Paulista, entre 560 e 600 metros acima do nível do mar.[20] Nessa região a morfologia caracteriza-se por amplas colinas com topos aplainados. Nessa região também aparecem as suas maiores espessuras, com a presença das fácies fluviais típicas de planícies inundáveis. Próximo a Paulínia, chegam a atingir cerca de 10 metros de espessura. Os diabásios são abundantes entre Paulínia e Campinas, e possuem granulação de fina a média.[20]

Hidrografia

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Vista do rio Jaguari, no limite de Paulínia e Cosmópolis.

Dois rios passam pela cidade de Paulínia: o rio Jaguari, que se localiza na divisa de Paulínia e Cosmópolis, e o rio Atibaia, que divide a cidade em duas partes e passa próximo ao centro. Além desses rios, vários riachos e córregos estão presentes em Paulínia, destacando-se o ribeirão Quilombo, na divisa com Sumaré e o ribeirão Anhumas, na divisa com Campinas e Jaguariúna. Entre os córregos se destacam o do Jacaré e Jacarezinho, que são afluentes do Jaguari, Areião, Veadinho, e São Bento, afluentes do rio Atibaia, e os córregos Betel, Fazenda do Deserto e da Velosa (este último na divisa com Sumaré), afluentes do Ribeirão Quilombo. O município conta também com vários lagos e lagoas, sendo as principais a Santa Terezinha, Armando Ferreira, Jardim Botânico, José Maria Malavazzi e César Bierrembach.[21]

Alguns córregos em Paulínia, como o do Jacaré correm o risco de desaparecerem devido a danos ambientais em suas nascentes. O córrego do Jacaré tem a sua nascente no canteiro central da avenida José Bordignon, próximo a um depósito de sucatas, e tem seus primeiros trechos cheios de lixo, que aos poucos podem comprometer também a lagoa César Bierrembach, que depende em grande parte desse córrego. O córrego Morro Alto, localizado no bairro de mesmo nome e afluente do rio Atibaia], desapareceu devido ao loteamento da área de sua nascente, onde foi criado o bairro Parque das Árvores.[21]

O rio Atibaia nasce no município de Bom Jesus dos Perdões, resultado da junção dos rios Atibainha e Cachoeira. Na cidade de Americana o rio é represado e a represa do Salto Grande, como é conhecida, se estende até os bairros paulinenses do Parque da Represa e Balneário Tropical. O rio Jaguari nasce em Minas Gerais e recebe afluentes importantes, como o rio Camanducaia. No território paulista o rio é represado fazendo parte do sistema cantareira e em Americana se junta com o rio Atibaia e forma o rio Piracicaba.[21]

Fotografia panorâmica mostrando parte do bairro Santa Cecília, região central Paulínia, incluindo o Estádio Municipal, o Ginásio do centro e o Hotel Ibis.

Referências

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  1. Prefeitura de Paulínia. Dados geraios de Paulínia. Página visitada em 21 de fevereiro de 2010.
  2. CETESB. Relatório sobre capacidade de suporte ambiental da região de Paulínia. Página visitada em 29 de janeiro de 2009.
  3. APA da Bacia do Camanducaia. Página visitada em 21/02/2010.
  4. 4,0 4,1 Prefeitura municipal. Página visitada em 24/03/2009.
  5. Paulínia News (16/04/2009). Moradores se reúnem com secretário de Obras e vereadores de Paulínia para expor problemas do bairro São José (em w:Português brasileiro). Paulínia News. Página visitada em 20/04/2009.
  6. Moradores protestam contra alagamentos no João Aranha Acontece Paulínia n°6 ano=1
  7. Jornal Todo Dia - Americana. Inundações na avenida José Paulino. Página visitada em 27 de fevereiro de 2009.
  8. 8,0 8,1 Jornal Todo Dia - Americana. Recanto dos Pássaros é atingido por enchentes. Página visitada em 27 de fevereiro de 2009.
  9. Unicamp. Ozônio, o vilão de Paulínia. Página visitada em 29/12/2009.
  10. Paulínia News. Shell readquire área contaminada em Paulínia. Página visitada em 27 de fevereiro de 2009.
  11. Premio Reportaje. Estudo aponta novo risco de contaminação em Paulínia (em português e espanhol). Página visitada em 12/06/09.
  12. Jornal RMC. Jardim Botânico de Paulínia completa 15 anos e se projeta como instituição respeitável. Página visitada em 29 de janeiro de 2009.
  13. Referências

    <references></references>
  14. Cepagri Unicamp. Clima de Paulínia. Página visitada em 05 de fevereiro de 2009.
  15. Congreso Internacional del Americanistas. 49° Congreso Internacional del Americanistas (ICA). Página visitada em 05 de fevereiro de 2009.
  16. Weather Underground (em Inglês). Página visitada em 11/04/2009.
  17. Clima de Paulínia. Página visitada em 11/04/2009.
  18. Paulinia.net. Relevo de Paulínia. Página visitada em 26 de setembro de 2009.
  19. Cetesb. Capacidade de suporte ambiental da região de Paulínia (HTM) (em Predefinição:Língua-meta). Página visitada em 05 de fevereiro de 2009.
  20. 20,0 20,1 Fernandes, Amélia João; Cláudio Limeira Mello (2004). COBERTURAS CENOZÓICAS E ESTRUTURAS DEFORMADORAS NA DEPRESSÃO PERIFÉRICA PAULISTA, CAMPINAS, SÃO PAULO (pdf) (em Predefinição:Língua-meta). Revista do Instituto Geológico. IG. Página visitada em 21/02/2010.
  21. 21,0 21,1 21,2 Revista PDH.Programa Despoluição Hídrica. Edição única. Instituto Ecoplann, Secretaria da educação de Paulínia.


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