História da Catalunha/Idade média

Nesse século, foi feita a primeira menção ao famoso Mosteiro do Monte Serreado[1].

Gravura retratando reis visigodos
Expansão árabe durante os séculos VII e VIII
Estátua de Carlos Magno em Aachen, a capital franca, na atual Alemanha

Com a queda do Império Romano do Ocidente, em 476, a Catalunha sofreu um vazio de poder, que foi preenchido prontamente pelos visigodos, povo germânico proveniente da Escandinávia. Apesar de suas origens bárbaras, os visigodos já haviam sido cristianizados e seguiam as leis romanas, o que facilitou sua adaptação às províncias romanas da Península Ibérica.

Os visigodos dominaram toda a região até 711, quando ocorreu a invasão muçulmana da península, realizada principalmente por berberes do norte da África. Em 717, Barcelona caiu nas mãos dos muçulmanos.

No século IX, os francos de Carlos Magno retomaram a Catalunha para os cristãos, criando a Marca Hispânica ao longo da cadeia montanhosa dos Pirineus. A Marca Hispânica era formado pelos seguintes condados: o da região basca, Pamplona, Jaca, Sobrarb, Ribagorça, Pallars, Berga, Empúries, Besalú, Rosselló, Vallespir, Barcelona, Cerdanya, Conflent, Osona, Urgell, Perelada e Girona. Dentre os condes, sobressaiu Guifré el Pelós (Wilfredo, o cabeludo), que governou os condados de Barcelona, Urgell, Girona e Cerdanya e que iniciou a dinastia dos condes-reis de Barcelona. Segundo a lenda, a senyera (a bandeira catalã, também chamada les quatre barres ou as quatro barras) foi criada por ocasião da morte de Wilfredo, em 897, numa batalha em que Wilfredo apoiava o rei dos francos ocidentais Carlos, o Careca, neto de Carlos Magno. Vendo Wilfredo morrer, Carlos teria molhado os dedos no sangue de Wilfredo e os passado no seu escudo de ouro, formando o desenho da bandeira catalã[2].

Barcelona passou a dominar toda a região da Catalunha, expandindo seus domínios para o norte, na Provença e para o sul, para além de Tarragona, adquirindo autonomia em relação ao império franco. Sob o reinado de Ramon Berenguer I (1023-1076), a Catalunha formou o primeiro governo constitucional da Europa, colocando por escrito suas práticas políticas nos Usatges (Usos). Nessa época, foi utilizado, pela primeira vez, o termo catalão[3]. Em 1137, o principado de Barcelona uniu-se ao vizinho reino de Aragão através do casamento de Ramon Berenguer IV com Petronila de Aragão. O rei construiu três mosteiros cistercienses no sul da Catalunha (Santas Cruzes, Poblet e Valbona de les monges) que o ajudaram a consolidar o seu poder durante o processo da reconquista da área aos muçulmanos[4].

No século XIII, o Reino de Aragão expandiu-se pelo Mediterrâneo anexando as Ilhas Baleares, a Sicília, a Sardenha e Nápoles. O código de comércio catalão, o Llibre del Consolat de Mar, foi adotado em todo o Mediterrâneo. Grandes nomes deste período foram: o rei Jaime I, o conquistador e os almirantes Roger de Flor, líder dos mercenários Almogàvers e Roger de Llúria. Grande parte dos navios aragoneses foram construídos no estaleiro barcelonês de Drassanes. Nesse período, surgiram, em Barcelona, a carrer Montcada, rua de ricas mansões; a bolsa de valores (La llotja); a Igreja de Santa Maria do Mar; o parlamento (as Corts); o Saló del tinell, no Palácio Real e o Saló de cent, na Casa de la ciutat. O estilo gótico predominante nessa época fez com que a região central da cidade de Barcelona ficasse conhecida até hoje como Bairro Gótico.

Em 1347-8, a peste negra matou um quarto da população catalã.

Referências

  1. Guia visual folha de São Paulo - Barcelona e Catalunha. São Paulo: Publifolha, 2001. p. 104
  2. Guia visual folha de São Paulo - Barcelona e Catalunha. São Paulo: Publifolha, 2001. p. 96
  3. Guia visual da folha de São Paulo - Barcelona e Catalunha. São Paulo: Publifolha, 2001. p. 38
  4. Guia visual da folha de São Paulo - Barcelona e Catalunha. São Paulo: Publifolha, 2001. p. 108
  5. Guia visual folha de São Paulo - Barcelona e Catalunha. São Paulo: Publifolha, 2001. p. 96