História do Brasil/A liberdade dos escravos e o início da exclusão

O abolicionismo começou no Brasil em 1611, quando a escravidão indígena foi abolida. Após a independência do Brasil, as discussões sobre o abolicionismo estenderam-se por todo o período do Império, ganhando relevância a partir de 1850 e de caráter verdadeiramente popular a partir de 1870, culminando com a assinatura da Lei Áurea em 1888.

Cartaz de 1888 comemorando a abolição da escravatura

Em agosto de 1845, o Reino Unido decretou o ato Bill Aberdeen. O ato permitia que o almirantado britânico aprisionasse navios negreiros, mesmo em águas territoriais brasileiras, e julgar seus comandantes. Se um navio negreiro brasileiro fosse pego, era obrigado a devolver os escravos de volta para a África ou transferi-los para os navios britânicos. O ato Bill Aberdeen causou pânico entre os traficantes e proprietários de terras e escravos. O ato paradoxalmente causou o aumento do comércio de escravos.

No Brasil, houve protestos das províncias, pois a escravidão no Brasil na época era coisa natural e habitual, e vista como necessária. Como o Brasil era intensamente desigual, precisava da escravidão para se sustentar.

Em 1850, é promulgada a Lei Eusébio de Queirós, que proibia a entrada de escravos africanos para o Brasil. Em 1871, é promulgada a Lei do Ventre Livre, que alforriava as crianças nascidas de mulheres escravas no Brasil. Em 1885, é promulgada a Lei dos Sexagenários, que garantia a liberdade dos escravos de 60 anos ou mais.

Em 13 de maio de 1888, o governo imperial se rende às pressões e a princesa Isabel de Bragança assinou a Lei Áurea, que extinguiu a escravidão no Brasil. A decisão não agradou aos fazendeiros, que exigiam indenizações pela perda de "seus bens". Como os fazendeiros não conseguiram as indenizações, juntaram-se ao movimento republicano.

O fim da escravatura não melhorou as condições econômicas e sociais dos ex-escravos. Com a falta de escolaridade e sem uma profissão definida, a maioria foi "tentar a vida" nas cidades.