História do Brasil/O governo de Artur da Costa e Silva
Costa e Silva foi eleito pelo Congresso Nacional em 3 de outubro de 1966, com 294 votos. O MDB não votou. Tomou posse em 15 de março de 1967, no mesmo dia da promulgação da constituição de 1967, em meio a grandes expectativas como a redemocratização do país e o progresso econômico.
Extinguiu a frente de oposição Frente Ampla, empreendeu medidas de combate à inflação, iniciou uma reforma administrativa e expandiu as comunicações. Em 26 de junho de 1968, membros da Vanguarda Popular Revolucionária (VPR) lançaram um carro-bomba contra o quartel-general do II Exército, em São Paulo.
Em 1968, a morte do estudante secundarista Edson Luís em confronto com a polícia provocou a Passeata dos Cem Mil, no Rio de Janeiro. Em agosto, o deputado Márcio Moreira Alves recomendou, num discurso, que as moças se recusassem a dançar com cadetes em protesto contra o regime militar. Então, foi promulgado o AI-5, que deu ao presidente a autoridade para fechar o Congresso Nacional e as Assembleias Legislativas dos estados, a permissão para o governo federal, sob pretexto de "segurança nacional", para intervir em estados e municípios, suspendendo as autoridades locais e nomeando interventores federais para dirigir os estados e os municípios, a censura prévia da música, cinema, rádio e televisão e a censura da imprensa, suspensão do habeas corpus por crimes de motivação política. O AI-5 causou a institucionalização da tortura.
Foram também editados no seu governo o AI-6, AI-7, AI-8, AI-9, AI-10 e o AI-11. No seu governo, foram criados a Embraer, a Fundação Nacional do Índio (FUNAI), a Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP), o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), a Superintendência de Desenvolvimento do Centro-Oeste (SUDECO), o Movimento Brasileiro de Alfabetização (MOBRAL), a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) e o Projeto Rondon. Também se iniciou o milagre econômico brasileiro, com o crescimento do PIB, da renda per capita e a baixa da inflação.
Costa e Silva sofreu um derrame cerebral e precisava ser substituído. Pela constituição de 1967, quem deveria assumir era o vice-presidente civil Pedro Aleixo, mas os militares não queriam um civil no poder, e quem assumiu foi a Junta Governativa Provisória de 1969, formada pelo General Aurélio de Lira Tavares, ministro do Exército; Almirante Augusto Rademaker, ministro da Marinha; e Brigadeiro Márcio de Sousa Melo, ministro da Aeronáutica. A junta governou de 31 de agosto de 1969 até 30 de outubro de 1969, quando foi sucedida por Emílio Garrastazu Médici.