História e epistemologia da Física/Indutivismo × Racionalismo
Realidade?
editarMétodo científico
editarMétodo científico
editar- Antigo Egito: métodos de diagnósticos médicos
- Alhazen (séc. X): ênfase na busca da verdade, uso de experimentos para decidir entre duas hipóteses
Método hipotético-dedutivo
editarA experiência não é suficiente, há uma necessidade empírica. Se você tem um fenômeno, faz-se o máximo de obervações possíveis, organize-os e após deduza-o, fazendo isto vai se notar que quando acontecer tal coisa, se faz isso ou aquilo.
Algoritmo
editarderivado do nome de um matemático Persa Al-Khwarizmi
sequência não ambígua de instruções que é executada até que determinada condição se verifique
- recolher observações
- formular modelos e hipóteses que organizem as observações
- deduzir predição a partir de 2
- testar a predição: para tentar desprovar 2
- se funcionar: 2 é corroborada (não provada!)
- se não, 2 é falsificada formular nova 2
Nicolau Copérnico (1473-1543)
editarastrónomo e matemático que desenvolveu a teoria heliocêntrica do Sistema Solar
Contribuições
editarsuperou mera acumulação de dados astronômicos e ajustes no modelo Ptolomaico
novo modelo: explicação mais plausível para as observações
Empirismo
editarexperiência sensorial é a única fonte do conhecimento
em oposição à introspeção e ao Escolasticismo
rejeição ao Racionalismo
Francis Bacon (1561-1621)
editarDados Biográficos
editarBacon nasceu em Londres, era político, filósofo e ensaísta inglês.
barão Verulam
visconde de St. Albans
Contribuição
editarlatin como língua científica
chamado de “fundador da ciência moderna”
autor de Instauratio magna
pretendia substituir o método Aristotélico
critica o Escolasticismo
repudia o silogismo Aristotélico,
Acredita que a mente humana deve ser purificada de modo a proibir toda e qualquer atividade especulativa que a conduza por caminhos que não os da experiência
O saber científico é obtido por meio de experimentos meticulosamente realizados
prega
- a experimentação
- a repetição do experimento
- a variação controlada das condições
New Atlantis (1626)
editar1ª Utopia moderna
Casa de Salomão (Universidade/instituto de pesquisas)
inspirou a criação da Royal Society (1660)
Ordem Rosacruz?
editarteria sido fundada por Christian Rosenkreuz
pregavam a reforma religiosa e sócio-cultural da sociedade humana
Bacon teria sido seu Imperator
Galileu Galilei (1564-1642)
editar“só o livro da natureza é o objeto próprio da ciência e este livro é interpretado e lido apenas pela experiência”
“só o raciocínio pode estabelecer as relações matemáticas entre os fatos da experiência e construir uma teoria científica dos próprios fatos”
“só a experiência pode oferecer o incentivo para a formulação de uma hipótese”
“as deduções que derivam matematicamente destas hipóteses devem ser confrontadas com a experiência e confirmadas com experimentos repetidos antes de poderem ser declaradas válidas”
‘O Método Científico’
editarMétodo:
- experimento observação
- busca acaso
Hipotético-dedutivo
- observação,
- hipótese,
- experimentação e
- verificação
experimentação Escolástica
Galileu, o pseudoexperimentalista
editarpropõe a indução a partir das observações.
experiências mentais
a da Torre de Pisa não aconteceu
geometrização (matematização) da ciência
objetos ideais: sem atrito, deformação, etc.
Isaac Newton (1643-1727)
editarNewton viveu e presenciou uma época em que pessoas de posses tornavam-se cientistas hobby, estava na moda. Nesta mesma época começam a surgir as primeira academias de ciências com o objetivo de fazer a ciencia de verdade, não apenas por hobby. Nascem também os primeiros periódicos.
‘Método’ Newtoniano
editar“Hypotheses non fingo” (não crio hipóteses(?))
“as proposições particulares são inferidas dos fenômenos, e depois tornadas gerais pela indução”
empirista-indutivista
Antoine-Laurent de Lavoisier (1743-1794)
editarMétodo
editaranalítico
baseada em experiências verificáveis e reprodutíveis
com instrumentos cada vez mais precisos e padronizados
A Contribuição de Lavoisier
editarDeu nome ao Oxigênio e demonstrou seu papel na combustão. Formulou a lei da conservação da matéria. Identificou a água como composição química e o ar como sendo uma mistura de elementos. sonho: levar a mente ao laboratório
raciocinar de olhos abertos, pela manipulação de coisas reais ao invés de palavras e idéias vagas
Racionalismo
editarderivado de Parmênides (séc. 5 a.C.)
desenvolvido por Zenão (séc. 5 a.C.) e Platão (séc. 5 a.C.)
principal expoente: Descartes (séc. 17)
René Descartes (1596-1650)
editartambém conhecido na forma latina Renatus Cartesius
contemporâneo de Galileu
filósofo, físico e matemático francês
denominado o “Pai da Filosofia Moderna”
figura central do Racionalismo
hipóteses levantadas recebem o nome de lei
lei da natureza, um modelo matematico
com Descartes, surge a noção de Lei física, sem o cunho teológico
a lei é eficaz por si mesma
as leis passam a serem formuladas a partir da consideração dos casos particulares
o que passa a valer é a lei criada pelo homem
está de acordo com o agnosticismo de sua época
Racionalismo (Moderno)
editarconhecimento deve ser baseado, por dedução, na certeza
busca do começo racional do conhecimento: “Penso, logo existo” (certeza básica)
Método dedutivo
editarapoia-se no conhecimento das coisas que se reconhecem corretas - evidências (intuitivas),
pela análise (decomposição), divide-se uma questão em suas partes componentes até obterem-se evidências ou fatos já comprovados
Comparação dos métodos
editarmétodo dedutivo:
- premissas verdadeiras conclusões necessariamente verdadeiras.
método indutivo:
- premissas verdadeiras conclusões no máximo prováveis.
- generalizam as premissas incluindo inobservados.
Teoria da Relatividade
editar“Quem conhece, por exemplo, a Teoria da Relatividade Restrita com base apenas no trabalho de Einstein de 1905, ficará com uma visão racionalista desta teoria. Quem assenta esse conhecimento na célebre experiência de Michelson-Morley, poderá ficar com uma visão empirista da mesma. Em qualquer dos casos, trata-se de uma visão restrita e deturpada.” [1]
Einstein e o empirismo
editar“No sistema de uma física teórica, estabelecemos um lugar para a razão e para a experiência. Os resultados experimentais e suas imbricações mútuas podem ser expressos mediante as proposições dedutivas. E é na possibilidade desta representação que se situam exclusivamente o sentido e a lógica do sistema inteiro, e mais particularmente, dos conceitos e dos princípios que formam suas bases. Aliás, estes conceitos e princípios se revelam como invenções espontâneas do espírito humano. Não podem se justificar a priori nem pela estrutura do espírito humano nem, reconheçamo-lo, por uma razão qualquer” (Einstein)
Einstein e o Racionalismo
editar“Estes princípios fundamentais, estas leis fundamentais, quando não se pode mais reduzi-los a lógica estrita, mostram a parte inevitável, racionalmente incompreensível da teoria. Porque a finalidade precípua de toda a teoria está em obter estes elementos fundamentais irredutíveis tão evidentes e tão raros quanto puderem ser, sem se olvidar da adequada representação de qualquer experiência possível” (Einstein)
Crítica ao indutivismo
editarMétodo indutivo é criticado por esse `salto indutivo´.
Risco da amostra ser insuficiente e/ou tendenciosa.
Ex.: corvo de Hempel, “isto nunca aconteceu antes”.
Nenhum número restrito de observações pode acarretar logicamente um enunciado irrestrito.
Mesmo a indução probabilística (conclusões são prováveis) não foge do problema do salto indutivo.
Defesa usual
editar“A indução sempre funcionou no passado”
Isto também é indução pois subentende que sempre continuará a funcionar
Crítica ao Dedutivismo
editarFornecer-se premissas das quais um fato possa ser deduzido não é suficiente para torná-lo inteligível:
Ex.: x (x y) y
mas porque acontece x?
De fato, ...
Em Matemática, apesar do conteúdo dos teoremas já residir nos axiomas e postulados, esse conteúdo está longe de ser óbvio.
Ceticismo
editarprimeiramente articulado por Pirro (séc. III a.C.)
revivido por Montaigne (séc. 16) e Pascal (séc. 17)
principal expoente: Hume
David Hume (1711-1778)
editaras idéias só nascem das sensações
a certeza que se tem do conhecimento resulta da invariância das operações intelectuais que estão em sua base
o resto, como a realidade, por exemplo, são assuntos de crença
Ceticismo (moderno)
editarcrítica do Racionalismo ao Empirismo Ceticismo
experiência é única fonte do conhecimento, sim, mas não pode fornecer “conhecimento correto”
Empirismo: experiência é passiva
Conhecimento deve ser universal
nem o Racionalismo nem o Indutivismo podem levar à certeza da permanência do Universo:
- Racionalismo: não garante que o futuro vai ser como o passado
- Indutivismo: vai do inobservado ao observado
experiência é única fonte do conhecimento, sim, mas não pode fornecer “conhecimento correto”
melhor que se pode fazer:
- se tais e quais condições são preenchidas então seguem-se tais conclusões
- não se pode ter certeza do conhecimento do mundo exterior!
Dogmatismo
editarCeticismo: enfatiza dúvida e relatividade do conhecimento humano
comum em épocas de crise social
Dogmatismo: aceita verdades absolutas
comum em estágios preliminares de movimentos filosóficos
Utilitarismo
editarorigem: Epicuro (séc. a.C.)
Bentham (séc. 19) e James Mill (pai de John Stuart Mill)
“Por princípio da utilidade, entendemos o princípio segundo o qual toda ação, qualquer que seja, deve ser aprovada ou rejeitada em função de sua tendência de aumentar ou reduzir o bem-estar das partes afetadas pela ação.”
experiência: não provê conhecimento teórico mas o suficiente para a vida prática
ocorrência repetida de um evento antes de outro não constitui prova de causa e efeito (inferência).
Ex.: o Sol nascerá amanhã?
Referências
editar- ↑ VALADARES, 2005
Ver também
editar- GOTTSCHALL, Carlos Antonio Mascia. Do mito ao pensamento científico: A busca da realidade, de Tales a Einstein. São Paulo : Atheneu, 2004.
- VALADARES, Jorge António. Da História da Ciência ao Ensino da Ciência: O Exemplo Clarificador da Construção da Teoria da Relatividade Restrita. Eseñanza de las Ciências, 2005. número extra. VII CONGRESO (disponível em http://ensciencias.uab.es/webblues/www/congres2005/material/comuni_orales/1_ense_ciencias/1_3/Valadares_283.pdf)
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