As embalagens utilizadas para a conservação e transporte de alimentos e bebidas dividem-se principalmente em cinco tipos (Guiné, 1997):
- Vidro. Utilizam-se principalmente para bebidas, frascos de compotas e conservas. Estas embalagens são especialmente seguras uma vez que não originam transferência dos seus elementos constituintes para os alimentos, evitando assim alteração do odor e sabor. Para além desta vantagem, as embalagens de vidro são recicláveis e, pelo facto de serem constituídas por materiais inorgânicos, não contaminam a atmosfera.
- Papel/Cartão. São principalmente utilizadas no fabrico de embalagens que revestem outro tipo de embalagens, não ficando em contacto directo com os alimentos. Este tipo de embalagens também apresenta a vantagem de ser totalmente reciclável.
- Metal. Embalagens utilizadas para conservas, refrigerantes e bebidas alcoólicas carbonatadas. Neste tipo de embalagens pode ocorrer o fenómeno da corrosão e como consequência há transferência dos elementos constituintes dos metais para os alimentos. Tem havido evolução no sentido de diminuir esta situação com a utilização de vernizes alimentares no revestimento interior das embalagens.
- Plástico. Estas são as mais comuns, uma vez que apresentam baixo custo. Neste tipo de embalagens pode ocorrer transferência dos elementos constituintes dos plásticos para os alimentos, uma vez que, os plásticos estão sujeitos a degradações. Óleos, refrigerantes e iogurtes são alguns dos produtos alimentares que são colocados neste tipo de embalagens.
- Multicamada. Embalagens compostas por várias camadas de películas poliméricas, papel e folhas de alumínio. A existência de alumínio tem como função proteger os alimentos da luz e do ar. Estas embalagens apresentam bastantes vantagens, uma vez que depois da sua utilização podem ser comprimidas de forma a reduzir o seu tamanho, podendo ser recicladas ou aproveitadas para fins energéticos.
Segundo Guiné (1997), cerca de 50 % das embalagens produzidas nos países industrializados correspondem a embalagens para bens alimentares. Este facto está relacionado com os hábitos alimentares das pessoas, uma vez que se verifica um elevado consumo de alimentos pré-cozinhados e conservados.
No sector alimentar, as embalagens têm como funções principais proteger e conservar, logo não devem por em causa a segurança e qualidade do produto (Poças, 2003, p. 3). De acordo com Brody (1997, p. 699-700), os alimentos podem degradar-se por quatro razões: bioquímicas, enzimáticas, físicas e microbiológicas. Os alimentos degradados podem perdem o seu valor nutritivo, mudar de cor, sabor, forma e tornar-se tóxicos. A degradação bioquímica resulta da interacção das substâncias químicas dos alimentos por se encontrarem em proximidade umas das outras. A degradação enzimática é a deterioração bioquímica catalisada por enzimas presentes nos alimentos. A degradação física está relacionada, por exemplo, com a perda ou ganho de água ou cor. A degradação mais comum é a degradação microbiológica, com o aumento de bactérias, fungos e leveduras. As bactérias encontram-se presentes em praticamente todos os alimentos, enquanto as leveduras e bolores se encontram em produtos mais doces. As degradações acima referidas quase sempre aumentam com o aumento da temperatura.
Os produtos frescos como, por exemplo, carne, legumes e frutas devem ser consumidos o mais rapidamente possível, devendo ser tomadas medidas de forma a adiar a sua degradação que é bastante rápida à temperatura ambiente ou quando sujeitas a uma temperatura mais elevada. A carne fresca deve ser arrefecida rapidamente a uma temperatura abaixo dos 10 ºC e as embalagens devem ser de cloreto de polivinil (PVC), uma vez que estas são permeáveis ao oxigénio, ao mesmo tempo que retardam a entrada de vapor de água. A temperatura das frutas e vegetais deve ser reduzida abaixo de 4,4 ºC (Brody, 1997, p. 700).
No sector dos lacticínios, as embalagens de leite devem ser de multicamada ou de vidro, embora se use também o polietileno. As embalagens de iogurtes são principalmente de poliestireno (PS). As de iogurte líquido são de polietileno de alta densidade (PEAD) (Ribeiro, 2002, p. 25-26).