O recipiente cilíndrico de tamanho médio é muito útil e apropriado para líquidos e semi-sólidos. A forma baseada no círculo proporciona a força máxima e quando está completamente cheio, pode ser virado e rodado. O desenvolvimento dos produtos químicos e farmacêuticos alargou os mercados para os barris[1] e baldes[2] de aço. Com a procura de tintas, lacas, vernizes, colas, alimentos e outros produtos, a indústria dos recipientes de aço tornou-se um dos maiores utilizadores de chapa de aço laminado a frio (Norment, 2009, p. 375-379).
Os barris variam de 49 a 416 L de capacidade, mas 80 % da produção anual corresponde aos barris de 208 L (55 gal). Mais de 75 % dos novos barris são usados para líquidos e os restantes para produtos viscosos e secos. As seguintes cinco grandes categorias de produtos representam cerca de 70 % do mercado: produtos químicos (35 %); produtos petrolíferos, incluindo lubrificantes (15 %); tintas, revestimentos e solventes (10 %); alimentos e produtos farmacêuticos (5 %); e materiais de limpeza, compostos de limpeza e sabonetes (5 %).
Com a crescente preocupação ambiental, os fabricantes e utilizadores de barris, as empresas de reciclagem e as siderurgias têm desenvolvido programas de recolha, recuperação e reciclagem de barris e baldes de aço usados. O envolvimento da indústria na recuperação dos barris e baldes facilita a decisão dos compradores ou engenheiros de embalagens de seleccionarem o recipiente mais adequado para os produtos da empresa.
Construção de barris e baldes
Os barris de 49 a 416 L e os baldes de 3,8 a 45,4 L são geralmente fabricados a partir de chapas de aço laminadas a frio com uma espessura que varia entre 0,292 mm e 2,4 mm. Materiais como o aço inoxidável, níquel e outras ligas, podem ser usados para aplicações especiais. São constituídos por um corpo cilíndrico com uma solda lateral e uma tampa inferior e superior. A espessura do aço usado nos baldes e pequenos barris de aço, geralmente varia entre 0,3 mm e 0,7 mm. O aço de 0,8 mm a 1,4 mm é usado para barris maiores. Para o transporte de materiais perigosos são utilizados barris de 208 L com 1,0 mm de espessura, enquanto que para materiais não perigosos são usadas espessuras iguais ou inferiores a 0,8 mm. Outros tamanhos populares são os barris de 114 L e 61 L, bem como o barril de 322 L, conhecido como barril de salvados (salvage drum)[3], usado para o transporte de embalagens danificadas ou com fugas e para detritos de acidentes com substâncias perigosas.
O revestimento de protecção interior é usado em apenas 45 % dos novos barris, mas a percentagem pode chegar aos 80 % em barris usados para produtos químicos.
Os avanços tecnológicos e as melhorias na química do aço laminado a frio, qualidade superficial e controlo da espessura têm contribuído para a redução do custo e peso dos barris de aço. Desde a década de 60 que tem havido uma mudança para uma espessura menor do cilindro de aço, com 1,1 mm nas tampas inferior e superior e 0,8 mm na parede (1,1/0,8/1,1).
Estilos
Barris de tampa não removível
Apresentam a sua parte superior e inferior mecanicamente laminada com o corpo em várias camadas. Para exibir a sua estrutura comum é usado um composto não rígido para as suas costuras. Estes barris, apesar de por vezes apresentarem outros tipos de aberturas (e.g. lateral) geralmente utilizam duas aberturas na parte superior para o seu enchimento (51 mm) e ventilação (19 mm).
Barris de tampa removível
Usam um anel de fechamento separado que pode ser trancado e que é responsável pela protecção da tampa superior. São equipados com flanges roscados inseridos mecanicamente, segundo as normas da American National Pipe. As tampas roscadas para inserção nos flanges são feitas de aço ou plástico e quando necessário possuem juntas flexíveis. Nos barris de tampa completamente removível, a parte superior da parede lateral do corpo tem os bordos para fora formando uma ondulação (falso fio) para que a tampa seja ligada por meio de uma junta de material brilhante e um anel de fechamento separado.
Protecção e revestimento
Para resistir à oxidação provocada pela humidade no ar, a maioria dos baldes e barris de aço são fabricados a partir de aço tratado. A quantidade de Compostos Orgânicos Voláteis (COVs) emitidos durante a aplicação do revestimento e da pintura são controlados através de regulamentações ambientais. Para reduzir essas emissões, alguns produtores de baldes e barris de aço recorrem a reactores que incineram os vapores emitidos. Pelo facto dos revestimentos e tintas convencionais conterem solventes orgânicos ou metais pesados, tem havido uma substituição por revestimentos rígidos ou à base de água e por tinta não tóxica.
Para fornecer protecção e decoração adicional são aplicados revestimentos no interior e exterior dos barris:
Interior
Os revestimentos protegem contra os ácidos através de fenólicos e as resinas epóxi contra os alcalinos. Por vezes o revestimento de polietileno flexível ou semi-rígido também é usado de forma a proporcionar a protecção desejada.
Exterior
Os novos recipientes de aço podem ser submetidos a processos de pintura, serigrafia ou litografia com o objectivo de fornecerem acabamentos atractivos e resistentes ou disponibilizar informação do produto e fabricante satisfazendo as necessidades de transporte ou de publicidade. Existem muitas cores para pintura, mas o preto é a cor padrão. Os esmaltes para oferecerem resistência à abrasão exterior, são revestidos a spray ou com rolo, cozidos e curados em estufa.
Normalização
Nos Estados Unidos, a normalização dimensional dos baldes e barris de aço desenvolvida pelo American National Standards Institute (ANSI) é aceite internacionalmente e têm dado muitas vantagens nos sectores de transporte, enchimento, armazenamento e manuseio. Existe normalização para barris com 208 L, 114 L e 61 L de tampa removível e não removível e de 76 L e 19 L para barris de tampa não removível, de assentamento e tampas de baldes de enroscamento. O glossário completo de termos relacionados com a embalagem está presente na norma ANSI. A norma ANSI MH2-1991 encontra-se em revisão com o objectivo de incorporar os requisitos de construção previstos.
Regulamentação
Regulamentos dos EUA
Para o transporte rodoviário de materiais não perigosos, os baldes e barris de aço devem cumprir os requisitados mínimos estabelecidos pelo National Classification Committee (NCC) e para o transporte ferroviário pelo Uniform Classification Committee (UCC). O Department of Transportation (DOT) é responsável pela regulamentação dos produtos perigosos que incluem líquidos, gases e sólidos inflamáveis, materiais radioactivos, materiais corrosivos, alguns poluentes marítimos, resíduos perigosos, agentes oxidantes e peróxidos orgânicos, venenos e explosivos. Para englobar os requisitos de embalagem com as regulamentações internacionais e o desenvolvimento de normas de segurança baseados na performance do recipiente em vez do seu design, foram adoptadas novas regulamentações (HM-181) assentes em recomendações das Nações Unidas para o transporte de produtos perigosos. O embalador e/ou transportador incorre num aumento dos custos do seu seguro caso não cumpra estas regulamentações. Estão autorizados a ser recuperados e reutilizados barris de aço com espessura igual ou superior a 1,0 mm no transporte de materiais perigosos por meio aéreo, terrestre e marítimo. Cabe ao expedidor a responsabilidade de garantir que os recipientes cumprem todos os requisitos mínimos no transporte do material.
De modo a minimizar o risco de vazamento resultante da manutenção normal, transporte, armazenamento e acidentes, a maioria dos baldes e barris de aço são sujeitos a testes de vibração, gota, empilhamento, impermeabilidade e de pressão hidrostática caso seja líquido. A informação do grupo de embalagem, a massa líquida (para sólidos), a pressão de vapor do produto e gravidade específica (para líquidos) deve ser afixada nos barris e baldes pelos embaladores.
Dois exemplos de barris de aço de tampa removível e de tampa não removível que cumprem estes regulamentos seriam:
UN 1A2/Y300/S/94/USA/M1234 1.0
onde UN = United Nations (Nações Unidas); 1 = barril; A = aço; 2 = tampa removível; Y = Grupo de Embalagem II ou III; 300 = carga máxima em kg (massa líquida do sólido + massa do barril); S = sólido; 94 = ano de fabricação; USA (EUA) = país de fabrico; M1234 = número de registo; e 1,0 = espessura, mm.
UN 1A1/Y1.8/230/94/USA/M1234 1.1/.8/1.1
onde UN = United Nations (Nações Unidas); 1 = barril; A = aço; 1 = Tampa não removível; Y = Grupo de Embalagem II ou III; 1.8 = densidade relativa (para a água); 230 = teste de pressão hidrostática, kPa; 94 = ano de fabricação; USA (EUA) = país de fabrico; M1234 = número de registo; e 1.1/.8/1.1 = espessura de topo, corpo e fundo, mm.
Regulamentação Internacional
É baseada em recomendações ou directrizes das Nações unidas (ONU) para o transporte de materiais perigosos. Os membros do seu comité são os responsáveis pela adopção destas directrizes nos seus países tão próximas quanto as originais, apesar de geralmente já fazerem parte da lei de exportação e/ou importação desses países. A Organização da Aviação Civil Internacional (OACI) que fornece instruções técnicas para o transporte seguro de mercadorias perigosas por via aérea e a Organização Marítima Internacional (OMI) com o International Maritime Dangerous Goods Code (Código IMDG) responsável pelo transporte de materiais perigosos por via marítima, também adoptaram estas recomendações.