De acordo com Gonçalves (2010, p. 6), o papel é composto por fibras de celulose de madeira de baixa qualidade e baixo preço. Não existe nenhum factor que permita distinguir de forma rigorosa o papel do cartão. Normalmente, materiais que apresentem espessura inferior a 305 µm são considerados papel (Sikora, 2009, p. 908). As embalagens de papel e cartão apresentam algumas particularidades, como, por exemplo, o facto de serem constituídas por materiais de fácil impressão, serem leves e recicláveis. No entanto, apresentem baixa resistência mecânica (Embalagem, 2006, p. 2).
Existe uma grande variedade de tipos de papel que são utilizados para embalagens com diversas finalidades. Encontram-se disponíveis desde o papel de embrulho simples até ao papel kraft e são distribuídos, normalmente, na forma de rolos. São produzidos a partir de pasta de papel e papel reciclado (Sikora, 2009, p. 908-912).
O papel kraft é um papel grosso com muita resistência.
O papel lixiviado é mais utilizado em embalagens em que a impressão e escrita são mais importantes. As polpas utilizadas para fabricar este tipo de papéis são relativamente brancas, brilhantes e suaves, sendo por vezes adicionados produtos químicos de forma a proporcionar outro tipo de propriedades para as embalagens. É mais fraco que o papel kraft, mas consegue conciliar a boa resistência com a capacidade de impressão. De forma a se tornar mais apelativo este papel pode ser revestido com argila.
O papel sulfurizado é utilizado em conjunto com folhas de alumínio ou com revestimento plástico para embalar gorduras, uma vez que é um tipo de papel muito resistente à água, óleos e altas temperaturas.
As embalagens de papel fabricadas através de papel impermeável e celofane apresentam boa resistência à permeabilidade de líquidos hidrofóbicos. São usadas para invólucros de chocolates e conservas de fruta de alta qualidade. Este papel, quando encerado, é utilizado em embalagens primárias de, por exemplo, batatas fritas, cereais, bolos, café e açúcar.
O papel encerado permite formar embalagens com uma forte barreira à penetração de líquidos e vapores. Este tipo de papel permite fabricar embalagens primárias de baixo custo para alimentos. É um material seguro, insípido, inodoro, inerte e não tóxico.
Os papéis absorventes são utilizados para a absorção de líquidos específicos e têm uma parte importante na indústria das embalagens. Devem ser porosos e ter modificações na superfície que lhes dê afinidade para os líquidos a que se destinam. Quando o liquido é aquoso, devem ter um nível definido de retenção de água. Esta classe de papéis é utilizada nos sectores industriais de embalagem de alimentos frescos até aos de embalagem de produtos industriais.
O papel revestido é uma base para misturas aquosas de argila e/ou outros pigmentos minerais com polímeros naturais ou sintéticos que servem de ligantes. Este tipo de papel é utilizado para rótulos, sacos multifolhas e é combinável com outros materiais em estruturas compostas. São papéis impermeáveis e resistentes a alcalóides, evitando que os rótulos se soltem nas máquinas de lavar. As embalagens de papel revestido são usadas para embrulhar chocolates, cigarros e sabão.
Os falsos tecidos são utilizados como substitutos de têxteis, e são feitos inteira ou parcialmente de fibras celulósicas. Diferenciam-se do papel clássico, que é formado em água e consolidado com inter-ligações de hidrogénio, por incluírem polímeros e processos distintos. Começa a ser utilizado nas áreas da saúde, agro-alimentares e produtos domésticos, entre outros.