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Um fusível é um dispositivo de segurança constituído por um fio condutor homogéneo (Matias et al., 2000, p. 11, 13-14 e 17).

Figura 1. Fusível de rolha

O fusível tem como função, suportar a corrente, interrompendo o circuito por fusão ou volatilização (Efeito de Joule), quando a corrente que o percorre transcende o valor da sua intensidade nominal. O fusível funde tanto ou mais depressa, quanto maior for a intensidade da corrente.


Tipos de fusíveis

Quando estamos perante casos de baixa tensão:

  • Fusíveis de rolha (rolo) - Utilizados em instalações de menor importância, em que as intensidades de correntes são baixas (Figura 1).
  • Fusíveis de ficha (Gardy) - Os fusíveis de ficha têm as mesmas aplicações que os fusíveis de rolha. Este tipo de fusível decompõe-se em três peças: a base de porcelana, os alvéolos e a ficha com o fusível.
  • Fusíveis de cartucho (Alto Poder de Corte, A.P.C.) - Possuem um elevado poder de corte de forma a poderem ser utilizados em inúmeras aplicações, em que outros não podem ser aplicados.


Características dos fusíveis

As principais características dos fusíveis são:

  • Intensidade nominal ou calibre – Intensidade de corrente máxima que o fusível consegue suportar, permanentemente, sem fundir.
  • Curva intensidade de fusão-tempo de fusão – Curva que relaciona os valores da intensidade à qual o fusível funde, com o tempo que o fusível demora a fundir.
  • Poder de corte – É a maior intensidade de corrente, que o fusível é capaz de interromper, sem que se destrua o invólucro do elemento fusível. Por exemplo, no caso dos fusíveis de cartucho, a intensidade de corrente pode ir até um máximo de 100 kA.
  • Tensão nominal – Tensão que serve de base ao dimensionamento do fusível, do ponto de vista de isolamento eléctrico.
  • Tensão de serviço – Tensão que realmente existe no ponto do circuito, onde o fusível está instalado. A tensão nominal do fusível não deve ser inferior à tensão de serviço.


Selectividade entre fusíveis

Quando, por meio dos fusíveis, se pretende proteger uma instalação com vários circuitos derivados, é possível garantir uma certa selectividade, desde que as intensidades nominais dos fusíveis sejam convenientemente escolhidas.

O sistema de protecção deve actuar somente na parte do circuito, onde houve um aumento de corrente, ou seja, deve apenas ser fundido o fusível que se encontra situado na zona do problema, de modo a que o outro circuito parcial não deixe de ser alimentado.

Para a escolha do fusível, de acordo com as características dos circuitos a proteger, deve-se proceder à análise das respectivas curvas de intensidade de fusão – tempo de fusão, de modo a verificar se há ou não selectividade para determinados valores de corrente.

Em geral, quando estamos na presença de sobrecargas, é apenas necessário que a intensidade de funcionamento do fusível a montante seja maior do que a do situado a jusante. Quando se trata de curto-circuitos, a situação é mais complicada, porque o fusível a montante alimenta outras derivações, encontrando-se a temperatura superior. Por isso, o seu tempo de actuação face ao defeito, irá depender de vários factores, como: valor da corrente do curto-circuito, correntes pedidas pelas várias derivações e dos tipos de fusíveis.

Quando se trata de fusíveis do mesmo tipo, em geral, pode-se dizer que há selectividade entre dois fusíveis em série no circuito, se a intensidade nominal do fusível a montante, for pelo menos tripla da do fusível a jusante.