A mandioca pertence à família das euforbiáceas. É a mesma família a qual pertencem árvores como a seringueira e a mamona, que se caracterizam por desprender abundante seiva quando são submetidas a lesões superficiais. A mandioca é uma planta tropical, natural do continente americano, mas que se espalhou por outros continentes pela ação humana. Também se adapta a regiões subtropicais, mas exige temperatura superior a quinze graus centígrados[1]. Atualmente, o maior produtor mundial é a Nigéria.

Mapa mostrando o cultivo da mandioca no mundo. Em verde, o maior produtor mundial: a Nigéria.
A seringueira (Hevea sp.) também pertence à família das euforbiáceas

Existem duas espécies utilizadas na alimentação humana: a mandioca-brava (Manihot esculenta), cujas raízes venenosas podem ser convertidas em farinha comestível através do processo adequado e a mandioca-doce (Manihot utilissima), cujas raízes podem ser consumidas fritas ou cozidas e as folhas, cozidas. Externamente, as duas espécies são indistinguíveis. Só as diferencia o gosto amargo da mandioca-brava, decorrente da alta concentração de ácido cianídrico. Evolutivamente, a presença do ácido cianídrico é explicada como uma forma de defesa da planta contra o ataque de animais. A propagação da planta se dá pelo plantio de um pedaço do caule, o qual gera uma nova planta.

Mandioca (Manihot esculenta)
Desenho mostrando a localização do tubérculo na planta
Novas espécies de mandioca que estão sendo desenvolvidas no Brasil

A mandioca era o principal gênero agrícola cultivado pelos índios brasileiros antes da chegada dos portugueses. Para seu plantio, os indígenas utilizavam-se do método da coivara, ou queimada, que consistia em limpar um trecho de mata através do fogo, o que resultava num terreno aberto e adubado com as cinzas da mata queimada. Porém tal técnica somente permitia algumas poucas colheitas, após as quais o solo se exauria, exigindo a repetição do processo em outro trecho de mata virgem. Curiosamente, o cultivo da mandioca era deixado a cargo das mulheres. Os homens somente se encarregavam da queimada e da limpeza do terreno, que eram atividades que exigiam maior esforço físico. Os índios também acreditavam que a mandioca ou outro qualquer alimentado plantado somente daria boas colheitas se as mulheres efetuassem o plantio, devido a uma suposta propriedade fertilizadora possuída pelas mulheres.

Queimada

Segundo uma lenda indígena pareci, a planta da mandioca surgiu quando uma menina, desgostosa de ser discriminada por seu pai por ser mulher, decidiu ser útil a sua família de outra forma. Pediu para ser enterrada viva e, no lugar onde foi enterrada, nasceu uma planta de mandioca. Quando as pessoas escavaram a terra e acharam as raízes da planta, observaram que tinham o mesmo formato da menina enterrada viva e que eram muito boas para se comer e fazer farinha[2].

Menina índia da etnia terena

Referências

  1. http://www.ceplac.gov.br/radar/mandioca.htm
  2. SILVA, A. C. (org.) Lendas do índio brasileiro. Rio de Janeiro: Tecnoprint. p. 27