Marcas nas fotografias de Werner Haberkorn/Vista parcial do Vale do Anhangabaú. São Paulo-SP 37

Vista parcial do Vale do Anhangabaú. São Paulo/SP (metadados).

Lista de marcas identificadas editar

  • CICA
  • Cosmopolita
  • Goomtex

Pesquisa sobre marcas editar

Companhia Industrial de Conservas Alimentícias (CICA) editar

 
Molho de tomate Elefante, antigamente, produto da CICA - passou para a Cargill

A Companhia Industrial de Conservas Alimentícias, popularmente denominada CICA, foi a maior multiprodutora agrícola brasileira, reconhecida principalmente pela marca de atomatados Elefante. O slogan famoso da empresa era: "Se a marca é CICA,bons produtos indica". A empresa foi fundada em 1941, na cidade de Jundiaí, em São Paulo, como resultado da associação do banqueiro Alberto Bonfiglioli com as famílias Messina, Guerrazzi, Guzzo entre outras. O intuito da criação da empresa foi a produção de alimentos característicos da Itália, necessidade constatada por seus fundadores, que como os sobrenomes sugerem, eram imigrantes italianos. A proximidade da empresa com a rodovia Anhanguera (Via Anhanguera), duplicada em 1948, foi um fator que impulsionou o desenvolvimento e a logística na região, estando de acordo com a nova ordem de fazer a distribuição dos produtos por rodovias substituindo o transporte ferroviário.

 
Selo da CICA no molho Pomodoro

Na década de 1970, a CICA produzia marmeladas e goiabadas na filial localizada na cidade de Delfim Moreira, no Sul de Minas Gerais. Em 1992 a CICA fechou seu complexo industrial em Presidente Prudente interior de São Paulo e em 1993, a empresa foi adquirida em janeiro de 1993 pela Unilever, então Gessy Lever. A fábrica de Jundiaí foi fechada em 1998 e hoje parte da antiga fábrica é uma loja de materiais de construção, já a marca CICA foi extinta em 2003, mas ainda é possível encontrar Polpa de Tomate Pomodoro, com a marca CICA nos supermercados até hoje. Atualmente a maioria dos seus produtos possuem um selo da Cargill.

Até o momento, o remanescente industrial da CICA está sem uso, ocupando considerável espaço intransponível e sem atividades, impedindo a dinâmica do tecido urbano de Jundiaí (o que traz prejuízos sociais e financeiros). A região na qual indústria se localizava ficou conhecida como Jardim Cica, no bairro Vianelo Bonfiglioli (Junção da região Bonfliglioli com Vianelo, cada uma em uma "ponta" do bairro), graças à importância histórica e econômica da atuação da família na cidade. Este é um fator que serviu como objeto de estudo no 4° seminário Ibero- Americano de Arquitetura e Documentação, em 2015.

Referências

PEREIRA, Eduardo Carlos. Novos usos para grandes áreas industriais: patrimônio histórico e contexto contemporâneo. In: Seminário Ibero-americano, 4., 2015, Belo Horizonte. Patrimônio... Jundiaí: [s.n.], 2015. p. 1-27. Disponível em: <http://www.forumpatrimonio.com.br/arqdoc2015/artigos/pdf/89.pdf>. Acesso em: 25 de setembro de 2018.

Cosmopolita editar

A marca Cosmopolita foi fundada em meados do século XIX pela Metalúrgica Paulista S/A e era uma fábrica especializada na fabricação de fogões e aquecedores a gás.

Referências

http://propmark.com.br/mercado/superbid-leiloa-marca-de-fogoes-cosmopolita

Goomtex editar

Fundada pelo filantropo, empresário e industrial brasileiro David Zeiger, a marca baseava-se na fabricação de capas de chuva e abrigos, sendo localizada sua sede em São Paulo, pela Rua José Paulino. Suas produções variavam de sobretudos de lã até capas para finalidades agrícolas com o lema de "A capa que veste o Brasil". Se integrou a marca Pull-Sport nos anos 60, marca de malharias pertencente a mulher de David, Mila Zeiger.

Referências

Junta Comercial: Pesquisa de Empresas

AVID Zeiger. 2017. Disponível em

<https://pt.wikipedia.org/wiki/David_Zeiger>. Acesso em: 18 set. 2018

MILA Zeiger. 2017. Disponível em

<https://pt.wikipedia.org/wiki/Mila_Zeiger>. Acesso em: 18 set. 2018.

ZEIGER, Sergio. David Zeiger - Goomtex. Disponível em

<http://sergiozeiger.wixsite.com/david-zeiger>. Acesso em: 18 set. 2018.

Comentários sobre a fotografia editar

Werner Haberkorn registra a imagem se posicionando ao meio de avenidas, podendo então ter uma visão ampla de dois lados diferentes, e essas com seus ornamentos que compõe a fotografia em suas extremidades, não podendo deixar de registrar a ponte que os interliga. O mesmo registro soa como uma espécie de memória do Vale do Anhangabaú advinda do modo em que seu autor a "demarca": Sem um devido chão de apoio, e com uma leve alteração para o horizonte vigente por trás da ponte.

Levando em conta de que seus registros foram feitos dentre 1940 e 1950, conseguimos identificar também em suas intenções a vontade de destacar a verticalização de suas fotografias, o desenvolvimento automobilístico (o mesmo se deu o trabalho de confortar as avenidas na fotografia, pegando até mesmo carros em sua plena movimentação) e o andamento da urbanização da capital de São Paulo pelo século XX já que prédios comerciais e residenciais se mesclam na composição da paisagem (uma disputa por território que parecia cada vez mais acirrada com o aceleramento da indústria e circulação assídua do capital), um sinal claro de modernização e de uma nova arquitetura advinda de outros países. Um avanço das tecnologias que, até então, andam pareadas a arte, um avanço para a época juntamente dos outros elementos.