A erva-mate (Ilex paraguariensis) é uma árvore nativa da região de clima subtropical da América do Sul: nordeste da Argentina, sudeste do Paraguai e sul do Brasil. Em estado natural, chega a atingir doze metros de altura, porém, quando cultivada, é podada de modo a não ultrapassar os três metros, o que facilita a colheita das folhas. O aspecto geral da planta é o de uma laranjeira (Citrus x sinensis)[1]. Em estado natural, ocorre normalmente associada a espécies como a araucária (Araucaria angustifolia), o pinheiro-bravo (Podocarpus) e a embuia (Ocotea)[2], crescendo geralmente na sombra formada por estas árvores: a erva-mate é uma árvore que aprecia áreas sombreadas. É uma árvore típica da floresta de araucárias, a vegetação das regiões elevadas da Região Sul do Brasil[3].

Erva-mate

A colheita das folhas ocorre de dois em dois anos[4]. Recomenda-se não retirar mais de setenta por cento das folhas de cada árvore. As folhas mais jovens são as mais valorizadas. A colheita deve ser realizada nas primeiras horas de sol, devendo-se evitar a colheira com as folhas molhadas pelo sereno[5]. Em climas mais quentes, as folhas da erva tendem a adquirir um sabor mais amargo.

Plantação de erva-mate na província argentina de Misiones

A erva-mate pertence à família das aquifoliáceas. Possui folhas de formato arredondado, pequenas flores brancas e pequenos frutos esféricos de cor verde ou vermelha contendo quatro sementes envolvidas por uma casca rígida. Os frutos são muito apreciados pelos pássaros, os quais contribuem para a dispersão das plantas através da defecação das sementes[6]. Para o preparo da bebida, são utilizados os talos e as folhas. As sementes possuem um grande período de dormência. Por isso, para a propagação da espécie, são utilizadas principalmente mudas obtidas a partir de ramos.

Além da Ilex paraguariensis, também chamada erva-mate argentina, também podem ser utilizadas no preparo da bebida as espécies Ilex angustifolia ou erva-mate periquita e Ilex amara ou erva-mate crioula.

A erva-mate pode ser cultivada juntamente com outras culturas em faixas intercaladas, para melhor aproveitamento do espaço, menor incidência de pragas, menor necessidade de defensivos agrícolas e maior sombreamento. O cultivo da erva é uma prática que se iniciou a partir da década de 1970, quando o aumento do preço justificou a sua monocultura, substituindo a prática extrativista então dominante.

Ao mesmo tempo, porém, a monocultura propiciou o surgimento de várias pragas até então pouco observadas nos ervais nativos, a principal das quais sendo a broca-da-erva-mate (Hedypathes betulinus), que é uma larva de besouro que se desenvolve dentro dos troncos, galhos e raízes da erva, dificultando a circulação da seiva e ocasionando queda de folhas, secagem dos galhos e, eventualmente, a morte da planta. Esse besouro também é conhecido como "corintiano", em virtude de sua coloração preta e branca, que lembra o uniforme da equipe brasileira de futebol do Corinthians[7].

Uma espécie do mesmo gênero botânico da erva-mate, a Ilex vomitoria, era usada pelos índios do atual sudeste dos Estados Unidos para se fabricar um chá de efeitos purificadores: a "bebida negra" ou yaupon.

Referências