No início da era cristã, os guaranis atingiram o território paraguaio, procedentes do sul da Amazônia. Uma vez instalados, eles passaram a sofrer o constante assédio dos paiaguás, ao norte e dos charruas, ao sul. Nesse contexto, os espanhóis chegaram à região no século XVI. Inicialmente, com a expedição liderada pelo português Aleixo Garcia, em 1525, quando os espanhóis, aliados a milhares de índios carijós, partiram a pé do Porto de Patos, no atual litoral do estado de Santa Catarina, no Brasil, atravessaram o Paraguai e saquearam os postos incas localizados nas proximidades da moderna cidade de Sucre, na Bolívia. Porém, quando retornavam ao Porto de Patos, a expedição foi atacada pelos índios paiaguás e boa parte da expedição, incluindo Garcia, foi morta.[1]

Encontro de líderes guaranis em 2007
Busto de Sebastião Caboto na cidade argentina de Corrientes
Estátua de Pedro de Mendoza, fundador da cidade de Buenos Aires, em Buenos Aires, na Argentina
Estátua de Juan de Salazar, fundador de Assunção, em Assunção
Gravura de 1715 mostrando Potosí e sua montanha de prata

Em 1526, o navegador italiano Sebastião Caboto, sabendo da expedição de Garcia, aventurou-se pelo Rio da Prata, explorando o Paraguai e o norte da Argentina. Em 1536, Juan de Ayolas e Domingos Martínez de Irala, procedentes da recém-fundada cidade de Buenos Aires, percorreram o Rio Paraguai em busca do caminho até o Peru. Ayolas desembarcou e percorreu a pé a região do Chaco, deixando Irala nos navios, porém nunca mais se teve notícias de Ayolas e seus homens. O governador de Buenos Aires, Pedro de Mendoza, enviou mais dois de seus homens, Juan de Salazar de Espinosa e Gonzalo de Mendoza, para procurar Ayolas e Irala. Espinosa e Mendoza subiram o rio Paraguai e, em 15 de agosto de 1537, dia em que os católicos comemoram a ascensão de Maria, começaram a construir o Forte de Assunção em um local do rio que era um bom ancoradouro. Foi o início da cidade de Assunção, que se tornaria a capital do país. Espinosa e Mendoza continuaram a subir o Rio Paraguai e se encontraram com Irala. Os três continuaram a procurar Ayolas, sem sucesso.

O Forte de Assunção prosperou, tornando-se ponto de passagem obrigatório para a prata que era transportada das minas de Potosí, na Bolívia, para a Espanha, via Rio da Prata. No século XVII, os jesuítas começaram a construir, no Paraguai, as suas missões ou reduções: aldeamentos de índios catequizados. No século seguinte, porém, os jesuítas foram expulsos pelo governo espanhol, temeroso de seu poder. Sem os jesuítas, que eram sua elite dirigente, as missões entraram em decadência. O Paraguai tornou-se independente da Espanha em 15 de maio de 1811, num movimento que teve como principal ideólogo Gaspar Rodríguez de Francia. A princípio, o país passou a ser governado por uma junta que encabeçava um governo republicano, porém Francia acabou por assumir o cargo de ditador temporário do país em 1814. Dois anos depois, assumiu o título de ditador perpétuo do país.

Francia procurou manter o Paraguai isolado do resto do mundo, buscando assegurar a independência paraguaia e sua soberania diante das nações estrangeiras. Usou do terror para calar qualquer forma de oposição interna. Após sua morte, em 1840, assumiu o poder uma junta provisória. Logo em seguida, porém, o poder voltou a se concentrar nas mãos de um ditador: o sobrinho de Francia, Carlos Antonio López. López iniciou a industrialização do país. Em 1862, com a morte de Carlos López, o seu filho, Francisco Solano López, assumiu o poder. Iniciou, em 1865, uma guerra expansionista contra o Brasil, a Argentina e o Uruguai, visando a obter uma saída direta para o mar.

A chamada Guerra da Tríplice Aliança (também chamada Guerra do Paraguai) terminou em 1870, com o Paraguai derrotado e arrasado. O país se envolveu em outra guerra em 1932: a Guerra do Chaco, contra a Bolívia. Desta vez, o país saiu vitorioso, em 1935, conseguindo ampliar seu território na região do Chaco. Aconteceram, então, golpes militares sucessivos, até que, em 1954, o general Alfredo Stroessner conquistou o poder, inaugurando uma ditadura que só terminaria em 1989. Durante a ditadura de Stroessner, o Paraguai construiu, juntamente com o Brasil, a ponte da Amizade, em 1965, ligando a cidade paraguaia de Puerto Stroessner à cidade brasileira de Foz do Iguaçu e a Usina Hidrelétrica de Itaipu, na época a maior usina hidrelétrica do mundo, inaugurada em 5 de novembro de 1982[2]. A usina de Itaipu ocasionou o fim da famosa Corredeira de Sete Quedas e formou um imenso lago.

Os agricultores brasileiros que tiveram suas terras inundadas pelo lago formado com a usina receberam indenizações do governo brasileiro. Grande parte desses agricultores optou por utilizar o dinheiro das indenizações para comprar terras no Paraguai, que eram mais baratas que no Brasil e começaram a plantar soja. Isto ocasionou um aumento da população de origem brasileira no Paraguai, especialmente perto da fronteira. São os chamados "brasiguaios". Como eles são fisicamente e culturalmente diferentes dos paraguaios, pois são descendentes de imigrantes alemães, italianos e eslavos e falam português e possuem as melhores terras, eles começam a ser hostilizados pela população local, que teme a perda da identidade cultural do país. Em 1989, o ditador Alfredo Stroessner foi deposto pelos militares, que promoveram a redemocratização do país[3].

Em 1998, a Usina Hidrelétrica de Yacyretá, na fronteira entre Paraguai e Argentina, entrou em funcionamento integral pela primeira vez. Em 2008, o ex-bispo católico Fernando Lugo foi eleito presidente, quebrando a hegemonia do conservador Partido Colorado. Porém, em junho de 2012, Lugo foi deposto pelo congresso paraguaio, acusado de ser responsável por conflitos no campo. A pouca oportunidade de defesa conferida a Lugo motivou a suspensão temporária do país no Mercosul, sob o argumento de que o afastamento de Lugo foi um processo que feriu os princípios democráticos do bloco[4].

Referências