Perícia Grafotécnica/Fase Inicial
Fase Inicial
Editou-se em Capri, em 1622, o primeiro livro sobre a matéria. O autor, Camilo Baldi, médico de Bolonha, deu-lhe o título de "Trattado come da una lettera missiva se conoscono la natura e qualitá dello scrittore" (Tratado sobre como, através de uma carta, chega-se ao conhecimento da natureza e das qualidades do autor). Outro médico, na própria Itália, Marco Aurélio Severiano (1580-1656), professor de anatomia e de cirurgia da Universidade de Nápoles, escreveu "Adivinhador ou Tratado de adivinhação epistolar", livro em que procurava associar escrita e personalidade do indivíduo. Por volta de 1755, encontra-se Lavater, filósofo suíço, amigo de Goethe, que lhe estimulava as investigações. Preocupado com o conhecimento do caráter, estudou problemas das analogias entre expressões da linguagem e a expressão da escrita, de outro. Dedicou extensos capítulos de sua obra a esses problemas. Também colecionou autógrafos procurando, assim dizia, preparar material de escrita para que mais tarde fosse utilizado.
Albrech Erlenmeyer, médico e diretor de hospital psiquiátrico, em 1879 publicou "A escrita: caracteres principais de sua psicologia e de sua patologia" e T. Wilhelm Preyer, pediatra e fisiologista da Universidade de Iena, em 1895 "Contribuição à psicologia da escrita". E esses títulos aludem ao fato de que, na Alemanha, a Grafologia procurava apoiar-se na psicologia científica. Quanto ao tipo de grafologia, chineses, Lavater e, como este Goethe, Poe, Madame de Stael, Leiviniz e outros poetas, literatos, filósofos e artistas, nos séculos XVIII e XIX, consideravam a grafia segundo a impressão que esta, em seu todo, neles produzia. Não relacionavam essa impressão com elementos da escrita: faziam o que se diz uma grafologia intuitiva. Baldi, entretanto, iniciara a prática da análise da escrita, procurando conhecer o indivíduo com base nos elementos da mesma. Seu trabalho influenciaria, no fim do século passado, o de Michon e o de Crépieux-Jamin, que fundaram a escola francesa. Foi nesta que a escola alemã se baseou. Ainda a escola francesa foi o ponto de partida da grafologia científica, no dizer de Pulver.