Português/Termos essenciais/Sujeito

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O sujeito, numa oração, é o ser que pratica a ação ou corresponde a determinado estado. É um dos dois termos essenciais da oração. Veja a análise sintática das frases:

O menino usa boné.
  • Ação (verbo): usa
  • Causa da ação (sujeito): o menino
O menino é genial.
  • Estado (predicativo): é genial
  • Correspondente de estado (sujeito): o menino

Fazendo as perguntas quem?/o quê? faz a ação ou corresponde ao estado, descobre-se o sujeito: quem usa boné? - o menino; quem é genial? - o menino.

Constituição

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O sujeito é representado por um substantivo (nome), ou ainda por uma palavra ou expressão substantivada. Abaixo alguns exemplos.

  • Tu és divina e graciosa.
  • Ana e Lúcia são crianças.
  • (Tu) Foste a sonoridade que acabou. (sujeito oculto)
  • Morrer pela pátria é glorioso.
  • Vossa Santidade é um exemplo de bondade.
  • Eles acalmaram-se.
  • A bandeira é o símbolo da pátria

Núcleo

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Núcleo é a palavra mais significativa e importante do sujeito; é o centro do termo, ao redor do qual podem existir outras palavras. Essas palavras, as que estão ao redor do sujeito, são os termos acessórios, que podem ser adjuntos adnominais ou apostos.

O núcleo do sujeito pode ser representado por palavras que têm função substantiva, são elas:

  • Substantivo
    O ventilador de Ricardo foi ao conserto. (núcleo do sujeito: ventilador)
  • Pronome substantivo
    Ele foi passear no parque. (núcleo do sujeito: ele)
  • Numeral substantivo
    Um é pouco. (núcleo do sujeito: um)
  • Palavra substantivada
    O amar é belo. (núcleo do sujeito: amar)

O sujeito ainda pode ser representado por uma oração subordinada substantiva subjetiva:

É necessário que você me ajude. (sujeito: que você me ajude)

Classificação

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Em língua portuguesa, o sujeito pode ser classificado por:

Composição

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  • Simples: quando o sujeito da oração possui somente um núcleo
O ventilador pifou.
  • Composto: quando o sujeito possui mais de um núcleo
Pink Floyd e Super-tramp são ótimos conjuntos musicais.
Maria e João riam.
Assim, quando é possível identificar que existe um sujeito e é possível identificar quem é esse sujeito, este se classifica como sujeito determinado.
Observações: É comum que confunda-se um sujeito simples no plural com um sujeito composto. O fato de o núcleo estar no plural não o faz ser "mais que um". Exemplos:
  • Carros poluem a atmosfera.
No exemplo acima, carro não deve ser interpretado como mais de um núcleo (mais de um carro, carro e carro), ele é apenas uma palavra principal (ou expressão), portanto um só núcleo.

Determinação

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  • Expresso (ou determinado): aquele que está óbvio, claro, identificável presente na oração
O macaco faz poses para as fotos.
  • Oculto (elíptico ou desinencial): quando o sujeito não foi deixado explícito (está implícito), mas pode ser deduzido a partir do contexto (observa-se o verbo), por isso, também chamado de sujeito determinado implícito na desinência verbal.
Viajaste anteontem. → o verbo viajaste está conjugado na 2ª pessoa do singular (tu), este é o sujeito oculto.
Sou inteligente. → o sujeito da oração está pode ser deduzido a partir do verbo sou (o sujeito é eu).
  • Indeterminado: quando o agente da ação verbal não é indicado.
Roubaram um banco. [Não sabe-se quem o roubou]
Almoça-se bem no porão.
Observações: Sujeito indeterminado e oculto são classificações distintas; não devem ser confundidas.
Portanto, quando através do contexto da oração é possível identificar que existe um sujeito, porém não se pode identificar quem é esse sujeito, nem quantos são, o sujeito chama-se indeterminado.

Indeterminação

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Existem três formas de indicar-se a indeterminação do sujeito:

  • Quando o verbo é utilizado na 3ª pessoa do plural (eles), não havendo indicação a nenhum agente que tenha sido citado em orações anteriores (nestes casos, o sujeito pode ser indeterminado e oculto ao mesmo tempo):
Eles cometeram um crime. → analisando a oração não sabe-se quem praticou a ação (não se sabe quem são eles);
  • Com verbo ativo na 3ª pessoa do singular (verbo transitivo indireto, intransitivo, de ligação e transitivo direto com objeto direto preposicionado, junto ao índice de indeterminação do sujeito se, quando puder ser substituida pelo pronome eles:
Em Roraima vive-se com saúde.eles vivem com saúde;
É bom ler um livro sobre a cultura do povo amazónio/amazônio.

Classificação quanto à voz verbal

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O sujeito ainda pode ser classificado de acordo a voz verbal:

  • Sujeito agente: aquele que pratica a ação verbal (voz ativa).
O carpinteiro serra a madeira.
  • Sujeito paciente: aquele que sofre a ação verbal (voz passiva).
A madeira é serrada pelo carpinteiro.
  • Sujeito agente e paciente: aquele que pratica e ao mesmo tempo sofre a ação verbal (voz reflexiva).
O menino se machucou com a faca.
Observações:
  • Quando o predicado é nominal, não existe voz verbal já que o predicado nominal não indica uma ação, mas sim um estado ou uma qualidade; assim, o sujeito de um predicado nominal não pode ser classificado como agente, paciente ou agente-paciente.
  • Embora seja mais comum que o sujeito venha antes do predicado, em algumas orações ele acaba por vir após o verbo.

Orações sem sujeito, sujeito inexistente ou sujeito zero

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Existem palavras com uma estrutura que contam somente com o predicado, sem sujeito. Nestes casos, os verbos chamam-se impessoais e são flexionados na 3ª pessoa do singular.

Nas orações sem sujeito, o verbo impessoal substitui o sujeito, fazendo com que a frase tenha sentido completo apenas com o predicado. São verbos impessoais:

  • fazer, passar, estar e ser, numa referência ao tempo:
Era a hora do jantar.
Fazia calor de matar.
  • fenômenos meteorológicos, quando usados em sentido literal: chover, gear, amanhecer, ventar, etc:
Nevou forte.
Amanheceu tarde.
Observações: Quando usados de forma figurada, passam a ter sujeito:
  • (Ele) Trovejava de raiva.
  • Amanheci. Enchi-me de luz.
  • haver quando empregado nos sentidos de existir, realizar-se, acontecer, decorrer:
Houve algo de anormal?
Onde houvesse festas e danças, ali se achava ele.