Príncipe Regente Dom Pedro e Jorge de Avilez a Bordo da Fragata União

A obra de Oscar Pereira da Silva, de 1922, tem entre 315, 330 cm de altura, por 262, 277 cm de largura, trata-se de uma pintura em óleo sobre tela. Nela estão representados militares fardados, marinheiros e civis a bordo de uma fragata, espécie de navio de guerra.

A pintura evidencia a parte central do convés, e, é como se o pintor fosse integrante do evento. Neste espaço estão reproduzidos um grupo de pessoas, entre elas, Dom Pedro e Jorge Avilez. Dom Pedro é branco, de bigode e veste uniforme militar. O paletó é azul marinho com ombreiras de franjas douradas, o colarinho está em pé e cobre o pescoço, é todo detalhado em dourado junto ao abotoamento contornando o casaco, nos punhos também apresentam um contorno em dourado e vermelho. À direita do paletó estão fixadas algumas insígnias e por baixo dele uma camisa branca, na região dos quadris uma faixa vermelha na diagonal. Veste calça branca e botas de cano longo pretas e, ao lado direito do corpo está uma bainha portando um sabre dourado, uma espada de lâmina pontuda. Na cabeça usa chapéu triangular azul marinho, adereçado em dourado e branco. Ele está à direita de um canhão direcionado para o mar, que está no centro da imagem, sobre um suporte com rodas e corda naval grossa, uma das mãos o toca, enquanto a outra aponta no mesmo sentido à uma outra fragata mais distante.

Entre este canhão e, um outro à esquerda, está Jorge Avilez, homem branco de costeletas grossas e grisalhas, veste farda com chapéu semelhante à de Dom Pedro com menos medalhas do lado direito do paletó, usa camiseta branca de gola alta, com um lenço vermelho em torno do pescoço, a faixa dos quadris é azul e do lado esquerdo um pendente dourado. A mão segura um sabre que toca o solo. Atrás dele estão posicionados outros quatro militares fardados, atentos à Dom Pedro, todos com chapéus, o mais próximo está de braços cruzados com farda menos detalhada, já o penúltimo tem o paletó verde-escuro. À direita deles está, num suporte, um outro canhão posicionado igualmente ao canhão central, ao lado um marinheiro de pele parda, usa um uniforme azul marinho folgado, a camisa com duas listras amarelas e colarinho largo até os ombros, e, boina. Nas mãos algo semelhante à um esfregão. À frente e a direita de Jorge Aviles há um leme de madeira que faz sombra no solo do convés, que é de placas de madeira justapostas.

Próximo ao observador estão representados dois marinheiros uniformizados e com boinas, um está de costas, olhando em direção à Dom Pedro, num alçapão, em pé sobre uma escada que acessa o subsolo da fragata, mostrando somente meio corpo. Ele é pardo de barba rala, segura com as mãos um emaranhado de cordas grossas e longas, que vem da esquerda da imagem entremeadas por grilhões, uma dá uma volta no pescoço e repousa várias dobras sobre seu ombro esquerdo. O segundo marinheiro é pardo e tem bigode, está em pé, com o corpo flexionado à frente e voltado para o outro, puxando outra corda com as duas mãos. O alçapão está sinalizado por uma corda, fixada em hastes de metal.

Do lado esquerdo da imagem, atrás de Dom Pedro está o mastro da fragata, ele é elevado, cilíndrico e dourado, acima dele está uma haste metálica dourada que envolve o mastro, de cima para baixo saem cordas trançadas como escadas que chegam ao solo do convés. Em torno do mastro está um tapete azulado onde há pelo menos 20 pessoas com trajes civis, tipo: paletó, camisa, gravata, meias brancas, sapatos pretos e cartola e outros militares fardados. Num segundo plano, posterior em relação ao mastro, estão hasteadas num varão de madeira as velas das fragatas, de tecido branco-amarelado, seguindo nesta direção está suspenso por hastes metálicas e cordas, um barco pequeno de madeira, na cor azul clara. O céu é azul com nuvens leves e ao fundo, ao lado direito da fragata indicada por Dom Pedro estão o Pão de Açúcar e a Baía de Guanabara.