Psicologia/Psicofisiologia
Psicofisiologia é o campo de estudos no qual se deve efetuar uma colaboração dos métodos próprios e da terminologia da fisiologia, como ciência analítica das funções e da psicologia como ciência ou comportamento global dos organismos, assim definiu essa interdisciplina o autor do dicionário de psicologia Henri Pieron.
A essa vertente ou interpretação poderemos acrescentar as precursoras (escrito em 1895), apesar de póstumas publicações, do projeto de uma psicologia para neurólogos de Sigmund Freud (1856 —1939) onde propôs uma relação entre o que denominou “Aparelho Psíquico” e o Sistema Nervoso. Naturalmente incluindo nessa concepção os precursores estudos dos órgãos dos sentidos desenvolvidos por Gustav Theodor Fechner (1801 —1887) e Ernst Heinrich Weber (1795-1878) e os distintos resultados teóricos que assumiu no seguimento dado à tal concepção de ciência por Wilhelm Maximilian Wundt (1832 —1920) e Willliam James (1842 –1910).
Um caminho paralelo pode ser traçado se considerarmos as contribuições de Ivan Petrovich Pavlov (1849 —1936) e seus seguidores. Pavlov foi um fisiólogo russo, prêmio Nobel de medicina em 1904 e autor da clássica teoria dos reflexos condicionados principal fundamento da moderna psicologia fisiológica. Estudos que apontem a unidade e divergência entre tais concepções ainda está para ser realizado pelos historiadores que buscam a unidade da psicologia.
Mente X Comportamento
Uma nítida distinção nesse campo de estudo é a relevância que se dá aos processos cognitivos ou funções mentais superiores, tomando empréstimo à expressão de Pavlov, e ao comportamento e/ou os índices fisiológicos sinalizadores dos sistemas motivacionais reguladores ou não – reguladores do comportamento dos organismos. O recurso aos índices fisiológicos, segundo Fraisse e Piaget, 1969, inscreve-se nas grandes tradições da psicologia experimental.
Quanto aos estudos da mente aproximando esta dos estudos neurológicos como foi dito tem que se atribuir o mérito à Freud, Wundt e James ou a ambos. Na concepção de Donald Olding Hebb (1904 - 1985), a quem se atribui a primeira utilização do termo “neuropsicologia” há duas teorias para a mente: uma “animista” que admite que o corpo é habitado por uma espécie de entidade que é a “mente” e outra mecanicista ou fisiológica que afirma que a mente é um processo somático, a atividade do cérebro, ou certa parte dessa atividade (Hebb, 1979). Esse autor considera o dualismo ou paralelismo uma variante desse primeiro grupo de teorias.
Referências
editarCabral, A.; Oliveira, E.P. Uma breve história da psicologia. RJ, Zahar, 1979
Fraisse, P. ; Piaget, J. (org) Tratado de psicologia experimental (9V). Paillard, J; Bloch, V. Pieron, H. Psicofisiologia do comportamento (v.9). RJ, Forense, 1969
Hebb, D. O. Psicologia (2V.). SP, Atheneu, 1979
Piéron, Henri. Dicionário de psicologia. RGS, Globo, 1969