Retórica e argumentação/Falácias/Falácia do Espantalho
Na Falácia do Espantalho, se ataca não a posição exata do adversário, mas uma versão distorcida desta, mais fácil de refutar.
Exemplo: Segundo a teoria da evolução, espécies surgem a partir de outras. Mas eu nunca vi uma gorila parir um ser humano.
Análise do Exemplo: A evolução é um processo gradual que leva muitas gerações para produzir novas espécies. Não existe sequer uma geração que possamos dizer que é de uma espécie diferente de seus progenitores. Portanto, o argumento falha em refutar a teoria da evolução darwinista.
Observação: Aquele que não expressar seu posicionamento de forma clara pode culpar ninguém além de si mesmo no caso ser mal compreendido. Inclusive, é perfeitamente legítimo utilizar a falácia do espantalho para obrigar o proponente de uma tese a elaborá-la melhor. Por exemplo:
“Trasímaco — Ouve, então. Eu digo que a justiça é simplesmente o interesse do mais forte. Então, que esperas para me aplaudir? Vais-te recusar!
Sócrates — Em primeiro lugar, deixa que eu compreenda o que dizes, porque ainda não entendi. Pretendes que justiça é o interesse do mais forte. Mas como entendes isso, Trasímaco? Com efeito, não pode ser da seguinte maneira: Se Polidamas é mais forte do que nós e a carne de boi é melhor para conservar suas forças, não dizes que, também para nós, mais fracos do que ele, esse alimento é vantajoso e ao mesmo tempo, justo?” (Platão, A República)
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