The Walt Disney Company/História

Walter Elias Disney nasceu em Chicago, nos Estados Unidos, em 5 de dezembro de 1901. Estudou arte no instituto de Arte da cidade de Kansas e no instituto de Arte de Chicago. Foi motorista de ambulância da Cruz Vermelha na França, na época da Primeira Guerra Mundial. Na cidade de Kansas, fundou o estúdio Laugh-O-Gram, que produzia desenhos animados tendo contos de fadas como tema, com o irmão Roy e com o amigo Ub Iwerks, em 1922. Mas o estúdio faliu no ano seguinte e Disney se mudou então para o distrito de Hollywood, em Los Angeles, no estado da Califórnia. Nesse ano, Walt Disney fundou a The Walt Disney Company, em Burbank, no condado de Los Angeles. Em 1928, Ub Iwerks criou aquele que seria o mais famoso personagem da empresa: Mickey Mouse. O primeiro desenho do personagem foi Plane crazy, filme ainda mudo, seguido por Steamboat Willie, este já sonoro.

Instituto de Arte da Cidade de Kansas
Instituto de Arte de Chicago
Vista panorâmica de Burbank, no condado de Los Angeles, na Califórnia

Em 1937, Disney realizou o primeiro longa-metragem da empresa: Snow White and the seven dwarfs ("Branca de Neve e os sete anões"), baseado em um conto de fadas tradicional alemão. O sucesso do longa motivou Disney a realizar seu segundo longa: Pinocchio ("Pinóquio"), em 1940. Desta vez, baseado em um personagem do escritor italiano do século XIX Carlo Collodi. O terceiro longa-metragem da Disney foi lançado no mesmo ano: Fantasia, uma audaciosa junção de música clássica e desenho animado que não foi a princípio bem recebida. Em 1941, foi lançado o longa Dumbo, mais convencional e bem recebido pelo público e, em 1942, o longa Bambi, baseado em uma história do escritor austríaco Felix Salten.

Atores fantasiados de Gepeto e Pinóquio no Magic Kingdon, em Orlando, na Flórida

Nessa época, a Segunda Guerra Mundial estava no auge e a Disney se engajou no esforço de guerra estadunidense produzindo desenhos animados de motivação para a população estadunidense (Donald gets drafted, The army mascot, The vanishing private, Sky trooper etc.) e longas que objetivavam melhorar as relações diplomáticas com os países latino-americanos, potenciais aliados dos Estados Unidos na Segunda Guerra (Saludos amigos ("Olá, amigos" ou "Alô, amigos"), de 1942 e The three caballeros ("A caixinha de surpresas" ou "Você já foi à Bahia?"), de 1944)[1].

José Carioca: um personagem criado por Disney para se aproximar dos brasileiros

Terminada a guerra, a Disney lançou o longa-metragem Song of the south ("A canção do sul") em 1946, que unia pessoas reais com desenhos de animação: um recurso inédito até então. O filme mostrava histórias tradicionais da cultura do sul dos Estados Unidos e ganhou dois oscares: o de melhor canção para Zip-a-dee-doo-dah e um prêmio especial para o ator James Baskett pela sua interpretação do personagem Tio Remus. A Disney voltou a realizar um longa baseado em um conto de fadas: Cinderella, em 1950. No mesmo ano, a Disney lançou seu primeiro longa-metragem feito exclusivamente com atores: Treasure island ("A ilha do tesouro"), baseado no livro de Robert Louis Stevenson. Em 1951, foi lançado o longa Alice in Wonderland, baseado na obra de Lewis Carrol e, em 1953, o longa Peter Pan, baseado na obra do escritor escocês J. M. Barrie. Em 1954, fez mais um longa com atores: 20,000 leagues under the sea ("20 000 léguas submarinas"), baseado no livro do francês Jules Verne.

No ano seguinte, Disney inaugurou um imenso parque de diversões em Anaheim, na Califórnia: a Disneyland. No mesmo ano, estreou um programa de televisão também chamado Disneyland nos Estados Unidos mostrando desenhos animados e outras produções da Disney. Também foi lançado o longa The lady and the tramp ("A dama e o vagabundo").

Entrada da Disneyland em Anaheim, na Califórnia

Em 1957, foi lançado o longa com atores Old yeller, baseado na obra do escritor estadunidense Fred Gipson. Em 1959, foi lançado o longa Sleeping beauty ("A bela adormecida"), baseado em um tradicional conto de fadas. Em 1960, o longa com atores Pollyanna, baseado em romance da estadunidense Eleanor H. Porter. Em 1961, One hundred and one dalmatians ("101 dálmatas"), baseado na novela da escritora inglesa Dodie Smith. Em 1963, The sword in the stone ("A espada era a lei"), baseado na lenda medieval do rei Artur. Em 1964, o longa Mary Poppins, baseado na personagem da escritora australiana Pamela Lyndon Travers. O filme ganhou cinco oscares: melhor atriz para Julie Andrews, melhores efeitos visuais, melhor edição, melhor canção original (Chim chim cher-ee) e melhor trilha sonora substancialmente original.

Monumento inspirado no longa The sword in the stone na Disneyland de Hong Kong

Em meados dos anos 1960, Walt Disney estava planejando a criação do Walt Disney Ski Resort, uma estação de esqui em Mineral King, no condado Tulare, na Califórnia e de um novo parque temático em Orlando, na Flórida, o qual conteria uma espécie de "cidade do amanhã", o EPCOT (Experimental Prototype Community Of Tomorrow), mas um ataque cardíaco em 1966 pôs fim a sua vida. Seu irmão Roy, que na época estava aposentado, retornou para assumir o comando da empresa. Em 1967, a Disney lançou os longas The Jungle Book ("O livro da selva" ou "Mogli - O menino lobo"), inspirado no livro de Rudyard Kipling e Winnie the Pooh and the Blustery Day, baseado na obra do escritor inglês A. A. Milne. Em 1968, foi lançado o primeiro filme da série sobre o fusca Herbie: The love bug ("Se meu fusca falasse"). Em 1970, foi lançado o longa The aristocats ("Os aristogatos" ou "Aristogatas"). Em 1971, Roy inaugurou o novo parque temático em Orlando, na Flórida, batizado Walt Disney World Resort em homenagem póstuma a seu irmão. No mesmo ano, Roy morreu, vítima de hemorragia cerebral.

Réplica do fusca Herbie no Disney's Hollywood Studios

Em 1975, foi lançado o longa Escape to witch mountain ("Fuga para a montanha mágica" ou "A montanha enfeitiçada").

Em 1977, foi lançado o longa The rescuers ("As aventuras de Bernardo e Bianca" ou "Bernardo e Bianca"), baseado na obra da escritora inglesa Margery Sharp.

Em 1982, a Disney inaugurou um novo parque temático anexo à Disney World: o Epcot Center. Apesar do novo parque se utilizar do nome da cidade futurista idealizada por Walt Disney, o Epcot Center pouco tinha a ver com o EPCOT de Walt Disney. Se constituía, na verdade, em um parque temático sobre culturas de diferentes países e sobre ciência e tecnologia.

Espaçonave Terra, o principal símbolo do Epcot Center
Pavilhão da Alemanha no Epcot Center

Em 1983, foi inaugurado o primeiro parque da Disney fora dos Estados Unidos: o Tokio Disney Resort, em Urayasu-shi, próximo a Tóquio. No mesmo ano, foi criado o Disney Channel, um canal de televisão especializado em programas infantis.

Em 1984, o executivo Michael Eisner assumiu o cargo de CEO (chief executive officer) da Disney e iniciou o processo de revitalização da companhia. O primeiro grande sucesso dessa nova fase foi o longa The little mermaid ("A pequena sereia"), de 1989.

Em 1989, foi inaugurado mais um parque no complexo da Disney World. Ao Magic Kingdom original e ao Epcot Center, se juntou o Disney-MGM Studios: um parque temático sobre os filmes produzidos por Hollywood.

Em 1991, foi lançado o longa The beauty and the beast ("A bela e a fera"), baseado no conto de fadas La belle et la bête da escritora francesa Jeanne-Marie le Prince de Beaumont (1711-1780).

A Disney se aproximaria mais do EPCOT idealizado por Walt Disney com a inauguração de Celebration, uma cidade planejada pela empresa e localizada no condado Osceola, ao lado da Disney World, em 1992. Embora a cidade apresentasse uma arquitetura tradicional e não futurista, era uma cidade de verdade, com moradores reais, ao contrário do Epcot Center.

No mesmo ano, foi inaugurado o primeiro parque da Disney na Europa: o Disneyland Resort Paris ou Eurodisney, localizado em Marne-la-Vallée, perto de Paris. Também foi lançado o longa Aladdin, baseado no famoso personagem do clássico árabe As mil e uma noites.

Em 1993, a Disney adquiriu a produtora de filmes para adultos Miramax.

Em 1994, foi lançado o longa The lion king ("O rei leão"), que alcançou a maior bilheteria dentre todos os filmes de animação da história até hoje.

Em 1995, foi lançado o longa Pocahontas, baseado na história real da índia Pocahontas, da nação powhatan. Pocahontas teria vivido nos séculos XVI e XVII no atual estado estadunidense da Virgínia e teria salvo da morte o colono inglês John Smith. Foi o primeiro longa da Disney baseado em uma história real. Foi, também, o primeiro longa-metragem da empresa a ter, como protagonista, uma índia.

Em 1996, a Disney comprou a American Broadcasting Company (ABC), grupo de mídia que controlava a maior emissora de televisão do mundo. Também foi lançado o longa The hunchback of Notre Dame ("O corcunda de Notre Dame"), baseado no romance Notre-Dame de Paris do escritor francês Victor Hugo.

Em 1997, foi lançado o longa Hércules, baseado no mito grego.

Em 1998, a Disney inaugurou seu setor de cruzeiros marítimos, a Disney Cruise Line. Também foi lançado o longa Mulan, baseado em um clássico da literatura chinesa. Foi o primeiro longa-metragem da Disney a ter, como protagonista, uma oriental. Nesse ano, também foi inaugurado o quarto parque da Disneyworld: o Animal Kingdom, dedicado à vida selvagem.

Em 1999, foi lançado o longa Tarzan, baseado no personagem criado pelo escritor estadunidense Edgar Rice Burroughs. Em 2000, foi lançado o longa The emperor's new groove ("Pacha e o imperador" ou "A nova onda do imperador"), que se passa no antigo império inca. Em 2002, foi lançado o longa Lilo & Stitch. Prosseguindo na política de empresa de não discriminar minorias estadunidenses, a protagonista do filme era uma menina havaiana.

Em 2004, Michael Eisner foi substituído no cargo de CEO da Disney por seu assistente Robert Iger. No mesmo ano, foi lançado o longa Home on the range ("O paraíso da barafunda" ou "Nem que a vaca tussa").

Em 2005, foi fundado o segundo parque da Disney na Ásia: o Hong Kong Disneyland, na ilha chinesa de Lantau.

Em 2006, a Disney adquiriu o controle acionário da Pixar, empresa de desenhos animados feitos com computação gráfica que havia sido responsável por alguns dos maiores sucessos recentes no campo da animação, como Finding Nemo ("Procurando Nemo"), Toy story e The incredibles ("Os incríveis")[2]. Como primeiro sinal da nova parceria, o longa Cars ("Carros"), da Pixar, foi distribuído pela Disney. Foi lançado, também, o primeiro longa da série High School Musical.

Em 2007, o parque Disney-MGM Studios mudou seu nome para Disney's Hollywood Studios.

Em 2009, a Disney adquiriu a Marvel Entertainment. No mesmo ano, foi lançado o longa The princess and the frog ("A princesa e o sapo"), o primeiro longa da Disney em que a protagonista é afrodescendente. Era um reconhecimento e uma tentativa de reparação da empresa quanto à discriminação aos negros ao longo de sua história, pois o único personagem negro de vulto em suas produções havia sido o tio Remus de "A canção do sul", personagem este que, assim mesmo, havia sido alvo de muitas críticas por, supostamente, representar uma falsa visão positiva da escravidão[3]. "A princesa e o sapo" era uma versão do tradicional conto de fadas dos irmãos alemães Grimm sobre o sapo que precisa ser beijado por uma princesa para poder virar príncipe novamente, só que transposto para a Nova Orleans de 1924.

Em 2010, a Disney entrou na onda dos filmes em três dimensões com uma versão para o clássico conto de fadas alemão Rapunzel: Tangled ("Entrelaçados" ou "Enrolados").

Referências