Utilizador:A.Aires/Logística/Manutenção de instalações/Manutenção da instalação eléctrica

Manutenção eléctrica industrial

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No príncipio apareceram as indústrias de artesanato onde eram apenas utilizadas ferramentas manuais, que muitas das vezes eram fabricadas pelo próprio artesão. Com o passar do tempo, o artesanato foi-se transformando numa produção mais complexa pois precisava-se de uma grande quantidade de produtos, levado a que diversas máquinas fossem instaladas de modo a prestar o serviço pretendido, em maior quantidade e de forma mais rápida. Para produzir era necessário mão-de-obra operacional e com o passar do tempo as máquinas apresentavam algum desgaste. De modo a ultrapassar este problema foi criado um novo tipo de mão-de-obra, sendo o início da manutenção das máquinas.

Inicialmente uma máquina era reparada apenas quando havia necessidade, como por exemplo, quando esta apresentava algum dano, mas com o crecimento das empresas a reparação de emergência tornou-se complexo e dispendioso. Com este problema tornou-se necessário haver um desdobramento da mão-de-obra para a manutenção das máquinas (Ariza, 1978, p. 1). A tecnologia aumentava a passos largos e como tal, apareceram sistemas muito complexos, sendo que a manutenção que inicialmente era só de emergência teve de se preparar para atender a todas estas novas tecnologias. Visto a manutenção ser muito dispendiosa, o preço do produto acabado era muito elevado e não podia ser estimado com precisão pois não havia previsão formada para a manutenção.

Os técnicos de manutenção desenvolveram novos métodos e criaram uma nova ciência: a manutenção. O primeiro passo foi relacionar as máquinas mais importantes nas linhas de produção e a estas fazer uma revisão periódica (de acordo com estudos relacionados anteriormente). Mas, realizar uma manutenção numa máquina sem um orçamento seria complicado e por isso criou-se a manutenção preventiva. Este tipo de manutenção pode também denominar-se por manutenção selectiva.

Diversos estudos foram realizados de forma a prever os desgastes. Um pequeno detalhe que antigamente passava despercebido, nos dias de hoje é discutido estudado, e planejado. Ao longo do tempo a manutenção não conseguiu resolver todos os problemas mas, reduziu-os de forma significativa. O verdadeiro objectivo da manutenção é o de aumentar a produção da máquina, de forma a reduzir os custos finais do produto acabado (Ariza, 1978, p. 2).

Após observação, conclui-se que havia falta de mão-de-obra específica para a manutenção eléctrica. Este problema deve-se em parte ao facto de existir um número reduzido de profissionais realmete qualificados neste ramo, ou seja, exitem profissionais que não são realmente qualificados nesta matéria, e que por sua vez não têm os conhecimentos suficientes. Outro problema que afecta a falta de mão-de-obra é o facto dos saláros oferecidos constituirem uma verdadeira competição, pois nos dias de hoje existe uma enorme competição entre as empresas em termos salariais, levando o profissional a "saltar" de empresa em empresa com o âmbito de aumentar o salário, não podendo assim promover uma aprendizagem contínua dentro da empresa (Ariza, 1978, p. 3). Um outro problema também verificado são as condições de trabalho oferecidas, ou seja, a empresa que melhores condições oferecer, terá uma maior preferência por parte dos profissionais, entre as quais se pode destacar: assistência hospitalar, assistência dentária, boas condições de vestuário, entre demais (Ariza, 1978, p. 5).

Ao profissional do ramo de manutenção eléctrica é-lhe exigido também a manutenção dos processos administrativos. Para este profissional é importante possuir bom senso nas suas actuações técnicas pois tanto para os colegas de trabalho como para si próprio não podem ocorrer riscos desnecessários. O profissional de manutenção eléctrica está inserido na área de montagem e instalações e desmontagens o que por vezes não se torna um trabalho fácil (Ariza, 1978, p. 6).

Manutenção de instalações eléctricas interiores

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Precauções

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  • Cada vez que um edifício é abandonado por um longo período de tempo, o interruptor geral deverá ser desligado, tendo que se verificar que não afecta nenhum aparelho electrodoméstico;
  • Deverá ser assegurarado a inexistência de uma canalização eléctrica inserida na parede antes de se realizar um furo numa parede;
  • Qualquer aparelho receptor que se pretenda ligar à rede terá de apresentar os adaptadores adequados para uma ligação correcta, com a correspondente linha de terra;
  • Ao utilizar ou ligar algum aparelho eléctrico, deverá ter-se sempre as mãos secas e evitar estar descalço ou com os pés húmidos;

Prescrições

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  • Perante qualquer modificação na instalação ou nas suas condições de utilização (ampliação da instalação ou alteração do tipo de utilização do edifício) deverá ser realizado um estudo prévio por parte de um técnico competente, especialista na matéria;
  • Quando saltar algum interruptor automático, deverá ser localizada a causa que o produziu antes de se proceder ao seu rearme. Se teve origem na ligação de algum aparelho defeituoso, este deverá ser desligado da corrente eléctrica. Se, apesar disso, o mecanismo não se deixar rearmar ou a incidência for motivada por qualquer outra causa complexa, deverá ser avisado um profissional qualificado;
  • Depois de se produzir algum incidente na instalação, deverá ser verificado, através de inspecção visual, o estado do interruptor de corte e dos fusíveis de protecção, o estado de corrosão da porta do armário e a continuidade do condutor de ligação à terra do aro metálico da mesma;
  • O utilizador deverá dispor da planta actualizada e definitiva da instalação eléctrica interior da habitação, de forma a que, na referida planta se encontrem identificados os vários componentes da instalação particular, tais como quadro geral de distribuição, circuitos interiores e pontos de luz, mediante um símbolo e/ou número específico;
  • É recomendável verificar se a tensão de alimentação coincide com aquela que a rede fornece, sempre que se queira ligar um novo aparelho eléctrico;
  • Antes de se manipular qualquer aparelho eléctrico, o mesmo deverá ser desligado da rede;
  • Se um aparelho dá choques eléctricos, deverá ser desligado imediatamente e proceder-se ao aviso de um técnico ou instalador autorizado. Se a operação de desligar o aparelho puder ser perigosa, deverá ser desligado o interruptor geral antes de desligar o aparelho;
  • As fichas que possuam ligação à terra deveram ser ligadas exclusivamente a uma tomada de corrente com ligação à terra, para que o aparelho ligado através dela fique protegido e assim se proteja a integridade do utilizador;
  • É obrigatória a ligação ao circuito de terra, de todos os electrodomésticos e iluminações que disponham da ligação correspondente. Qualquer aparelho que possua uma ficha com linha de terra deverá ser ligado exclusivamente a tomadas que possuam o circuito de terra;
  • Durante a limpeza dos aparelhos eléctricos, estes e os mecanismos deverão ser mantidos desligados da rede;
  • Os aparelhos eléctricos deverão ser desligados removendo a ficha, e nunca puxando o respectivo cabo. Uma boa manutenção inclui a ausência de golpes e roturas. Perante qualquer indício de incêndio (queimadura por altas temperaturas devido a ligações defeituosas), deverá substituir-se a ficha (e a tomada, se também se encontrar danificada);

Proibições

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  • O quadro de entrada não deve ser manuseado com as mãos molhadas ou húmidas e nenhum dos seus mecanismos;
  • Os fusíveis e interruptores diferenciais não devem ser removidos de forma alguma;
  • A intensidade dos disjuntores não será suprimida nem aumentada unilateralmente;
  • Não será permitido o prolongamento de um circuito através de um cabo estendido sobre a parede ou pavimento;
  • Os cabos dos circuitos e as respectivas caixas de ligação ou derivação não devem ser manuseados.
  • Não se deve tocar em nenhum aparelho eléctrico estando dentro da banheira ou chuveiro e, em geral, dentro do volume de proibição de casas de banho;
  • Não se deve ligar uma ficha cujas cavilhas não estejam perfeitamente alinhadas com os alvéolos da tomada, já que este efeito origina avarias que podem ser bastante graves;
  • Não se deve forçar a introdução de uma ficha numa tomada inadequada de menores dimensões;
  • Não devem ser ligadas fichas a tomadas múltiplas, excepto as que possuam as suas protecções específicas;
  • As fichas e os receptores não devem ser tocados com as mãos molhadas ou húmidas;
  • O utilizador não deverá manipular os fios dos cabos, pelo que nunca conectará nenhum aparelho que não possua a cavilha correspondente;
  • Não deverão ser premidos de forma repetida e desnecessária os mecanismos interiores, pois para além dos prejuízos que possam causar no receptor alimentado, também se está a desgastar desnecessariamente o mecanismo;
  • Não devem ser ser ligados aparelhos de iluminação ou qualquer outro receptor que alcance os 220 watts de potência, uma vez que a consequência imediata é possibilitar o início de um incêndio no mecanismo;
  • O utilizador não deve retirar nem manipular os mecanismos da instalação;
  • Os alvéolos das tomadas não devem ser manuseados com nenhum objecto nem tocados com líquidos;
  • Não devem ser ligados receptores que superem a potência da própria tomada nem devem ser ligadas tomadas múltiplas cuja potência total supere a da própria tomada;

Manutenção pelo utilizador

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  • De 3 em 3 meses:
    • Inspecção visual de mecanismos interiores para possibilitar a detecção de anomalias visíveis, e assim avisar um profissional;
  • Todos os anos:
    • Verificação do funcionamento correcto do interruptor diferencial do quadro geral de distribuição da habitação, mediante o procedimento seguinte:
      • Acção manual sobre o botão de prova incluído no próprio interruptor diferencial;
      • Desconexão automática da passagem de corrente eléctrica mediante a recuperação da posição de repouso (0) do interruptor;
      • Acção manual sobre o mesmo interruptor colocando-o na posição de ligação (1) para recuperar o fornecimento de energia eléctrica;
    • Verificação do correcto funcionamento dos disjuntores magneto-térmicos. Quando, por sobreintensidade ou curto-circuito, dispara um disjuntor magneto-térmico deve-se actuar da seguinte forma:
      • Desconexão do receptor eléctrico com o qual se produziu a avaria ou, se for o caso, desconectar o correspondente interruptor;
      • Rearme (ou activação) do disjuntor disparado para recuperar o fornecimento habitual;
      • Revisão do receptor eléctrico que originou o problema ou, se for o caso, verificação de que a sua potência é menor que a suportada pelo disjuntor magneto-térmico.
    • Inspecção visual para verificar o bom estado das tomadas através do bom contacto com os pernos das fichas que suporte e da ausência de possíveis fogachos nos seus alvéolos.
    • Limpeza superficial das tomadas com um pano seco.
  • De 5 em 5 anos:
    • Limpeza superficial das fichas e receptores eléctricos, sempre com panos secos e com os aparelhos desligados;
    • Limpeza superficial dos mecanismos, sempre com panos secos e preferencialmente com desconexão prévia da corrente eléctrica.

Manutenção pelo profissional qualificado

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  • Todos os anos:
    • Verificação do funcionamento de todos os interruptores do quadro de comando e protecção, verificando a estabilidade nas posições de ligado e desligado;
    • Revisão das instalações de garagens por instaladores autorizados livremente escolhidos pelos proprietários ou utilizadores da instalação. O instalador deve preencher um relatório de reconhecimento da revisão realizada, que deverá ser entregue ao proprietário da instalação;
  • De 2 em 2 anos:
    • Revisão geral, verificando o estado do quadro de comando e protecção, os mecanismos alojados e conexões;
    • Verificação através de inspecção visual do estado do interruptor de corte e dos fusíveis de protecção, o estado face à corrosão da porta do armário e a continuidade do condutor de ligação à terra do aro metálico da mesma;
    • Verificação do estado de conservação das coberturas isolantes dos interruptores e tomadas da instalação, reparando-se os defeitos encontrados;
  • De 5 em 5 anos:
    • Verificação dos dispositivos de protecção contra curto-circuitos, contactos directos e indirectos, assim como as suas intensidades nominais em relação com a secção dos condutores que protegem, reparando os defeitos encontrados;
    • Revisão da rigidez dieléctrica entre os condutores.
  • De 10 em 10 anos:
    • Revisão geral da instalação. Todo o que esteja relacionado com a cablagem é da responsabilidade da empresa autorizada (CYPE, 2010?).