ENCICLOPÉDIA: A DESCOBEERTA DAS VACINAS

A descoberta das vacinas marcou um ponto crucial na história da medicina e da saúde pública, contribuindo significativamente para a erradicação ou controle de doenças que antes eram devastadoras. No século XVIII, quando a varíola representava um perigo significativo para a humanidade, começou a jornada da vacinação. Edward Jenner conduziu um experimento nesse período, demonstrando que a introdução de uma secreção de um indivíduo infectado em uma pessoa saudável resultava em sintomas mais leves e imunidade. Quase oitenta anos depois, a exploração do desenvolvimento de vacinas ganhou impulso através do trabalho inovador de Louis Pasteur.

A primeira vacina: Edward Jenner e a varíola.

A primeira vacina de que se tem registro foi criada por Edward Jenner no século XVIII. Em 1796, Jenner realizou uma experiencia que permitiu a descoberta da vacina. Ele observou pessoas que se contaminaram, ao ordenharem vacas, por uma doença de gado e chegou à conclusão de que essas pessoas tornavam-se imunes à varíola. A doença, chamada de cowpox, assemelhava-se à varíola humana pela formação de pústulas (lesões com pus). Diante dessa observação, Jenner inoculou o pus presente em uma lesão de uma ordenhadora chamada Sarah Nelmes, que possuía a doença (cowpox), em um garoto de oito anos de nome James Phipps. Phipps adquiriu a infecção de forma leve e, após dez dias, estava curado. Posteriormente, Jenner inoculou em Phipps pus de uma pessoa com varíola, e o garoto nada sofreu. Surgia aí a primeira vacina. O médico continuou sua experiência, repetindo o processo em mais pessoas. Em 1798, comunicou sua descoberta em um trabalho intitulado “Um Inquérito sobre as Causas e os Efeitos da Vacina da Varíola”. Apesar de enfrentar resistência, em pouco tempo, sua descoberta foi reconhecida e espalhou-se pelo mundo. Em 1799, foi criado o primeiro instituto vacínico em Londres e, em 1800, a Marinha britânica começou a adotar a vacinação. A vacina chegou ao Brasil em 1804, trazida pelo Marquês de Barbacena.

Edward Jenner criou a vacina contra a varíola e ajudou a erradicar essa grave doença.


Louis Pasteur e a teoria dos germes:

Durante o século XIX, Louis Pasteur dedicou sua investigação à associação entre microrganismos e doenças tendo como base a teoria dos germes, o que levou ao desenvolvimento de vacinas modernas. Em seu artigo de pesquisa “Sobre a teoria das doenças infecciosas”, Pasteur escreveu que toda forma de doença infecciosa derivava de um microrganismo que poderia infectar outras pessoas. Para ele , primeiro é preciso identificar o microrganismo causador da doença e depois criar um método para contê-lo. Depois de pesquisar as bactérias patogênicas, ele encontrou uma forma de combatê-las, o que levou ao desenvolvimento de vacinas.


Desenvolvimentos notáveis:

• Vacina contra raiva:

Louis Pasteur desenvolveu a primeira vacina contra a raiva, uma doença fatal transmitida por mordida de animais infectados. Seu trabalho revolucionário lançou as bases para a imunização contra essa doença mortal, salvando inúmeras vidas humanas e animais. O método de Pasteur envolveu a inoculação de uma forma atenuada do vírus da raiva em animais, desenvolvendo imunidade sem causar a doença completa. Sua descoberta foi um marco na história da medicina preventiva.

Vacinação contra a raiva


• Vacina contra poliomielite:

A criação da vacina contra a poliomielite foi um marco significativo na história da medicina. Jonas Salk e Albert Sabin foram os principais cientistas envolvidos nesse feito. A vacina de Salk, uma versão injetável, foi lançada em 1955, seguida pela vacina oral de Sabin em 1961. Essas vacinas ajudaram a controlar e, em muitos casos, erradicar a poliomielite em muitas partes do mundo, salvando milhões de vidas e prevenindo a deficiência física causada pela doença. O desenvolvimento dessas vacinas também demonstrou o poder da colaboração científica e da pesquisa médica em larga escala.


Impacto das vacinas na saúde pública:

• Erradicação de doenças:

Além de prevenir mortes, as vacinas podem eliminar doenças. A varíola matou 500 milhões de pessoas ao longo do século XX e mais tarde foi erradicada através de vacinas. Assim como a poliomielite ( doença viral conhecida também como paralisia infantil) foi erradicada quase totalmente no Brasil e em outros países após campanhas de vacinação.


• Expectativa de vida estendida:

Aproximadamente 2 a 3 milhões de mortes poderiam ser evitadas em todo o mundo a cada ano devido à vacinação da população. As doenças infecciosas e parasitárias foram responsáveis por 45,7% das mortes no Brasil em 2010, segundo o Ministério da Saúde, e esses dados confirmam que a vacinação reduz significativamente a incidência de doenças evitáveis.


Um dos desafios da vacinação: Desigualdade de acesso

A desigualdade no acesso às vacinas é um problema global que destaca disparidades econômicas e geopolíticas. Países mais ricos têm adquirido grandes estoques de vacinas, deixando nações mais pobres com acesso limitado. Isso aprofunda as divisões entre países desenvolvidos e em desenvolvimento, aumentando os riscos de prolongamento da pandemia e acentuando as injustiças sociais.


Conclusão:

A descoberta e disseminação de vacinas ao longo da história tiveram um impacto profundo na saúde global, salvando inúmeras vidas e transformando a prática da medicina. No entanto, desafios persistentes permanecem, destacando a importância contínua da pesquisa, educação e acesso equitativo às vacinas.


Referências:

https://brasilescola-uol-com-br.cdn.ampproject.org/v/s/brasilescola.uol.com.br/amp/biologia/a-historia-vacina.htm?amp_js_v=a9&amp_gsa=1&usqp=mq331AQIUAKwASCAAgM=#

https://laboratoriocella.com.br/resistencia-a-vacinacao-e-um-desafio-para-a-saude-publica/

https://oglobo.globo.com/saude/noticia/2023/06/desigualdade-do-pais-tem-impacto-forte-na-vacinacao-mesmo-gratuita-mostra-estudo.ghtml

https://portal.conasems.org.br/orientacoes-tecnicas/noticias/5798_questao-de-saude-de-onde-vieram-as-vacinas