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Urbano2

Algumas palavras dos participantes, coletadas durante a oficina:

"Pelas minhas fotos eu queria mostrar uma perspectiva diferente, né. Uma perspectiva sobre o caos urbano, né. A feira, né. Onde o espaço é cada vez mais tomado pela calçada e o pedestre não consegue passar. Ao mesmo tempo é mal asfaltado. Não tem asfalto, não tem espaço mesmo, né. Acaba atrapalhando o direito de ir e vir. E também quis mostrar também a fiação, né, da .. eu não queria falar gato… (risos das participantes). “Miau”. Então, eu também queria relatar sobre a fiação incorreta né, que muitas vezes a comunidade possui, que causa falta de luz, muitas quedas de luz, acaba que fica prejudicando outras pessoas e isso é errado, né. Isso é um problema que a gente passa. Infelizmente é o nosso cotidiano".

"Nessa saída fotográfica hoje o que eu achei interessante foi que saímos com uma ideia, mas, observando o local onde a gente estava, eu comecei a ver o grafiti como algo muito presente no espaço. E me surgiu essa vontade de começar a fotografar essas letras de grafiti, os personagens, pensando na identidade do local mesmo. O fato do grafite ser muito presente naquele espaço torna ele parte da identidade daquele lugar. A minha viagem foi bem nessa vibe assim: do grafite como identidade daquele local".

"Eu quis retratar mais essa parte do cotidiano também. Como eu já faço isso há muitos anos, então eu procurei retratar lugares que eu gosto de fotografar, lugares que cotidianamente eu já levo os meus alunos pra lá também. Então tem algumas imagens que eu já retratei inúmeras vezes antes e aí eu meio que repeti [...] justamente para ter essa imagem agora na plataforma [Wikimedia Commons], no site, né. Mas também quis mostrar um pouco do caos, do lixo, da desordem. A favela é muito desordenada também. Então eu quis retratar isso né. Reivindicar também [sobre] essa falta de cuidado, né. Também a questão da limpeza, que, infelizmente, as pessoas não cuidam muito. Não cuidam dos espaços. Isso é um problema da favela, né. Isso é um problema talvez de educação, a questão cultural mesmo, entendeu? As pessoas não cuidam daquilo que elas têm. E aí a gente também está passando por um período eleitoral, então eu retratei bastante essa coisa do lixo jogado no chão, campanha, essa poluição visual…, enfim. Mas também quis retratar os animais, né, a questão ambiental também, as plantas, as árvores, então os meus retratos eles estão muito voltados mais para o cotidiano mesmo, para o dia a dia, e pro vai e vem da favela".