Cachimbo/Tabaco e saúde

Os povos indígenas americanos vêm usando o tabaco há milênios, tanto por motivos religiosos e terapêuticos[2] quanto por mero prazer. Provavelmente, tal percepção de um suposto efeito terapêutico do tabaco está relacionado à nicotina (C10H14N2), que é a substância presente no tabaco que promove, no cérebro humano, um efeito de concentração mental análogo ao provocado pelo neurotransmissor conhecido como acetilcolina[3].

Pajé Maniwa Kamayurá. Os pajés indígenas caracterizam-se pelo uso do tabaco em cerimônias de cura[1].

Superada a desconfiança inicial dos exploradores europeus, o tabaco ganhou o mundo a partir do século XVI como uma erva medicinal, capaz de, supostamente, curar várias moléstias, como a dor de cabeça, a dor de dente, vermes e problemas nas unhas[4].

Porém, a partir do século XX, pesquisas científicas passaram a relacionar o consumo de tabaco a aumento de incidência de doenças cardiovasculares (como infarto do miocárdio), de doenças dos aparelhos respiratório e digestivo (câncer de pulmão, do esôfago, da laringe, da boca etc.), de gastrite[5] e de impotência sexual[6]. Tais descobertas motivaram a proliferação de campanhas antitabagistas no mundo inteiro.

Em sentido diverso, no início do século XXI pesquisas passaram a descobrir efeitos medicinais no tabaco. Segundo essas pesquisas, o uso do tabaco pode reduzir a incidência de doenças degenerativas (como o mal de parkinson[7]), doenças inflamatórias (como a colite ulcerativa[8]) e cânceres (como o sarcoma de kaposi[9]), além de reduzir a necessidade de revascularização no caso de intervenção coronária percutânea[10]. A nicotina presente no tabaco também pode ajudar os adultos que sofrem de epilepsia autossômica dominante noturna frontal[11].

Referências