Caminhos da história/Rota da seda/História muito antiga

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Essa região foi (e ainda é) um fervilhante caldeirão de etnias, religiões e culturas.

 
o Império Parto

Voltando atrás na história vamos ver quantos exércitos passaram por essas terras, alguns deixando uma descendência que se acredita poderá ser comprovada.

Os malanis, que vivem nos contrafortes do Himalaia (noroeste da Índia) são talvez descendentes dos oficiais e soldados de Alexandre da Macedônia, espera-se o teste de DNA para confirmar ou não.

Segundo o historiador e arqueólogo Frantz Grenet, da École Normale Supérieure de Paris, França, ao contrário dos gregos e babilônios que viviam em cidades-estados, os persas se mantiveram nômades ou seminômades. Suas caravanas já cruzavam os terrenos da região entre montanhas do atual Afeganistão e os desertos do Irã.

A maior parte desses caminhos era conhecida há séculos pelos povos de origem persa: os sogdianos, que habitavam o atual Uzbequistão, os partos, arianos e bactrianos, do atual Afeganistão, e os aracosianos, que viviam onde hoje é o Paquistão, afirma Grenet.

Esses povos nômades já faziam comércio ao longo dos caminhos e, segundo Grenet, os caminhos abertos por essas caravanas deram origem à Rota da Seda.


O Império Parto se estendeu das margens setentrionais do rio Eufrates no atual sudeste da Turquia, e foi um dos grandes impérios que predominou na rota da seda.

Sobre os partos, se conta a seguinte história: que os romanos viram a seda, pela primeira vez numa de suas campanhas contra os partos. É evidente que ficaram encantados pela beleza da seda, seu refinamento.

 
Selim Caravanserai, Armênia

Afinal, os partos eram homens rudes, tribais, estava claro que aquilo não era feito por eles, então quiseram saber de onde surgiu aquele tecido. Os prisioneiros partos diziam que aquilo vinha de uma misteriosa tribo do leste que chamavam de povo da seda ou Seres.

No ponto de vista dos povos ocidentais, a China era um território desconhecido e a produção da seda um mistério, alguns achavam que vinha das árvores.

Os partos logo perceberam que seria um bom material para comercializar.

Em geral ninguém fazia o caminho da China até a Europa, cada caravana, fazia uma parte e se encontrava num local determinado, onde trocavam suas mercadorias.

Já havia muito comércio nessas estradas, jade, ouro, especiarias, marfim, pedras preciosas, perfume, ervas aromáticas... a seda era um tesouro especial.

Pelo caminho, havia já caravanserais, locais nos oásis onde se podia descansar e dar descanso aos animais. Ali mesmo muitas mercadorias já trocavam de mãos e as caravanas voltavam para o ponto de partida carregadas de novos itens.

Com o tempo muitos desses locais se transformaram em cidades e algumas vezes em grandes cidades, como Bukara e Samarkanda.

 
Mercado de domingo em Urgut, Samarkanda

Conforme o comércio aumentava na rota, aumentavam os perigos e as caravanas precisavam de mais segurança, a rota levou algumas caravanas até as terras no fim do império Han.

Os povos guerreiros do deserto de Gobi eram uma ameaça constante.

Isso era um problema também para o império que começou a se proteger construindo muros de defesa ao longo da rota. Partes da Grande Muralha foram construídas ao longo do norte do Passo Gansu para se proteger dos bandidos.

Para a historiadora Laura Newby, da Universidade de Oxford, Inglaterra, a abertura da rota da seda se deve ao encontro dessas caravanas persas de povos nômades que paravam de encontro às montanhas do Himalaia, de onde voltavam, com a rota dos chineses, que saia de Xian e rumava noroeste pelo deserto de Gobi e pelos altiplanos da Mongólia.

Baseados em documentos encontrados em Xian, arqueólogos concluíram que o povo encontrado pelos chineses era os sogdianos, que haviam dominado o lado oriental da rota. Eles eram tão influentes que, na época, sua língua era equivalente ao que o inglês representa hoje, era a língua do comércio.

Nessa altura da nossa antiga história, a seda já tinha chegado à Europa, portanto já tinham descoberto como criar o bicho e tecer as roupas.