Civilização Egípcia/Período dinástico antigo: diferenças entre revisões

[edição não verificada][edição não verificada]
Conteúdo apagado Conteúdo adicionado
Modificação/Religiosidade e Poder
Linha 13:
[[Image:NarmerPalette-ROM-back.jpg|thumb|150px|left|Paleta de Narmer,parte de trás]]
[[Image:NarmerPalette-ROM-front.jpg|thumb|150px|right|Paleta de Narmer,frente]]
 
Esse período engloba as duas primeiras dinastias, cujos reis veremos mais adiante, e foi para o antigo Egito uma fase de grandes conquistas, onde o país se afirma e adquire sua face conhecida através dos tempos. <br>
==Cidades importantes==
Linha 39 ⟶ 38:
 
'''Nekhen/Hieracompolis'''
NesseNo local foram encontradas casas, templos, prédios administrativos e áreas dedicadas aos artesãos. Nekhen deve ter sido uma cidade muito importante nesse período e o local foi escavado por Quibell e Green de modo pouco adequado, afinal a arqueologia engatinhava. Não há grande documentação a respeito mas, eles encontraram uma espécie de sinal hieroglífico primordial com que se escrevia Nekhen. <br>
 
Nesse local foram encontradas casas, templos, prédios administrativos e áreas dedicadas aos artesãos. Nekhen deve ter sido uma cidade muito importante nesse período e o local foi escavado por Quibell e Green de modo pouco adequado, afinal a arqueologia engatinhava. Não há grande documentação a respeito mas, eles encontraram uma espécie de sinal hieroglífico primordial com que se escrevia Nekhen. <br>
Também foi em Nekhen que foram encontradas a Paleta de Narmer e a cabeça de maça, além da cabeça de maça do Escorpião. A maior parte dos artefatos foram descobertos num local chamado de ''Depósito Principal'' que deve ter sido um esconderijo, além dos objetos mencionados acima, havia paletas, objetos votivos, vasos de pedra. <br>
Outro achado significativo e que depois foi perdido e até hoje não foi encontrado novamente é a ''Tumba 100'' do cemitério pré-dinástico. Essa foi, ao que parece a primeira tumba egípcia a ser decorada com pinturas nas paredes mas sua localização hoje (2009) é desconhecida. <br>
Linha 48 ⟶ 46:
 
'''Nekheb'''
A deusa abutre '''Nekhbet''' pertencia a esta cidade e o seu templo era ''Per-wer'', que significa ''Casa Grande''.
Provavelmente por causa da proximidade de Nekhen e sua ligação com o poder real, Nekhebet se tornou uma das deusas tutelares do Egito, junto com Wadjet. Ela passou a representar a Coroa Branca do Alto Egito, enquanto que Wadjet de Buto simbolizava a Coroa Vermelha do Baixo Egito.
Linha 55 ⟶ 52:
 
*'''Abidos ou Abedjou'''
 
Este local deve ter sido usado para agricultura e comércio no dinástico antigo, provavelmente a população era mais concentrada na parte norte e a fundação da cidade de Abedjou data de Naqada III. <br>
É possível que houvesse vilas espalhadas pelo local e sua segurança e oferta de empregos, atraísse muita gente. A cidade se expandiu e se desenvolveu durante as primeiras seis dinastias. <br>
A grande fama de Abidos vem do fato de ter sido a necrópole mais importante deste período e contem vestígios de todos os períodos da história do Egito. Foi o centro de culto de Osíris, senhor do mundo inferior. Na entrada do canyon em Abidos, que os egípcios acreditavam ser a entrada do submundo, uma das tumbas de um rei da 1ª dinastia foi confundida, milhares de anos mais tarde com a própria tumba de Osíris, e peregrinos deixaram ali suas oferendas para o deus durante outros milhares de anos. A área é chamada de '''Umm el Qa´ab''', '''Mãe dos Potes'''. <br>
 
[[File:Umm el-Qaab.jpg|thumb |right|250px |porque Umm el-Qa´ab é chamada Mãe dos Potes]]
As necrópoles do pré-dinástico e do dinástico antigo estão localizadas no deserto e consistem de três partes: pré-dinástica cemitério U ao norte, cemitério B no meio, com as tumbas reais da dinastia 0 e do início da 1ª dinastia e ao sul o complexo de tumbas de seis reis e uma rainha da 1ª dinastia e dois reis da 2ª dinastia. Muitas tumbas da 1ª dinastia mostram as marcas de incêndios, outras foram saqueadas inúmeras vezes. <br>
Linha 67 ⟶ 62:
Abidos foi usada como necrópole durante diversos períodos até mesmo no período Greco-romano. <br>
[[File:Egito pt.svg |thumb |left|200px | mapa onde se vê Mênfis]]
 
*'''Mênfis'''
 
Originalmente a cidade era chamada '''Ineb-Hedj''', que significa '''Os muros brancos''', Mênfis é seu nome grego. Durante o Médio Império foi chamada de ''Ankh-Tawy'' que significa ''Aquela que liga as duas terras''. <br>
No início Mênfis era uma fortaleza, de onde Menés (ou seja lá o rei que fundou a cidade) controlava as rotas terrestres e fluviais, entre o Alto Egito e o Delta. A história conta que Menés fundou Mênfis ao construir diques para proteger a área das enchentes do Nilo. <br>
Linha 76 ⟶ 71:
Sabemos também que o decreto real rejeitando o culto de Akhenaton, editado por Tutankhamon, após a morte do primeiro, teve origem em Mênfis. <br>
Na realidade a decadência da cidade que foi sempre tão importante para a história egípcia, se deu com a chegada dos gregos e com a crença no cristianismo. <br>
 
 
 
-------------
 
 
[[File:Maat.svg|thumb |right|100px |Maat]]
==Religiosidade e Poder==
Linha 97 ⟶ 86:
Com o advento da unificação dos nomos, alguns deuses prevaleceram sobre outros. Os sacerdotes tiveram que usar muita diplomacia e não se sabe que pressões mais, para agradar todas as tribos (isso não exclui guerras internas em alguns períodos). <br>
É interessante notar que, embora Hórus e Seth sejam inimigos que lutam pela herança do país, o nome Hórus passou a ser o nome dos faraós, talvez apenas depois da segunda dinastia porque Peribsen usou em seu serekh o símbolo de Seth. Já o faraó Khasekhemwy se refere aos dois poderes, Hórus e Seth e usa os símbolos dos dois deuses com a inscrição ''Os dois senhores descansam nele''. Poderia talvez significar um símbolo da paz entre os dois deuses. <br>
[[File:Hieroglyphs from the tomb of Seti I.jpg|thumb |right|150px |hieroglifos, tumba de Seti I]]
==Escrita==
O fator primordial para o desenvolvimento de qualquer povo é a escrita, a criação de símbolos para registrar idéias. <br>
Linha 102 ⟶ 92:
É importante lembrar que os egípcios já possuíam um tesouro chamado papiro, planta que além de decorativa servia para fazer desde velas de barco até sandálias, e principalmente a folha de papiro, base da escrita. As hastes de papiro chegavam a 3 metros de altura e bastava cortá-las e prepará-las para obter a folha perfeita para escrever. <br>
No inicio, quase toda escrita era entalhada nas pedras, especialmente nos templos. Depois, com o papiro, a cultura egípcia se expandiu dando vazão a uma rica literatura. <br>
Havia duas formas mais fluentes de escrita:
[[File:Edwin Smith Papyrus v2.jpg|thumb |left|150px |Papiro Edwin Smith em hierático]]
*hierática – era uma forma simplificada da escrita hieroglífica e podia ser feita com rapidez, usando um pincel sobre a madeira ou uma pena de junco sobre o papiro. <br>
*demótica – ou escrita popular, que é um aperfeiçoamento da escrita hierática e é apropriada para ser escrita sobre papiros. Essa forma surgiu por volta de 700 a.C. <br>
Graças à escrita a história do Egito foi preservada e hoje, o grande tesouro, o mais esperado em qualquer escavação é a possibilidade de encontrar novos textos, novas pistas para aprimorar o conhecimento. <br>
[[File:DemoticScriptsRosettaStoneReplica.jpg|thumb |right|150px |exemplo de escrita demótica numa réplica da Pedra de Roseta]]
Não é possível deixar de mencionar aqui a famosa ''Pedra de Roseta'', que permitiu que os hieróglifos fossem finalmente decifrados. Essa ''Pedra'', é um bloco de granito negro e foi encontrado por um soldado do exército francês, no Egito em 1799. Gravado no ano de 196 a.C., no bloco há uma homenagem emitida pelos sacerdotes egípcios ao faraó Ptolomeu V Epifanes. A grande importância da Pedra de Roseta, é o fato desta homenagem ter sido escrita em três escritas diferentes: na hieroglífica, em demótico e em grego. Mesmo assim, Jean François Champollion levou 23 anos ainda, para decifrar a escrita egípcia. <br>