Civilização Egípcia/Período dinástico antigo: diferenças entre revisões

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correto sem as dinastias
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Ainda na primeira dinastia os egípcios já dominavam a arte de trabalhar com madeira, fabricavam arcos, flechas, dardos, bengalas e cetros de toda espécie e ainda instrumentos musicais, o clima quente e seco do país preservou esses trabalhos para os estudos atuais. <br>
O estilo artístico do povo egípcio sofreu muito poucas mudanças ao longo de mais de 3000 anos de história, possuíam um grande respeito pelo equilíbrio e pela ordem que podiam vislumbrar na natureza. <br>
[[File:Funerary stele of Intef II.jpg|thumb|100px150px|left|estela de Intef II]]
Alguns complexos funerários de Abidos e Saqara foram construídos durante as primeiras dinastias e os hieróglifos já os enfeitavam e contavam para a posteridade as histórias em que hoje os estudiosos se baseiam para estudar a civilização egípcia. <br>
A pintura não tinha profundidade, o tronco da pessoa representada ficava sempre de frente para o observador enquanto a cabeça, as pernas e os pés eram vistos de perfil. Usavam cores e representavam as pessoas mais importantes em tamanho maior, as figuras iam diminuindo de acordo com a sua importância. As figuras femininas eram pintadas de ocre e as masculinas de vermelho. <br>
Deste período temos poucos exemplos de jóias mas sabemos até mesmo pelos afrescos que a ourivesaria já era uma arte de muita importância. Na tumba de Khasemkhemwy foram encontrados potes para bálsamo com tampas de ouro trabalhadas, uma pulseira de ouro laminado e um cetro trabalhado de pedras e ouro.
 
==Faraós da primeira dinastia==
A lista abaixo certamente não está completa, nem da primeira nem das outras dinastias, longe disso, porque há muitas controvérsias a respeito.<br>
Na listagem de faraós, Narmer, chamado o unificador do Egito, surge como rei do período pré-dinástico ou dinastia 0 ou dinastia de Naqada. Mas, ele também pode ser o primeiro rei da primeira dinastia. Vamos colocá-lo então na primeira dinastia, uma vez que, do período pré-dinástico não temos uma lista de reis confiável.<br>
Muitas vezes a grafia dos nomes dos faraós é diferente, depende da fonte até mesmo pelo desconhecimento da pronúncia, alguns estudiosos usam os nomes gregos retirados da lista de Mâneton.
[[File:Seated figure of a baboon with the cartouche of king Narmer.jpg |thumb |right |100px |estátua de babuíno com o nome Narmer]]
*'''Narmer'''<br>
*Aha<br>
*Hórus Djer<br>
*Hórus Djet<br>
*Hórus Den<br>
*Hórus Anedjib<br>
*Hórus Semerkhet<br>
*Hórus Qaa<br>
 
 
'''*Narmer (Narmeru, Merunar, Meni)'''
 
Esse rei é tido como o unificador do Egito, se tornando o verdadeiro faraó. Também é possível que Narmer tenha começado a unificação e Menés (?) a tenha terminado. Para confundir mais um pouco, alguns estudiosos acreditam que o rei Escorpião pode ter sido Narmer, mas não há nenhuma evidência ou prova para essa teoria. <br>
A teoria mais comum é de que Narmer na verdade, seria Hor-Aha, embora a lista de antigos reis encontrada nas tumbas dos faraós Den e Qa´a, da primeira dinastia registre Narmer como fundador da dinastia e registre também Hor-Aha. Menes não é mencionado em nenhuma lista. <br>
Acredita-se que ele casou com uma princesa do Baixo Egito chamada Neithotep, cujo nome aparece em inscrições nas tumbas que se presume sejam de Hor-Aha e de Djer. De onde se deduz que ela poderia ser a mãe ou mesmo a esposa de Hor-Aha, nada está definido, até pela antiguidade e dificuldade de pesquisa. <br>
Alguns objetos de seu reinado já foram encontrados, como fragmentos de cerâmica e selos na tumba de Den em Abidos. O nome de Narmer e do seu possível antecessor, Escorpião, foram encontrados em cerâmicas descobertas em Minshat Abu Omar ao leste do Delta. Também foi recuperada uma estátua de um babuíno com o nome nome de Narmer, a cabeça de maça e a paleta. <br>
São atribuídas a esse faraó, as tumbas B17 e B18 (são ligadas entre si) em Umm El-Qa´ab, Abidos. <br>
Heródoto o nomeia Min, mas isso é passível de dúvida. <br>
 
 
Antes de falar sobre o faraó Aha vamos fazer um comentário sobre Menes: <br>
Menes pode ter sido o próprio Narmer ou seu successor. Talvez filho da rainha Neithotep, que tomou como segundo nome real Men, que significa ''estabelecido'', o que deu origem ao nome Menes. O fato é que existe um selo de marfim vindo da tumba da rainha Neithotep em Naqada, que mostra o nome Hor-Aha com o nome Men na frente.
Afinal é impossível ter certeza porque se está discutindo o nome de um homem que viveu por volta de 5 000 anos atrás. É preciso ter em mente que a maior parte da história que sabemos a respeito de Menes foi escrita mais de 250 anos depois de sua morte. <br>
Pode ser que novas descobertas nos permitam saber mais, porém é praticamente impossível acreditar que um dia, vamos descobrir quem foi, de fato, Menes. <br>
 
[[File:GlazedFiaenceVesselFragmentNameOfAha-BritishMuseum-August21-08.jpg|thumb |left |150px |fragmento de vasilha de faiança com o nome Aha]]
'''*Hor-Aha (o falcão lutador)'''
 
Pode ter sido o filho de Narmer e sua rainha Neithotep. Na tumba da rainha, ele está representado, num fragmento de marfim, fazendo a cerimonia de união do Alto e Baixo Egito. <br>
Tomou o nome de trono de Men (estabelecido) e fragmentos encontrados em tumbas de reis do período, se referem a rebeldes na Núbia e campanhas militares fora do Egito. <br>
É possível que tenha erigido o Templo da deusa Neith (parte do nome de Neithotep sua provável mãe) em Sais. Também pode ter sido ele quem fundou Mênfis (''Men Nefer'' que significa ''estabelecida e bela''). <br>
Lendas contam que ele morreu atacado por um hipopótamo. Foram encontradas tumbas para o rei Hor-Aha tanto em Saqara quanto em Abidos e, embora não fossem decoradas e tivessem sido saqueadas e destruídas pelos ladrões e pelos escavadores (não havia ainda nada que lembrasse a arqueologia de hoje), alguns selos e fragmentos foram recuperados. <br>
Acredita-se hoje que Hor-Aha foi sepultado em Abidos, que é considerado o local real. Numa pequena tumba próxima foram encontrados selos onde estava escrito ''Berner-ib'' (querida) que talvez fosse referência a sua rainha e que também aparecem na tumba da rainha Neithotep. <br>
Alguns estudiosos sugerem que Neithotep poderia ter sido sua esposa, e que eles casaram para cimentar a aliança entre o Alto e Baixo Egito. Certamente Hor-Aha veio do Alto Egito e Neithotep veio do Baixo Egito, mas não há provas de seu relacionamento familiar. De qualquer maneira o filho desse faraó, seu sucessor, Djer, era filho de uma outra esposa secundária. <br>
'''Nomes:''' <br>
*Mâneton o chama Menes o primeiro rei ou Athothis, na lista dele o segundo rei.
*Heródoto o chama Min (há dúvidas)
*Listas de reis – Men, Meni, Teti, Ity
 
'''*Djer (Hórus que socorre)'''
 
Era, provavelmente, o rei que Mâneton chama de Athothis e descreve como sendo um grande estudioso, porque escreveu textos de anatomia que ainda eram usados na época do domínio grego. <br>
Fragmentos de selos em marfim vindos de Abidos relatam viagens a Sais e Buto, no Delta. <br>
Presume-se que sua tumba seja a de número 0 em Abidos, que é uma das maiores e mais complexas da 1ª dinastia. No inicio do século XX, ''Flinders Petrie'' descobriu tumbas das primeiras dinastias e, na tumba de Djer foi encontrado um braço de mulher cortado e envolvido com panos de linho, decerto abandonado por um ladrão. Dentre as bandagens havia quatro pulseiras de ouro, ametista e turquesa, um magnífico trabalho de ourivesaria que deveriam pertencer a uma rainha ou princesa. <br>
O faraó Djer também construiu duas mastabas em Saqara e um templo para a deusa Neith em Sais. <br>
Inscrições em Wadi Halfa registram uma campanha military na Núbia e talvez ele tenha feito também campanhas na Libia e no Sinai. Talvez tenha feito até mais, militarmente pois um dos anos de seu reinado foi chamado de ''O Ano da Destruição da Terra de Setjet'' (Siria-Palestina). Essa atividade militar torna Djer, o primeiro faraó a registrar campanhas militares fora das fronteiras egípcias. <br>
Poderoso e inteligente, Djer, infelizmente está ligado a sacrifícios humanos. Um selo de madeira encontrado em Saqara traz seu nome, junto de uma cerimônia que parece estar ligada a sacrifícios humanos e sua tumba em Abidos está rodeada de sepultamentos de trezentos serviçais que foram enterrados ao mesmo tempo que o faraó. <br>
Não se pode afirmar mas também não há outras explicações para o fato. <br>
'''Nomes:'''
*Mâneton o chama de Athothis (embora alguns digam que ele era Kentekenes)
*Listas de reis – Meni, Teti, Iti.
[[Image:Egypte louvre 290.jpg|thumb|100px|left|Estela de Djet no Louvre]]
'''*Djet (Hórus cobra ou Hórus que ataca)'''
É muito provável que fosse o filho de Djer, embora não existam evidencias de que a rainha Merneith tenha sido sua esposa, é praticamente certo que ela foi a mãe de seu sucessor, Den. <br>
Este faraó deixou poucos registros de sua existência, a não ser por sua tumba em Abidos, onde foi encontrado um belo serekh trazendo o nome do rei. Parece que sua tumba (juntamente com outras da mesma dinastia) foi queimada intencionalmente em algum ponto da história do Egito e mais tarde foi recuperada por causa da associação ao culto de Osíris. <br>
'''Nomes:''' <br>
*Mâneton o chama Wenefes
*Listas de reis – Itiu, Itiui, Ata, Iti
 
''*Rainha Merneith (a amada de Neith)'' <br>
[[File:Ummal-qaab.png|150px|right]]
Uma das personagens mais discutidas do período dinástico antigo. De certo ela foi a mãe de Hórus Den, conforme se vê num selo encontrado na tumba T de Umm El Qa´ab. Seu nome está ao lado do nome de Den e é possível que ela fosse a esposa de Djet. <br>
Sua tumba em Abidos (Y) fica perto da de Djet (Z), do lado de fora desta tumba foi encontrada uma estela, em 1900 por ''Fliders Petrie'', que, a principio se acreditou fosse de um governante masculino.<br>
A mastaba 3503 em Saqara é a única que pode ser, de fato, atribuída a ela, os selos trazem o nome de Den. <br>
Se de fato ela reinou, foi a primeira mulher a governar o Egito, não se sabe se governou sozinha ou se junto com Djet (caso ele fosse seu marido) e depois da morte dele ficou como regente do filho Den. <br>
Seu nome não consta das conhecidas listas de reis, além da lista de Den, mas Mâneton registra oito faraós na 1ª dinastia, o que confere se adicionarmos Merneith, mas não fica correto se Narmer for o primeiro rei da 1ª dinastia. <br>
De qualquer maneira não há um serekh que possa atestar sua posição como governante, se ela está na lista de Den, uma lista similar datada do reinado de Qa´a omite a rainha. <br>
 
'''*Den (Hórus que golpeia)'''
 
Foi um dos governantes mais importantes deste período. Seu reinado é marcado por um grande desenvolvimento na arquitetura funerária e pelo progresso do estado, na administração, economia, artesanato, religião. Mais de 30 mastabas foram erguidas em Saqara e Abu Rawash durante o seu reinado, por funcionários de todos os tipos, isso é sinal de uma administração próspera e forte. <br>
[[File:IvoryLabelOfDen-BritishMuseum-August19-08.jpg|thumb|150px|left|Hórus Den]]
Assim como Djer, parece que Den também foi médico e um dos estudos que se acredita seja de sua autoria, versa sobre o tratamento de fraturas. <br>
Den está registrado em numerosos objetos e fragmentos. Um selo de marfim encontrado em Abidos, mostra Den atacando um prisioneiro asiático. Seu nome aparece no serekh encimado por Hórus, mas há na frente da cena a representação de Seth como animal (chacal). <br>
Este faraó foi o primeiro de uma série de eventos como, o primeiro a adotar o nome ''Nebty'' ou Duas Senhoras, o primeiro a ser representado usando a coroa dupla, o primeiro a incorporar uma longa escadaria em sua tumba e foi o criador da posição de vizir para o Baixo Egito (ocupada por um homem de nome Hemaka, cuja tumba, muito rica, está em Saqara). Também é creditado a ele o primeiro censo no Egito, ''contando todas as pessoas do norte, leste e oeste'' para determinar os impostos. <br>
'''Nomes:'''
*Mâneton o chama Usaphaidos
*Listas de reis - Septi, Semti, Kenti, Udimu
*Nome Nebty - Nebty Khasti, Nebty Chasti, ''Nebty, o homem do deserto''
 
'''*Anedjib (valente é o seu coração)'''
 
Assim como seu pai, Den, este faraó também usou a coroa dupla que representa o poder sobre as duas terras, o Alto e o Baixo Egito. Porém, há dúvidas se ele de fato controlou o norte do país, há evidencias de rebeliões. <br>
Como maneira de legitimar seu poder, ele começou a usar o título '''Os Dois Senhores''', talvez para reforçar o fato de reinar sobre todo país ainda que o povo se dividisse entre Hórus e Seth. Esse título reúne os dois antagonistas na pessoa do rei. <br>
Anedjib casou com a rainha Betrest que era descendente da linha de reis menfitas, o que deu a ele a legitimidade. Pode ser que ele não fosse filho legítimo de Den, então precisasse casar com uma princesa de sangue real. Há teorias de que ele foi um usurpador e por esse motivo, seus monumentos tiveram seus títulos e nome raspados pelo seu sucessor. <br>
'''Nomes:'''
*Mâneton o chama Meibidos, Neibais, Miebis, Miebidos
*Listas de reis – Merbap, Mer-bja-pen, Mer-bja-pe
*Nome Nebty - Nebty Mer... ou Mer-spt-bja
 
[[File:SemerkhetIvoryLabel-BritishMuseum-August19-08.jpg|thumb |right |150px | selo em marfim de Semerkhet]]
'''*Semerkhet (amigo considerado ou companheiro dos deuses)'''
 
De acordo com as anotações de Mâneton, Semerkhet deve ter enfrentado muitos problemas, mas ele alega que isso ocorreu porque este faraó era um usurpador. Não existem indícios de que isso seja verdade porque ele consta da lista de reis, mas o certo é que ele raspou nomes anteriores e mandou inscrever seu próprio nome no lugar. <br>
Sua tumba é bem maior que a de seu antecessor, Anedjib, e é o único dos primeiros reis que não tem uma mastaba correspondente em Saqara (ou pelo menos ela ainda não foi encontrada), pode ser porque seus ministros e oficiais sobreviveram a ele e permaneceram servindo ao faraó seguinte. <br>
'''Nomes:'''
*Mâneton o chama Semempses, Mempses
*Listas de reis - Semsem, Hu, Semsu
*Nome Nebty – Iri (não confirmado) um símbolo que pode ser lido como ''Aquele que guarda'' ou ainda ''Aquele a quem as duas senhoras guardam'' (ele pode ter sido sacerdote antes de ser faraó).
 
[[Image:StelaOfQaa.JPG|thumb|100px|left|Estela de Qaa]]
'''*Qa´a (seu braço está erguido)'''
 
É considerado o último rei da 1ª dinastia e como já se sabe existem poucas informações a seu respeito. O que temos vem de sua tumba em Abidos e sepultamentos em Saqara. Um selo com uma lista de todos os reis da 1ª dinastia (não consta Merneith) foi encontrado em 1990 e ajudou a ratificar os reis desta dinastia. <br>
As escavações feitas por alemães em 1990 também foram bem sucedidas em encontrar objetos que haviam passado despercebidos pelas buscas mais antigas. Na tumba havia duas estelas funerárias com o nome do rei. Dentro da tumba encontraram o nome de Hotepsekhemwy o rei seguinte, de modo que, se acredita que tenha sido ele a terminar o túmulo após a morte de Qa´a. <br>
Este faraó foi o último a ser sepultado junto com serviçais, em sepultamentos conjuntos. <br>
'''Nomes:'''
*Mâneton o chama Bieneches
*Listas de reis - ...beh (incompleto), Qebeh, Qebehu
*Nome Nebty – sn nb.tj, Sen-Nebti, ''Irmão das Duas Senhoras''.
 
==Faraós da Segunda Dinastia==
 
*Hotepsekhemwy<br>
*Raneb<br>
*Nynetjer<br>
*Peribsen<br>
*Khasekhem (Khasekhemwy)<br>
 
Provavelmente seis faraós reinaram na segunda dinastia que durou pouco mais de 200 anos. <br>
 
'''Hórus Hetepsekhemwy''' – o significado de seu nome é ''Amável Poderoso.'' Selos com seu nome foram encontrados próximo da pirâmide de Unas em Saqara (quinta dinastia), mas, a tumba atribuída a ele estava vazia. Também foram encontrados outros selos com seu nome próximo da entrada da tumba de Qaa, isso talvez indique que este faraó inspecionou o funeral de seu antecessor. <br>
[[Image:Nebra.jpg |thumb|100px|right|Nebra em hieróglifo]]
 
'''Horus Raneb''' – significa ''Ra é o Senhor''. Provavelmente esse faraó deve ser '''Hórus Nebra''', uma estela de granito encontrada em Abydos traz um cartucho com o nome Nebra, que significa ''Senhor do Sol''. <br>
Selos com seu nome foram encontrados junto dos de Hetepsekhemwy na tumba em Saqara, de modo que, também Nebra (Raneb) deve ter supervisionado o funeral de seu antecessor. <br>
O nome de Nebra também aparece gravado numa rocha perto de Armant, local de uma antiga rota de comércio.
 
'''Horus Nynetjer''' – seu nome significa ''Celeste''. Este faraó está listado na '''Pedra de Palermo''' como tendo reinado pelo menos 35 anos. Um dos eventos marcados em seu reinado, foi o nascimento de Khasekhemwy (no décimo quinto ano) que foi o último faraó da segunda dinastia. A maior parte das festividades anotadas em seu reinado, o ligam à região de Mênfis, o que deve significar sua proximidade com o Baixo Egito (isso pode ter criado tensão).<br>
Na Pedra de Palermo está marcado que, no 13º ano de seu reinado duas cidades foram atacadas. O nome de uma delas foi traduzido como ''terra do norte'' (talvez uma referência ao Baixo Egito).
[[Image:Peribsen.png|thumb|100px|left|o nome de Per-ib-sn em hieroglifo]]
'''Hórus Sekhemib/Set Peribsen''' – seu nome ao chegar ao trono foi Sekhemib e ele reinou por 17 anos. <br>
Enquanto os outros faraós todos usaram o nome Hórus e a imagem de Hórus falcão em seus cartuchos reais, Sekhemib fez uma grande mudança. Ele trocou seu nome de Hórus Sekhemib que significa ''Coração Poderoso'', para Set Peribsen que significa ''Esperança de todos os corações''. Outra atitude sua foi usar também o animal símbolo de Set. Sua estela funerária de granito, em Abydos mostra a mudança no cartucho. <br>
[[Image:Chasechemoei.png|thumb|100px|right|per-ib-sn com os dois animais]]
 
É lícito imaginar que no seu reinado estavam ocorrendo disputas internas ligadas à rivalidade entre o Alto e Baixo Egito. Pode até ser que a rivalidade mitológica entre Hórus e Set tenha surgido nessa época, porque os seguidores de cada deus lutavam pelo controle do trono. <br>
Peribsen foi sepultado em Abydos e não em Saqara como os seus antecessores.
 
'''Hórus-Set Khasekhemwy'''– foi o último faraó da segunda dinastia. Presume-se que ele tenha posto fim às rebeliões internas unindo novamente o Egito. Seu nome deve ter sido Khasekhem, que ele mudou para Khasekhemwy, que significa ''Os dois poderosos estão em um só''. No seu cartucho ele incluiu o animal de Hórus e o de Set e colocou ''nbwy -htp im=f,'' que significa ''as duas senhoras estão em paz com ele'', talvez se referindo às deusas do Alto e do Baixo Egito, novamente sob um só faraó. <br>
A tumba de Khasekhemwy em Abydos é bem diferente das outras, tem formato de trapézio com uma câmara funerária no centro.<br>
Khasekhemwy casou com uma princesa do norte chamada Nimaathap, que foi chamada de ''Aquela que gesta o rei'', num selo em um vaso. Ela é tida como a ancestral da terceira dinastia.