Civilização Aruaque/Cultura: diferenças entre revisões

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[[File:Acerola Malpighia glabra.jpg|center|300px|thumb|Acerola (''Malpighia emarginata'')]]
[[File:Chouchou-Réunion.JPG|center|300px|thumb|Chuchu (''Sechium edule'')]]
[[File:Persea americana fruits 2.jpg|center|300px200px|thumb|Abacate (''Persea americana'')]]
[[File:Poivrejamaique.JPG|center|300px|thumb|Pimenta-da-jamaica (''Pimenta dioica'')]]
[[File:Tabasco peppers.JPG|center|350px|thumb|Pimenta-malagueta (''Capsicum frutescens'')]]
[[File:Berthe Hoola van Nooten53.jpg|center|300px250px|thumb|Fruta-de-conde (''Annona reticulata'')]]
[[File:Annona muricata 1 (1).jpg|center|300px|thumb|Graviola (''Annona muricata'')]]
[[File:Helianthus annuus 'Taiyo'1.jpg|center|300px|thumb|Girassol (''Helianthus annuus'')]]
As aldeias, ou ''yucayeque'', eram formadas por cabanas, ou ''bohío'', dispostas ao redor de uma grande praça central, o ''batey''. O ''batey'' também era utilizado para jogos de bola, provavelmente por influência cultural dos maias e astecas. Tais jogos de bola continuam a ser praticados até hoje pelos pareci e pelos enawenê-nawê, que confeccionam a bola com o látex da mangabeira (''Hancornia speciosa Gomez'')<ref>http://www.funai.gov.br/indios/jogos/novas_modalidades.htm#006</ref>. As aldeias se localizavam sempre próximo a cursos d'água. Ao redor das aldeias, se localizavam as plantações, ou seja, os ''conuco''.
[[File:Reconstruction of Taino village, Cuba.JPG|center|350px|thumb|Reconstrução de uma aldeia taíno em Cuba]]
[[File:Mangabeira.png|center|450px|thumb|Mangabeira (''Hancornia speciosa'')]]
O algodão era utilizado para se produzir redes de dormir (as ''hamaca'', que foram incorporadas pelo idioma espanhol) e tangas.
Os aruaques eram polígamos e o número de mulheres de cada homem era proporcional a sua importância social. Os territórios aruaques eram divididos em cacicados, cada qual comandado por um ''cacique''. Os caciques tinham alguns privilégios: moravam em uma casa quadrada, diferente das casas redondas dos demais; se sentavam em bancos de madeira nas recepções a outros chefes e nas festas (outra tribo de língua aruaque, a dos tariana, que habita o noroeste da Amazônia, também era famosa pela qualidade de seus bancos de madeira<ref>CRULS, G. ''Hiléia Amazônica''. 4ª edição. Rio de Janeiro: Livraria José Olympio, 1976. p. 265</ref><ref>http://pib.socioambiental.org/pt/povo/tariana</ref>) e usavam pingentes dourados no pescoço, chamados ''guanin''. O poder religioso era detido pelos ''bohike''. A religião aruaque centralizava-se no culto a deuses e antepassados (chamados ''zemí'' na cultura taíno), os quais eram representados sob a forma de objetos de madeira, cerâmica, conchas, algodão ou pedra, ou sob a forma de desenhos na rocha (petroglifos). Nas lendas e histórias tradicionais dos povos aruaques, um tema frequente é o sofrimento: seja o sofrimento causado pela chegada do homem branco<ref>SILVA, A. C. (org). ''Lendas do Índioíndio Brasileirobrasileiro''. Rio de Janeiro: Tecnoprint. p.9</ref>, seja o sofrimento relacionado à origem mítica da mandioca, que teria se originado a partir do sepultamento de uma filha ainda viva que então teria se transformado na raiz da mandioca<ref>SILVA, A. C. (org). ''Lendas do Índioíndio Brasileirobrasileiro''. Rio de Janeiro: Tecnoprint. p.27</ref>, seja o sofrimento de uma visita à casa do sogro<ref>SILVA, A. C. (org). ''Lendas do Índioíndio Brasileirobrasileiro''. Rio de Janeiro: Tecnoprint. pp.48-52</ref> etc. Os taíno desenhavam pictogramas nas cavernas, contando histórias através dos desenhos. Isto demonstra que estavam chegando próximos à descoberta da escrita.
[[File:Caritas Enriquillo.jpg|center|350px|thumb|Petroglifos taíno emno Lagolago Enriquillo, na República Dominicana]]
[[File:Piktograf1.png|center|450px|thumb|Pictogramas taíno nas Cavernascavernas Pomier, na República Dominicana, escritos em 1510 e descrevendo a chegada de missionários cristãos à ilha]]
Os taíno comerciavam com os astecas e maias. Produziam argolas para o nariz e anéis de ouro e prata. Tatuavam a pele por motivos religiosos. Periodicamente, se reuniam para celebrar festas, celebradas nos ''batey''.
[[File:Arowakse vrouw in klederdracht.jpg|center|200px|thumb|Mulher aruaque com argola de prata adornando o nariz]]
Muitas palavras de origem aruaque se incorporaram aos idiomas dos colonizadores europeus, como "iguana", "''cayman''" ("jacaré", em inglês), "canoa", "tomate", "batata", "''barbecue''" ("churrasco", em inglês), "''manatí''" ("peixe-boi", em espanhol), "cacau", "''maíz''" ("milho", em espanhol), "''maní''" ("amendoim", em espanhol), "goiaba", "canibal", "furacão"<ref>http://www.filologia.org.br/filologo/55.htm</ref>, "''anaconda''" ("sucuri", em inglês), "tabaco", "''yucca''" ("mandioca", em inglês), ''sabana'' (que significa "planície" e passou a designar as savanas africanas), ''cay'' (que significa "pequena ilha" e deu origem ao espanhol ''cayo'' e o inglês ''key'') etc. Isto se deve ao fato de os colonizadores europeus terem encontrado primeiramente povos de línguas aruaque quando descobriramcomeçaram a colonizar a América, no século XVIquinze. Com isto, grande parte dos animais, vegetais e artefatos de origem americana passaram a ser conhecidos mundialmente por termos de origem aruaque.
[[File:Guava ID.jpg|center|230px|thumb|"Goiaba" vem do termo aruaque ''guaiaba''<ref>FERREIRA, A. B. H. ''Novo Dicionáriodicionário da Língualíngua Portuguesaportuguesa''. 2ª edição. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1986. p. 855</ref>]]
[[File:Cuban Iguana 010.jpg|center|230px|thumb|Iguana-verde (''Iguana iguana'') em Cuba. "Iguana" vem do termo tainotaíno ''iwana''.<ref>FERREIRA, A. B. H. ''Novo Dicionáriodicionário da Língualíngua Portuguesaportuguesa''. 2ª edição. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1986. p. 915</ref>.]]
[[File:Flag of the Cayman Islands.svg|center|300px|thumb|Bandeira das Ilhas Cayman. "Cayman" vem do termo taino ''kaiman'', que significa "jacaré"<ref>FERREIRA, A. B. H. ''Novo Dicionário da Língua Portuguesa''. 2ª edição. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1986. p. 313</ref>]]
[[File:Ally Faltkanadier.JPG|center|200px|thumb|Canoa. "Canoa" vem do termo homônimo aruaque.<ref>FERREIRA, A. B. H. ''Novo Dicionário da Língua Portuguesa''. 2ª edição. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1986. p. 337</ref>]]
[[File:Potatoes.jpg|center|220px|thumb|Batatas. "Batata" vem do termo homônimo taíno.<ref>FERREIRA, A. B. H. ''Novo Dicionáriodicionário da Língualíngua Portuguesaportuguesa''. 2ª edição. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1986. p. 239</ref>]]
[[File:Nicotiana tabacum jung.jpg|center|220px|thumb|Tabaco (''Nicotiana tabacum''). "Tabaco" vem do termo homônimo taíno que designa o tubo em forma de "Yy" que os índios usavam para assoprar o tabaco moído nas narinas uns dos outros<ref>FERREIRA, A. B. H. ''Novo Dicionáriodicionário da Língualíngua Portuguesaportuguesa''. 2ª edição. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1986. p. 1637</ref>.]]
[[File:1899 hurricane damage.jpg|center|440px|thumb|Danos causados pelo Furacãofuracão São Ciríaco em Porto Rico, em 1899. "Furacão" vem do termo taíno ''hurakán''<ref>FERREIRA, A. B. H. ''Novo Dicionáriodicionário da Língualíngua Portuguesaportuguesa''. 2ª edição. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1986. p. 822</ref>.]]
Muitos líderes taíno que foram mortos pelos espanhóis se tornaram heróis nacionais de nações caribenhas atuais. Por exemplo: Hatuey, em Cuba; Anacaona, no Haiti; e Enriquillo, na República Dominicana.
[[File:Enriquillo Statue Santo Domingo.jpg|center|250px200px|thumb|Estátua de Enriquillo em Santo Domingo, na República Dominicana]]
[[File:Hatuey monument, Baracoa, Cuba.JPG|center|280px250px|thumb|Monumento a Hatuey no local de sua morte, em Baracoa, Cuba]]
[[File:Tropenmuseum Royal Tropical Institute Objectnumber 60012332 Portret van een groep feestelijk uitg.jpg|center|500px400px|thumb|Foto de índios aruaques do Suriname]]
[[File:Tropenmuseum Royal Tropical Institute Objectnumber 60012328 Portret van een groep Arowakken India.jpg|center|470px400px|thumb|Grupo aruaque no Suriname]]
[[File:Tropenmuseum Royal Tropical Institute Objectnumber 3444-17 Arawakken.jpg|center|440px350px|thumb|Gravura representando aruaques surinameses]]
[[File:Tropenmuseum Royal Tropical Institute Objectnumber 60005663 Portret van een Indiaanse Arowakken v.jpg|center|300px200px|thumb|Índia aruaque surinamesa com seu filho]]
[[File:Tropenmuseum Royal Tropical Institute Objectnumber H-2378 Feestelijk haarsieraad van katoen voor .jpg|center|250px|thumb|Adorno feminino aruaque surinamês]]
[[File:Tropenmuseum Royal Tropical Institute Objectnumber 3825-2 Houten zitbank voor mannen.jpg|center|250px|thumb|Banco de madeira aruaque surinamês]]
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[[File:Tropenmuseum Royal Tropical Institute Objectnumber 3825-60 Kralensnoer metwol, die door mannen al.jpg|center|250px|thumb|Adorno masculino aruaque surinamês]]
[[File:Tropenmuseum Royal Tropical Institute Objectnumber 3825-31 Uitgeholde kalebas gebruikt als waterk.jpg|center|200px|thumb|Cabaça para guardar água aruaque surinamesa]]
[[File:Índios da etnia Terena.jpg|center|350px300px|thumb|Índios terena na festa de encerramento da nona edição dos Jogos Indígenas, em 2007, em Olinda, Pernambuco, Brasil]]
[[File:1545VC068a.jpg|center|220px200px|thumb|Menina da etnia terena]]
Os baniwa, que vivem no noroeste do estado brasileiro do Amazonas, são famosos pela tradição da captura e consumo de cupins (chamados de maniwara) e de formigas saúva. Os cupins são consumidos ''in natura'', puros ou com biju e pimenta. As saúvas são socadas em um pilão com farinha d'água e pimenta, para fazer paçoca<ref>http://globoruraltv.globo.com/GRural/0,27062,LTO0-4370-343896,00.html</ref>.
[[File:Meyer6.png|center|300px|thumb|Escola baniwa no rio Içana]]
[[File:2010-06-18-termiten-by-RalfR.jpg|center|300px|thumb|Cupins (ordem ''Isoptera'')]]
[[File:Atta.cephalotes.3.jpg|center|300px|thumb|Saúvas (''Atta cephalotes'')]]
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