Civilização Tupi-Guarani/História: diferenças entre revisões

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[[File:Yerba Mate.jpg|thumb|Erva-mate]]
As missões jesuíticas no interior do continente prosperaram, colhendo erva-mate e criando gado e abastecendo as colônias espanholas na Bacia do Rio da Prata. Nas missões, os índios eram catequizados pelos jesuítas em guarani e produziam refinadas obras de arte sacra (música, escultura, arquitetura e teatro). Em 1639, o padre jesuíta peruano António Ruiz de Montoya, que vivia no Paraguai, publicou a primeira gramática da língua guarani: o ''Tesoro de la lengua guaraní'', publicado em Madri, na Espanha<ref>http://www.campanhaguarani.org.br/historia/palavra.htm</ref>. Os jesuítas combateram o costume indígena da poligamia e forçaram os índios à prática da monogamia. No entanto, a grande concentração de índios nas missões despertou a cobiça dos bandeirantes paulistas, os quais faziam incursões frequentes em busca de mão de obra escrava. Como resultado, as missões se deslocaram cada vez mais para o interior do continente, procurando fugir da ação dos bandeirantes.
 
Por volta de 1700, uma etnia de língua macro-tupi se diferenciou das demais, provavelmente entre os rios Xingu e Tocantins. Essa etnia viria a ser chamada de caapor<ref>http://pib.socioambiental.org/pt/povo/kaapor</ref>.
 
Em 1750, com a assinatura do Tratado de Madri, a Espanha cedeu a região a leste do Rio Uruguai para Portugal e ordenou que as sete missões estabelecidas nessa região se transferissem para a margem oeste. Os missioneiros não concordaram em abandonar suas terras, o que desencadeou as Guerras Guaraníticas, nas quais os missioneiros foram derrotados por exércitos portugueses e espanhóis. Na guerra, morreu o famoso líder guarani Sepé Tiaraju. A guerra foi retratada no clássico da literatura árcade brasileira do século XVIII ''O uraguai'' (1769), de Basílio da Gama. Mesmo derrotados, os missioneiros continuaram presentes na Bacia do Rio da Prata, vindo a constituir-se numa das principais etnias formadoras dos típicos cavaleiros dos pampas: os gaúchos.
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Os jesuítas foram igualmente expulsos da América Espanhola em 1768, causando a decadência das missões jesuíticas que se haviam transferido para a margem oeste do Rio Uruguai.<ref>http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/companhia-de-jesus/missoes-jesuitas-4.php</ref> Mas, no Paraguai, a língua guarani continuou a ser falada pela população, juntamente com o castelhano. Mesmo após um período de proibição da língua durante a ditadura do general Alfredo Stroessner, em meados do século XX.
 
Por volta de 1870, os caapores migraram para o atual estado brasileiro do Maranhão, seguindo o Rio Gurupi<ref>http://pib.socioambiental.org/pt/povo/kaapor</ref>.
 
Em 17 de julho de 1873, o Ministério de Agricultura, Comércio e Obras Públicas do Império Brasileiro decretou o fim das aldeias indígenas no Brasil, sob o argumento de que não existiriam mais índios no país. Isso significou que as terras ocupadas pelos índios brasileiros passaram a ser consideradas legalmente sem dono e, portanto, passíveis de compra através de leilão público<ref>http://plantasenteogenas.org/community/threads/kariri-xoc%C3%B3-o-povo-da-sagrada-jurema.4376/</ref>.