Civilização Tupi-Guarani/Sociedade: diferenças entre revisões
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[[File:Indios munduruku.jpg|thumb|Índios mundurucus]]
[[File:Pau-ferro tronco2.JPG|thumb|Pau-ferro (''Caesalpinia ferrea''). Em tupi antigo, ''ybyratã'', literalmente
[[File:Tapír 2.jpg|thumb|Anta-brasileira (''Tapirus terrestris''). Em tupi antigo, ''tapi'ira''<ref>http://www.fflch.usp.br/dlcv/tupi/vocabulario.htm</ref>. O termo indígena influenciou o nome científico da espécie.]]
[[File:Ift00035vb00.jpg|thumb|Índios praticando o huka-huka]]
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Os índios do grupo macro-tupi moravam em grande cabanas comunitárias feitas de troncos e folhas de palmeira. Dentro de cada cabana, chamada ''oka'', moravam várias famílias, sem que houvesse divisórias entre as famílias. Cada família possuía seu próprio fogo e diversas redes de dormir confeccionadas com fibras vegetais, cipós e algodão. No centro da cabana, morava o chefe da cabana.
[[File:Indios apiaka no rio Arinos.jpg|thumb|Índios apiacás em Mato Grosso, no Brasil]]
As cabanas eram montadas em sistema de mutirão (palavra que se originou do tupi ''moti'rõ'', que significava um trabalho em conjunto visando a ajudar uma pessoa. Em troca, essa pessoa retribuía com a realização de uma festa coletiva<ref>FERREIRA, A. B. H. ''Novo
Os macro-tupis se dividiam em várias nações, que guerreavam constantemente entre si ou contra tribos não macro-tupis, os chamados ''tapuia'' (
Em tempos de guerra ou de calamidade, os índios obedeciam a um chefe: o ''morubixaba'', também chamado ''tuixaua''. Porém, em tempos de paz, quem tinha maior autoridade era o pajé (Em tupi, ''paîé''. O acento circunflexo determina uma vogal átona.), líder espiritual que comandava as festividades do dia a dia, curava os doentes com ervas e rituais sagrados e orientava as pessoas. O pajé também podia ser chamado de ''karai''.
[[File:Hans Staden, Dois Chefes Tupinambás com os Corpos Adornados por Plumas.gif|thumb|Representação de chefes tupis no livro
Os macro-tupis plantavam milho (''abati''<ref>http://www.fflch.usp.br/dlcv/tupi/vocabulario.htm</ref>), mandioca (''mãdi'og'')<ref>HOLANDA, A. B. ''Novo
[[File:Peanut 9417.jpg|thumb|Plantação de amendoim]]
Outra explicação para o seu seminomadismo seria o mito macro-tupi da
Os macro-tupis complementavam sua dieta com caça, pesca e coleta de frutos e raízes. Da mesma forma que a agricultura, estas atividades com o tempo esgotavam os recursos de uma área, obrigando a tribo a migrar para novas áreas. Os únicos animais de corte que os índios tupi-guaranis conseguiram domesticar foram os patos-do-mato (''Cairina moschata'')<ref>GÂNDAVO, P. M. ''A
[[File:Cashew Brazil fruit 2.jpg|thumb|Cajueiro com frutos. "Caju" vem do tupi ''aka´yu''.<ref>FERREIRA, A.B.H. ''Novo
[[File:André-thevet-cashew.jpg|thumb|Gravura de 1558 de
[[File:Flickr - Dario Sanches - PATO-DO-MATO (Cairina moschata).jpg|thumb|Pato-do-mato (''Cairina moschata'')]]
As mulheres encarregavam-se de coletar frutas, preparar utensílios domésticos e cuidar das plantações e dos filhos, enquanto que os homens caçavam, pescavam, limpavam o terreno para o plantio e protegiam a tribo. Os macro-tupis não usavam roupas. Limitavam-se a pintar o corpo com tinta vermelha de urucum e preta de jenipapo, tanto para adorno quanto para proteção contra o sol e os insetos. Utilizavam-se de adornos feitos de penas, conchas, ossos e fibras vegetais, como cocares, capuzes, ligas para os braços e as pernas, colares, pingentes que eram enfiados nos lábios e nas orelhas e capas. Tradicionalmente, os índios macro-tupis se preocupam com o corte de cabelo, poia ele identifica a tribo à qual pertence o indivíduo.
A base da alimentação era a farinha de mandioca, que era preparada a partir da ralação das raízes de mandioca com o auxílio de língua de pirarucu (''Arapaima gigas'') ou de um pedaço de madeira com pedras pontiagudas incrustradas. Antes de ralada, a raiz de mandioca era deixada de molho durante três dias em um rio, para soltar a casca e fermentar. A mandioca ralada era então espremida em um trançado de palha chamado ''tipiti'' (do tupi ''tipi'',
Um costume disseminado amplamente entre as tribos macro-tupis (e entre todos os demais povos da América pré-colombiana) era o canibalismo, que consistia no sacrifício ritual de um prisioneiro de uma tribo inimiga, seguido do consumo de sua carne por todos os membros da tribo (exceto pelo carrasco, que se retirava para uma rede e ficava em recolhimento ritual por um certo período). A carne que não era imediatamente consumida era defumada (
Os macro-tupis tinham um grande conhecimento das propriedades das plantas. Usavam, por exemplo, o tabaco (''Nicotiana tabacum'') em suas cerimônias religiosas, através de cigarros primitivos feitos com folhas de palmeiras, charutos, cachimbos, rapé ou mascando suas folhas. Era através do fumo que os pajés conseguiam se contactar com o mundo espiritual, os deuses, os mortos e fazer previsões sobre o futuro. Fabricavam também uma bebida inebriante a partir das raízes da jurema (''Mimosa hostilis''), o chamada
Desde antes da chegada dos europeus, os macro-tupis já possuíam conhecimentos rudimentares de astronomia, sendo capazes de identificar vários corpos celestes, relacionando-os a figuras mitológicas e a ocorrências meteorológicas, da agricultura e da natureza, como chuvas, época de plantio, colheita e época de pesca<ref>http://docs.google.com/viewer?a=v&q=cache:uwocgrtR46wJ:www.sbhc.org.br/pdfs/revistas_anteriores/2005/1/artigos_1.pdf+&hl=pt-BR&pid=bl&srcid=ADGEESiAErj3-sNA93OgDW2_7NmOtzUIKKDiceS9w1Lb9g7hf-8luFDOftOWv86XoB7KaqeW0Ev3vrqzdasnnmzamrjeVlprAS4psVhWOMTe7vmB4qP9__NhsYeZla4e-_mGYPVi1DBH&sig=AHIEtbTQZGAEt8e0wb4ZFxFM7pUHyzG5BA</ref>.
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File:Cannibals.23232.jpg|Gravura de Théodore de Bry, de 1562, retratando o canibalismo entre os índios tamoios
File:Jurema-mhostilis costapppr.jpg|Jurema (''Mimosa hostilis'')
File:Erythrina mulungu.jpg|Mulungu (''Erythrina verna'')
File:Urucum (bixa orellana) seeds.jpg|Sementes de urucum (''Bixa orellana''). Em tupi, ''uru-ku''<ref>http://naturezadivina.org/comunidade/meio-ambiente/bixa-ollerana-l/</ref>.
File:Ilex paraguariensis - Yerba mate - desc-leaves.jpg|Erva-mate (''Ilex paraguariensis'')
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