Civilização Tupi-Guarani/História: diferenças entre revisões

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A literatura árcade brasileira do século XVIII ainda produziria um outro épico que retratava os costumes dos macro-tupis: Caramuru (1781), de Santa Rita Durão. O livro retrata a saga de Diogo Álvares Correia, náufrago português na Baía do século XVI que viveu entre os tupinambás do Recôncavo Baiano, pelos quais foi apelidado de ''Caramuru'' (termo tupi que significa "que ronca, poderoso"<ref>''Supermanual do escoteiro-mirim''. São Paulo: Abril, 1979. p. 357</ref>), numa alusão à espingarda usada pelo náufrago português. Ou então, significaria "lampreia"<ref>NAVARRO, E. A. ''Método Moderno de Tupi Antigo''. Terceira edição. São Paulo: Global, 2005. p. 213</ref> e seria uma referência ao fato de Diogo ter sido encontrado pelos índios tupinambás camuflado em meio às pedras e algas da arrebentação, como se fosse uma lampreia.
 
No litoral brasileiro, o aumento da imigração portuguesa por causa da descoberta de ouro no Brasil no final do século XVII, a expulsão dos jesuítas (que mantinham escolas onde o tupi e a língua geral eramera o idiomasidioma usadosusado no ensino) do Brasil e a proibição do uso do idioma tupi no Brasil pelo Marquês de Pombal (ambos em 1759) determinaram a progressiva redução da influência do tupi na região até sua substituição total pelo português como língua franca ao longo do século XVIII. No entanto, sua influência permaneceu sob a forma de um expressivo vocabulário de topônimos (Piratininga, Itaipu, Ubatuba etc.) e de nomes de animais e vegetais (jacaré, jabuti, jabuticaba etc.), bem como na forma de uma língua portuguesa com pronúncia, tempos verbais e colocações pronominais diferentes dos de Portugal.
 
Em 1822, o Brasil se tornou independente de Portugal. Isso fez com que a nova nação se voltasse para a cultura indígena como símbolo de sua autonomia. Uma das consequências desse surto nacionalista foi a criação do gentílico "carioca" (termo tupi que significa "casa de cascudo", "casa de branco"<ref>http://blognorio.wordpress.com/2010/08/10/mais-curiosidades-sobre-a-baia-de-guanabara/</ref> ou "casa de carijó"<ref>http://www.fflch.usp.br/dlcv/tupi/tempo_nomina_em_tupi.htm</ref>) para os naturais da cidade do Rio de Janeiro, em 1834 e a alteração do nome da Vila Real da Praia Grande para Niterói (outro nome tupi, significando "água escondida") em 1835. Esse interesse pela cultura indígena como símbolo do jovem país também se refletiu na literatura romântica brasileira do século XIX. O poeta brasileiro Gonçalves Dias (1823-1864) escreveu vários poemas com temática tupi, como I-juca-pirama (1851) e Os Timbiras (1857). Embora este último apresente um título equivocado, pois os timbiras pertencem, na verdade, ao grupo linguístico macro-jê. Na obra, Gonçalves Dias descreve típicos costumes dos índios tupis, imputando-lhes erroneamente aos timbiras<ref>http://pib.socioambiental.org/pt/povo/timbira</ref>.