Civilização Tupi-Guarani/História: diferenças entre revisões

[revisão pendente][revisão pendente]
Conteúdo apagado Conteúdo adicionado
McZusatz (discussão | contribs)
m (Script) Duplicate: File:Albert Eckhout Mameluca woman circa 1641-1644.gifFile:Albert Eckhout Mameluca woman circa 1641-1644.png Exact or scaled-down duplicate: [[commons::File:Albert Eckhout Mameluca woman circa...
Corrigi informações, baseado no dicionário de tupi antigo de Eduardo Navarro.
Linha 8:
[[File:Tearful salutations in Histoire d un voyage fait au Bresil 1580.jpg|thumb|Desenho do livro autobiográfico de Jean de Léry mostrando saudações lacrimosas entre europeu e índia tupi, um costume tupi]]
[[File:Hans Staden, Execução de um Prisioneiro que Está Preso à Mussurana.gif|thumb|Desenho do livro autobiográfico de Hans Staden retratando a execução de um prisioneiro dos índios tupinambás que está amarrado à corda ''muçurana''. À esquerda, um índio segura o porrete tupi ''ibirapema'' com o qual irá desferir o golpe fatal contra o prisioneiro.]]
Segundo a teoria mais aceita pelos estudiosos, os povos indígenas da América são procedentes de migrações de povos asiáticos, que alcançaram a América através do AlascaEstreito de Bering entre 11000 e 11500 anos antes do presente (embora uma teoria mais recente levante a hipótese de ter ocorrido também uma migração anterior de povos aparentados com os africanos e aborígenes australianos).<ref>BUENO, E. ''Brasil: uma história. ''2ª edição revista. São Paulo. Ática. 2003. p. 14,15.</ref> De lá, eles provavelmente desceram ao longo do continente americano até atingir o extremo sul da América do Sul. Um desses povos diferenciou-se dos demais e desenvolveu uma língua proto-tupi, no sul da Amazônia, por volta do século V a.C. (provavelmente na região do atual estado brasileiro de Rondônia. Embora uma hipótese alternativa aponte a região dos rios Paraguai e Paraná como o centro original da dispersão tupi-guarani).<ref>CASCUDO, L. C. ''Geografia dos mitos brasileiros. ''3ª edição. São Paulo. Global. 2002. p. 133.</ref>
 
De lá, ele se expandiu no início da era cristã pelo leste da América do Sul, dividindo-se em várias tribos falantes de línguas derivadas desse idioma proto-tupi e que constituiriam o tronco linguístico tupi: tupinambás, potiguares, tabajaras, temiminós, tupiniquins, caetés, carijós, guaranis, chiriguanos etc.<ref>BUENO, E. ''Brasil: uma História''. Segunda edição revista. São Paulo: Ática, 2003. p.19</ref><ref>http://super.abril.com.br/cultura/lingua-brasil-437755.shtml</ref> Os tupis começavam a desenvolver a agricultura, principalmente de mandioca, que era um dos alimentos básicos de sua dieta. A agricultura era praticada pelo sistema de queimada, que limpava e adubava com as cinzas o terreno para o plantio. A caça, a pesca e a coleta de frutas e raízes completavam sua dieta.
Linha 14:
Em suas migrações através da América do Sul, os tupis eram orientados por líderes religiosos, os ''karai''<ref>CLASTRES, P. ''Le grand parler''. Paris: Éditions du seuil, '975. p. 9</ref>, que lhes prometiam um paraíso ao final da jornada: a chamada "terra sem males" (em guarani, ''yvy marae''<ref>http://www.tekoamboytyitarypu.site90.com/index.php?news&nid=9</ref>). No século V, um grupo de índios tupis da região da Bacia Platina começou a se diferenciar dos demais, vindo a constituir os chamados índios guaranis<ref>ALMEIDA, R. F. T. e MURA, F. ''Site Povos Indígenas no Brasil''. História do contato. Disponível em http://pib.socioambiental.org/pt/povo/guarani-kaiowa/549. Acesso em 19 de outubro de 2012.</ref>.
 
No século XV, guaranis que habitavam o leste do atual território paraguaio se deslocaram para o noroeste, atravessando a região do chaco e escravizando e se mesclando aos chanos, que eram uma população de língua pertencente ao grupo aruaque. Se fixaram, então, no sul do atual território boliviano, nos limites do Império Inca, com o qual passaram a ter constantes conflitos. Os incas passaram a chamar depreciativamente esse povo de chiriguano, porém eles preferiam se referir a si mesmos como guaranis avás. No século XVI, com a chegada dos colonizadores europeus, alguns povos tupis, como os temiminós, os tupiniquins e os tabajaras, se aliaram aos portugueses, enquanto outros, como os potiguares, ecaetés ose tamoios, se aliaram aos franceses. Os carijós e os guaranis se aliaram aos espanhóis. Porém o resultado era sempre o mesmo: destruição das aldeias indígenas, escravização, doenças trazidas pelos europeus e fuga das populações indígenas para o interior do continente e para os aldeamentos criados pelos padres jesuítas (as reduções ou missões, onde os índios eram catequizados, trabalhavam para os padres jesuítas e perdiam muito de sua cultura indígena).
 
Um importante fator que estimulou a escravização dos índios foi a falta de mulheres entre os europeus que chegavam à América. Com isto, o ataque a aldeias indígenas e o apresamento de índias tornou-se uma saída para a obtenção de mulheres. Os filhos dessas uniões, chamados de mamelucos, por sua vez, também tomavam parte nas expedições escravizadoras de índios em direção ao interior do continente, as chamadas "entradas e bandeiras"<ref>http://www.red.unb.br/index.php/emtempos/article/view/2668/2217</ref>. Os índios tupis reagiram contra essa política de escravização ou fugindo para o interior do continente ou atacando as povoações portuguesas no Brasil. Uma importante rebelião tupi contra os portugueses foi a Confederação dos Tamoios, que reuniu os tupinambás desde Cabo Frio, no atual estado brasileiro do Rio de Janeiro, até Bertioga, no atual estado brasileiro de São Paulo, de 1554 a 1567. Os tamoios (termo que vem do tupi ''tamuya'', "velho", significando que a revolta era incentivada pelos anciões das tribos) eram liderados por Cunhambebe e, posteriormente, por Aimberê<ref>http://www.staff.uni-mainz.de/lustig/guarani/lingua_tupi.htm</ref>.
Linha 53:
File:Anônimo - Episódios da vida de Diogo Álvares Correia, o Caramuru (II).JPG|Pintura no Mosteiro de São Bento da Baía retratando a chegada de Diogo Álvares Correia à Baía no século XVI
File:Louis-Michel van Loo 003.jpg|Retrato de 1766 do Marquês de Pombal, por Louis-Michel van Loo e Claude-Joseph Vernet
File:Jabuticaba2.jpg|Jabuticaba (''Myrciaria sp.''). "Jabuticaba" é uma palavra de origem tupi, com o significado original de "comidagordura de jabuti"<ref>http://dicionariorapido.com.br/jabuticaba/</ref> ou "frutas em botão"<ref>FERREIRANAVARRO, AE. BA. H.Dicionário ''Novode dicionáriotupi daantigo: a língua portuguesa''.indígena Segundaclássica ediçãodo Brasil. RioSão de JaneiroPaulo. Nova FronteiraGlobal. 19862013. p. 977152,153.</ref>.
File:Ipanema.png|Praia de Ipanema, no Rio de Janeiro. "Ipanema" vem do tupi ''upa'nemaypanema'', que significa "lagoario fedorentaazarado, sem peixes".<ref>NAVARRO, E. A. Dicionário de tupi antigo: a língua indígena clássica do Brasil. São Paulo. Global. 2013. p. 569.</ref> O nome é uma referência ao antigo proprietário da região: o Barão de Ipanema<ref>http://www.fflch.usp.br/dlcv/tupi/os_pronomes_pessoais_continuacao.htm</ref>.
</gallery>
{{ref-section}}