Civilização Tupi-Guarani/Sociedade: diferenças entre revisões

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Melhorei o texto, corrigindo um pequeno erro: o machado de bronze em poder dos tupis poderia, também, ser proveniente de algum navio europeu.
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Os guaranis possuíam um sistema primitivo de correio, o ''parejhara ''(equivalente ao termo tupi antigo ''paresar'', "convidar para festa"),<ref>NAVARRO, E. A. ''Dicionário de tupi antigo: a língua indígena clássica do Brasil. ''São Paulo. Global. 2013. p. 373.</ref> que consistia na troca de informações e produtos entre os viajantes que chegavam às aldeias e os moradores das aldeias. Este sistema ajudava na manutenção da coesão cultural dos guaranis, dispersos pela América do Sul. Este correio se utilizava também de um antigo caminho gramado, o ''Peabiru'', que ligava o litoral brasileiro à Cordilheira dos Andes através dos atuais territórios do estado brasileiro do Paraná, do Paraguai e da Bolívia. O ''Peabiru'' era muito utilizado pelos tupis e guaranis para manter contato com o império inca, que era reverenciado como uma civilização superior, capaz de ensinar muitas coisas, como, por exemplo, técnicas de construção civil e variedades de milho. Pesquisadores sugerem que este correio seja uma demonstração da influência cultural inca, pois os antigos incas se notabilizaram por possuir um eficiente sistema de mensageiros corredores que percorriam todo o império inca, ajudando na sua administração.
 
Existe mesmo a hipótese de que o ''Peabiru'' tenha sido uma criação inca, visando à ampliação do império incaInca até o oceano Atlântico, projeto este que teria sido posteriormente abandonado. Os próprios tupis e guaranis creditam a construção do ''Peabiru'' ao ancestral civilizador ''Sumé''. Como prova do intenso intercâmbio entre os tupis do litoral brasileiro e os incas, existem pelo menos dois registros históricos interessantes: um deles se refere a um machado de bronze que foi observado pelos navegadores portugueses em poder dos tupis, machado este que só poderiadeveria ser proveniente dos incas ou de navegadores europeus, pois os tupis não conheciam a metalurgia. O outro registro é sobre a presença do vocábulo tupi ''pindá'' (''"anzol''") sendo utilizado pelos incas. OraEste vocábulo, este vocábuloque foi criado pelos tupis para nomear os anzóis que eles obtiveram dos navegadores portugueses, vocábuloteria estepercorrido queo percorreuPeabiru todaaté achegar América do Sul até oao território inca<ref>CRULS, G. ''Hiléia Amazônica''. Quarta edição. Rio de Janeiro: Livraria José Olympio, 1976. p. 266</ref>.
 
Para marcar a passagem dos anos, os tupis tomavam, como base, a frutificação dos cajueiros, que se dá nos meses de dezembro e janeiro. Em cada safra de caju, guardava-se uma castanha de caju em um pote. A contagem das castanhas dentro do pote indicava a idade dos indivíduos<ref>http://escolhaseusonho.blogspot.com.br/2011/04/do-tupi-acaiu-noz_30.html</ref><ref>http://jangadabrasil.com.br/outubro/cp21000c.htm</ref>. O período da safra de caju também marcava as chamadas "guerras do caju", quando tribos tapuias do interior atacavam os cajuais tupis do litoral, disputando a posse da fruta<ref>http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/caju/caju-6.php</ref>.