Ir para o capítulo anterior: Natureza Zâmbia Ir para o próximo capítulo: Cultura

A região da atual Zâmbia já era habitada em 200000 a.C., como comprovam o fóssil do Homo rhodesiensis encontrado na região e os fósseis de ferramentas encontrados perto das cataratas Vitória. Os habitantes eram aparentados com os atuais povos caçadores e coletores de línguas khoisan que habitam o sul da África. A partir do século IV, com a expansão de povos de línguas bantas a partir do território da atual Nigéria, a região foi invadida por levas sucessivas de povos bantos, que expulsaram os habitantes primitivos. Em virtude disso, a região passou a ser dividida entre vários povos que falavam diferentes línguas bantas. Os bantos conheciam a agricultura, o ferro e o cobre. Este último era utilizado como moeda nas trocas comerciais entre as diferentes tribos.

Homo rhodesiensis

No século XIX, a região dividia-se entre cinco reinos banto:

  • os kazembe-lundas no norte;
  • os bembas no nordeste;
  • os chewas no leste;
  • os lozis no oeste
  • e os tongas no sul.
Mapa da primeira metade do século XIX mostrando a localização dos reinos kazembe-lunda, bemba e lozi

Em 1851, o missionário escocês David Livingstone explorou a região com o intuito de difundir a fé cristã na África. Quatro anos depois, ele encontrou as maiores quedas d'água do mundo, no rio Zambeze e as batizou como cataratas Vitória, em homenagem à rainha Vitória da Inglaterra. O nome local das quedas, porém, era Mosi-oa-tunya, que significa "fumo que troveja". Em 1886, Portugal reivindicou o controle da região, através do célebre "mapa cor-de-rosa". A região era estratégica para os portugueses, pois se localizava entre as colônias portuguesas de Angola e Moçambique. Porém a Inglaterra também tinha interesse pela região e incentivou a criação, em 1889, da Companhia Britânica da África do Sul, entidade privada que tinha como meta a exploração comercial da África austral. Sob a liderança da companhia, colonos ingleses começaram a ocupar o território em busca de riquezas minerais. Isto levou a confrontos com os povos locais e à instituição de leis discriminatórias favorecendo a minoria de origem europeia. Em 1890, diante de um ultimato inglês, Portugal renunciou à posse do território em disputa. O território, inicialmente chamado Zambézia, passou a ser conhecido como Rodésia, em homenagem a um dos criadores da Companhia Britânica da África do Sul, Cecil Rhodes. A companhia administrou o território até 1924, ano em que a sua porção norte, conhecida como Rodésia do Norte, foi transformada em protetorado britânico.

Bandeira da Rodésia do Norte
Foto de 1912 mostrando rodesianos do norte

Em 1953, as Rodésias do Norte e do Sul se uniram a Niassalândia e formaram a federação da Rodésia e Niassalândia, ainda sob a proteção britânica. A federação foi dissolvida dez anos depois e, no ano seguinte, a Rodésia do Norte tornou-se totalmente independente da Inglaterra e mudou seu nome para Zâmbia. O primeiro presidente zambiano foi Kenneth Kaunda, o qual permaneceu no poder até 1991, ano em que foi derrotado nas eleições por Frederick Chiluba.

Em vermelho, o território da federação da Rodésia e Niassalândia
Bandeira da federação da Rodésia e Niassalândia
Kenneth Kaunda

Chiluba permaneceu na presidência até 2001, ano em que foi eleito Levy Mwanawasa. Em 2007, o ex-presidente Chiluba foi condenado pelo supremo tribunal de Londres por desvio de dinheiro público, em ação movida pelo procurador-geral de Zâmbia[1]. Em 2008, Mwanawasa morreu em consequência de um acidente vascular cerebral[2] e foi substituído pelo vice-presidente Rupiah Banda[3]. No ano seguinte, o ex-presidente Chiluba foi inocentado de uma acusação de corrupção promovida pelo jornal The Post[4].

Levy Mwanawasa

Em 2010, a empresa brasileira Vale e a sul-africana ARM anunciaram uma joint venture visando à exploração de minas no cinturão do cobre zambiano[5][6].

Referências