No terceiro milênio antes de Cristo, o vale do rio Indo, no atual território paquistanês, era ocupado por uma avançada civilização. Seus habitantes tinham traços físicos negróides e suas cidades mais importantes eram Harapa e Mohenjo Daro.

Inscrições encontradas no portão norte das ruínas de Harapa
Bonecos encontrados na cidade de Harapa

A partir de 2000 a.C., aproximadamente, esta civilização entrou em colapso. Ao mesmo tempo, por invasões violentas ou penetração pacífica e gradual, todo o norte da Índia foi ocupado por um povo branco oriundo do noroeste, os árias. Durante os mil anos seguintes, os árias se dividiram em pequenos reinos no norte indiano, os chamados mahajanapada e compuseram os Vedas, que eram compilações de rituais religiosos. Por esta razão, este período da história indiana é chamado Período Védico. Neste período, também foram compostas obras filosóficas como os Brâmanas e os Upanichades[1].

Os mahajanapada no norte indiano no século VII a.C.

Nos séculos VI e V a.C., surgiram reformadores religiosos no norte da Índia que criaram novas religiões: Mahavira, que criou o Jainismo e Sidarta Gautama, que criou o Budismo. No século IV a.C., Alexandre Magno extendeu seu império até a fronteira indiana, no vale do rio Indo. No século III a.C., surgiu o primeiro grande império indiano, o império Mauria, que unificou todo o norte da Índia. O soberano mauria Asoka adotou o Budismo como religião oficial do império. Na mesma época, o sábio Patanjali escreveu o Ioga Sutra, codificando práticas de aperfeiçoamento físico e mental.

Estátua de Buda perto das Cavernas Belum, em Andhra Pradesh, na Índia
Desenho mostrando Mahavira nu recebendo alimento. A nudez é vista pelos jainistas como um sinal de desapego aos bens materiais.
Pintura de Charles Le Brun de 1673 mostrando o encontro entre Alexandre Magno e o rei indiano Porus no século IV a.C.
Pilar de Asoka em Vaishali, na Índia. Asoka ergueu pilares como este em todo o seu império.
Postura de ioga

Após o colapso do império Mauria, a Índia sofreu novamente diversas invasões estrangeiras. Neste período, foram compostos os clássicos da literatura indiana Mahabharata e Ramayana.

Estátua em Tirumala, na Índia, mostrando a cena mais famosa do Mahabharata: o diálogo entre Críxena e Arjuna

No século IV, surgiu outro grande império que unificou a Índia: o império Gupta. Era a chamada Idade de Ouro indiana. Foi escrito o Kama Sutra, clássico manual indiano sobre sexo, por Vatsyayana. No século V, a invasão dos hunos brancos destruiu o império Gupta.

Mapa do império Gupta, em cinza-escuro
Representação de linga ("pênis") do período gupta em Udayagiri, na Índia
Pilar de ferro erguido pelo imperador gupta Chandragupta II em Delhi, na Índia, nos séculos IV-V

A partir do século VIII, o Islamismo começou a penetrar a Índia, através de sucessivas invasões afegãs. Nesse período, o Hinduísmo experimentou um renascimento através da obra do filósofo Sancara[2].

Templo Vidyasankara, em Sringeri, na Índia, o qual faz parte do primeiro mosteiro construído por Sancara
Escultura erótica no templo de Khajuraho, em Madhya Pradesh, na Índia. O templo foi construído por volta do ano 1000.

No século XV, os navegadores portugueses chegaram à Índia. No século seguinte, surgiu o Império Mogol, que unificou o norte da Índia sob o Islamismo. Nesse mesmo século, o guru Nanak fundou, na região indiana do Punjabe, a religião sique[3].

A chegada do navegador português Vasco da Gama à Índia, em 1498, em pintura de Alfredo Roque Gameiro
Taj Mahal, mausoléu construído pelo imperador mogol Shah Jahan no século XVII em Agra, em Uttar Pradesh, na Índia
Harmandir Sahib, o templo Dourado, principal templo sique, construído no século XVI, em Amritsar, no Punjabe, na Índia

No século XVIII, o império Mogol entrou em colapso, abrindo espaço para a dominação britânica sobre toda a Índia.

Em 1836, nasceu o místico hindu Ramakrishna, em Kamarpukur, no atual estado indiano de Bengala Oeste[4]. Em 1893, nasceu o iogue Paramahansa Yogananda, em Gorakhpur, no atual estado indiano de Uttar Pradesh[5]. Em 1926, nasceu o líder religioso hindu Sathya Sai Baba, em Puttaparthi, no atual estado indiano de Andhra Pradesh[6].

Foto de 1881 de Ramakrishna


Em meados do século XX, o movimento pela independência da Índia se fortaleceu sob a liderança de Mahatma Gandhi. Após a Segunda Guerra Mundial, o Reino Unido reconheceu formalmente a independência indiana. As regiões indianas de maioria muçulmana formaram dois estados independentes, os atuais Paquistão e Bangladesh. Em 1948, Gandhi foi assassinado por um fundamentalista hindu.

Mohandas K. Gandhi, chamado de mahatma ("grande alma", em sânscrito)

Em 1966, o indiano Bhaktivedanta Swami Prabhupada fundou, em Nova York, nos Estados Unidos, a Sociedade Internacional para Consciência de Krishna, mais conhecida como movimento Hare Krishna. Na mesma década, a filosofia hindu se espalhou pelos países ocidentais, divulgada pelos hippies e por artistas como os Beatles e Santana.

Swami Prabhupada
George Harrison em 1996, em Vrindavan, na Índia. Harrison foi o membro dos Beatles que mais se interessou pela filosofia hindu.

Em 1984, a primeira-ministra indiana Indira Gandhi foi assassinada por siques, em represália por seu combate ao movimento separatista sique na região indiana do Punjabe.

Em 1992, hindus destruíram a mesquita de Ayodhia, no estado indiano de Uttar Pradesh, sob a alegação de que ela estava construída sobre o local de nascimento do deus hindu Rama[7].

Referências

  1. SCHULBERG, L. Índia histórica. Rio de Janeiro: Livraria José Olympio, 1979. p. 180
  2. SCHULBERG, L. Índia histórica. Rio de Janeiro: Livraria José Olympio, 1979. p. 181
  3. WILKINSON, P. O livro ilustrado das religiões. Primeira edição. São Paulo: Publifolha, 2001. p. 50
  4. Edições de Planeta. São Paulo: Três. p. 13
  5. YOGANANDA, P. Autobiografia de um iogue. São Paulo: Summus, 1981. p. 18
  6. http://www.sathyasai.org.br/saibaba/conheca.htm
  7. Almanaque Abril 2004. São Paulo: Abril, 2004. p. 513