História da moeda/Moeda na Idade Contemporânea

A moeda metálica, circular, padronizada e garantida por governos nacionais se impôs sobre os outros tipos de moeda e se tornou o gênero dominante de moeda. As moedas em metais preciosos, como o ouro e a prata, passaram a ser utilizadas em negócios de maior valor monetário, enquanto que as moedas de metais menos nobres, como o bronze e o cobre, passaram a ser utilizadas nas transações do dia a dia.

Moeda de prata de cinco liras do reino da Sardenha, de 1851, mostrando a efígie do rei Vittorio Emanuelle
Cédula de mil-réis emitida pelo império brasileiro no século XIX
Símbolo da libra esterlina
Detalhe da nota de cinquenta euros observada ao microscópio
Cédulas de um, cinco e dez dólares estadunidenses

Em 1809, o Banco do Brasil lançou o papel-moeda no Brasil. Durante todo o século XIX, a moeda dominante a nível mundial foi a britânica libra esterlina. Em 1914, surgiram os primeiros modelos de cartão de crédito. Alguns hotéis europeus passaram a dar cartões a seus clientes mais assíduos, cartões estes que lhes permitiam deixar pendentes suas diárias para serem pagas em sua estadia seguinte no hotel. A partir de 1920, postos de gasolina estadunidenses como Texaco e Exxon passaram a emitir cartões semelhantes.

Em 1921, o Brasil abandonou as moedas de ouro, pois a inflação fazia com que o metal contido na moeda valesse mais do que seu valor nominal, estimulando que as moedas fossem fundidas em vez de serem usadas nos pagamentos. Pelo mesmo motivo, as moedas de prata deixaram de circular no Brasil em 1942, quando o réis foi substituído pelo cruzeiro como unidade monetária brasileira.

Durante a Segunda Guerra Mundial, os alemães contrataram alguns dos melhores falsificadores de moeda para produzir dólares estadunidenses e libras falsos, visando a desestabilizar e inflacionar a economia desses países[1]. O avanço da tecnologia, com a criação dos computadores e scanners, facilitou o trabalho dos falsificadores de dinheiro e obrigou os governos nacionais a sofisticarem a fabricação de dinheiro, com dispositivos de segurança como: marcas d'água (desenhos que só podem ser vistos contra a luz), desenhos em relevo que podem ser percebidos pelo tato, filete magnético que é lido pelos equipamentos eletrônicos de seleção e contagem, números de série que não são repetidos, marcas somente visíveis sob luz ultravioleta, marcas microscópicas, hologramas etc.[2].

Em 1944, quando a Segunda Guerra Mundial se encaminhava para seu fim, as principais potências mundiais se reuniram em Bretton Woods, nos Estados Unidos, para definir a nova ordem monetária internacional. Pelo acordo ali ratificado, a cotação das moedas passou a ser atrelada ao dólar estadunidense e a cotação deste passou a ser atrelada ao ouro (35 dólares a onça-troy de ouro).

Após a Segunda Guerra Mundial, surgiram as primeiras empresas especializadas na emissão de cartões de crédito. A primeira foi o Diners Club em 1949 e a segunda, o American Express em 1958[3].

Em 1971, diante da crescente demanda por ouro, o presidente estadunidense Richard Nixon abandonou a conversibilidade do dólar por ouro. Com isso, o dólar estadunidense e todas as demais moedas do mundo passaram a não ter mais lastro em metal precioso.

Em 1975, Angola tornou-se independente de Portugal. Dois anos depois, surgiu a moeda nacional angolana: o kwanza.

Em 1986, surgiu uma nova unidade monetária brasileira: o cruzado.

Em 1994, com o advento do Plano Real de estabilização econômica, a unidade monetária brasileira passou a ser o real.

Em 1995, foi inventada a carteira digital, carteira eletrônica de pagamento móvel. Gaston Schwabacher administrador de empresas, criador e proprietário dos direitos de propriedade intelectual, invenção, patente número 9500345 PI.

No século XX, a hegemonia econômica estadunidense foi acompanhada pela preponderância do dólar estadunidense como moeda internacional. Com o surgimento da moeda comum europeia, o euro, em 2002, o dólar passou a dividir a cena mundial com ela. O advento do euro fez sair de circulação tradicionais moedas europeias, como o escudo português, a peseta espanhola, a lira italiana, o franco francês e o marco alemão.

Em 2002, o Timor-Leste conseguiu sua independência em relação à Indonésia. Adotou-se o dólar estadunidense como moeda oficial. Porém, no ano seguinte, o governo passou a emitir centavos nacionais com o mesmo valor dos cents estadunidenses.

Hoje em dia, cada vez mais os cartões de crédito (que emprestam dinheiro ao usuário do cartão) e débito (que retiram dinheiro da conta do usuário) ocupam o lugar das notas de papel e das moedas metálicas nas transações do dia a dia. São comuns também os pagamentos por meio de transferências bancárias via terminais de autoatendimento, internet ou mesmo mensagens de texto de telefone celular.

Valem ser destacados os casos do Quênia e da Tanzânia, onde grande parte da população faz compras e realiza transferências financeiras utilizando o m-pesa, um sistema de movimentações financeiras via telefone celular que utiliza os créditos do celular como moeda de troca. Esse sistema veio preencher a carência de bancos tradicionais nesses países[4].

Outro caso atual interessante é o das chamadas "moedas sociais" no Brasil. Trata-se de aproximadamente quarenta tipos de moeda, diferentes da unidade monetária oficial do país, o real e que têm a particularidade de somente circularem e serem aceitas em determinadas regiões pouco desenvolvidas economicamente. Com isto, o dinheiro não sairia destas regiões, o que contribuiria para desenvolver a economia dessas áreas[5]. As cédulas das moedas sociais são emitidas por bancos comunitários locais, com lastro em reservas de reais e postas em circulação através de empréstimos sem juros à população de baixa renda[6].

Atualmente, a moeda que costuma ter a maior cotação unitária é a libra esterlina, superando moedas como o dólar estadunidense e o euro[7].

Em 2009, foi criada a moeda virtual bitcoin: ela não possui existência física real, mas pode ser usada para se adquirir bens reais através da internet pela troca de códigos alfanuméricos entre comprador e vendedor.[8] O anonimato das transações com bitcons tem atraído o interesse de criminosos pela moeda. A alta cotação da moeda também tem feito com que se multipliquem vírus de computador que roubam bitcoins de computadores infectados.[9]

Referências