Lógica/O homem mascarado e os limites de aplicabilidade do CQC

Falácia do Homem Mascarado

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Os seguintes raciocínios são válidos no CQCf= :
 
Ou seja: a é (igual a) b. P é predicado de a. Logo P é predicado de b.


 
Ou seja: a é (igual a) b. P não é predicado de a. Logo P não é predicado de b.
Isto pode ser expresso na linguagem de segunda ordem:
 
Esta é a Lei de Leibniz ou Lei de Substituição dos idênticos. Ela permite a construção de uma infinidade de argumentos obviamente válidos. Ex:
1+1=2
2 é par.
Logo 1+1 é par.
John é o homem mascarado.
O homem mascarado cometeu um crime.
Logo John cometeu um crime.
Clark Kent é o Superman.
Superman é vulnerável a kriptonita.
Logo Clark Kent é vulnerável a kriptonita.
3=2+1
3 não é par.
Logo 2+1 não é par.


Contudo, há contextos nos quais raciocínios com a mesma forma resultam em conclusões falsas mesmo as premissas sendo verdadeiras. Ex:
Num contexto onde a polícia não sabe que John é o homem mascarado.
John é o homem mascarado.
A polícia desconfia que o homem mascarado cometeu um crime.
Logo a polícia desconfia que John cometeu um crime.


Na época que Lois Lane não sabia qual era a identidade secreta do Superman.
Clark Kent é o Superman.
Lois Lane sabe que o Superman é vulnerável a kriptonita.
Logo Lois Lane sabe que o Clark Kent é vulnerável a kriptonita.


Isto não significa que a Lei de Leibniz seja inválida, mas que é inválida a sua aplicação em determinados contextos: os contextos intencionais. Estes se caracterizam por envolverem crenças, sentimentos, conhecimentos e diversas subjetividades. Nestes contextos, algo que seja verdade para uma constante individual pode não ser para outra idêntica.