Português/Regência/Regência verbal
A regência verbal é a forma sintática que analisa a relação entre o verbo e o complemento verbal. O verbo é chamado de regente (ou subordinante) e o complemento é chamado de regido (ou subordinado), pois um depende do outro sintáticamente.
IntransitividadeEditar
Verbos que exprimem ações em que o sujeito não depende de nenhuma coisa ou pessoa, são intransitivos. Exemplo:
- Os animais feridos morreram. → a ação morrer exercida pelo sujeito animais não depende de nada, ou seja, o verbo é intransitivo;
- Todos suspiraram profundamente. → a ação suspirar exercida pelo sujeito todos não depende de nada, ou seja, o verbo é intransitivo;
- Choverá amanhã. → o verbo chover é impessoal (não possui sujeito) e não depende de ninguém para acontecer.
TransitividadeEditar
Os verbos que dependem de alguém ou alguma coisa para ocorrerem, que necessitam de uma condição para existirem, são transitivos:
- Eu pensei em uma viagem. → a ação pensar exercida pelo sujeito eu depende de uma coisa: uma viagem;
- O mundo precisa de ti. → a ação precisar exercida pelo sujeito o mundo depende de alguém: tu;
- Eles querem o aumento dos salários. → a ação querer exercida pelo sujeito eles depende do aumento dos salários.
Podem ser transitivos diretos, quando o termo regido é direto (objeto direto), ou transitivos indiretos, quando o termo régido é indireto (objeto indireto).
- O complemento pode ser descoberto fazendo-se as perguntas o quê? ou a quem? ao verbo;
- Alguns verbos que não necessitam de complemento são transitivos, somente quando o complemento é existente (veja objeto direto cognato);
- O complemento pode aparecer antes do verbo;
- Se o verbo exigir complemento, mas não em um determinado caso, ele é classificado conforme ele se apresenta naquela frase;
- Na língua portuguesa, alguns verbos transitivos podem apresentar tanto o objeto direto quanto o indireto (verbos transitivos diretos e indiretos).
CircunstânciasEditar
- Ver módulo principal: Valência
O complemento ainda pode aparecer na forma de circunstâncias, nestes casos, o verbo é transitivo circunstancial.
SemânticaEditar
É muito comum existirem mudanças semânticas em um verbo ao se alterar sua transitividade, o que pode provocar constantes deslizes semânticos. Veja alguns exemplos, na tabela abaixo:
Verbos | Trans. | Significação | Exemplo |
---|---|---|---|
aspirar | vtd | inspirar | Aspiramos oxigênio a cada minuto. |
vti | pretender | Aqueles funcionários aspiram à chefia. | |
assistir | vtd | ajudar | O médico jamais deixou de assistir o enfermo. |
vti | ver | Assistamos às apresentações em silêncio. | |
querer | vtd | desejar | Queremos muito a despoluição do rio. |
vti | amar | À minha pátria quero muito. | |
visar | vtd | mirar | No jogo de dardos, deve-se visar o centro de um alvo. |
vti | pretender | Visava a sua obra nunca ser esquecida. |