Os espanhóis foram os primeiros europeus a chegarem à região no século XV. Em 1498, o navegador genovês a serviço da Espanha Cristóvão Colombo avistou o litoral do país[1]. Na época, o Suriname já era habitado por índios dos grupos linguísticos aruaque e karib. Em 1593, Domingo de Vera reivindicou o território para a coroa espanhola[2].

Maquete retratando os índios surinameses
Mapa do século XVII mostrando o Suriname como parte das possessões espanholas na América do Sul
Mapa de 1732 mostrando a região das Guianas em amarelo ainda sem a divisão entre o território inglês, o neerlandês e o francês

Os primeiros europeus a ocuparem a região, contudo, foram os neerlandeses e os ingleses, no século XVII. Foram trazidos escravos africanos para trabalhar nas plantações de cacau, algodão, cana-de-açúcar, tabaco, café, anil e algodão ao longo dos rios. A primeira capital do país foi Torarica, cidade situada a 37 quilômetros da foz do rio Suriname. Não muito tempo depois, porém, a capital foi transferida para Paramaribo, que dista quinze quilômetros da foz do rio[3]. Apesar do tratado de Breda entre ingleses e neerlandeses em 1668 que cedeu o território aos neerlandeses, os dois países continuaram disputando o domínio do território. Devido ao tratamento cruel imposto aos escravos, eram frequentes as revoltas e muitos deles fugiam para o interior do país, formando quilombos. Na região do atual distrito de Para, foi estabelecida uma colônia judaica chamada de Jodensavanne ("savana judia" em neerlandês) no século XVII.

Os frequentes conflitos entre neerlandeses e quilombolas levou à assinatura de tratados de paz entre os dois grupos a partir de 1760 reconhecendo os direitos dos quilombolas sobre seus territórios. Em 1815, através do tratado de Viena, a região passou a se chamar Guiana Neerlandesa. Em 1832, a colônia judaica de Jodensavanne foi destruída por uma revolta de escravos. Em primeiro de julho de 1863, foi abolida a escravidão na Guiana Neerlandesa. Para suprir a demanda por mão de obra, os neerlandeses passaram a trazer trabalhadores indianos e indonésios.

Em 1916, a empresa estadunidense Alcoa começou a explorar minas de bauxita no país[4]. Em 1940, durante a Segunda Guerra Mundial, o navio alemão Goslar naufragou no rio Suriname nas proximidades da capital Paramaribo[5]. Em 1954, os Países Baixos concederam autonomia interna à Guiana Neerlandesa, passando a cuidar somente da política externa e da defesa do país. Durante a primeira metade da década de 1960, foi construída a represa de Afobaka nas proximidades da cidade de Brokopondo para gerar energia elétrica para a indústria de processamento da bauxita. A barragem formou um dos maiores lagos artificiais do mundo: o lago Blommenstein.

Em 25 de novembro de 1975, a Guiana Neerlandesa alcançou a independência com Johan Ferrier como presidente e Henck Arron como primeiro-ministro[6]. O país passou a se chamar Suriname, o mesmo nome do principal rio do país. Em 1980, um golpe militar derrubou o primeiro-ministro. Em 1982, ocorreu novo golpe, desta vez sob o comando do general Dési Bouterse. Em dezembro, quinze líderes oposicionistas foram assassinados no forte Zelândia em Paramaribo. Estados Unidos e Países Baixos suspenderam a ajuda econômica ao país em protesto contra a falta de democracia.

Em 1986, começou uma guerra civil entre o governo surinamês e as comunidades quilombolas do interior do país. O conflito só iria terminar em 1992 com a derrota dos quilombolas e a fuga de vinte por cento deles para a Guiana Francesa[7].

Em 1987, o país voltou à normalidade democrática com a promulgação de uma nova constituição. A partir da década de 1990, a república Popular da China começou a aumentar significativamente sua influência no Suriname, seja através do aumento da imigração de chineses, seja através de empréstimos a juros baixos, seja através da construção de estradas no país por firmas chinesas ou da implantação de fazendas de palmas para extração de óleo[8]. Em 1993, a queda do preço da bauxita no mercado internacional afetou a economia do país, ocasionando sucessivas quedas no produto nacional bruto. Em 1997, os Países Baixos expediram um mandado de prisão contra o ex-ditador Bouterse por ligações com o tráfico internacional de drogas.

Em 2004, foi instituída a moeda nacional do Suriname: o dólar do Suriname. Até então, o país utilizava como moeda o florim neerlandês. No natal de 2009, garimpeiros brasileiros que trabalhavam ilegalmente em Albina, no leste do país, foram atacados por quilombolas com facões, resultando em catorze brasileiros feridos e no estupro de várias mulheres[9]. Tal fato chamou a atenção da mídia sobre a grande presença de garimpeiros brasileiros ilegais no país, especialmente no interior. Em 2010, o ex-ditador Dési Bouterse foi eleito presidente do país.

Referências

  1. http://www.trip-advice.com/pt/conselho-3733141.htm
  2. http://docs.google.com/viewer?a=v&q=cache:FAXN6zaA9ooJ:www.otca.info/portal/admin/_upload/paises/pdf/SURINAME_pt.pdf+aboli%C3%A7%C3%A3o+da+escravid%C3%A3o+no+Suriname&hl=pt-BR&gl=br&pid=bl&srcid=ADGEESh8i4drcnwJpKwBG-YGwZFXmSBj64PAp0GKaM54dXHC9O-JJCwO0z5KgCQlXJOrAzDACN5tUXIQwQhA0Gbd1cRxOGavk9xQYY2Sdjxq7C8BGD4ZluzF2XlW5tFw0GBpnwVUwY6X&sig=AHIEtbQiADzlDUVe7LxDqmfVIDtU_mXG6w
  3. http://www.scribd.com/doc/22473551/Sociedade-de-Fronteira-ASH-Do-Suriname
  4. http://www.alcoa.com/suriname/en/info_page/home.asp
  5. http://docs.google.com/viewer?a=v&q=cache:mOnGHx1B1o8J:www.brasil.org.sr/test/images/stories/PDF/n2.pdf+navio+alem%C3%A3o+segunda+guerra+suriname&hl=pt-BR&gl=br&pid=bl&srcid=ADGEESiCG_lDU67o5D5OyNbHNDvhI4m1rlF9yuLA1tH3Cb5i1lYYl2lhBIUpbKqYIJPOQWNljySY3OuolDo8DZTvo76H_ZHfTlLE6xO7FGsHw4lJpNAjnO3LJhMLR8zuQY1TUca-3nSl&sig=AHIEtbS7ZQyrG1Ffk0o1MTKpbnnCFzpQDg
  6. http://en.mre.gov.br/index.php?option=com_content&task=view&id=2079&Itemid=1294
  7. http://books.google.com.br/books?id=zRlJpO_peqEC&pg=PA58&lpg=PA58&dq=guerra+entre+quilombolas+e+governo+surinam%C3%AAs&source=bl&ots=9yC7sZ9E1D&sig=peK33hGLHhRcdRMO4Qj15eGzEPM&hl=pt-BR&ei=xDYmTfOoMYGfnAfI6MjuAQ&sa=X&oi=book_result&ct=result&resnum=9&ved=0CEsQ6AEwCA#v=onepage&q&f=false
  8. http://www.nytimes.com/2011/04/11/world/americas/11suriname.html?_r=1
  9. http://g1.globo.com/Noticias/Mundo/0,,MUL1426880-5602,00-ATAQUE+CONTRA+BRASILEIROS+NO+SURINAME+DEIXA+FERIDOS+SETE+EM+ESTADO+GRAVE.html