Cozinha Fluminense/Comidas
O alimento básico do fluminense é o arroz branco acompanhado de feijão, geralmente preto. O arroz foi trazido pelos portugueses, que descobriram este cereal através dos árabes. No Brasil, o cereal foi acrescentado ao feijão que já era consumido pelos índios. A esta combinação básica, se acrescentam carne de vaca, frango, linguiça, peixe (anchova, cação, tainha, salmão, manjubinha, sardinha, trilha, corvina etc.), salada (alface, tomate, pepino, cebola), legumes (abobrinha, batata, chuchu, aipim, cenoura), macarrão, farinha de mandioca. Tudo cozido com óleo (principalmente de soja), alho, cebola e sal. Folhas de louro podem ser usadas para temperar o feijão, assim como a salsinha e a cebolinha (combinação esta chamada de "cheiro verde") podem ser usadas para temperar as carnes. Individualmente, podem ser usados molho de pimenta e azeite para temperar os pratos, a gosto de cada um. Como sobremesa, são consumidos frutas diversas (laranja, abacaxi, melancia, uva etc.), tortas (de chocolate, nozes, ricota, limão etc.), goiabada com queijo etc.
O litoral fluminense é muito piscoso. Na área da comercialização dos peixes, merece destaque o Mercado de São Pedro, na cidade de Niterói.
No café da manhã, come-se pão francês com manteiga ou margarina. Devida às recomendações médicas de aumento do consumo de frutas, aumentou o consumo de frutas no café da manhã: mamão, melancia, melão, banana etc. As pessoas mais preocupadas com a saúde podem consumir também granola, assim como substituir o pão francês pelo pão integral. O pão também pode ser acompanhado de queijo minas tipo frescal.
Entre as refeições, costumam-se comer "salgados" como coxinha de galinha (simples ou adicionada de catupiry), quibe, esfirra (de carne, queijo ou legumes), bolinho de aipim, pastel (de carne, frango, queijo, camarão ou palmito) assado ou frito, "joelho" (massa de farinha de trigo de formato retangular recheada com presunto e queijo muçarela), empada (de palmito ou de camarão) e risole (de palmito, camarão ou frango). Ou doces como sonho, folheado, bomba de chocolate, brevidade, suspiro etc. Estes doces são resquícios do século XIX, quando a cidade do Rio de Janeiro encheu-se de cafés e confeitarias ao estilo parisiense. Algumas delas sobrevivem até hoje, como a Casa Cavé e a Confeitaria Colombo.
Nos sábados e domingos, costumam-se reunir os amigos para fazer churrascos em casa, assando na grelha todos os tipos de carne: picanha, maminha, linguiça, peixe, asinha de frango, coração etc. Como acompanhamento, arroz branco, farofa, salada de maionese (batata e cenoura assadas e misturadas com maionese), pão francês e molho vinagrete (cebola, pimentão verde, tomate e vinagre). Ou então fazendo-se uma feijoada: feijão preto cozido com carne de porco e carne-seca, acompanhado de arroz branco, couve, torresmo, farofa e laranja. Segundo reza a lenda, a feijoada foi criada pelos escravos, que reuniam as partes do porco desprezadas pelos senhores (rabo, orelha etc.) e as cozinhavam com feijão preto.
Se a opção for pela praticidade, pode-se optar por uma pizza: portuguesa (ovo, presunto, pimentão, azeitona, tomate, cebola), frango com catupiry, margherita (muçarela, tomate e manjericão) ou de muçarela. Para tornar a pizza ainda mais gostosa, o fluminense ainda coloca mostarda e ketchup[1].
Em excursões à praia, é tradicional a combinação de frango assado com farofa, devido à sua facilidade de transporte e armazenamento.
Nas regiões montanhosas do Estado do Rio de Janeiro (Visconde de Mauá, Nova Friburgo, Teresópolis etc.), são comuns as criações de truta e os pratos feitos com este peixe.[2][3] A truta não é uma espécie nativa da região: ela foi introduzida em 1949, a partir de ovos importados da Dinamarca.
Devido ao clima quente durante a maior parte do ano no estado, a culinária típica japonesa é muito apreciada pelo fluminense, pois seus pratos geralmente têm poucas calorias[4].
A preferência por pratos leves também levou à proliferação dos "botequins" ou "botecos", que são restaurantes informais especializados em tira-gostos como bolinho de bacalhau, pasteizinhos, aipim frito, casquinha de siri, queijo coalho, linguiça calabresa etc.[5]
São muito comuns também os restaurantes a quilo, nos quais o cliente se serve à vontade e paga de acordo com o peso consumido.
Em festas de aniversário, são comuns doces como brigadeiro (bolinho de chocolate coberto com chocolate granulado), cajuzinho (bolinho de castanha de caju), beijinho (bolinho de leite coberto com açúcar de confeiteiro) etc. Nos cinemas, um alimento muito consumido é a pipoca.
Na Sexta-Feira Santa, os católicos não comem carne. Costuma-se preparar peixe nas refeições desse dia. No Domingo de Páscoa, as crianças costumam ganhar ovos feitos de chocolate. Nas Festas Juninas (festas de São Pedro, Santo Antônio e São João, em junho), costumam-se comer pratos típicos como pé-de-moleque, milho cozido, canjica etc. Na ceia de Natal, costuma-se comer peru, chéster, bacalhau ou pernil, acompanhado de salada de maionese, nozes, avelãs, amêndoas, castanhas portuguesas, cerejas, ameixas e uvas. Na passagem de ano, costumam-se comer lentilhas, pois o seu formato assemelha-se a moedas, simbolizando um ano próspero que se inicia.
No verão, os restaurantes costumam oferecer o prato de verão, que é uma combinação de alimentos refrescantes: queijos minas e prato, presunto, melão, laranja, abacaxi, mamão etc.
A influência estadunidense se pode notar pela grande quantidade de restaurantes de fast food, bem como pelas numerosas barracas nas ruas oferecendo sanduíches de hambúrguer a preços populares.
Referências
- ↑ http://www.jesusmechicoteia.com.br/pizza-com-ketchup
- ↑ http://rjtv.globo.com/Jornalismo/RJTV/0,,MUL120497-9106-0,00.html
- ↑ http://www.focusmode.net/2009/03/falando-de-trutas.html
- ↑ http://www.cozinhajaponesa.com.br/dieta-e-nutricao/index.php/calorias-sushi-sashimi/
- ↑ http://www.frangocombanana.com/2008/11/botecos-cariocas.html