Mate/História: diferenças entre revisões

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Antes da chegada dos europeus à América, os índios guaranis já usavam as folhas da erva-mate (chamada de ''ka'a karai'', "folha sagrada", ou ''côgoi'', palavra esta que foi posteriormente adaptada ao idioma português como "congonha"<ref>RIBEIRO, J. ''Os brasileiros''. Rio de Janeiro: Pallas, 1977</ref>) para preparar uma bebida estimulante. Era o chamado ''ka'a y'' (traduzido do guarani, "água de folha"). As folhas da erva eram colocadas em uma cuia com água e o líquido era então chupado através de uma taquara, caniço ou osso (o chamado ''tacuapi''), filtrado através de um trançado de fibras vegetais. Segundo o mito guarani, a bebida foi descoberta quando um velho índio não conseguiu mais acompanhar as andanças da tribo devido à sua idade avançada e teve que ficar para trás. Sua filha decidiu ficar com ele, mas ele queria que ela seguisse com a tribo, então o deus Tupã (ou então São Tomé) lhe ensinou a preparar uma bebida com as folhas da erva-mate, bebida esta que lhe daria forças e que permitiria a ele e a sua filha acompanharem a tribo. Os índios guaranis costumavam armazenar as folhas de erva-mate em cestas de taquara<ref>http://www.museuparanaense.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=62</ref>.
 
A bebida era consumida também pelos índios carijós, xetás, guairás, charruas, caingangues (que chamam o chimarrão de ''kógwuin''<ref>http://www.portalkaingang.org/index_cultura_5_2.htm</ref>) e os incas, pois todos eles mantinham relações comerciais com os guaranis<ref>http://www.chamatereal.com.br/chas-erva.php?tit=chasreal&sub=historia</ref>. O termo "mate" tem origem no idioma dos incas, o quíchua, através do vocábulo ''mati'', significando "cuia, recipiente" e designando a cabaça na qual até hoje se bebe a infusão de erva-mate<ref>RIBEIRO, J. ''Os brasileiros''. Rio de Janeiro: Pallas, 1977</ref>. O termo "porongo", que nomeia a planta que fornece a cuia usada para beber o mate, também vem do quíchua, significando "vaso de barro com o gargalo estreito e comprido" <ref>FERREIRA, A. B. H. ''Novo dicionário da língua portuguesa''. Segunda edição. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1986. p.1368</ref>.
 
Os colonos espanhóis no Paraguai observaram que os índios guaranis eram viciados na bebida e inicialmente os jesuítas espanhóis proibiram seu consumo devido a seus supostos efeitos afrodisíacos, qualificando a planta como "erva do diabo". Mas os espanhóis não tardaram a experimentar a bebida e aprová-la, passando a utilizá-la como ingrediente básico da sua dieta alimentar. Diz-se que o primeiro contato dos europeus com a bebida foi quando as tropas do general espanhol Irala se encontraram com os índios guaranis da região de Guaíra (atual estado brasileiro do Paraná), em 1554 e observaram o consumo generalizado da bebida entre os índios.