O território atual da Namíbia era habitado em épocas pré-históricas por povos caçadores-coletores que deram origem aos atuais povos de línguas khoisan da Namíbia: os namas ou khoikhois (antigamente chamados hotentotes) e os sans (antigamente chamados bosquímanos). Estes povos tiveram sua área reduzida devido à chegada dos povos agricultores bantos à região, a partir da era cristã.

Homem san bebendo água armazenada em ovo de avestruz
Foto de 1906 de uma aldeia nama em Windhoek
Mulher herera

Povos de língua banta como os hereros, os himbas, os kavangos, os damaras, os lozis e os ovambos passaram então a dominar grande parte do território namibiano.

No século XV, navegadores portugueses começaram a explorar o litoral namibiano, tornando-o conhecido dos europeus.

Monumento no local onde o navegador português Bartolomeu Dias deixou um marco de pedra no litoral namibiano, em sua volta da expedição até o cabo da Boa Esperança

No século XVIII, os neerlandeses tomaram posse da Baía das Baleias (em africâner, Walvisbaai), porto namibiano de grande importância para a pesca e a navegação. O mesmo local já havia sido batizado pelo navegador português Bartolomeu Dias em 1487 como Golfo de Santa Maria da Conceição. No mesmo século, os hereros, um povo de língua banta, chegaram ao território namibiano provenientes do leste.

O século XIX foi marcado por conflitos entre os namas, povo de língua khoisan que chegou ao território namibiano procedente do sul e os hereros, que já ocupavam o território. Neste contexto, foi fundada a cidade de Klein Windhoek por Jonker Afrikaner, um líder nama[1].

Em 1878, a Inglaterra tomou posse da Baía das Baleias, nomeando-a então como Walvis Bay.

Em 1880, o comerciante alemão Adolf Lüderitz desembarcou em Angra Pequena e comprou terrenos dos hereros e dos namas. Ao mesmo tempo, colonizadores alemães também começaram a comprar terrenos na região para construir fazendas. Quatro anos depois, a posse dos terrenos foi cedida ao império Alemão, que declarou toda a região da África do Sudoeste como sendo um protetorado alemão. Exceto a região de Walvis Bay, que continuou sob administração inglesa até 1910, quando foi incorporada à nascente União Sul-Africana. Em 1890, a Alemanha conseguiu aumentar o território da África do Sudoeste Alemã através do tratado de Helgoland-Zanzibar, o qual cedeu a faixa de Caprivi aos alemães. Com isto, o protetorado alemão passou a ter uma saída para o rio Zambeze, o qual permitia a navegação até o oceano Índico. O nome "Caprivi" é uma homenagem ao chanceler alemão Leo von Caprivi.

Em 1904, os namas e os hereros se uniram contra os alemães invasores de suas terras nas chamadas guerras Hereras, que terminaram três anos depois com o genocídio dos namas e hereros.

Em 1914, eclodiu a Primeira Guerra Mundial. As forças armadas sul-africanas invadiram o Sudoeste Africano Alemão. Com a derrota alemã em 1918, a Liga das Nações conferiu à União Sul-Africana a administração do Sudoeste Africano.

Após a Segunda Guerra Mundial, a Liga das Nações foi substituída pela Organização das Nações Unidas, a qual não ratificou a administração sul-africana sobre o território da África do Sudoeste. Não obstante, a África do Sul incorporou a África do Sudoeste como sua quinta província e procurou estender à África do Sudoeste sua legislação discriminatória contra os negros.

A partir da década de 1950, começaram a surgir movimentos nacionalistas que defendiam a independência do Sudoeste Africano[2]. A principal organização era a Organização do Povo do Sudoeste Africano, que surgiu entre os ovambos do norte da Namíbia. A Organização do Povo do Sudoeste Africano começou uma guerra de guerrilhas contra as tropas sul-africanas. Em 1972, a Organização das Nações Unidas declarou a Organização do Povo do Sudoeste Africano como sendo a legítima representante do povo da África do Sudoeste.

Em 1975, Angola tornou-se independente de Portugal e passou a abrigar militantes da Organização do Povo do Sudoeste Africano. Em represália, o exército sul-africano passou a invadir constantemente o território angolano para capturar membros da Organização do Povo do Sudoeste Africano.

Em 1990, a África do Sul aceitou a independência da Namíbia, que teve então como seu primeiro presidente o líder da Organização do Povo do Sudoeste Africano, Sam Nujoma. A região de Walvis Bay, no entanto, somente seria entregue pelos sul-africanos em 1994.

Em 1999, houve uma tentativa separatista da região da Faixa de Caprivi, que foi reprimida pelo governo[3].

Nujoma permaneceu no poder por meio de eleições até 2005, quando cedeu o poder para o também membro da Organização do Povo do Sudoeste Africano Hifikepunye Pohamba, também escolhido por via eleitoral. Pohamba foi reeleito em 2009.

Referências