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A língua portuguesa, por muitos, é considerada uma das línguas mais difíceis de ser aprendida. A língua portuguesa originou-se do latim vulgar falado no noroeste da Península Ibérica. Na Idade Média, ela se transformou numa única língua, junto com o galego. Hoje, ela é conhecida nos meios científicos como galaico-português. No reinado de D. Dinís a língua portuguesa, então designada como língua comum, tornou-se oficial a língua oficial em todos os documentos régios, em detrimento do latim. A língua portuguesa, tal como o francês, tem uma herança céltica, visivelmente pronunciada usando vogais nasais.
O Português está classificado na seguinte hierarquia de famílias:
Indo-europeia Itálica Românica Ítalo-ocidental Românica ocidental Galo-ibérica Ibero-românica Ibero-ocidental Galaico-portuguesa Português
Atualmente, ela é falada em todos os continentes, sendo oficial em Portugal, Brasil, Guiné-Bissau, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe, Angola, Moçambique, Timor-Leste e em Macau - hoje uma região autônoma chinesa. Existem comunidades falantes de português em todo o Mundo - em territórios que pertenceram a Portugal, como, por exemplo, Goa, Damão, Diu (Índia) e Malaca (Malásia) - e comunidades emigrantes do Brasil, Portugal, Cabo Verde, Angola e Moçambique que se estabeleceram em outros países. A língua portuguesa tem duas variantes: o português europeu e o português brasileiro. No futuro espera-se que o português falado em Angola e em Timor-Leste sejam promovidos a novas variantes do português. Atualmente, o Brasil, pela sua influência econômica, desenvolve um esforço notável na promoção da língua portuguesa.
"Fala, para que eu te escute", diz Sócrates.
Assim enaltecemos claramente o porquê do estudo gramatical, a intrínseca relação do homem e a comunicação. O conhecimento da própria língua não se inclui na categoria de saberes inúteis, o saber independente de utilidade prática. Lembremos que a língua não é morta, parada no tempo; a sociedade está em constante produção desta identidade cultural: a língua portuguesa.
Aqui estão constatados os 205 módulos do wikilivro "Português" por ordem alfabética. Uma lista semelhante pode ser vista na categoria de páginas do wikilivro.
A
editarC
editar- Capa
- Cedilha
- Classificação das consoantes
- Classificação das figuras linguísticas
- Classificação das orações subordinadas
- Classificação das palavras
- Classificação das palavras quanto ao acento tônico
- Classificação das palavras quanto ao número de sílabas
- Classificação das vogais
- Classificação dos adjetivos
- Classificação dos fonemas
- Classificação dos substantivos
- Colocação irregular de termos
- Colocação pronominal
- Colocação pronominal nas locuções varbais
- Comparação metafórica
- Complemento nominal
- Complemento verbal
- Composição das palavras
- Concordância de termos
- Concordância nominal
- Concordância verbal
- Conjugação de verbos irregulares (terminação AR)
- Conjugação de verbos irregulares (terminação ER)
- Conjugação de verbos irregulares (terminação IR)
- Conjugação de verbos irregulares (terminação OR)
- Conjugação reflexiva
- Conjunções
- Contrações
- Correlação verbal
D
editarE
editarF
editarG
editarH
editarI
editarL
editarM
editarN
editarO
editar- Objeto direto
- Objeto indireto
- Onomástica
- Oração
- Oração coordenada assindética
- Oração coordenada sindética
- Oração correlacionada
- Oração subordinada adjetiva
- Oração subordinada adverbial
- Oração subordinada substantiva
- Orações coordenadas
- Orações principais
- Orações reduzidas
- Orações subordinadas
- Ortoépia
- Ortografia
P
editar- Paranomasia simples
- Particípio, gerúndio, tempos compostos e perifrásticos
- Período
- Período composto
- Pleonasmo
- Plural
- Predicado
- Predicativo
- Preposições
- Próclise
- Pronomes
- Pronomes demonstrativos
- Pronomes de tratamento
- Pronomes indefinidos
- Pronomes interrogativos
- Pronomes pessoais
- Pronomes possessivos
- Pronomes relativos
- Pronúncia
- Prosódia
R
editarS
editarT
editarU
editarV
editar- Ao leitor
- Este wikilivro foi feito por vários editores ao longo de vários anos, e você pode nos ajudar a fazer deste trabalho, livre e gratuito, cada vez melhor. Em caso de dúvidas, contacte-nos. Para melhor entendimento do conteúdo deste wikilivro, você pode, se quiser, primeiramente, ler o wikilivro Introdução à língua portuguesa.
- Sobre a edição
- Os escritores deste livro são a maioria brasileiros (das regiões sul e sudeste), e, por isso, é inevitável que o português predominante seja do Brasil, ora visto, com maior frequência, que o de outros países de fala portuguesa, o que inclui a léxica implícita nas próprias explicações.
- Para maiores detalhes, veja na wikipédia os artigos sobre o português brasileiro, europeu e angolano. Tenha uma boa leitura!
Este módulo tem a seguinte tarefa pendente: Verificar a necessidade desta página. Avaliar se não é melhor criar uma página de introdução para cada um destes assuntos ex.: Português/Gramática/Introdução, Português/Literatura/Introdução. |
Neste livro abordaremos dois assuntos: a gramática e a literatura. Mas, o que é gramática e o que é literatura?
Gramática
editarÉ o ramo da língua que estuda as palavras. É dividida em:
- Fonética - estuda os sons das palavras;
- Morfologia - estuda a formação e classificação das palavras;
- Sintaxe - estuda as funções de cada palavra em uma frase;
- Estilística - estuda a diferença das palavras na frase em determinato estilo literário;
- Semântica - estuda o significado das palavras.
Literatura
editarÉ o ramo da língua que estuda o contexto. É dividida em:
- Análise do discurso - estuda as diferentes partes de um texto;
- Literária - estuda os estilos literários.
Os fonemas (do grego phōnē) são as menores unidades sonoras de nossa fala. São sons elementares que, combinados e articulados (falados), geram sílabas, vocábulos e frases. Quando citamos a palavra Brasil, por exemplo, estamos a emitir duas sílabas (Bra-sil) e seis fonemas. Note que numa sílaba pode haver um ou mais fonemas.
Existem aproximadamente 33 fonemas no sistema fonológico do Português brasileiro.
Os fonemas podem ser representados de forma escrita, fazendo-se uso de sinais gráficos (signos), os quais chamamos letras. O conjunto das letras usadas para se escrever chama-se alfabeto (etimologia vinda das letras gregas alfa + beta), ou abecedário — havendo ainda a designação abecê, mais informal.
Alfabeto Fonético
editarO Alfabeto Fonético Internacional (AFI) é um alfabeto composto por diversos símbolos (alofones), cada um representando um fonema(som) diferente, usado para todas as línguas e dialetos. Apesar da norma culta portuguesa admitir apenas 33 fonemas, podemos encontrar outros fonemas dependendo da região. Os sistemas de transição escrita à fonética pela pronúncia mais conhecidos são AFI e X-SAMPA, estes possuem algumas diferenças de símbolos. Veja como a palavra português é falada em algumas regiões, utilizando o AFI:
- Rio de Janeiro: /poxtuˈɡejʃ/
- São Paulo (cidade): /poɾtuˈɡes/
- São Paulo (interior): /poɹtuˈɡejs/
- Portugal: /pʊɾtʊˈɡeʃ/
Par mínimo
editarO par mínimo ocorre quando em uma palavra podemos trocar um fonema por outro, formando uma palavra de semântica(significado) diferente, sendo, algumas vezes, estas palavras parónimas/parônimas - no caso de o significado não mudar, provavelmente será uma diferenciação de sotaques, estas possuirão relação de tonicidade (veja Tonema e Cronema). O par mínimo pode ser formado por tonemas e cronemas. Exemplo:
+ ala = | bala | |
---|---|---|
cala | ||
fala | ||
gala | ||
mala | ||
pala | ||
rala | ||
sala | ||
tala | ||
vala |
Classificação
editarVoz
editar- Ver módulo: Fonação
Tom e duração
editar- Ver módulo: Tonema e Cronema
Encontros
editar- Ver módulos: Encontros vocálicos e Encontros consonantais
Representação
editarQuanto à classificação dos fonemas, consideram-se três classes:
- Vogal
- Semi-vogal
- Consoante
Vogal
editar- Ver módulo: Classificação das vogais
São os sons laríngeos (fonemas sonoros), que chegam livremente ao exterior sem fazer ruído.
Semi-vogal
editarSão os fonemas vocálicos átonos que sempre se unem a uma vogal para formar uma sílaba, com ou sem consoante. As semi-vogais podem ser chamadas de semi-consoantes e de consoantes aproximadas, por terem características de vogais quanto ao som, mas características de consoantes quanto a posição dos órgãos da faringe e da língua.
Consoantes
editar- Ver módulo: Classificação das consoantes
São os ruídos gerados da resistência que o trato vocal opõe à corrente de ar.
As vogais (do latim vocalis) são sons que quando produzidos, não há impedimento na passagem do ar. São classificadas de acordo com:
Zona de articulação
editarA parte da boca em que o ponto máximo da língua de determinada vogal é pronunciada determina sua zona de articulação.
- Anteriores: i (ex: lixa), ê (ex: senhor), é (ex: ela), á (ex: haste).
- Centrais: â (ex: antes).
- Posteriores: u (ex: puxar), ô (ex: olhar), ó (ex: olhos).
Além destas zonas de articulação, existem as zonas de articulação de transição (Quase anterior e Quase posterior).
Abertura bucal
editarAs vogais podem ser classificadas de acordo com a abertura da boca:
- Fechadas: i, u
- Semi-fechadas: ê, ô
- Semi-abertas: é, ó
- Abertas: á
Podem existir vogais em aberturas na faixa de transição (Quase fechada, Média e Quase aberta), é o caso de â, que é geralmente quase aberta no Brasil, e entre média e semi-aberta em Portugal.
Arredondamento
editarO arredondamento labial altera pouco o som nas vogais fechadas. Na língua portuguesa quase não são vistos, mas em línguas como o francês podemos observar facilmente:
- Vogais arredondadas: geralmente as vogais posteriores
- Vogais não-arredondadas: geralmente as vogais anteriores
Oralidade e nasalidade
editarAs vogais podem ser orais, pronunciadas na cavidade bucal, apenas, ou nasais, pronunciadas também nas cavidades nasais.
- Orais: a, e, i, o, u
- Nasais: ã (an/am), ẽ (en/em), ĩ (in/im), õ (on/om), ũ (un/um).
Na língua portuguesa, /a ~ ɐ/ costuma ter apenas /ɐ̃ ~ ɜ̃ ~ ə̃/ como equivalente nasal, embora raras vezes, como na pronúncia padrão de a antena, pode-se haver uma vogal aberta nasalizada.
Intensidade
editarAs vogais, dentro de uma palavra maior, podem ser tônicas, pronunciadas de maneira mais forte, átonas, pronunciadas de maneira fraca, e subtônicas (também chamadas tônicas secundárias), tônicas mais fracas que a tônica principal.
- Tônicas: Tupi, luz.
- Tônicas secundárias ou subtônicas: cafezinho, somente.
- Átonas: ela, órfã.
Comprimento
editarAs vogais podem ser longas ou curtas, dependendo do tempo que elas são pronunciadas em relação à maioria das vogais. Curiosamente, o português não marca de forma alguma o comprimento vocálico em suas palavras (pois a maioria absoluta das vogais são curtas), mas é comum que sejam percebidas vogais longas em algumas palavras, mas apenas em alguns dialetos.
- Curtas: comi, ando.
- Longas: sorris, funis, à (em alguns dialetos, apenas)
Timbre
editar- Aberto: a, é, o
- Fechado: ê, ô, i, u e as nasais.
- Reduzido: vogais átonas orais ou nasais.
Tensão
editarA diferença da tensão é definida como ATR (Advanced tongue root). As vogais podem ser classificadas em:
- Relaxadas: os músculos estão relaxados.
- Tensas: os músculos estão firmes, há a expansão da faringe (movendo a base da língua para frente), diminuição e abaixamento da laringe, fazendo o ar centralizar.
Não existe tal diferença na língua portuguesa, pois todas as vogais na voz melódica são relaxadas.
Tabela de vogais
editarAnterior | Central | Posterior | |||
Fechada | |||||
Semifechada | |||||
Semiaberta | |||||
Aberta |
Aqui está a tabela das vogais conforme o alfabeto fonético internacional:
Anterior | Quase Anterior | Central | Quase Posterior | Posterior | |
Fechada | |||||
Quase fechada | |||||
Semifechada | |||||
Média | |||||
Semiaberta | |||||
Quase aberta | |||||
Aberta |
Cada símbolo, representa um som. Observe algumas palavras em português em que alguns deles são utilizados (nos de Portugal foram usadas representações fonéticas de Lisboa e nos do Brasil, a maioria da cidade de São Paulo):
Observações: As outras vogais são restritamente utilizadas em certas regiões e/ou em poucas palavras da língua portuguesa. Algumas nem são ditas nesta. As consoantes (do latim consonante que é igual a soante + com) são sons da fala produzidos através do impedimento da passagem de ar. Em comparação com as vogais, há grande diferença quanto a continuidade da frequência do sinal sonoro. Egressãoeditar
ArticulaçãoeditarAs consoantes cujo modo de articulação possuem, são classificadas em:
Ponto de articulaçãoeditar
Além de as consoantes serem classificadas por articulação, também são pelo ponto de articulação:
Consoantes bilabiais - Consoantes formadas pelo impedimento do ar pelos lábios — b, m, p
Consoantes bidentais-
Consoantes linguolabiais -
Consoantes palatais - Consoantes formadas pelo impedimento do ar pela língua quando esta em contato com o palato duro (próximo aos lábios) — d (às vezes e sempre antes de i), g (fraco, com som de j), j, t (às vezes e sempre antes de i); dígrafos ch, lh, nh
Consoantes faríngeas -
Consoantes glotais - Consoantes formadas pelo impedimento do ar pela vibração da glote (abaixo da abertura da laringe à faringe, oposta à epiglote) Não-egressãoeditar
Junção consonantaleditar
VibraçãoeditarAs consoantes podem ser classificadas pela vibração da laringe:
TensãoeditarA tensão é classificada de acordo com o tônus muscular na emissão consonantal, semelhante à tensão das vogais.
Pode haver consoantes entre estas tensões, sendo que a aspiração é proporcionalmente inversa à voz. Em português apenas existem as consoantes lenis. Observações:
Tabela das consoanteseditarOs alofones que se encontram à esquerda dos quadros são consoantes surdas, à direita são consoantes sonoras:
A fonação consiste no estudo das vozes. Na formação das consoantes e das vogais, cada uma das quais possui uma zona de articulação, alguns órgãos podem-se alterar para possibilitar a produção do som. Registro vocaleditarO registro da voz é produzido de acordo com a posição das válvulas e músculos e da vibração das pregas vocais. Pode ser dividido em:
Fonação glotaleditar
Na fonação surda, o ar passa pelas pregas vocais sem que estas consigam vibrar e produzir um som, de vogal ou consoante. Já no murmúrio a glote fica levemente fechada, fazendo o ar ficar um pouco mais tempo na laringe, fazendo com que as pregas vocais possam vibrar um pouco. Na voz baixa o ar fica um pouco mais tempo que o murmúrio, logo haverá mais vibrações nas pregas vocálicas. Na voz melódica (que é a voz comum), a glote fecha-se e abre-se por um tempo, conforme a imagem ao lado. Já na voz firme, a glote fica muito tempo fechada, fazendo haver demasiadas vibrações. Quando a glote fica muito tempo totalmente fechada, as vibrações feitas no ar se dissipam e fazendo o som não sair. Tamanho das pregas vocaiseditarO tamanho das pregas vocais influencia nas vibrações. Quanto maior as pregas, mais vibrações serão produzidas. Acontece que na puberdade este tamanho é bastante alterado, logo, não estaremos acostumados a deixar a glote menos tempo fechada (já que são produzidas mais vibrações), então a voz acaba de ser melódica e passa a ser firme. Fonação SupraglotaleditarAs articulações dos órgãos supra-glotais (dos órgãos localizados na laringe) são:
A laringoscopia, que trata de tais articulações, ainda está sendo estudada, mas sabe-se que quando algumas destas são combinadas, podem surgir os seguintes resultados na voz, na formação geralmente das vogais:
Tonema e cronema são tipos de fonemas. Tonemaeditar
Tonema é um fonema cuja entonação, isto é, seu tom, pode ser alterado sem alterar a semântica ou sintaxe frasal. O tom é alterado de acordo com regiões geográficas: um dos fatores que constroem um sotaque. Decorrente de vogais próximas a ele, este fenômeno é chamado metafonia (que consiste num tonema):
CronemaeditarCronema é o fonema que tem uma duração maior que os outros fonemas. Em várias línguas, a exemplo da italiana, ele é formado pela duplicação de suas letras: o fonema permanece imutável, diferente do tempo de sua pronúncia. Como o nome já sugere, encontros vocálicos são o ajuntamento de duas ou mais vogais numa palavra. Ou, mais especificamente, o encontro de uma vogal com uma semi-vogal (e vice-versa). Existem três tipos: Ditongoeditar
Tritongoeditar
Hiatoeditar
Obtemos ditongos com a combinação de uma vogal + uma semivogal (ou vice-versa) numa mesma sílaba.
Divisõeseditar
Os tritongos são encontros de uma vogal entre duas semivogais, formando uma sílaba. Divisãoeditar
Observações: Nos tritongos nasais uam e üem, não se escreve a segunda semivogal. Isto porque se subentende uãu e uãe Hiatos encontram-se em duas sílabas diferentes, havendo nelas o encontro de duas vogais pronunciadas em dois impulsos diferentes.
Observações: Em uma palavra como saia pode-se ver um hiato (sai-a) ou dois ditongos (sai-ia) (o que é o mais correto) Sinérese e diéreseeditar
Assim como existem encontros vocálicos existem os encontros consonantais. InseparáveiseditarSão os que encontram-se numa mesma sílaba, geralmente formados por consoante + r, l ou h:
SeparáveiseditarSão os que encontram-se em sílabas diferentes. Ocorrem sempre no interior das palavras.
O dígrafo é o encontro de duas letras em uma mesma palavra representando um único fonema, as letras podem estar na mesma sílaba como em sílabas diferentes. Observações: Não confundir dígrafos com encontros consonantais. O som dos dígrafos podem representar consoantes ou vogais nasais: Representam consoanteseditarOs dígrafos que representam consoantes são, e exemplos:
Observações: Naquelas palavras em que as duas letras do dígrafo pronunciam-se (exemplo: aguentar, escada, exclamar), os grupos xc, qu, sc e gu não são dígrafos - pois dígrafos representam um som. Representam vogais nasaiseditarOs dígrafos que representam vogais são:
Observações: No fim de palavras am e em não são dígrafos, porque representam um ditongo nasal, isto é, dois fonemas (exemplo: falam /fálãu/.) A pronúncia das palavras da língua portuguesa acompanham o sinal gráfico (acento), que indicam a sílaba tônica da palavra. Seguem as regras de acentuação já descritas anteriormente. Enfraquecimento das sílabas átonaseditarEm certos lugares onde se fala o português ocorre o enfraquecimento da vogal nas sílabas átonas (fracas), esta passando a ter um movimento dos órgãos da fala mais rápidos que teriam. A substituição de vogais nas sílabas átonas mais comuns são:
E algumas palavras em que ocorrem a declinação (as letras em que ocorre o enfraquecimento estão sublinhadas): De /e/ por /i/ ou /ɯ/:
De /o/ por /u/:
De /l/ por [w] (/u/):
Obs.: Note que, nestes casos, a mudança de /l/ para /w/ ocorre nas sílabas tônicas, embora também possa ocorrer em sílabas átonas. Observe:
Assim, é possível perceber que a mudança ocorre quando l ocupa a posição final da sílaba. Compare o l inicial da sílaba la, em "laranjal", com o l final da sílaba jal. MonotongaçãoeditarMonotongação é a anulação da semivogal de um ditongo em sílaba tônica. Este caso, muitas vezes, é tido como falta de educação, já que se está reduzindo a palavra. Entretanto, é um processo comum no português brasileiro. Como no caso anterior, não é válido para todos os falantes da língua portuguesa. Observe (em negrito as letras anuladas):
O x e seus sonseditarA letra x no português pode indicar diversos fonemas, são eles: /s/:
/s ~ ʃ ~ z ~ ʒ/:
/z/:
/ʃ/:
/ks/:
Também há casos em que o x não exprime som algum pois está em um dígrafo como na palavra exceção. Escritaeditar
A pronúncia é uma das maiores influências nas mudanças que ocorrem na escrita. Com o passar do tempo, a pronúncia muda as palavras. Muitas línguas foram se formando assim, e muitas deixaram de existir por estas mudanças. A pronúncia pode confundir a maneira correta de se escrever as palavras. Dificilmente se escreve como se fala, pois cronologicamente a linguagem caminhou (ainda caminha) da fala, para escrita, não o inverso. A linguagem natural está sempre em evolução, logo é uma verdade tanto na modalidade falada quanto escrita. A sílaba é uma das mais importantes partes da língua portuguesa. É um fonema (ou grupo de fonemas) emitidos em um único impulso expiratório.
Observações: É essencial a presença de uma vogal na sílaba para que ela possa sê-lo.
Classificação quanto o número de sílabaseditar
Divisão Silábicaeditar
Acento Tônicoeditar
Radicaleditar
Acento de Insistênciaeditar
Análiseeditar
Existe uma classificação das palavras quanto ao número de sílabas, eis: País MonossílabaseditarMonossílabas são palavras que têm somente uma sílaba.
DissílabaseditarDissílabas são palavras que têm duas sílabas.
TrissílabaseditarTrissílabas são palavras que possuem três sílabas.
PolissílabaseditarPolissílabas são palavras que têm quatro ou mais sílabas.
Divisão silábica é a separação das sílabas (silabação) de uma palavra. Na escrita as sílabas são separadas por hífen (-) e em alguns casos com pontos (.).
Regra geral
Regraseditar
Observações: O fonema /cs/ representado pela letra x junta-se à vogal seguinte — isto é, quando houver (exemplo: tó-xi-co). FormaçãoeditarSabido que uma sílaba é formada pela pausa fonética em uma palavra, concluímos que sempre temos uma nova sílaba:
TranslineaçãoeditarTranslineação é a partição das palavras no fim da linha. Para repartir uma palavra de modo a deixar parte dela em uma linha e o restante da mesma em outra, é necessária que sejam seguidas as normas de divisão silábica e as seguintes:
Observações: Não se translineiam, obviamente, monossílabos. Saiba mais: os ditongos e hiatoseditarAté agora você viu como é simples fazer a divisão silábica de uma palavra, basta observar a pronúncia. Mas e quando a pronúncia é diferente entre regiões? Este é um caso em que existem dois tipos de divisão silábica, uma para o português do Brasil e outra para o português europeu. Acontece que os ditongos crescentes existentes no português do Brasil não passam de hiatos no português europeu. Essas palavras são chamadas em geral de proparoxítonas aparentes. Veja algum desses casos:
Em vocábulos com duas ou mais sílabas, é natural que uma se destaque por ser proferida com mais intensidade que as demais: trata-se da sílaba tônica. Nela está o acento tônico (ou acento de intensidade, ou ainda acento prosódico). Abaixo estão destacadas as sílabas tônicas dos vocábulos.
Observações:
Acento sub-tônicoeditarEm alguns vocábulos derivados — normalmente polissílabos —, há, além do acento tônico, um acento sub-tônico. Abaixo, as sílabas sub-tônicas estão sublinhadas e as tônicas destacadas:
Sílabas átonaseditarSílabas que não sejam nem tônicas tampouco sub-tônicas, são átonas (= fracas); podem ser ainda pretônicas ou postônicas. Veja os exemplos a seguir: Montanha:
Facilmente:
Heroizinho:
Vocábulos átonos e tônicos dissílaboseditarExistem alguns vocábulos átonos dissílabos (duas sílabas) — embora a maioria sejam monossílabos —, são eles as contrações pelo e pela, o artigo uma, as conjunções como e porque e as preposições para e pera (arcaico). Se temos dois vocábulos homógrafos — um átono e outro tônico —, o tônico será acentuado (na escrita), formando o acento diferencial. Exemplo:
Observações: Esta regra não é válida ao acordo ortográfico de 1990. Ela só vale à preposição por e o verbo pôr. Acento tônico em monossílaboseditarEm vocábulos monossílabos (uma sílaba) pode não haver sílaba tônica (veja Classificação quanto o acento tônico). Classificaçãoeditar
Vocábulos são classificados sobre seu acento tônico. Há inicialmente duas sub-divisões, mais de uma sílaba e monossílabos: Mais de uma sílabaeditarVocábulos com mais de uma sílaba são classificados de acordo com a posição da sílaba tônica:
Observações: No caso de palavras compostas considera-se a posição da sílaba tônica do último elemento. MonossílaboseditarVocábulos monossílabos (com apenas uma sílaba) são classificados conforme a intensidade com que se proferem, podendo ser tônicos ou átonos: TônicoseditarSão vocábulos que têm autonomia fonética sendo citados de forma forte, alta, na frase em que aparecem.
ÁtonoseditarAo contrário dos tônicos, são os que não tem autonomia fonética — são proferidos fracamente. Observe os grifados.
São pronomes oblíquos, artigos, conjunções, preposições.
RizotônicaseditarRizotônicos (do grego riza, raiz) são os vocábulos cujo acento tônico incide no radical.
Como identificá-loseditarTodas as formas verbais exceto as descritas nas formas arrizotônicas, no presente do indicativo, presente do subjuntivo e as correspondentes no imperativo.
ArrizotônicaseditarAqueles, pelo contrário, que têm o acento tônico depois do radical se dizem Arrizotônicos.
Como identificá-loseditarGeralmente são 1ª e 2ª pessoa do plural.
Um acento de insistência é a emissão da silaba tônica ou da primeira sílaba de uma palavra com uma duração e intensidade anormal, de forma a enfatizar ideias e/ou expressar sentimentos.
A análise fonética é a análise de um fonema no que diz respeito à suas classificações em número de sílabas e acento tônico, à sua decomposição em sílabas (divisão silábica) e à classificação dos fonemas que o constrói. Exemploeditar
O ramo que ocupa-se da boa pronunciação das palavras é a ortoépia (etimologia vinda do grego orthós, correto + hépos, fala). ItenseditarA ortoépia contém os seguintes itens: A perfeita emissão das vogais e grupos vocálicos, citando-os de forma nítida, evitando a omissão e/ou alteração de fonemas, respeitando os timbres de vogais tônicas e as normas da fala culta em geral. Exemplos:
A articulação correta de fonemas consonantais. Exemplos:
A adequada e correta ligação das palavras na frase. Exemplos:
Prosódiaeditar
A prosódia (do grego prosōidía - acento que se põe sobre as vogais) é uma parte da ortoépia (que é por sua vez parte da Fonética) dedicada à correta acentuação tônica das palavras. Existem vocábulos aos montes que são mal-proferidos devido a um errado deslocamento do acento prosódico, conhecidos por silabadas. Palavras como, por exemplo, gratuito — que é paroxítona —, são alvos frequentes de silabadas e flexões, e o exemplo então é frequentemente lido gratuíto, transformando a sílaba tônica breve em duas sílabas (norma culta: gra-tui-to; norma erradamente lida: gra-tu-í-to). A ortografia (do grego orthosgráphō) é uma parte da nossa gramática destinada à correta escrita das palavras, nomeadamente, o conjunto de símbolos (letras e sinais diacríticos), a forma como devem ser usados, a pontuação, o uso de maiúsculas, etcetera. Escritaeditar
Alfabetoeditar
Letras maiúsculaseditar
K, W e Yeditar
Ortografia significa a escrita correta das palavras. Na língua portuguesa, muitos sons podem ser representados por mais de uma letra - assim, por exemplo, as terminações -agem e -ajem são pronunciadas igualmente; assim como -aza e -asa ou xu- e chu-. Para saber escrever corretamente em língua portuguesa, portanto, faz-se necessário saber diferenciar os usos dessas letras: C, Ç, S, SS, Z e XeditarNa língua portuguesa existem diversas regras quanto o uso dessas letras. Elas representam os seguintes fonemas: S e Z, nos casos que iremos mostrar, veremos que o X apresenta som de S e Z, enquanto o C só apresenta som de S. Existem diversas regras que determinam qual das letras acima devemos usar: /s/editarAs letras que representam o som /s/ são c, ç, s, x e o dígrafo ss. Algumas regras para o fonema /s/: Para o uso de ç
Para o uso de c
Para o uso de s
Para o uso de ss
/z/editarAs letras que representam o som /z/ são s, z e x. Algumas regras para o fonema /z/: Para o uso de s
Exceções: deslize e gaze
Para o uso de z
J e G (antes de -e ou -i)editarQuando precedidas das vogais "e" e "i", as letras "j" e "g" têm o mesmo som. Algumas regras etimológicas (referentes à origem das palavras) podem ajudar a saber quando usar "je" e "ji" ou "ge" e "gi": Usa-se J (antes de E ou I):
Usa-se G (antes de E ou I):
Exceções: Pajem, Lajem (ou laje) e Lambujem M e NeditarÉ bem simples definir quando devemos usar M ou N.
X e CHeditarUsa-se X:
Exceção: Recauchutar (e derivados) e Caucho
Exceção: Mecha (e derivados) e palavras cujo radical inicia com ch, como encher, encharcar, enchumaçar e derivados
Usa-se CH:
A língua portuguesa utiliza o alfabeto latino, uma adaptação romana do alfabeto etrusco; este, por sua vez, deriva do alfabeto grego, que tem suas origens no abjad fenício[1]. O alfabeto latino é atualmente composto por 26 letras: Esses signos são utilizados em conjunto, sozinhos ou acompanhados por sinais gráficos (acentos, cedilha, etc). Podem vir em minúsculo, maiúsculo, manuscritas ou em fôrma (imprensa). Originalmente o alfabeto latino era composto apenas por 20 letras, porém, com a expansão territorial e cultural de roma palavras estrangeiras foram importadas ao latim e, também, o alfabeto latino tornou-se o meio de escrita oficial para diversas línguas e povos, por conta disso, novas letras foram cunhadas para representar os sons estrangeiros: as letras "K", "Y" e "Z" foram adicionadas para palavras de origem grega, enquanto que o "W" para palavras de origem germânica; além disso, no passado as vogais "I" e "U" possuíam o mesmo símbolo que as consoantes "J" e "V", respectivamente, vindo a haver diferenciação apenas a partir do período do Renascimento[1]. O português, língua que surge diretamente a partir do latim vulgar, utiliza todas as 26 letras do atual alfabeto latino, porém, as letras "K", "W" e "Y" são utilizadas exclusivamente para palavras estrangeiras[2]. Notaseditar
Observações: Algumas destas regras aplicam-se ao Português brasileiro mas não são válidas em Portugal. Usam-se as maiúsculas:
Alteração de significadoeditarExistem algumas palavras que alteram seu significado quando escritas com letra maiúscula, é o caso de estado (igual à forma, jeito. Exemplo: O estado de saúde dele é grave; A temperatura de ebulição é o ponto da passagem do estado líquido para o gasoso) e Estado (no sentido de "parte da sociedade responsável pela sua administração". Exemplo: É dever do Estado brasileiro oferecer educação pública para os brasileiros.). De acordo com o novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, as letras K, W e Y passam a pertencer ao alfabeto da língua portuguesa, portanto trata-se de uma oficialização. Antes, estas letras eram consideradas estrangeiras. Elas são usadas em:
Observações: Já há diversas palavras estrangeiras aportuguesadas (isto é, sofreram mudanças para adequarem-se ao nosso idioma), como copirraite (copyright), leiaute (lay-out), Iorque (York), roque (rock), etc, então, deve-se utilizar as palavras aportuguesadas - sem k, w e y- e não as estrangeiras.
O acento tônico é aquele posto foneticamente sob a sílaba mais forte da palavra. Por exemplo, a palavra prato tem acento, o acento tônico, entretanto não tem acento gráfico. O acento gráfico serve para mostrar visualmente onde está localizado o acento tônico, desse modo, ajuda-nos no pronunciamento correto da palavra. Desta forma, a maioria das palavras têm acento, ao menos o acento tônico. Algumas exceções são os monossílabos átonos a, e, o, etc. Acentos no portuguêseditarHá algumas ocasiões para pôr um acento nas palavras da língua portuguesa:
Na tabela abaixo você pode conferir os acentos presentes na língua portuguesa, bem como as letras que podem ser acentuadas por tais:
Nota: Até 2008, antes da reforma ortográfica, existia o sinal trema(¨) na letra U (Ü) quando o U aparecia em gue, gui, que e qui e era pronunciado como ditongo crescente.
Sinais auxiliares da escritaeditarSão aqueles sinais que, não sendo acentos, de alguma forma tentam aproximar a escrita da pronúncia. O til (do latim titulus, significando título, acima da escrita), representado por ~, em português, pode-se escrever em cima do a ou do o e o seu objetivo é nasalar/ nasalizar a pronúncia da letra. Lembre que o til não é um acento gráfico e sim fonético. Uso do tileditarO til é empregado em três situações:
A função do acento na língua portuguesa é permitir que haja conhecimento da tonicidade das palavras, sejam desconhecidas, homógrafas, homônimas ou habituais. TonicidadeeditarMonossílabos tónicos/tônicoseditarAcentua-se os monossílabos tônicos (de silabação forte) terminados em a, e, o e seus respctivos plurais (as, es, os). Exemplo: pá, lá, cá, pé, chá. Oxítonaseditar
Exemplos: sabiá, chalé, maiô, parabéns, armazém, além. Com colocação pronominal por pronomes oblíquos enclíticos em verbos, não se conta este como sílaba, pois são palavras diferentes. ParoxítonaseditarA regra clássica diz que são acentuadas as paroxítonas terminadas em um, ã, l, n, r, x, ps, om e ditongo (em Portugal, somente ditongos crescentes) e seus respectivos plurais (ns, ãs, ãos, is, eis, us e ditongo + s). Quando i, is, u, us são sílabas tônicas e precedidas de vogal e nunca antecedidas de nh, recebem acento. Exemplos: falésia, tórax, bíceps, saúde. ProparoxítonaseditarTodas as palavras que sejam proparoxítonas devem ser acentuadas, ou seja, devem levar acento na antepenúltima sílaba. Exemplos: cálculo, prática, vítima, análise, dígito. Acento diferencialeditarO acento diferencial não segue as regras acima e somente são usados para distinguir uma palavra homônima ou homógrafa da outra. Anterior ao acordo ortográfico de 1990, existiam uma quantidade pequena de palavras com este acento, atualmente elas são muito poucas:
Outros casos de acento diferencial:
Quanto à pronúncia regionaleditarPodem levar acento agudo ou acento circunflexo (dependendo da região), as palavras proparoxítonas, reais ou aparentes, cujas vogais tónicas (tônicas) e ou o estão em final de sílaba e são seguidas das consoantes nasais m ou n, conforme o seu timbre é, respectivamente, aberto ou fechado nas pronúncias cultas da língua: académico/acadêmico, anatómico/ anatômico, cénico/cênico, cómodo/cômodo, fenómeno/fenômeno, género/gênero, topónimo/topônimo; Amazónia/Amazônia, António/Antônio, blasfémia/blasfêmia, fémea/fêmea, gémeo/gêmeo, génio/gênio, pénis/pênis, ténue/tênue, vólei/vôlei, etc. Em português, o acento grave é utilizado para representar a crase. A crase (do grego krâsis, "mistura", "mescla") é o encontro de duas vogais (duas emissões fonéticas) de modo a comporem emissão de apenas um único fonema. Só é colocada na letra a, quando a preposição «a» se contrai com algum determinante (artigo definido feminino ou pronome demonstrativo) começado pela mesma letra. Sendo um fenômeno fonético, pode ser que não haja correspondência entre o som resultante da crase e sua representação na escrita, mas no português, grego e sânscrito, a crase geralmente pode ser depreendida, no primeiro, através de sinal diacrítico, no terceiro, através de substituição dos caracteres representativos dos sons formadores da crase pelo(s) caracter(es) representativo(s) do som resultante e, no grego, tanto um artifício como o outro, fazendo nestes idiomas a crase como um mecanismo de sandhi (para fins de eufonia na elocução). UsoseditarO acento grave é utilizado nas palavras:
Observações: a e as nem sempre serão contraídos, pois estes podem ser:
Assim sendo, não mais se usa o acento grave em outros casos em que eram utilizados outrora, como, por exemplo, para marcar a sílaba subtônica (cafèzinho, sòzinho). Usa-se nos casos de: Regência verbaleditar
A regência verbal, em sintaxe, é o estudo da colocação de complementos verbais - sendo necessário análise semântica.
Quando o verbo for transitivo e o seu complemento indireto (OI) feminino, a preposição contrair-se-á com o artigo definido (a ou as). Usa-se o acento grave sobre a letra a só se a preposição for a. Já que em estes casos basta apenas a preposição, o artigo pode estar oculto, pode se excluir o acento, mas, às normas cultas da língua devemos colocá-lo. Exemplo: Levei água às pessoas duma antiga comunidade.
Como várias preposições podem introduzir o OI (veja em uso de preposições), podemos substituir a por alguma preposição que indique a mesma circunstância, com exemplo para, até, em (ou seja, à por para a, até a, na) - está é uma maneira bem fácil de saber quando usar o acento grave. Veja outro exemplo: Então eu contei tudo à minha esposa.
O artigo só pode ser usado antes de substantivos ou seus adjuntos adnominais. Pelo fato de ser facultativo o uso de artigos antes de substantivos próprios, a crase também é facultativa nestes casos - salvo quando o artigo é obrigatório (depende da região em que o português é falado). O mesmo ocorre com os pronomes demonstrativos iniciados por a (àquilo, àquele, àqueles, àquela e àquelas) - contraídos ou não com pronomes indefinidos (àqueloutro, àqueloutros, àqueloutra e àqueloutras) - mas apenas quando fizerem parte do objeto indireto iniciado por preposição a e estiverem imediatamente após a contração. Adjunto adnominal e o verboeditar
Há exceções, é quando há as palavras terra, Terra ou casa. Quando houver a palavra Terra (planeta) o artigo não poderá estar oculto, obrigatoriamente o uso do acento grave - quando necessário:
Quando houver a palavra terra (solo) não usa-se acento grave (exceto se houver adjuntos adnominais - esta regra só se aplica às palavras terra e casa.)
O mesmo que ocorre em terra, ocorre em casa.
Vocábulo já determinadoeditarNão se usa o acento grave se o artigo não é usado, são poucos os casos, os mais comuns são os que o substantivo está determinado por um pronome. Exemplo: Diga a esta pessoa o quanto sinto falta
Pelas regras que vimos até agora, colocaríamos o acento, posto que há objeto indireto feminino (diga a quem? - a esta pessoa), mas, por se tratar de um substantivo (pessoa) já determinado (esta), não há uso do artigo, não ocorrendo a crase, pois seria impossível o sujeito ser A esta pessoa. Locuções de caráter subordinativoeditar
Nas classes das palavras, duas possuem papel subordinativo: as preposições e as conjunções. A dúvida quanto o uso do acento grave nestas locuções é frequente, mas há uma maneira bem fácil de saber o uso: pergunta-se à locução o que ela suborna. Exemplo: Quanto à minha separação, prefiro não comentar
Quanto a é uma locução prepositiva, que suborna prefiro não comentar a a minha separação. Pergunta-se a esta locução: "quanto" a quê? - tratando-se de vocábulo feminino, tem-se o acento grave, já que nesta frase a locução refere-se a minha separação. Veja outro exemplo: Gritávamos tanto de modo à rouquidão vir
A locução pode estar em elipse: Gritávamos tanto (de modo) à rouquidão vir
Adjunto adverbialeditar
Pode haver crase em locuções adverbiais (já que preposições também servem para introduzir estes). Ocorre quando o substantivo da locução for feminino. Exemplo: À noite é tranquila. - o sujeito ela está oculto
Mas lembre-se! O mesmo substantivo da locução adverbial pode representar um substantivo qualquer noutros casos, ou seja, não será sempre que haverá acento grave, apenas quando representar advérbio. É o caso: A noite é tranquila. - aqui a noite torna-se o sujeito
Observações: prazo é substantivo do gênero masculino, mas a prazo possui valor adverbial modal - aqui ocorre a elipse do artigo, para diferenciá-lo da locução ao prazo que possui valor temporal. Já a vista é usado quando possui valor de substantivo, é obrigatório o uso de acento grave na locução adverbial - à vista; que possui valor modal. Exemplo:
Preposição atéeditarEstudadas as preposições, é sabido que à regência basta apenas uma preposição para fazê-la, inclusive todos os demais usos de preposições. Há apenas uma exceção que não segue as regras sintáticas, é facultátivo o uso de acento grave antes da preposição até, indroduzindo certo advérbio (feminino):
À (s) e Ao (s)editarPelo fato de à ser a+a, ao ser a+o (e formas no plural); quando pudermos substituir o complemento feminino por masculino e for necessário o uso de ao (ou aos), então no complemento feminino será usado à (ou às). Exemplo, como teremos certeza se tem ou não acento grave em: Então contei tudo à minha esposa.
É simples, substituiremos o OI feminino a minha esposa por um masculino, de termos semelhantes morfossintaticamente (nunca diferentes). Vamos pegar o exemplo, ao meu pai. Sintaticamente, eles são bastante parecidos. Coloquemos na frase. Ficará assim: Então contei tudo ao meu pai.
Foi necessário o uso de a+o no OI masculino, então no feminino será necessário o uso de a+a (à). Mas isso só vale para o primeiro caso, Regência verbal. Não é correto se basear apenas nesta regra, pois muitas vezes você não encontrará termos semelhantes morfossintaticamente. O novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, que passou a vigorar em 2009 aboliu o uso do trema, porém, continua existindo em nomes estrangeiros e palavras deles derivadas, tal como em Müller e mülleriano. De acordo com a regra anterior, o trema só se empregava no u. Isso acontecia quando tal letra:
Exemplo: tranqüilo. Nota: No Brasil o trema foi extinto pela reforma ortográfica (Decreto 6583/2008), mas o u continua sendo pronunciado em palavras como consequência, frequente, tranquilo, pinguim, bilingue, linguiça, aguentar, ambiguidade, sequência, cinquenta e pinguim. Em Portugal e no Brasil, o trema se aplica excepcionalmente aos derivados de nomes estrangeiros, como mülleriano. O hífen é um sinal diacrítico comumente usado em língua portuguesa. Não confundir com meia risca ou travessão. Esse sinal geralmente é usado para ligar palavras compostas, ligar pronomes a verbos, e até mesmo para separar uma palavra em sílabas (principalmente na translineação). Emprego do hífen conforme Acordo OrtográficoeditarPrefixo terminado em vogaleditar
Observações: O contrário da regra acima também é válido: quando prefixo e termo seguinte terminam e iniciam pela mesma vogal, usa-se hífen, exceção ao prefixo co, que se aglutina com o sufixo mesmo que este comece por o.
Observações: Neste caso, também há a exceção do prefixo vice, que sempre exige hífen, mesmo quando o sufixo inicia por consoante diferente de r ou s.
No caso da palavra subumano e derivadas, não se usa o hífen e se suprime o h.
Observações: Exceção ao prefixo co, que não admite hífen quando o termo seguinte inicia-se com o. Prefixo terminado em consoanteeditar
Observações: Com o prefixo sub, usa-se hífen quando o segundo elemento inicia-se por r.
Outras regraseditar
TranslineaçãoeditarNo final de linha ao ocorrer separação da palavra, quando o último elemento escrito for o próprio hífen, deve-se repeti-lo no início da próxima linha para facilitar a leitura (clareza gráfica).
O cedilha ç (do espanhol cedilla) é empregado em português, catalão e francês para o mesmo fim: ter o som de /s/ para diferenciá-lo de outro som que a letra c faz: /k/. Também é utilizado em outras línguas mas sob outras letras (̧ḉ, ḑ, ȩ, ḝ, ģ, ḩ, ķ, ļ, m̧, ņ, æ̧, ŗ, ş, ţ, z̧). No português, o ç vem sempre antes das letras a, o e u; tendo o som /s/ (equivalente a ss), quando não é possível empregar apenas um s. Alguns exemplos de palavras:
Metaplasmo, é o que a língua sofre quando evolui, considerando a fonética. Os metaplasmos podem ser divididos quanto a modificação fonética:
Metaplasmos por adiçãoeditar
Metaplasmos por supressãoeditar
Metaplasmos por modificaçãoeditar
Revisando conceitoseditarA palavra 'metaplasmo', etmologicamente, significa 'mudança de forma'. A gramática define os metaplasmos como transformações fonéticas que os vocábulos sofrem durante sua evolução histórica. Os vocábulos ao passarem da língua latina para a língua portuguesa sofreram alterações que basicamente se encontram dentro de três leis, denominadas leis fonéticas. Leis FonéticaseditarHá tres leis fonéticas básicas que presidem a transformação dos vocábulos que deram origem à formação da língua portuguesa a partir do latim. Lei do menor esforçoeditarTendência universal em que o falante simplifica a emissão dos sons, facilitando os órgãos do aparelho fonador. Lei da permanência da consoante inicialeditarA consoante inicial da palavra da língua em uso permanece igual a consoante inicial do vocábulo de origem. Lei da permanência da sílaba tônicaeditarA sílaba tônica da palavra em uso é igual àquela do vocábulo de origem. MetaplasmoseditarEles se dividem em metaplasmos de permuta, de aumento e de subtração. Metaplasmos de permutaeditarSubstituição de um fonema por outro.Pode ocorrer: SonorizacãoeditarTroca de um fonema surdo por um sonoro (geralmente no mesmo ponto de articulação do aparelho fonador): p / b (labiais surda/sonora) = lupu > lobo t / d (labio dentais surda/sonora) = cito > cedo c / g (gutural surda/sonora) = acutu > agudo f / v (fricativas surda/sonora) = profectu > proveito VocalizaçãoeditarTransforma um fonema consonantal em fonema vocálico. Os grupos em latim bs, ct, lc, lp, lt, gn, pt, transformaram-se em /i/ ou /u/: octo > oito multu > muito falce > fouce > foice palpare > poupar conceptu > conceito absentia > ausência regno > reino captale > caudal ConsonantizaçãoeditarConverte fonema vocálico em consoante: /i/ > /j/; /u/ > /v/: uagare > vagar ieiunu > jejum AssimilaçãoeditarMudança para um fonema muito próximo (vogal ou consoante): palumba >paomba>pomba calente>caente>queente>quente (regressiva - vocálica) persona>pessõa>pessoa (regressiva - consonantal) amaramlo > amaram-no (progressiva - assimila com o posterior) persicu > pêssego (regressiva) nostru > nosto > nosso (progressiva) tauru > touro (parcial) DissimilaçãoeditarDesaparecimento de um fonema quando já existe outro no vocábulo. (consoante ou vogal): temoroso > temeroso (regressiva) memorare > memrare > nembrar > lembrar (progressiva) callamellu > caramelo (transformação) cribru > crivo (queda) NasalizaçãoeditarFonema oral passa para nasal: mihi > mi > mim macula > macla > mancha DesnasalizaçãoeditarFonema nasal passa para oral: luna > lua persona > pessõa > pessoa bona > bõa > boa Apofonia ou Deflexão Vocábulo junta-se a um prefixo - vogal da sílaba inicial modificada: in+barba > imberbe per+facto > perfectu > perfeito in+amigo > inimigo Metafonia Modifica timbre de uma vogal por influência de outra (assimilatório também): novum > novo novos > novos focum > fogo focos > fogos decima > dízima debita > dívida Metaplasmos por aumento Quando ocorre o acréscimo de um fonema a uma palavra. Pode ocorrer: PróteseeditarNo início do vocábulo: stare > estar spiritu > espírito Epêntese No meio da palavra: masto > mastro stella > estrela ParagogeeditarNo fim da palavra: ante > antes Metaplasmos por subtraçãoeditarQuando ocorre perda de fonema em uma palavra. Pode ocorrer nas seguintes condições: AféreseeditarPerda de fonema no início da palavra: acume > cume attonitu > tonto inamorare > namorare > namorar enojo> nojo SíncopeeditarQueda de fonema no interior da palavra: legale > leal malu > mau Senhor > Sô calente > caente ( > queente > quente*) HaplologiaeditarDesaparecimento de uma sílaba, quando existe outra igual na palavra: idololatra > idólatra semimínima > semínima bondadoso > bondoso ApócopeeditarDesaparecimento de um fonema em final de palavra: cinematógrafo > cinema > cine mala > maa > má mare > mar amat > ama male > mal muito > mui CraseeditarFusão de dois fonemas vocálicos iguais. Durante o processo histórico podem ocorrer mais do que um tipo de metaplasmo. Nos exemplos abaixo, em primeira instância ocorreu haplologia: videre > veer > ver dolore > door > dor legere > leer > ler pede > pee > pé queente > quente SinalefaeditarDesaparecimento de fonema vocálico no fim da palava, quando a próxima é iniciada por vogal. de+este > deste As palavras são formadas de unidades ou elementos mórficos (morfemas ou monemas). São eles:
RaizeditarRaiz ou radical primário é o elemento originário, onde concentra-se a significação da palavra. As raízes vêm de outras línguas (no português, geralmente do grego ou latim) e são, sobretudo, monossilábicas. Por exemplo, a raiz noc (vinda do latim = prejudicar) tem significação geral de gerar danos. Note aonde ela aparece:
Radicaleditar
O radical, semantema, lexema ou elemento de composição é o elemento básico das palavras. O radical é a parte invariável da palavra, presente em todas as palavras derivadas. Exemplo:
Vogal temáticaeditarVogais temáticas são vogais que são acrescentadas a fim de poder flexioná-las, quando flexionadas podem ser anuladas. As vogais temáticas podem ser:
TemaeditarÉ formado pelo radical + vogal temática (ou seja, em nomes e verbos). A exceção é quando há um verbo terminado em or:
DesinênciaeditarÉ a parte do verbo ou do nome flexionada, anterior a desinência há o radical (nos verbos irregulares o radical e/ou a desinência são alterados). As vogais temáticas, como você já sabe, podem ser anuladas:
Afixoseditar
Letras de ligaçãoeditarEntre esses vários morfemas, podem existir letras para facilitar a pronúncia, ligando-os. São infixas. Essas letras são chamadas de termos eufônicos:
Afixos são conjuntos de letras que se juntam a palavras primitivas de modo a delas derivar novas palavras, participando dos processos de formação. Exemplo, a palavra afixos é formada por:
O afixo a dá ideia de oposição, ou seja, não fixo; logo, todo morfema denominado afixo, não é fixo - e pode ser colocado em várias palavras.
PosiçãoeditarPrefixoseditar
Os prefixos são afixos que são adicionados no começo das palavras (à esquerda). São provenientes de palavras independentes do latim e do grego.
Prefixo derivacional
São os prefixos que participam em processos derivacionais de formação de palavras.
Prefixo modificador São os prefixos que formam palavras através de modificação morfológica. Estes prefixos apenas modificam a sua interpretação semântica, sem alterar nenhuma das propriedades gramaticais da forma de base (isto é, categoria sintática, gênero, etc).
Pseudoprefixo São prefixos que tornam uma palavra que é derivada em primitiva de outras palavras que se encontra o mesmo pseudoprefixo (ou seja, a palavra é primitiva de algumas por causa do pseudoprefixo e derivada de outras). O pseudoprefixo é formado pela redução da palavra, logo, ele perde seu sentido quando a nova palavra é formada.
Exemplo, o prefixo euro possui origem grega e também é utilizado na língua portuguesa (Europa, europeia, Európio, euro-asiático, etc) relativando palavras ao continente europeu. A palavra Europa foi reduzida e formou uma outra: a palavra euro (a moeda). A palavra euro possui derivadas assim como a palavra Europa (eurozona, eurolândia, etc), mas nestas o prefixo euro perdeu seu sentido original (relativa ao continente europeu) e adquiriu um novo (a moeda utilizada na União Européia), sendo assim, euro em eurozona e em eurolândia é um pseudoprefixo, diferente de em Europa, que é um simples prefixo. Sufixoseditar
Os sufixos são afixos que são adicionados no fim das palavras (à direita).
Sufixo derivacional
São os sufixos que formam palavras derivadas. Estes sufixos determinam a categoria sintática da palavra em que ocorrem.
Exemplo, raiz doc:
Sufixo de flexão Sufixos de flexão não alteram o significado ou a classificação da palavra, mas altera bases morfológicas como gênero, pessoa, número e tempo. Junto a demais morfemas que compõe uma palavra, forma a desinência.
Circunfixoseditar
Palavras com circunfixos são palavras que possuem prefixos e sufixos.
LigaçãoeditarInterfixoseditarUnem a raíz da palavra a um sufixo, servindo de termo eufônico (isto é, serve para facilitar a pronúncia). Pode também ligar dois radicais.
Infixoseditar
INFIXO: quando o afixo é adicionado do meio da palavra, dividindo-a em duas partes. Pode ser uma consoante ou vogal de ligação entre duas raízes ou entre uma raíz e um outro afixo.
Exemplos: Gas ô metro Cafe z alCafe t eria.
Aqui temos uma lista de morfemas da língua portuguesa, entre elas, raizes, prefixos e sufixos. Legenda:
Formação das palavraseditarComo qualquer idioma vivo e ativo a língua portuguesa sofre constante mudança e evolução, isso pode ser bom, ou não, pois nenhum idioma pode permanecer estático e sem mudanças. Muitas vezes essas mudanças podem ser boas e enriquecedoras mas em outros momentos podem gerar o empobrecimento do idioma, que é uma manifestação cultural de um povo ou nação. Um idioma pode se desenvolver e evoluir de muitas formas diferentes, seja pela auto-mudança ou através da interação com outras linguagens. É importante observar que essas mudanças que uma linguagem pode sofrer podem variar bastante. Depois de um certo tempo uma palavra que tinha um significado passa a ter outro. Há sempre o nascimento de gírias no modo informal da língua. Mas um dos pontos mais importantes é o nascimento de novas palavras e esse é ponto principal deste texto. As palavras podem nascer através de muitos meios:
Ver tambémeditar
Palavras derivadas e primitivaseditarAs palavras podem ser classificadas de acordo com sua formação, em derivadas e primitivas. Chamam-se primitivas as palavras que possuem estrutura simples. As derivadas são as palavras que se formam a partir de uma palavra primitiva. A parte em comum entre estas palavras chama-se radical, que você viu no capítulo anterior. DerivaçãoeditarQuando se encontra um radical adicionado de desinências, vogais temáticas, e afixos, temos o exemplo de derivação, que se divide em Sufixal - Temos esse tipo quando são adicionados morfemas após o radical da palavra, veja:
Prefixal - Temos esse tipo quando são adicionados morfemas antes do radical da palavra, veja:
Parassintética - Temos esse tipo quando são adicionados morfemas tanto antes como após o radical da palavra, veja:
Imprópria - Temos esse tipo quando ocorre uma mudança gramatical nas palavras sem alteração da forma, veja:
Regressiva - Temos esse tipo quando o radical é reduzido para se formar uma nova palavra.
Por hibridismo - Temos esse tipo quando o radical é formado por palavras de vários idiomas.
Muitas palavras foram e serão formadas por composição, visto que, esse modo de originar novas palavras abre espaço para muitas possibilidades. Palavras formadas por composição originam-se pela união de duas ou mais palavras ou radicais, formando assim uma nova palavra composta, com novo significado. Dentro da formação por composição existem duas formas de unir palavras para gerar uma nova, estas são: Composição por justaposiçãoeditarNeste processo as palavras são formadas através da união de duas ou mais palavras e com essa união não há perda ou alteração gráfica ou fonética, ou seja, as palavras após se unirem não sofrem nenhum tipo de alteração na sua escrita ou pronúncia. É importante saber quando e como se usa o hífen, pois muitas palavras formadas por justaposição usam o hífen para ligar-se. Exemplo:
Composição por aglutinaçãoeditarÉ semelhante à composição por justaposição, porém, há alteração fonética. Exemplo:
No Português, temos dez classes de palavras. Segue-se uma breve descrição de cada uma delas. Siga os caminhos (links) para obter mais informações. As palavras podem ser, quanto às flexões:
ExercícioseditarAgora usando o que você aprendeu, responda as seguintes questões de acordo com as orações:
No português, como em qualquer outro idioma, existem palavras para nomear um ser ou um objeto, uma ação e qualidade ou estado. As palavras que nomeiam seres ou objetos formam a maior classe morfológica da língua portuguesa, os substantivos (ex.: livro, gato, mesa, cama, Brasil, etc). Qualquer palavra pode ser substantivada, isto é, tornar-se substantivo, bastando precedê-la de um artigo (determinantes). Determinantes sempre precedem substantivos. Exemplo: "O não é uma palavra dura" (não é advérbio, mas por neste caso possuir função de sujeito torna-se substantivo). Quanto à morfologiaeditarLocução substantivaeditarÉ uma locução substantiva qualquer conjunto de palavras que só possuam determinado significado, quando juntas:
Flexõeseditar
Classificação e formaçãoeditar
Quanto à sintaxeeditarNúcleoeditarO substantivo atua como núcleo do sujeito, do objeto direto, do objeto indireto, do agente da passiva, do aposto e do vocativo.
Qualquer outra palavra de diferente classe gramatical que desempenhe uma dessas funções na oração equivaler-se-á forçosamente a um substantivo, adquirindo uma função substantiva.[1] Oração subordinadaeditarQualquer termo que o substantivo seja núcleo pode se apresentar na forma de uma oração subordinada (oração subordinada substantiva). Referênciaseditar
Os substantivos são classificados quanto às suas flexões e quanto aos seus radicais. No caso do português, o substantivo pode variar em gênero, número e grau. Em outros idiomas (como o latim, o grego e o romeno) os substantivos declinam-se em casos gramaticais. Númeroeditar
A mais simples forma de flexão é quanto à desinência de número. Um determinado substantivo se flexiona em número de acordo com o número de seres ou coisas de mesma espécie ao qual se refere. Quando se refere a um único ser ou coisa, está no singular. Quando se refere a mais de um ser ou coisa, está no plural. A flexão de número segue as regras da concordância nominal. GêneroeditarAlém da flexão de número, um substantivo pode ser flexionado quanto ao gênero, em feminino e masculino. A flexão de gênero segue as regras da concordância nominal.Exemplo: garota/garoto; diretor/diretora.
São os que apresentam duas formas, uma para o masculino, outra para o feminino, com apenas um radical. Exemplo: aluno e aluna; traidor e traidora.
São os que apresentam duas formas, uma para o masculino, outra para o feminino, com dois radicais diferentes. Exemplo: bode e cabra; homem e mulher; vaca e boi;
São os que apresentam apenas um forma, para ambos os gêneros. Os substantivos uniformes recebem nomes especiais, são eles:
GraueditarO grau dos substantivos é, de uma forma genérica, representado pelos sufixos:
Existem algumas exceções, por exemplo, copo → copinho → copázio. Aqui temos as formas de classificação dos substantivos existentes na língua portuguesa. Quanto ao tipoeditarComum ou PróprioeditarOs substantivos podem ser classificados quanto à importância, individualização, especificação do que nomeiam. Assim, são classificados em "comuns" ou "próprios". Um substantivo que se refira a um ser específico, com nome próprio, de determinada espécie, é um substantivo próprio, condição mostrada pela letra maiúscula. Substantivos que não sejam próprios são classificados como comuns.
ComumeditarDesigna um grupo geral de coisas com as mesmas características, geralmente um objeto ou um lugar qualquer sem seus elementos especificados.[1] São grafados em geral com letra minúscula. Exemplo: mulher, cachorro, cidade, loja, livro. Note que não é qualquer coisa que pode receber o nome de cidade, cachorro, mulher, loja, livro. Para ambos é necessário haver certas características para assim serem chamados. PróprioeditarDesigna algo específico dentro de um grupo, sendo grafados sempre com letra maiúscula. Indicam um nome, seja ele de um lugar, ser vivo ou obra. O estudo destes é chamado de Onomástica. Exemplo: Ana, Rex, Lisboa, São Paulo, Salvador, Mateus, Luis, Talita, Natanael. Concreto ou AbstratoeditarOs substantivos podem ser classificados quanto à possibilidade de formação de uma imagem. Assim, são classificados em concretos ou abstratos. Ao contrário do senso comum, substantivos concretos não são somente aqueles que podemos ter um contato, ou que podemos pegar com as mãos. Essa definição falha, por exemplo, em substantivos como fogo. Trata-se, realmente, de palavras que designam coisas reais ou fictícias. Quando o substantivo se refere a algo imaginário, sentimental ou sem existência física, é classificado como abstrato. Substantivos abstratos são quase sempre substantivos derivados de verbos ou adjetivos. Por exemplo, o substantivo abstrato soma deriva do verbo somar, o substantivo abstrato atenção deriva do adjetivo atento. Vale lembrar que muitos substantivos abstratos são facilmente identificáveis pelo seu sufixo e também pela estrutura de formação verbal, nesse último caso, um bom exemplo é a palavra soma que é formada verbalmente da palavra somar excluindo-se o r.
ConcretoeditarDesigna seres e objetos, que existem fisicamente, na imaginação ou na teoria. Exemplo: casa, cadeira, Deus, carro, elevador, saci, bóson, fada, bola, etc; AbstratoeditarDesigna ideias, conceitos, sensações, estados e qualidades, que em geral não têm uma imagem concebida (em geral, sem existência física). Exemplo: teoria, desejo, justiça, altura, trabalho, saudade, amor, calor, etc. Coletivoeditar
Lista de exemplos de coletivoseditar
Quanto à formaçãoeditarSimples ou CompostoeditarOs substantivos podem ser classificados quanto à quantidade de radicais. Assim, são classificados em "simples" ou "compostos". SimpleseditarDesigna substantivos formados por apenas um radical. Exemplo: pente, América, abelha, senzala, país, canção. CompostoeditarDesigna substantivos formados por mais de um radical. Exemplo: pau-brasil, abelha-rainha, girassol, país-membro, afro-americano, samba-canção, pé-de-moleque, aeronaves. Primitivo ou DerivadoeditarOs substantivos podem ser classificados quanto à origem. Assim, são classificados em "primitivos" ou "derivados". PrimitivoeditarDesigna substantivos não derivados de outros, aqueles que não vêm de outra palavra da língua. Exemplo: terra, fogo, luz, avião, feudo. DerivadoeditarDesigna substantivos formados a partir de um substantivo primitivo existente no idioma. Exemplo:
Observações: Um substantivo pode ser, ao mesmo tempo, derivado de um e primitivo de outro. Exemplo:
ConclusãoeditarDessa forma, podem-se classificar todos os substantivos. Seguem alguns exemplos:
Referênciaeditar
A onomástica (ou onomatologia) é o estudo de substantivos próprios, que são os substantivos que individualizam seres e lugares. A onomástica é dividida em dois casos: a antroponímia e a toponímia. AntroponímiaeditarÉ a parte da onomástica que estuda os nomes de seres fictícios ou não. Os substantivos são classificados em:
ToponímiaeditarÉ a parte da onomástica que estuda os nomes de lugares e obras. Os substantivos são classificados em:
Alteração linguísticaeditarDiferentemente da transformação de substantivos comuns e antropônimos, os toponímicos sempre são originados da língua da região em que se localiza determinado lugar, povo, ou idioma, e não são originados do latim ou grego, como de costume às demais palavras. Muitos substantivos próprios sofrem adaptações da língua natural ao português, principalmente para facilitar a pronúncia e a escrita. Esses substantivos são classificados como exônimos. Ao mesmo tempo, há substantivos em que não é necessário qualquer transformação, os endônimos. Exemplo:
Outros casoseditar
O artigo é uma classe de palavras que pode ter função em alguns casos muito importante na frase, outras vezes nem tanto (já que é um adjunto adnominal - um termo acessório à oração). O artigo, em morfologia, é um determinante (acompanha substantivos). Dão algumas informações ao substantivo, tais como o gênero, o número e a importância. Por modificarem um substantivo, possuem função adjetiva. ClassificaçãoeditarNa língua portuguesa, existem ao total, oito artigos. São eles:
Exemplos:
Funçõeseditar
Adjetivos atuam basicamente como modificadores dos substantivos e dos pronomes, flexionando-se em gênero, número e grau, ocorrendo a concordância nominal. Os advérbios podem maximizar, negar, modificar o sentido dos adjetivos. Sua função gramatical pode ser comparada com a que o advérbio tem em relação aos verbos, adjetivos e outros advérbios. Exemplo:
Quanto à morfologiaeditarTipos de adjetivoseditarOs adjetivos podem ser:
Locução adjetivaeditarA locução adjetiva pode ser apresentada pelas seguintes formas:
Flexãoeditar
Classificaçãoeditar
Quanto à sintaxeeditarO adjetivo pode aparecer de duas formas:
Oração subordinadaeditarO adjetivo pode estar na forma de uma oração subordinada (oração subordinada adjetiva):
FunçãoeditarQualquer palavra de diferente classe gramatical que modifique um substantivo equivaler-se-á forçosamente a um adjetivo, adquirindo uma função adjetiva. Como o adjetivo concorda sempre com o substantivo, sofrerá as mesmas flexões que ele:
FlexãoeditarGêneroeditar
Observações: Nos adjetivos compostos, somente o gênero do último elemento varia. Númeroeditar
GraueditarA flexão de grau corresponde à variação em intensidade da qualidade expressa pelo adjetivo (veja mais em advérbios). Grau comparativo
Grau superlativo
A classificação dos Adjetivos possui algumas semelhanças com a classificação dos substantivos. Os adjetivos podem ser:
Primitivo ou DerivadoeditarOs adjetivos podem ser classificados quanto a origem:
São as palavras que vem primeiramente na cadeia de origens, as outras palavras derivam-se destas. Exemplo:
São os adjetivos que derivam de outras palavras, geralmente de verbos. Exemplo:
Simples ou Compostoeditar
São os mais comuns de encontrar. São formados por uma palavra. Exemplo: Rico, Triste, Alto.
São os adjetivos formados por mais de uma palavra. Exemplo: Amarelo-claro, Professor universitário.
Numeral é a palavra que qualifica os seres em termos numéricos, isto é, que atribui quantidade aos seres ou os situa em determinada sequência. Observações: Não confundir numeral com plural e com o artigo indefinido TiposeditarCardinais - Expressam a quantidade exata de seres:
Ordinais - Expressam ideia de ordem, de posição em uma determinada série:
Multiplicativos - Expressam ideia de multiplicação, indicando quantas vezes a quantidade foi aumentada: São muito usados no âmbito matemático. Apenas duplo, dobro e triplo são de uso corrente, os demais pertencem à linguagem erudita. Em seu lugar, usa-se o cardinal seguido da palavra vezes: cinco vezes, sete vezes, treze vezes.
Fracionários - Expressam ideia de divisão, de fração, indicando em quantas vezes a quantidade foi dividida: Embora sejam muito usados na matemática, também se verifica seu uso em linguagem do dia a dia e na área administrativa e financeira. Apresentam as formas próprias meio, metade e terço. Os demais são expressos pelo numeral ordinal correspondente, quando se trata de um só radical (quarto, sexto, oitavo, nono), pelo cardinal correspondente seguido da palavra avos, quando se trata de forma composta (quinze avos, dezesseis avos, vinte e quatro avos, cento e treze avos). Com exceção de meio, os numerais fracionários vêm antecedidos de um cardinal, que designa o número de partes da unidade: dois terços, três quaertos, cinco sextos, sete oitavos, oito nonos, nove décimos.
Observações:
Escalas de numeraçãoeditarExistem dois sistemas de numeração, o curto e o longo. Na língua portuguesa, podemos encontrar os dois tipos, o sistemas de numeração longa em Portugal e de numeração curta no Brasil. A diferença é que no sistema de numeração curto há três classes por ordem, e no longo há quatro classes por ordem (exceto na simples e nas dos milhares). Veja:
É importante notar que na escrita das nomenclaturas das ordens, a partir da terceira, no português do Brasil escreve-se com h, e no português europeu com i (bilhões ≠ biliões). Nomenclatura dos cardinaiseditarCada algarismo representa uma classe (unidade da ordem, dezena da ordem ou centena da ordem). Ordem é cada parte do número que possui nomenclatura especial: simples (sem nomenclatura), milhares, milhões, bilhões, trilhões, quatrilhões, pentilhões, etc
Os numerais cardinais possuem uma forma de escrita, que pode variar em algumas regiões:
Quadro de numeraiseditar
SemânticaeditarOs numerais possuem duas funções:
Flexão do numeraleditarCardinais - Variam em gênero os cardinais um, dois e centenas de duzentos em diante: um / uma, dois / duas, trezentos / trezentas. Milhão, bilhão, trilhão etc. variam em número: milhões, bilhões, trilhões etc. Os demais são invariáveis Ordinais - Todos variam em gênero e número: terceiro / terceira / terceiros / terceiras, centésimo / centésima / centésimos / centésimas Multiplicativos - Invariáveis com função substantiva. Exemplo: Arrecadou-se o triplo dos impostos relativos ao do ano passado e liquidou-se o dobro da dívida do mês passado. Com função adjetiva, variam em gênero e número. Exemplo: Bebi dois copos triplos de suco e três copos duplos de leite. Fracionários - Variam em gênero e número: um terço / dois terços, uma terça parte / duas terças partes. Exemplo: Gastei dois terços do salário em remédios e tarefas diárias. Coletivos - Variam em número: duas dúzias / três dezenas / quatro centenas / cinco séculos / seis milênios / sete hectares / oito novenas / nove resmas / dez quarentenas / onze lustros / doze quinquênios. Emprego dos numeraiseditarNa indicação de papas, reis, imperadores, séculos, capítulos e partes de uma obra, quando se usam algarismos romanos depois do substantivo, usa-se o ordinal até dez e o cardinal de onze em diante. Exemplos: Dom Pedro I (primeiro) / Dom João VI (sexto) / Felipe II (segundo) / João Paulo II (segundo) / Henrique VIII (oitavo) / Pio X (décimo) João XXIII (vinte e três) / Bento XVI (dezesseis) / Luís XV (quinze) / Capítulo XIX (dezenove) / Século XXI (vinte e um) Quando o algarismo romano vem antes do substantivo, a leitura será sempre como ordinal. Exemplo: III Salão do Automóvel (terceiro) / IV Feira Literária (quarta) / VII Feirão da Casa Própria Caixa (sétimo) / V Encontro de Casais com Cristo (quinto) Na indicação de artigos, incisos, parágrafos, circulares, avisos, leis, decretos e portarias, ou seja, em linguagem jurídica, usa-se o ordinal até nove e o cardinal de dez em diante, em síntese, textos e documentos oficiais. Exemplos: Artigo 2 (segundo) / Inciso 8 (oitavo) / Parágrafo 6 (sexto) / Artigo 10 (dez) / Inciso 18 (dezoito) / Parágrafo 34 (trinta e quatro) Na indicação de páginas, folhas, casas, apartamentos, cabines de navio, poltronas de cinema etc., usam-se os cardinais nas indicações comuns. Exemplos: Apartamento 301 (trezentos e um), Casa 420 (quatrocentos e vinte), Página 250 (duzentos e cinquenta), Folha 170 (cento e setenta) Os termos anterior, posterior, derradeiro, extremo, final, último, penúltimo, antepenúltimo, anteroposterior e outros semelhantes não se classificam como numerais, apesar de indicarem posição dos seres: são adjetivos. Os cardinais catorze, dezesseis, dezessete, dezenove, bilhão e trilhão admitem as formas quatorze, dezasseis, dezassete, dezanove, bilião e trilião. Os ordinais septuagésimo, trecentésimo, seiscentésimo, septingentésimo e nongentésimo admitem as formas setuagésimo, tricentésimo, sexcentésimo, setingentésimo e noningentésimo. Porém, não existem as formas octagésimo e cincoenta. O uso de 'hum mil' em preenchimento de cheques é exclusivo para sistema financeiro e prática bancária, apesar de 'hum' ser uma interjeição, o uso de 'hum' evita a transformação do um na palavra cem. Na linguagem jurídica, o numeral aparece flexionado: a folha trinta e uma, a folha vinte e duas. Não devemos abusar do emprego dos algarismos romanos. Nomes de logradouros públicos devem trazer algarismos arábicos. Ex.: Rua 15 de Novembro (e não Rua XV de Novembro), Avenida 11 de Agosto (e não Rua XI de Agosto). Observe que ninguém usa: Rua I de Maio, Avenida VII de Setembro, Largo II de Julho, Praça XXXI de Março. A expressão meia dúzia (também reduzida a meia) substitui o cardinal seis, principalmente em números de telefone. A forma fracionária duodécimo é de uso normal, na linguagem administrativa, nas áreas em que a distribuição orçamentária se processa por parcelas mensais. Como em certos jogos, as cartas, pontos ou pedras são designados pelas palavras ás, duque, quadra, quina e terno, a forma ás, equivalente a primeiro, passou a designar os campeões, especialmente dos esportes. Certos ordinais, frequentemente usados para expressar qualidades, tornaram-se verdadeiros adjetivos: de primeira categoria, de segunda qualidade. A forma reduzida primo, de primeiro, é usada no substantivo composto obra-prima, para indicar graus de parentesco (primos) e na matemática (números primos). Usa-se cento na designação dos números entre cem e duzentos, precedido de artigo, com valor de substantivo e na expressão cem por cento. Os numerais em português/ classificação palavraseditar
Observações: Não confundir a expressão "bilhão" que é usada no Brasil para expressar o número 1 000 000 000, com o termo "bilião", usado em Portugal para significar 1 000 000 000 000. Os termos entre parêntes referem-se à escrita dos números em Portugal. Pronomes são palavras que exercem função nominal, seja para substituir um substantivo, seja para acompanhá-lo (determinando o seu significado). Quando ocupa o espaço normalmente destinado para substantivos (substituindo-o), o faz indicando a pessoa (se é 1º, 2º ou 3º pessoa), o número (se é singular ou plural) e o gênero (masculino ou feminino) da pessoa do discurso. Quando apenas acompanha o substantivo, o pronome modifica, de alguma forma, a relação da pessoa do discurso com o substantivo que acompanha. Também pode ser usado nos diálogos entre narrador e interlocutor. FunçãoeditarA função do pronome pode ser de substantivo ou adjetivo. Quando o pronome substitui um substantivo na frase, denomina-o de pronome substantivo. Quando o pronome acompanha um substantivo, determinando o seu significado, denomina-o de pronome adjetivo.
Classificação dos pronomeseditarOs pronomes podem ser classificados em seis tipos, conforme a seguir (clique nos links para obter mais informações sobre aquele tipo de pronome):
Observações: Os pronomes pessoais serão sempre pronomes substantivos, pois sempre se pode substituí-los por um substantivo, ou representá-lo, e vice e versa; os demais pronomes são, normalmente, pronomes adjetivos, mas podem assumir a forma substantiva dependendo do caso, como por exemplo:
Os pronomes pessoais possuem as funções de substituir o nome de um ser e, ao mesmo tempo, situá-lo em relação a pessoa gramatical do discurso; ou seja, indicar quem fala (1.ª pessoa), com quem se fala (2.ª pessoa) ou de quem se fala (3.ª pessoa), tanto no singular quanto no plural. Subdividem-se os pronomes pessoais em três tipos: pronome reto e pronome oblíquo (que dependem da função sintática que exercem); e pronome de tratamento:
Os pronomes retos e oblíquos podem assumir as seguintes formas, conforme tabela abaixo:
Pronomes retoseditarOs pronomes retos são, por excelência, pronomes substantivos, portanto, servem de substitutos dos substantivos e para representar a pessoa da oração:
FormaseditarOs pronomes pessoais retos podem mudar de forma (flexionar), dependendo do número (singular ou plural) e da pessoa gramatical (1.ª, 2.ª ou 3.ª pessoa) do discurso, conforme abaixo:
Observação: É possível contrair as formas ele(s), ela(s) com as preposições de e em, formando as formas: dele(s), dela(s), nele(s) e nela(s). Essas formas costumam ser aplicadas quando exercem a função de predicativo do sujeito, normalmente indicando pertencimento ou localização, como por exemplo: O brinquedo é dele. Entretanto, quando o pronome exerce a função de sujeito de um verbo, a preposição não se une ao pronome: A culpa de ela quebrar o vaso é minha.
UsoeditarNão se deve usar os pronomes retos de maneira indiscriminada; pois, no português, a desinência verbal, normalmente, é suficiente para indicar o número e a pessoa gramatical do sujeito da ação verbal. Como o verbo concorda em número e pessoa com o sujeito a que se refere (nesse caso, sob a forma de um pronome reto) é possível, por meio da concordância verbal, deduzir a forma do pronome, mesmo que ele não esteja visível na frase (formando um sujeito oculto ou elíptico). Exemplos:
Os principais usos do pronome reto são as seguintes:
Observação 1: Como o pronome ele e ela pode representar qualquer substantivo já mencionado, deve-se evitar ambiguidades quando o pronome se referir a dois sujeitos diferentes, por exemplo:
Observação 2: Quando se quer dar ênfase ao pronome-sujeito, costuma-se usar as palavras mesmo e próprio anterior ou posteriormente ao pronome. Esse mecanismo serve apenas para realçar o sujeito, imprimindo-lhe uma importância diferenciada:
Função sintáticaeditarOs pronomes retos, por serem os substitutos dos substantivos, podem exercer algumas funções sintáticas próprias de substantivos, conforme abaixo:
Observação: Pelo fato de os pronomes retos exercerem a função de sujeito, em frases onde há a presença do verbo, deve-se utilizar os pronomes retos. Onde não há a presença do verbo, utiliza-se os pronomes oblíquos. Por exemplo:
Como regra, deve-se observar se há a presença de verbo acompanhando o pronome (o que exigiria que esse pronome fosse o sujeito desse verbo). Se o pronome em questão precisa ser o sujeito, então este será um pronome reto, se não houver verbo, o pronome assumirá a forma oblíqua. Na língua falada, é muito comum o uso dos pronomes retos ele e ela na função de objeto, como por exemplo, quando se diz: Vi ele passar, Deixei ela pra trás, enquanto o correto seria o uso das formas oblíquas o, a, os, as (Vi-o passar; Deixei-a para trás)Valores especiaiseditarOs pronomes retos (em especial na linguagem formal), podem ser empregados para imprimir um determinado valor emotivo, dependendo da ocasião e para quem é direcionada a mensagem, segue algumas dessas aplicações:
Pronomes oblíquoseditarOs pronomes oblíquos, no exercício de suas funções sintáticas (que é de ser objeto direto, indireto ou complemento), podem fazê-lo indicando reflexibilidade ou não reflexibilidade da ação verbal sobre o sujeito. Quanto às formas que os oblíquos podem assumir, essas formas dependem da tonicidade que possuem, apresentando-se sob duas formas: átonas e tônicas Tonicidadeeditar
ReflexibilidadeeditarQuando na função de objeto ou complemento, classifica-se os pronomes oblíquos em dois tipos distintos: reflexivos e não reflexivos. Todos os pronomes Oblíquos assumem uma dessas duas posições; porém, o uso do pronome para indicar reflexibilidade é menos ocorrente do que para indicar a não reflexibilidade, por isso nomeia-se apenas estes de pronomes reflexivos devido a função que exercem e não a forma que possuem (apesar de que os reflexivos na 3.ª pessoa possuem formas próprias (se, si e consigo) e formas átonas nas demais pessoas).
Formas dos oblíquoseditarOs pronomes oblíquos não reflexivos mudam de forma em função da pessoa, do número e do gênero gramatical, bem como em função da acentuação que possuem (átona ou tônica). Os pronomes oblíquos reflexivos são os mesmos que os não reflexivos nas formas átonas da 1.ª e da 2.ª pessoa gramatical, e apresentam três formas próprias quando indicam alguém na 3.ª pessoa gramatical.
A identificação da função de um pronome oblíquo requer a percepção de algumas variáveis, tanto nas formas átonas quanto nas formas tônicas, sendo que cada forma possui suas peculiaridades. Formas átonaseditarOs pronomes átonos normalmente estão ligados a um verbo por meio do hífen, o que limita as funções que esses tipos de pronomes podem exercer, portanto, eles geralmente são o objeto desse verbo. Há oblíquos átonos que exercem função sintática exclusiva (como os pronomes átonos da 3.ª pessoa o, a, os, as, lhe e lhes), mas há oblíquos quem podem exercer tanto a função de objeto direto como a de objeto indireto, tudo vai depender da transitividade do verbo em cada caso (como os pronomes me, te, nos, vos).
Observação: Entretanto, há alguns casos em que os oblíquos átonos podem exercer a função de sujeito, contrariando uma das características fundamentais dos oblíquos (que é servirem de objeto ou de complemento). Esses casos são uma exceção à regra geral (pois é erro tomar o oblíquo por sujeito), mas é possível (e lícito) apenas se os oblíquos átonos forem o sujeito de um verbo (que consequentemente estará no infinitivo) que complementa o sentido de outro verbo (o qual o mesmo átono serve de objeto). Isso ocorre com os verbos causativos (deixar, mandar e fazer) e sensitivos (ver, ouvir e sentir).
Causativos são os verbos que expressam ação que leva a uma consequência. Sensitivos são os verbos que indicam a presença de um dos sentidos.Flexão dos átonos da 3.ª pessoaeditarAs formas átonas o, a, os, as sofrem variações próprias em função da posição que ocupam e da terminação das formas verbais a que se ligam. Essas mudanças, no entanto, não mudam as características próprias desses oblíquos átonos, que é indicar a 3º pessoa gramatical e ser objeto direto do verbo ao qual estão unidos. Se diz que o pronome é clítico por ser átono e unir-se ao verbo. A posição do pronome em relação ao verbo não é fixa, podendo este aparecer antes do verbo (enclítico), muitas vezes antes depois do verbo (proclítico), e, até mesmo, no meio do verbo (mesoclítico). Portanto, não é de regra a união do pronome ao verbo pelo hífen para percebê-lo como um pronome átono, principalmente no que se refere às suas funções sintáticas, que serão as mesmas independentemente da posição que ocuparem. Ver o estudo completo desse tema no tópico específico sobre Colocação pronominal.
Formas tônicaseditarOs pronomes tônicos sempre estão acompanhados por preposição, o que, na maioria dos casos, lhes dão a função de objeto indireto ou complemento. Para os pronomes tônicos é preciso que se analise sintaticamente as demais funções da oração pois eles podem ocupar tanto a posição de termo integrante como de termo acessório.
Aplicação das preposiçõeseditar
As formas oblíquas tônicas sempre são regidas por preposição, ou seja, elas sempre estarão lá antepostas aos pronomes. Contudo, há casos em que algumas preposições, pelo sentido que exprimem, possuem uma relação especial com o pronome do qual são antecessoras. Essa relação pode ser tanto para modificar a forma do pronome, como para dar a ele valor enfático. As formas pronominais mim, ti, ele, ela, nós, vós, eles, elas, podem ser antecedidas de diversas preposições (como as preposições para, de, a, por, em, entre); mas, em casos especiais, a aplicação tanto do pronome quanto da preposição requer algumas observações:
Pronomes reflexivos e recíprocoseditar
Os pronomes reflexivos são os que, no papel de objeto direto e ou indireto, representam a mesma pessoa que o sujeito da oração. O entendimento dos pronomes reflexivos está intimamente ligado ao entendimento dos verbos reflexivos. Quando se deseja expressar a reflexibilidade da ação verbal, indicando que o sujeito praticou a ação sobre si mesmo, o verbo fica na voz reflexiva. Não é exclusivo o uso do pronome para indicar reflexibilidade, há casos em que o pronome indica também reciprocidade, que, apesar de menos ocorrentes, possui sentido diverso. Portanto, subdividi-se os pronome reflexivos quando na função reflexiva e na função recíproca, que diferenciam-se justamente por causa da ambiguidade que podem causar:
Na conjugação pronominal reflexiva, a ação reflete sobre o próprio sujeito.
São eles: nos, vos, se.
Observação: Frequentemente, na presença do sujeito plural, as funções reflexivas e recíprocas se confundem, havendo risco de ambiguidade, não sendo possível diferenciar um do outro. Nesse caso, recomenda-se complementar essas orações com expressões de reforço. Todo pronome recíproco é um pronome reflexivo, mas nem todo pronome reflexivo é um pronome recíproco.:
Função reflexivaeditarA função dos pronomes reflexivos depende da natureza do verbo reflexivo com o qual se relaciona, portanto, perceber qual é a natureza do verbo é fundamental para entender qual a função do pronome. Os reflexivos podem exercer suas funções típicas (objeto ou complemento), ou não possuírem função alguma! Quando o pronome serve de recipiente da ação verbal (portanto, quando acompanham verbos transitivos) exerce a função de reflexibilidade pronunciada; quando o pronome indica reflexibilidade, mas não há transitividade na ação, exerce a função de reflexibilidade atenuada.
Observação: Pelo fato dos verbos reflexivos sempre necessitarem da presença de um pronome reflexivo para indicar-lhes a reflexibilidade, chama-os de verbos pronominais, pois, como se pode perceber facilmente, a reflexão não seria possível sem a presença do pronome oblíquo apropriado. Os verbos pronominais dividem-se em dois tipos: os pronominais essenciais e os pronominais acidentais.
Função recíprocaeditarAo contrário da função reflexiva, em alguns casos o pronome não está indicando que o objeto da ação é o mesmo que o sujeito que a praticou. Pode ocorrer casos onde o sujeito seja composto, ou o pronome indica uma pluralidade de pessoas, e a ação ocorre entre essas pessoas simultaneamente. Esse não é o caso reflexivo porque o objeto e o sujeito não são os mesmos.
Pronome de tratamentoeditar
Pronomes de tratamento são todas as palavras ou expressões que referem-se a alguém da 1ª ou da 2ª pessoa gramatical como se ela estivesse na 3ª pessoa, ou representam alguém que efetivamente está na 3ª pessoa gramatical. Para fins de concordância verbal, deve-se tratar esses elementos sempre como alguém da 3ª pessoa. São considerados pronomes pessoais, pois, seu uso equivale-se aos dos pronomes retos e pronomes oblíquos (função sintática de sujeito e objeto).
Observação: É importante enfatizar as circunstâncias em que se aplicam os pronomes de tratamento, pois, retomando o conceito inicial, os pronomes referem-se a alguém como se ela estivesse na 3° pessoa, ou representam alguém que já está na 3ª pessoa:
FormaseditarOs pronomes de tratamento possuem formas próprias quando representam a pessoa gramatical e a importância pessoal (por força do cargo ou da posição) que esse ser possui. A representação da pessoa gramatical é limitada, pois há formas específicas para cada caso, mas para representar uma pessoa de importância diferenciada, há uma lista de fórmulas de tratamento que convém saber para sua correta aplicação. Quando os pronomes de tratamento referem-se a alguém pela sua importância, também é possível abreviá-lo de forma própria, portanto, há tantas abreviações quanto há pronomes.
Fórmulas de tratamentoeditarFórmulas de tratamento são palavras que representam um cargo ou uma posição diferenciada; portanto, não é, por si só, um pronome de tratamento. Para a fórmula de tratamento adquirir esse status, é preciso que ela seja antecedida dos pronomes vossa ou sua, formando, assim, uma locução. As formas nominais Alteza, Santidade, Majestade e etc são apenas fórmulas de tratamento designadas aos cargos de Príncipe, Papa e Rei; mas quando se diz as expressões Vossa Alteza, Vossa Santidade, Vossa Majestade, a fórmula de tratamento passa a ser um verdadeiro Pronome de Tratamento, pois está se referindo a um ser físico que ocupa este cargo.
Invocação das fórmulaseditarUtiliza-se uma invocação apropriada para cada fórmula de tratamento na sobrescrição de envelope ou no chamamento, quando na redação da comunicação oficial de órgãos públicos, ou na comunicação comercial. Não se deve confundir pronome com invocação, pois este tem uso específico, enquanto os pronomes (de tratamento ou não) são utilizados no corpo do texto. Por exemplo, ao se escrever uma carta para o presidente da república, deve-se começar com:
Segue lista das formas das invocações mais usadas:
Observe que em algumas fórmulas, há abreviações próprias para representá-las e, em outras fórmulas, não é possível a abreviação para fins de invocação; em qualquer, caso é necessário o conhecimento da aplicação das fórmulas. Há duas formas de se construir a invocação, dependendo da fórmula a ser usada, seguindo o esquema:
Observação: As abreviaturas podem ser aplicadas simultaneamente caso o cargo exija mais de uma fórmula de tratamento (ou uma fórmula de tratamento composta), como é dos bispos e arcebispos, cuja fórmula é " Excelência Reverendíssima":
Em todos os casos, na invocação, o uso da vírgula é obrigatório, pois se trata de vocativo.
Os pronomes possessivos são palavras que trazem, principalmente, a ideia de posse ou de pertencimento, indicando a quem cabe ou a quem pertence alguma coisa. Os possessivos são, na maioria das vezes, pronomes adjetivos, mas podem assumir eventualmente a função substantiva:
Vale observar que, muitas vezes estes substantivos não transmitem que é dono de algo, mas simplesmente algo muito próximo ao sujeito:
FormaseditarOs pronomes possessivos podem variar em função do número e da pessoa gramatical do ser possuidor da coisa, e em função do número e do gênero do substantivo pertencente. Nessa relação, um único possessivo, pode, por si só, indicar se o objeto pertence a quem fala (1° pessoa), se pertence a pessoa com quem se fala (2° pessoa) ou se pertence a pessoa de quem se fala (3° pessoa) e mais ainda, se é uma ou mais pessoas possuidoras da coisa, se é uma ou várias coisas que essa pessoa (ou pessoas) possui e se essa coisa é do gênero masculino ou feminino; ou seja, é possível deduzir todas essas informações simplesmente observando a forma que o possessivo se apresenta. Para tanto, o possessivo apresenta várias formas, conforme abaixo:
Para indicar que algo esta em posse da terceira pessoa, pode usar-se a preposição de posse (de) mais o pronome reto (ou seja, de + ele, de + eles, de + ela, de + elas) que resulta numa contração (dele, deles, dela, delas). Caso o sujeito não seja um pronome reto, mas sim um substantivo, utiliza-se a preposição de posse (de) mais o nome do sujeito (ou seja, de Pablo, de Cássia, de Lucio).
Os pronomes demonstrativos indicam a posição do ser no espaço (em relação às pessoas do discurso) ou no tempo são chamados de dêiticos. Os pronomes demonstrativos dêiticos são variáveis. Os pronomes demonstrativos podem ser usados no texto e no discurso, com a função de retomar um nome já dito. Pronomes variáveiseditar
Tendo a concordância nominal, já que o pronome demonstrativo flexiona-se em gênero e número, trata-se de um pronome adjetivo. As pessoas são classificadas de acordo com a posição do ser no tempo ou espaço:
Em um texto, podem ser usados para retomar um nome já citado para evitar repetição, seguindo as seguintes regras:
Pode haver palavras que ganham papel de pronome demonstrativo, igualmente variáveis, porém, não seguem as regras das três pessoas do discurso:
Acompanham o pronome relativo que ou qual (veja na próxima página) ou a conjunção integrante que:
Retomam um nome já dito anteriormente (possuem sentindo de idêntico e flexões, em pessoa):
Dá ênfase (possuem sentindo de idêntico e flexões, em pessoa):
Dão sentido completo, retomando um nome anterior (possuem sentido de este e flexões, esse e flexões, aquele e flexões):
Possuem o mesmo sentido de tal e tais, porém incompleto, não possuindo sentido de parecido, similar, análogo:
Pronomes invariáveiseditarObserve as seguintes frases:
Como podemos observar, o pronome este possui os mesmos valores morfossintáticos que isto, mas não semântico. Observe como seria estranho transformar isto em adjunto adnominal do núcleo do sujeito da primeira frase, jogo. Isto jogo é divertido., é um tanto estranho. Os pronomes invariáveis, diferente dos variáveis, indefinem a classe do termo retomado, diferenciando-os semanticamente
Eles são:
ContraçõeseditarOs pronomes demonstrativos podem aparecer na forma contraída (exceto mesmo, próprio, tal, semelhante e as flexões destes):
Pronomes Relativos são aqueles que representam nomes já referidos, com os quais estão relacionados. Retomam um nome anterior. Uso dos variáveiseditar
Observe a frase:
Sendo os pronomes relativos pronomes que retomam o nome anterior, observamos que a qual está retomando a cidade, possuindo todas as caracteristicas de concordância nominal. Observe que a frase não teria sentido caso fosse retirado eu nasci ou se fosse retirado aquela é a cidade. Já se retirarmos o pronome relativo a qual, com algumas alterações podemos fazê-la:
Veja mais exemplos:
MorfossintaxeeditarNote que em tais frases há a presença do verbo, antes e depois do pronome relativo, logo, estes pronomes sempre formaram a oração subordinada adjetiva: Aquela é a cidade a qual eu nasci
Oração subordinada: a qual eu nasci
Observações: Sempre haverá um verbo de ligação:
1. Antes ou depois do antecedente quando a frase iniciar com pronome adjetivo:
2. Antes do pronome adjetivo quando o predicado da oração principal é colocado depois da oração subordinada:
3. Após o pronome relativo quando não há verbo principal no núcleo da oração (haverá adjetivo que pode ser substituido com o verbo de ligação por um verbo ou locução) necessitando de complemento:
4. O complemento pode seguir as regras dos itens 1 e 2:
Concordância pronominaleditarJunto aos pronomes qual e quais haverá um pronome demonstrativo que concordará com o antecedente (os pronomes demonstrativos podem estar contraidos com preposição, nestes casos, o pronome é equivalente a cujo e flexões):
Não se põe artigo junto aos pronomes cujo, cujos, cuja e cujas, eles simplesmente concordam não com o antecedente, mas com o consequente. São equivalentes a ao/do qual, aos/dos quais, à/da qual, às/das quais:
Quanto e flexõeseditarQuanto, quantos, quanta e quantas somente são utilizados quando o antecedente é o pronome indefinido tudo, tanto, tantos, tanta, tantas, todos ou todas, formando as locuções pronominais tudo quanto, tanto quanto, tanta quanta, tantos quantos, tantas quantas, todos quantos e todas quantas. São usados com valor quantitativo, indicando quantidade. Podem aparecer sem antecedente, uso muito comum em documentos jurídicos. Uso de pronomes invariáveiseditarOs pronomes invariáveis possuem este nome por não obedecerem nenhuma das regras de concordância nominal. Eles são:
Os pronomes interrogativos, como o próprio nome diz, são formadores das frases interrogativas. DefiniçãoeditarObserve:
Na página anterior, aprendemos os pronomes relativos. Os pronomes interrogativos são os mesmos que os relativos, como no exemplo acima, porém só são classificados como tais em perguntas. Observações:
ClassificaçãoeditarEles são: Invariáveis
Variáveis
Observações: O acento circunflexo somente é utilizado em quê antes do ponto interrogativo. Quê nem sempre será pronome interrogativo, pode também ser uma interjeição ou um substantivo. Quanto à morfossemânticaeditarEstes pronomes dependendo do contexto podem ter função substantiva ou adjetiva:
Nestes exemplos o pronome modifica, interrogativamente, anos, presente; tendo o papel adjetivo. Os pronomes variáveis geralmente possuem este papel.
Já nestes exemplos, o pronome não refere-se a nada, tendo referência a algo indefinido. Geralmente os pronome invariáveis possuem este papel, o papel substantivo. Quanto à morfossintaxeeditarA colocação pronominal destes altera a significação da frase. As classificamos de acordo com a posição destes pronomes:
Os pronomes indefinidos não se referem a nada de específico. Apesar de isso caracterizá-los, eles podem variar quanto ao gênero e ao número; O pronome outro pode, excepcionalmente, contrair-se. (veja: Contrações) Variáveiseditar
Invariáveiseditar
Observações: Por indefinirem seres, não são usados artigos antes dos seres que o pronome indefinido relaciona. O artigo indefinido pode substituir estes pronomes. Segundo muitos dicionários, as palavras fulano, sicrano e beltrano são substantivos, e não pronomes indefinidos. A palavra bastante (e seu plural bastantes) pode ser advérbio de intensidade, adjetivo, substantivo ou pronome indefinido. Quanto à semânticaeditarOs pronomes substantivos são os que indefinem a quantidade de seres (são sempre substantivos: algo, alguém, nada, ninguém, outrem, quem, tudo, fulano, sicrano, beltrano). Os pronomes adjetivos indefinem a quantidade de seres já expressos (são sempre adjetivos: cada, certa, certas, certo, certos). Os demais podem ser adjetivos ou substantivos, dependendo do contexto. Verbos são palavras que expressam uma ação, um estado ou mudança de estado. Além disso, alguns verbos (chamados de relacionais) só formam um relação sintática na oração. A correta compreensão do papel do verbo obedece uma premissa lógica fundamental. Toda ação ou estado tem uma causa e um causador e produz um efeito.
O verbo é o elemento que determina o acontecimento fundamental no qual todas as outras palavras de todas as outras classes gramaticais se relacionam. Por exemplo:
Percebe-se a importância do verbo no processo de comunicação, seja ela falada ou escrita. Devido a essa importância, o verbo é, sem dúvida, a parte da gramática mais importante de ser estudada. Para a sintaxe, o verbo é o elemento que determina a divisão das orações, sendo assim, onde houver um verbo haverá uma oração, pois alguma coisa estará, de fato, acontecendo. Na oração, o que acontece é uma relação de causa e efeito, sendo o verbo o intermediador dessa relação.
O verbo é a classe de palavras mais rica em flexões; assim sendo, o verbo reveste diferentes formas para indicar a pessoa do discurso, o número, o tempo, o modo e a voz. Também serve para formar outros tempos e ligar termos, veremos adiante. FormaseditarO número e a pessoaeditarO verbo sofre variações para indicar a pessoa e o número. A relação do verbo entre os substantivos e os pronomes chama-se concordância verbal.
Tempo e ModoeditarOs verbos regulares no infinitivo podem ter até três desinências (-ar, -er e -ir). Chamam-se os verbos terminados em -ar, da primeira conjugação; em -er, da segunda conjugação; e, em -ir, da terceira conjugação. Em cada conjugação, o verbo flexiona-se diferentemente. Verbos que não seguem estas conjugações, são chamados de irregulares (ou anômalos), os que seguem, regulares (veja: verbos irregulares, terminação ar, er, ir e or). O verbo além de flexionar-se em número e pessoa, também flexiona-se em tempo e modo (seguindo as conjugações). Os modos são três: indicativo, subjuntivo (ou conjuntivo) e imperativo. O modo indicativo apresenta seis tempos verbais, sendo um deles representando o presente do enunciado, três o passado do enunciado, que dividem-se em perfeitos (completos) e em imperfeito (incompleto), e dois representando o futuro, um o futuro do enunciado e outro o futuro do passado do enunciado. Este último (denominado futuro do pretérito) apresenta características especiais, muitas vezes semelhantes ao modo subjuntivo.
Eis as flexões deste modo, em tempos (verbo levar - 1ª conjugação):
O modo subjuntivo ou conjuntivo exprime dúvida, desejo. Apresenta três tempos bem distintos um dos outros. O passado deste tempo é o mais utilizado, junto à conjunção Se. O presente e o futuro não são tão utilizados na linguagem informal, utiliza-se Que e Quando, respectivamente.
Os tempos do modo subjuntivo são (verbo levar - 1ª conjugação):
O modo Imperativo é dividido em dois, nas formas afirmativas e nas negativas. Nenhum verbo pode ser flexionado na primeira pessoa do singular (eu) no afirmativo e no negativo, outros verbos possuem em apenas algumas pessoas e números (é o caso do verbo Adequar) e outros nem possuem (é o caso do verbo Caber)
Observações: Há verbos irregulares que não são flexionados em certos tempos. Chamam-se defectivos. Outros, possuem mais de uma forma de flexão no mesmo tempo do mesmo modo. Chamam-se abundantes. Vozeditar
Outras formaseditarO Verbo apresenta mais algumas formas, chamadas de nominais. São elas:
Junto a essas formas nominais, surge outro tipo de verbo, o verbo auxiliar temporal (VA). Ele forma os tempos compostos, junto ao particípio e ao gerúndio:
Veja que nesses casos ocorrem as locuções verbais, não mudando a oração da frase. Os verbos auxiliares ainda podem ser modais e aspectivos, nestes últimos, a forma nominal é o infinitivo. SintaxeeditarA sintaxe é a parte da língua que trata da colocação e da regência.
Agora iremos iniciar o estudo da sintaxe do verbo. As estruturas sintáticas que o verbo compõe são:
Complementoeditar
Alguns verbos necessitam de complemento. Estes verbos chamam-se de transitivos. Subdividem-se em diretos (VTD), indiretos (VTI) e em circunstanciais. Seus complementos chamam-se objetos, que podem ser diretos (OD) ou indiretos (OI). Podem existir verbos que necessitam de mais de um complemento (VTDI), ou seja, possuem um objeto direto e outro indireto. Os verbos que não necessitam de complemento são chamados de Intransitivos (VI). A diferença entre o OI e o OD é que o OI é introduzido por preposição. Exemplo:
Quando a ação do verbo recai sobre a mesma pessoa que provoca a ação, o complemento tornar-se um pronome reflexivo, ocorrendo a conjugação reflexiva. Estes verbos chamam-se verbos reflexivos. Predicadoeditar
O predicado é a parte da frase que não pertence ao sujeito (apenas algumas partes da frase não são consideradas nem sujeito nem predicado, como exemplo o vocativo). O predicado divide-se em três tipos:
No predicado verbal o verbo é o núcleo do predicado, ele estabelece total relação à frase. Apesar de o nome predicado nominal parecer que não possui alguma relação ao verbo, possui. Acontece que o predicado nominal (ou predicativo do sujeito) é ligado ao sujeito por um verbo especial chamado de verbo de ligação (VL). Exemplo:
No predicado verbo-nominal, o verbo transitivo ou o verbo reflexivo chama-se transobjetivo e forma o predicativo do objeto. Períodoeditar
Período é uma sentença constituída por orações. Na oração existe uma estrutura sintática completa, ou quase completa.
O período é baseado quase por completo na estrutura que o verbo faz na oração. A relação entre o verbo e a oração é tão grande que para existir uma oração é necessário ao menos o verbo, explícito (notável) ou não (oculto). Período compostoeditar
Período composto é o período com mais de uma oração. No período composto a oração pode ser chamada basicamente de sete tipos:
Muitas vezes o período composto não passa de uma maneira alternativa de se empregar termos relacionados ou não ao verbo (geralmente com orações substantivas), como o OI, OD, predicativo, etc. A vantagem de ter mais de uma oração é a seguinte, quando há apenas uma, haverá concordância verbal, ou seja a ação do verbo obrigatoriamente ocorrerá no tempo que o verbo descrever e terá um sujeito, já no período composto, um verbo não precisa seguir a concordância verbal de outro verbo, fazendo com que a ação possa recair em outro tempo verbal e que o verbo subordinado tenha um sujeito diferente. Concordânciaeditar
Concordância é o que verbos, artigos, substantivos, pronomes, adjetivos e numerais alteram na frase quando flexionados ou alterados, sendo que devem obedecer regras de gênero, número, pessoa e modo/grau.
Segundo a concordância verbal, todo verbo flexionado em certo número (plural ou singular) deve concordar com nomes neste mesmo número. Verbo/Verbo (concordância do verbo com outro verbo) possuem regras especiais. Exemplo:
Todos nós, Eles e Lucas e Rafael apresentam o mesmo tipo de número, o plural. Obrigatoriamente, fazer, ter e ir deverão ficar no plural. As pessoas do discurso também modificam o verbo, Todos nós faz com que fazer vá para a 1ª pessoa, Eles e Lucas e Rafael fazem com que ter e ir tornem-se verbos flexionados na 3ª pessoa. SemânticaeditarA semântica é o estudo do significado das palavras.
O verbo tem, como os demais vocábulos, sinônimos, antônimos, homógrafos, homófonos, parônimos e homônimos. Porém, os verbos possuem uma estrutura semântica atribuída somente a eles: os verbos auxiliares, verbos ativos e verbos relacionais. PresenteeditarO presente indica um fato que ocorre no momento do enunciado, não necessariamente no momento cronológico. (Um exemplo de verbo flexionado no presente não indicando momento cronológico: Dom Pedro recebeu uma carta, logo ele diz: Independência ou Morte! ). Para não ter outro verbo flexionado no pretérito ou no futuro pode se utilizar o presente. Isso só ocorrerá quando houver um verbo flexionado no momento cronológico (que é o período em que o enunciado está ocorrendo).
PretéritoseditarO passado, ou mais conhecido como Pretérito, que significa um ato que ocorreu um tempo antes do presente, ou seja, que passou, existem para o pretérito (passado) alguns tipos de classificações: Pretérito Perfeito, Pretérito Simples, composto; mais-que-perfeito e Pretérito Imperfeito. PerfeitoeditarO pretérito perfeito indica uma ação totalmente realizada, que iniciou e terminou no passado.
ImperfeitoeditarO pretérito imperfeito indica uma ação que iniciou no passado e que ainda não terminou. O pretérito imperfeito pode também indicar algo rotineiro que ocorreu no passado (podendo ser descrito como sempre + pretérito perfeito. Ex.: Ele falava com ela desesperadamente = Ele sempre falou com ela desesperadamente).
Mais-que-perfeitoeditarO pretérito mais-que-perfeito indica uma ação passada que começou no passado distante e terminou no passado. Geralmente na oração existe um outro verbo que esta flexionado no passado, para saber de qual pretérito (perfeito ou imperfeito) que é o passado, senão, não há necessidade do uso (já que não haveria um passado do passado).
FuturoseditarFuturo do presenteeditarO futuro do presente indica ações que acontecerão em relação ao presente.
Futuro do pretéritoeditarO futuro do pretérito (nome atual do antigo condicional) indica ações futuras em relação ao passado (mas que também podem conter uma condição para a ação ser feita). É acompanhado com um verbo flexionado no passado. (Ex.: Ontem eu tinha dito que amanhã falaria com você). Também serve para indicar ações hipotéticas ou irreais. (Ex.: Eu não teria tanta certeza de que ele não falaria isso!).
Ligações externaseditarO modo subjuntivo/conjuntivo apresenta o fato ou ação representada pelo verbo, como duvidosa, pendente de condição, ou um pedido, ordem.
Pretérito imperfeitoeditarNo pretérito imperfeito do subjuntivo utiliza-se a conjunção se (se eu falasse, se tu falasses, se ele falasse, se nós falássemos, se vós falásseis, se eles falassem).
PresenteeditarNo presente do subjuntivo se utiliza a conjunção que (que eu fale, que tu fales, que ele fale, que nós falemos, que vós faleis, que eles falem). Este é o tempo usado na formação do imperativo (com exceção da segunda pessoa do plural e do singular do imperativo positivo, que derivam do indicativo).
FuturoeditarNo futuro do subjuntivo se utiliza a conjunção quando(quando eu falar, quando tu falares, quando ele falar, quando nós falarmos, quando vós falares, quando eles falarem) e também se (se nós falarmos). Este é idêntico ao infinitivo pessoal para verbos regulares.
O Modo imperativo é o modo verbal que exprime ordem, proibição, conselho, pedido ou interação com o leitor. AfirmativoeditarO imperativo afirmativo se forma da seguinte maneira:
Veja a conjugação do verbo falar:
Veja agora, como ficam as demais conjugações:
NegativoeditarO imperativo negativo não possui formas especiais. Suas pessoas são idênticas às correspondentes do presente do subjuntivo, porém, não existe flexão a primeira pessoa do singular (eu). Veja a conjugação do imperativo negativo do verbo falar:
Agora veja como ficam as demais conjugações:
Notaseditar
O sujeito pode ser considerado o termo de maior ênfase na oração, por ter um local exclusivo, o início, e pelo fato de o predicado referir-se inteiramente a ele. A construção deste processo é importantíssimo, pois remete a visão do eu-lírico sobre a declaração, isto é, a visão da história. Veja:
No primeiro caso, o processo sintático (a ação realizada no decorrer do corpus e a visão textual) é dada ao sujeito - aquelas pessoas; é transmitida a ideia de que se não houvesse aquelas pessoas não haveria aquela doença. No segundo caso, a visão textual recai sobre o sujeito a doença e é transmitida a ideia de que se não houvesse aquela doença, aquelas pessoas não teriam a menor importância ao contexto. Esta alteração enfática é dada às vozes verbais, que fazem com que um simples complemento verbal transforme-se no sujeito:
Como você pode notar, ambas as frases estão no mesmo tempo verbal, o pretérito perfeito. Porém, no primeiro exemplo, a frase está relacionada à ação que aquelas pessoas exercem sobre a doença, no segundo, ocorre o contrário. Numa, a ação do verbo ocorre em relação ao tempo enunciado (voz ativa) e noutra, ocorre o tempo enunciado em relação à ação do verbo (voz passiva), isto é, que já passou. Fazendo análise nas orações, temos:
Veja que os termos são os mesmos, mas a ordem deles, da voz ativa para a passiva, alterou-se (as mesmas cores mostram os mesmos termos). Em sintaxe, cada um destes termos tem a seguinte nomenclatura, uma para voz ativa e outra para a voz passiva:
Concluímos que:
Voz ativaeditarO verbo de uma oração está na voz ativa quando a ação é praticada pelo sujeito, ou seja, o sujeito é o agente da ação verbal.
Exemplo:
Voz passivaeditar
O verbo de uma oração está na voz passiva quando a ação é sofrida pelo sujeito, que não é o mesmo que pratica a ação verbal. O agente da passiva é aquele que pratica o ato. A palavra passivo possui a mesma raiz latina de paixão (latim passio, passionis) e ambas se relacionam com o significado de sofrimento (Paixão de Cristo). Daí vem o significado de voz passiva como sendo a voz que expressa a ação sofrida pelo sujeito. Na voz passiva, temos dois elementos que nem sempre aparecem: sujeito paciente e agente da passiva.
Exemplo:
Alice e Os problemas são sujeitos pacientes porque recebem a ação praticada pelo agente da ação verbal, diretor da escola e funcionários da empresa, respectivamente. O agente da passiva também pode ser indeterminado, como no seguinte exemplo:
Como não se sabe quem roubou o carro, o agente da passiva é indeterminado. A língua culta só aceita a voz passiva com um verbo que tenha objeto direto, ou seja, verbo transitivo direto, salvo raras exceções, com os verbos obedecer e desobedecer: A lei deve ser obedecida por todos. Por força do hábito, os verbos obedecer e desobedecer aceitam a passiva, porque antigamente eram transitivos diretos.
Tais frases estão em linguagem coloquial, porque os verbos obedecer e assistir precisam de um complemento, o sujeito obedece a alguém e assistem a algo. Portanto, o correto seria a frase na voz ativa ou a substituição por um verbo transitivo direto na voz passiva:
Observações: O agente da passiva sempre é introduzido pela preposição por, contraída ou não. Eventualmente, usa-se a preposição de. Passiva analíticaeditarÉ formada pelo uso dos verbo auxiliar ser e o particípio de certos verbos ativos, como: ser visto (sou visto, és visto, é visto...); estar abatido (estou abatido, estava abatido....). Alguns gramáticos consideram que a passiva analítica pode ser formada a partir de quaisquer verbos auxiliares temporais.
Exemplo:
É importante observar que o tempo verbal da voz ativa deverá ser seguido pelo verbo auxiliar da voz passiva. No exemplo acima, o verbo auxiliar (ser) está no mesmo tempo que o verbo principal da voz ativa (conduzir), o pretérito imperfeito. Exemplo:
Aos verbos que não são ativos nem passivos nem reflexivos, são chamados neutros. Esses não admitem voz ativa nem passiva nem reflexiva, pois o sujeito não pode ser visto como agente nem paciente nem agente-paciente.
Os verbos chamar-se, batizar-se, operar-se (no sentido cirúrgico) e vacinar-se são considerados passivos, logo o sujeito é paciente. Excepcionalmente, o pronome apassivador assume formas de 1ª e 2ª pessoa. Voz passiva é uma forma verbal, enquanto passividade é ideia. Em 'Ele levou um tiro' há voz ativa, embora o sujeito tenha sofrido a ação.Observações: Na língua portuguesa há muitas estruturas similares à voz passiva. Deve-se ter em mente que esta ocorre somente com um verbo. Casos como o predicativo do sujeito (ser + adjetivo) não são considerados como tais. Passiva sintética ou pronominaleditarÉ formada mediante o uso do pronome apassivador se (ou partícula apassivadora). Neste caso, o sujeito agente desaparece, porque não interessa ao narrador mencioná-lo, sendo o sujeito indeterminado.
Exemplo:
No exemplo acima, joias não pratica a ação de vender, mas sim, sofre essa ação. Portanto, joias não é o agente da ação verbal, mas o sujeito paciente. O verbo é passivo, sendo essa passividade indicada pelo pronome se. Essa mesma oração pode ser expressa por outras vozes:
O sujeito continua a ser jóias, que, por estar no plural, levará o verbo também para o plural. Ativo-PassivaeditarA voz ativo-passiva recebe este nome pelo fato de o sujeito da oração receber a ação (ou seja, voz passiva), mas ao mesmo tempo, este não ser o sujeito real, estando o verbo em sua forma simples (e não em locução). Nestes casos o sujeito é indeterminado e a frase pode ser passada para a voz ativa e às vozes passivas:
É notável que seu uso não é constante na língua e que muitas vezes é considerada coloquial. Reflexivaeditar
Verbo auxiliar é todo verbo que forma locução verbal com outro verbo (denominado verbo principal) e que formam apenas uma oração. Veja:
Podemos encontrar duas orações, uma principal (Estou dizendo) e uma subordinada (o que vi), porém, três verbos (estar, dizer e ver). Quando ocorrem com verbos ativos ou relacionais (verbos que não são auxiliares), o número de verbos é igual ao número de orações, mas neste caso temos apenas dois verbos que não são auxiliares, logo, duas orações. ClassificaçãoeditarOs verbos auxiliares são dividos em três grupos distintos:
É importante saber que todos os verbos que veremos são considerados auxiliares porque estes formam um locução com outro verbo chamado de verbo principal. TemporaiseditarVerbos auxiliares temporais servem para indicar algo de modo alternativo.
Os verbos auxiliares temporais podem ser identificados na locução verbal ou junto a verbos no infinitivo impessoal (flexão do verbo quando terminado em -ar, -er, -ir, -or), particípio (flexão do verbo quando terminado em -ido(s), -ida(s), -ado(s), -ada(s)) ou gerúndio (flexão do verbo quando terminado em -ndo). De acordo com o verbo auxiliar e a forma nominal que o acompanha (infinitivo, particípio ou gerúndio), classificamos os tempos e as locuções (veja na próxima página). A seguir, os verbos auxiliares temporais: SereditarO verbo ser além de empregado com verbo auxilar, pode também ser empregado como verbo de ligação. O uso deste verbo como auxiliar, é o seguinte:
EstareditarO verbo estar também pode ser de ligação e auxiliar.
Ter e Havereditar
Ireditar
ModaiseditarOs verbos modais, diferente dos temporais, atribuem certa característica ao verbo principal. Nestes casos, o verbo principal flexiona-se no infinitivo impessoal. Eles podem ser:
Observações:
AspectivoseditarSão semelhantes aos verbos modais, dão característica ao verbo principal, que estará no infinitivo impessoal. A característica que esses atribuem são de estado da ação em relação ao tempo do enunciado, podendo ser:
Observações: A preposição a + verbo no infinitivo impessoal pode ser substituida por verbo no gerúndio. Semi-auxiliareseditarAlguns gramáticos consideram certos verbos como semi-auxiliares, outros, utilizam a classificação que é apresentada neste livro. Veja semântica verbal para ver a nossa classificação. Os verbos podem se apresentar em várias formas: na forma de composição, locução verbal (que constitui a conjugação perifrástica) e as formas simples. Essas formas são formadas a partir dos verbos auxiliares, de acordo com a forma nominal expressa pelo verbo principal. Chamamos de forma nominal, o gerúndio, o particípio e o infinitivo. Conjugação perifrásticaeditarVeja estas tabelas:
Analisando estas tabelas podemos concluir que:
Isto ocorre porque encaminhando nunca flexionar-se-á. É necessário indicar um tempo verbal com o verbo auxiliar estar, já estudado. Trata-se de um verbo no gerúndio, uma forma nominal do verbo.
Voz passiva perifrásticaeditarComo vimos na página anterior, o verbo estar pode se apresentar na voz passiva, mas o verbo auxiliar ser deve estar no gerúndio (a mesma flexão usada nas tabelas anteriores), a morfossintaxe da voz passiva permanece a mesma (+ particípio). Veja:
Analisando estas tabelas, podemos concluir que:
Isto ocorre porque sendo está tendo o mesmo papel de encaminhando, e do mesmo jeito, é inflexível. Já encaminhado(s) segue regras comuns de concordância verbal, mas do mesmo jeito que o gerúndio, não flexiona-se no tempo, tendo relação de dependência ao verbo auxiliar. Esta forma nominal chama-se particípio.
O gerúndio e o particípioeditarUma maneira fácil de diferenciar o particípio do gerúndio é simples: Assim como na palavra Gerúndio existe um n, os verbos flexionados no gerúndio também vão ter um n, nos verbos regulares do particípio, basta retirar o n e se obtem o particípio masculino do singular (só não ocorre na segunda conjugação). Veja na tabela ao lado:
A Flexão dos verbos regulares para formar o particípio é a seguinte:
A desinência (flexão) do particípio é, para o feminino: a (singular), as (plural); e masculino: o (singular), os (plural). Exemplo:
O particípio é usado para designar uma ação sofrida e completa ou uma ação realizada por outro ser em relação ao sujeito, ou seja, no passado do tempo enunciado (no passado do passado, no passado do presente ou no passado do futuro). Já o gerúndio serve para designar uma ação incompleta feita pelo sujeito, ou seja, que teve o inicio no presente do tempo enunciado (no passado, no presente ou no futuro) e ainda não teve um fim.
Para ver as formas irregulares ver: Verbos irregulares (terminação AR), Verbos irregulares (terminação ER), Verbos irregulares (terminação IR) e Verbos irregulares (terminação OR).
NomenclaturaseditarSe nomeia a formação verbo auxiliar + verbo principal de acordo com o verbo auxiliar e a forma nominal do verbo principal:
Tempos compostoseditarComo pode ser visto na tabela acima, os tempos compostos são formados por ter/haver + particípio. Veja:
Observações: Ao contrário da conjugação perifrástica, os tempos compostos não admitem o pretérito perfeito e mais-que-perfeito do indicativo, pois os tempos compostos no pretérito imperfeito do indicativo já indicam tal perfeição. Tempo composto perifrásticoeditarPodemos utilizar as regras da conjugação perifrástica junto às do tempo composto. Ocorre quando se coloca ter/haver + estado(s) + gerúndio. Ocorre porque o verbo principal do tempo composto torna-se estar que por consequência do verbo auxiliar, fica no particípio (estado(s)), mas, pelas regras da conjugação perifrástica, o verbo principal da locução verbal flexiona-se no gerúndio:
O verbo ir e o infinitoeditarO verbo ir também pode ter papel de auxiliar (geralmente informalmente). Ele possui as mesmas características do verbo estar quando auxiliar. Junto à preposção a, o verbo estar tem relação perifrástica com o verbo principal no infinitivo. O mesmo ocorre com o verbo ir. Chamamos o tempo formado com verbo ir com verbo principal no infinitivo de futuro breve, assim como estar + a. Observações: Muitas vezes o verbo ir pode ter sentido de andar, mover, movimentar, somente nestes casos o tempo composto pode fazê-lo com o gerúndio (exceto se o verbo estar introduz o principal, que por consequência haverá a preposição a e verbo no infinito):
SemânticaeditarOs tempos compostos e os verbos que utilizam o infinitivo possuem valores especiais (lembrando que os tempos compostos - ter e haver - são formados pelo particípio e a conjugação perifrástica - estar e ir - pelo gerúndio):
Saiba maiseditarO modo composto sempre será o verbo auxiliar + particípio/gerúndio. Se o verbo auxiliar estiver no pretérito perfeito, o modo simples também estará no pretérito perfeito (você pode conferir nas tabelas já apresentadas). Exemplificando:
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