Português/Imprimir


Gramática e literatura da língua portuguesa
                   
Angola Brasil Cabo Verde Guiné-Bissau Guiné Equatorial Macau Moçambique Portugal São Tomé e Príncipe Timor-Leste
Angola Brazil Cape Verde Guinea-Bissau Equatorial Guinea Macao Mozambique Portugal São Tomé and Príncipe East Timor
Angolo Brazilo Kaboverdo Gvineo Bisaŭa Ekvatora Gvineo Makao Mozambiko Portugalio Santomeo kaj Principeo Orienta Timoro
अंगोला ब्राज़ील केप वर्दे गिनी-बिसाऊ भूमध्यरेखीय गिनी मकाउ मोज़ाम्बीक पुर्तगाल साओ तोमे और प्रिन्सिपी पूर्व तिमोर
Angola Brésil Cap-Vert Guinée-Bissau Guinée Équatoriale Macao Mozambique Portugal Sao Tomé-et-Principe Timor Oriental
Angola Brasil Cabo Verde Guinea-Bisáu Guinea Ecuatorial Macao Mozambique Portugal Santo Tomé y Príncipe Timor Oriental
أنغولا البرازيل الرأس الأخضر غينيا بيساو غينيا الاستوائية ماكاو موزمبيق البرتغال ساو تومي وبرينسيب تيمور الشرقية
Ангола Бразилия Кабо-Верде Гвинея-Бисау Экваториальная Гвинея Макао Мозамбик Португалия Сан-Томе и Принсипи Восточный Тимор
Angola Brasilien Kap Verde Guinea-Bissau Äquatorialguinea Macau Mosambik Portugal São Tomé und Príncipe Osttimor
آنگولا برزیل کیپ ورد گینه بیسائو گینه استوایی ماکائو موزامبیک پرتغال سائوتومه و پرنسیپ تیمور شرقی
Angola Brasile Capo Verde Guinea-Bissau Guinea Equatoriale Macao Mozambico Portogallo São Tomé e Príncipe Timor Est
Angola Brasil Cabo Berde Guiné-Bissau Guiné Eiquatorial Macau Moçambique Pertual San Tomé i Príncepe Timor-Leste
 
Docas em Lisboa, Portugal.

A língua portuguesa, por muitos, é considerada uma das línguas mais difíceis de ser aprendida. A língua portuguesa originou-se do latim vulgar falado no noroeste da Península Ibérica. Na Idade Média, ela se transformou numa única língua, junto com o galego. Hoje, ela é conhecida nos meios científicos como galaico-português. No reinado de D. Dinís a língua portuguesa, então designada como língua comum, tornou-se oficial a língua oficial em todos os documentos régios, em detrimento do latim. A língua portuguesa, tal como o francês, tem uma herança céltica, visivelmente pronunciada usando vogais nasais.

O Português está classificado na seguinte hierarquia de famílias:

Indo-europeia
 Itálica
  Românica
   Ítalo-ocidental
    Românica ocidental
     Galo-ibérica
      Ibero-românica
       Ibero-ocidental
        Galaico-portuguesa
         Português

Atualmente, ela é falada em todos os continentes, sendo oficial em Portugal, Brasil, Guiné-Bissau, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe, Angola, Moçambique, Timor-Leste e em Macau - hoje uma região autônoma chinesa. Existem comunidades falantes de português em todo o Mundo - em territórios que pertenceram a Portugal, como, por exemplo, Goa, Damão, Diu (Índia) e Malaca (Malásia) - e comunidades emigrantes do Brasil, Portugal, Cabo Verde, Angola e Moçambique que se estabeleceram em outros países. A língua portuguesa tem duas variantes: o português europeu e o português brasileiro. No futuro espera-se que o português falado em Angola e em Timor-Leste sejam promovidos a novas variantes do português. Atualmente, o Brasil, pela sua influência econômica, desenvolve um esforço notável na promoção da língua portuguesa.

"Fala, para que eu te escute", diz Sócrates.

Assim enaltecemos claramente o porquê do estudo gramatical, a intrínseca relação do homem e a comunicação. O conhecimento da própria língua não se inclui na categoria de saberes inúteis, o saber independente de utilidade prática. Lembremos que a língua não é morta, parada no tempo; a sociedade está em constante produção desta identidade cultural: a língua portuguesa.

Aqui estão constatados os 205 módulos do wikilivro "Português" por ordem alfabética. Uma lista semelhante pode ser vista na categoria de páginas do wikilivro.

Ao leitor


Este wikilivro foi feito por vários editores ao longo de vários anos, e você pode nos ajudar a fazer deste trabalho, livre e gratuito, cada vez melhor. Em caso de dúvidas, contacte-nos. Para melhor entendimento do conteúdo deste wikilivro, você pode, se quiser, primeiramente, ler o wikilivro Introdução à língua portuguesa.


Sobre a edição


Os escritores deste livro são a maioria brasileiros (das regiões sul e sudeste), e, por isso, é inevitável que o português predominante seja do Brasil, ora visto, com maior frequência, que o de outros países de fala portuguesa, o que inclui a léxica implícita nas próprias explicações.
Para maiores detalhes, veja na wikipédia os artigos sobre o português brasileiro, europeu e angolano. Tenha uma boa leitura!
  Este módulo tem a seguinte tarefa pendente: Verificar a necessidade desta página. Avaliar se não é melhor criar uma página de introdução para cada um destes assuntos ex.: Português/Gramática/Introdução, Português/Literatura/Introdução.

Neste livro abordaremos dois assuntos: a gramática e a literatura. Mas, o que é gramática e o que é literatura?

Gramática

editar

É o ramo da língua que estuda as palavras. É dividida em:

  • Fonética - estuda os sons das palavras;
  • Morfologia - estuda a formação e classificação das palavras;
  • Sintaxe - estuda as funções de cada palavra em uma frase;
  • Estilística - estuda a diferença das palavras na frase em determinato estilo literário;
  • Semântica - estuda o significado das palavras.

Literatura

editar

É o ramo da língua que estuda o contexto. É dividida em:

  • Análise do discurso - estuda as diferentes partes de um texto;
  • Literária - estuda os estilos literários.


Os fonemas (do grego phōnē) são as menores unidades sonoras de nossa fala. São sons elementares que, combinados e articulados (falados), geram sílabas, vocábulos e frases. Quando citamos a palavra Brasil, por exemplo, estamos a emitir duas sílabas (Bra-sil) e seis fonemas. Note que numa sílaba pode haver um ou mais fonemas.

Existem aproximadamente 33 fonemas no sistema fonológico do Português brasileiro.

Os fonemas podem ser representados de forma escrita, fazendo-se uso de sinais gráficos (signos), os quais chamamos letras. O conjunto das letras usadas para se escrever chama-se alfabeto (etimologia vinda das letras gregas alfa + beta), ou abecedário — havendo ainda a designação abecê, mais informal.

Observações: Não confunda fonema com letra; o fonema é o som, a letra é a representação do som.

Alfabeto Fonético

editar

O Alfabeto Fonético Internacional (AFI) é um alfabeto composto por diversos símbolos (alofones), cada um representando um fonema(som) diferente, usado para todas as línguas e dialetos. Apesar da norma culta portuguesa admitir apenas 33 fonemas, podemos encontrar outros fonemas dependendo da região. Os sistemas de transição escrita à fonética pela pronúncia mais conhecidos são AFI e X-SAMPA, estes possuem algumas diferenças de símbolos. Veja como a palavra português é falada em algumas regiões, utilizando o AFI:

  • Rio de Janeiro: /poxtuˈɡejʃ/
  • São Paulo (cidade): /poɾtuˈɡes/
  • São Paulo (interior): /poɹtuˈɡejs/
  • Portugal: /pʊɾtʊˈɡeʃ/

Par mínimo

editar

O par mínimo ocorre quando em uma palavra podemos trocar um fonema por outro, formando uma palavra de semântica(significado) diferente, sendo, algumas vezes, estas palavras parónimas/parônimas - no caso de o significado não mudar, provavelmente será uma diferenciação de sotaques, estas possuirão relação de tonicidade (veja Tonema e Cronema). O par mínimo pode ser formado por tonemas e cronemas. Exemplo:

b
+ ala = bala
c
cala
f
fala
g
gala
m
mala
p
pala
r
rala
s
sala
t
tala
v
vala

Classificação

editar
  Ver módulos: Classificação dos fonemas, Classificação das vogais e Classificação das Consoantes
  Ver módulo: Fonação

Tom e duração

editar
  Ver módulo: Tonema e Cronema

Encontros

editar
  Ver módulos: Encontros vocálicos e Encontros consonantais

Representação

editar
  Ver módulos: Dígrafo e Pronúncia

Quanto à classificação dos fonemas, consideram-se três classes:

  • Vogal
  • Semi-vogal
  • Consoante
  Ver módulo: Classificação das vogais

São os sons laríngeos (fonemas sonoros), que chegam livremente ao exterior sem fazer ruído.

Semi-vogal

editar

São os fonemas vocálicos átonos que sempre se unem a uma vogal para formar uma sílaba, com ou sem consoante. As semi-vogais podem ser chamadas de semi-consoantes e de consoantes aproximadas, por terem características de vogais quanto ao som, mas características de consoantes quanto a posição dos órgãos da faringe e da língua.

Consoantes

editar
  Ver módulo: Classificação das consoantes

São os ruídos gerados da resistência que o trato vocal opõe à corrente de ar.

Observações: As consoantes dependem das vogais para formar uma sílaba.

As vogais (do latim vocalis) são sons que quando produzidos, não há impedimento na passagem do ar. São classificadas de acordo com:

 
Posição da língua e sua vértice (seu ponto máximo na boca)
 
Posição da língua e sua vértice (seu ponto máximo na boca)

Zona de articulação

editar

A parte da boca em que o ponto máximo da língua de determinada vogal é pronunciada determina sua zona de articulação.

  • Anteriores: i (ex: lixa), ê (ex: senhor), é (ex: ela), á (ex: haste).
  • Centrais: â (ex: antes).
  • Posteriores: u (ex: puxar), ô (ex: olhar), ó (ex: olhos).

Além destas zonas de articulação, existem as zonas de articulação de transição (Quase anterior e Quase posterior).

Abertura bucal

editar

As vogais podem ser classificadas de acordo com a abertura da boca:

  • Fechadas: i, u
  • Semi-fechadas: ê, ô
  • Semi-abertas: é, ó
  • Abertas: á

Podem existir vogais em aberturas na faixa de transição (Quase fechada, Média e Quase aberta), é o caso de â, que é geralmente quase aberta no Brasil, e entre média e semi-aberta em Portugal.

Arredondamento

editar

O arredondamento labial altera pouco o som nas vogais fechadas. Na língua portuguesa quase não são vistos, mas em línguas como o francês podemos observar facilmente:

  • Vogais arredondadas: geralmente as vogais posteriores
  • Vogais não-arredondadas: geralmente as vogais anteriores

Oralidade e nasalidade

editar

As vogais podem ser orais, pronunciadas na cavidade bucal, apenas, ou nasais, pronunciadas também nas cavidades nasais.

  • Orais: a, e, i, o, u
  • Nasais: ã (an/am), (en/em), ĩ (in/im), õ (on/om), ũ (un/um).

Na língua portuguesa, /a ~ ɐ/ costuma ter apenas /ɐ̃ ~ ɜ̃ ~ ə̃/ como equivalente nasal, embora raras vezes, como na pronúncia padrão de a antena, pode-se haver uma vogal aberta nasalizada.

Intensidade

editar

As vogais, dentro de uma palavra maior, podem ser tônicas, pronunciadas de maneira mais forte, átonas, pronunciadas de maneira fraca, e subtônicas (também chamadas tônicas secundárias), tônicas mais fracas que a tônica principal.

  • Tônicas: Tupi, luz.
  • Tônicas secundárias ou subtônicas: cafezinho, somente.
  • Átonas: ela, órfã.

Comprimento

editar

As vogais podem ser longas ou curtas, dependendo do tempo que elas são pronunciadas em relação à maioria das vogais. Curiosamente, o português não marca de forma alguma o comprimento vocálico em suas palavras (pois a maioria absoluta das vogais são curtas), mas é comum que sejam percebidas vogais longas em algumas palavras, mas apenas em alguns dialetos.

  • Curtas: comi, ando.
  • Longas: sorris, funis, à (em alguns dialetos, apenas)

Timbre

editar
  • Aberto: a, é, o
  • Fechado: ê, ô, i, u e as nasais.
  • Reduzido: vogais átonas orais ou nasais.

Tensão

editar

A diferença da tensão é definida como ATR (Advanced tongue root). As vogais podem ser classificadas em:

  • Relaxadas: os músculos estão relaxados.
  • Tensas: os músculos estão firmes, há a expansão da faringe (movendo a base da língua para frente), diminuição e abaixamento da laringe, fazendo o ar centralizar.

Não existe tal diferença na língua portuguesa, pois todas as vogais na voz melódica são relaxadas.

Tabela de vogais

editar
Anterior Central Posterior
Fechada
 
i
u
ê
ô
é
ó
â
á
Semifechada
Semiaberta
Aberta

Aqui está a tabela das vogais conforme o alfabeto fonético internacional:

Anterior Quase Anterior Central Quase Posterior Posterior
Fechada
 
i - y
ɨ - ʉ
u - ɯ
e - ø
ɘ - ɵ
ə
o - ɤ
ɛ - œ
ʌ - ɔ
ɜ - ɞ
ɐ
æ
a - ɶ
ɑ - ɒ
ʊ
ɪ - ʏ
Quase fechada
Semifechada
Média
Semiaberta
Quase aberta
Aberta

Cada símbolo, representa um som. Observe algumas palavras em português em que alguns deles são utilizados (nos de Portugal foram usadas representações fonéticas de Lisboa e nos do Brasil, a maioria da cidade de São Paulo):

Vogal Portugal Brasil Palavra
i /ˈdi.ɐ/ /ˈdʑi.ɐ/ dia
u /ˈbu.su.ɫə/ /ˈbu.sʊ.lɐ/ bússola
ɪ /fɪˈɫi.pɪ/ Felipe
e /ˈteɾ/ /ˈteɾ/ ter
ə /mə̃dəˈɾi.ə/ /mə̃daˈɾi.ɐ/ mandaria
ɛ /ˈɛ/ /ˈɛ/ é
ɔ /ˈfɔ.ɾə/ /ˈfɔ.ɾɐ/ fora (verbo)
ɐ /kə̃ˈsɐ̃w/ /kɐ̃ˈsɐ̃w/ canção
a /va/ /va/
Observações: As outras vogais são restritamente utilizadas em certas regiões e/ou em poucas palavras da língua portuguesa. Algumas nem são ditas nesta.

As consoantes (do latim consonante que é igual a soante + com) são sons da fala produzidos através do impedimento da passagem de ar. Em comparação com as vogais, há grande diferença quanto a continuidade da frequência do sinal sonoro.

Egressão

editar
  • Consoantes egressivas - São as consoantes que têm seu início nos pulmões (o ar vai da laringe para a traqueia, veja imagem abaixo). Na passagem pelos órgãos o som é modelado, conforme o ponto de articulação.
  • Consoantes não-egressivas - São as consoantes que não têm como seu início os pulmões (cliques e implosivas).

Articulação

editar

As consoantes cujo modo de articulação possuem, são classificadas em:

  • Consoantes oclusivas - Consoantes formadas pela interrupção completa da passagem do ar através do contato do articulador ativo contra o articulador passivo em determinado ponto de articulação. Exemplos: [p b t d k g]
  • Consoantes nasais - Consoantes formadas pelo impedimento total do ar na cavidade oral, simultaneamente à abertura do véu palatino, fazendo com que o ar entre na cavidade nasal e saia pelas narinas. Exemplos [m n ɲ]
  • Consoantes fricativas - Consoantes formadas quando o ar passa por um canal estreito formado pelo impedimento semi-completo da cavidade oral, de modo a causar estridência audível. Exemplos: [s z ʃ ʒ]
  • Consoantes aproximantes - Consoantes formadas pela aproximação do articulador ativo ao articulador passivo sem que haja contato ou estreitamento do canal de passagem do ar. Também chamadas de semivogais ou ainda de semiconsoantes. Apesar do som assemelhar-se ao de uma vogal, são consoantes por possuírem modo e ponto de articulação. Exemplos [w j]
  • Consoantes vibrantes - Consoantes formadas à mesma maneira das oclusivas, diferenciando-se destas pelo fato de o articulador ativo fazer múltiplos contatos acelerados contra o articulador passivo. Exemplos [r]
  • Consoantes laterais - Consoantes formadas pelo bloqueio do ponto de articulação pela parte frontal da língua, sem oclusão lateral, de modo que o ar escapa pelas laterais da cavidade oral.

Ponto de articulação

editar
 
Zonas de articulação:
1. Exo-labial, 2. Endo-labial, 3. Dental, 4. Alveolar, 5. Pós-alveolar, 6. Pré-palatal, 7. Palatal (palato duro), 8. Velar (palato mole), 9. Uvular, 10. Faríngea, 11. Glotal, 12. Epiglotal, 13. Radical, 14. Pós-dorsal, 15. Pré-dorsal, 16. Laminal, 17. Apical, 18. Subapical
 
A laringe. Legenda:
*Epiglottis (Epiglote)
*Vocal fold (pregas vocais)
*Trachea (Traqueia)
  Ver módulo principal: Zona de Articulação consonantal

Além de as consoantes serem classificadas por articulação, também são pelo ponto de articulação:

  • Labiais

Consoantes bilabiais - Consoantes formadas pelo impedimento do ar pelos lábios — b, m, p
Consoantes labiodentais - Consoantes formadas pelo impedimento do ar pelos lábios quando estes não estão totalmente fechados — f, v
Consoantes dentolabiais -

  • Bidentais

Consoantes bidentais-

  • Coronais

Consoantes linguolabiais -
Consoantes interdentais' -
Consoantes dentais - Consoantes formadas pelo impedimento da língua quando esta entre os dentes — d, n, t
Consoantes dentoalveolares-
Consoantes alveolares - Consoantes formadas pelo impedimento do ar pela língua quando esta em contato com os alvéolos dentais (parte atrás da gengiva, abaixo dos dentes) — l, r (fraco), s, z
Consoantes palatoalveolares - Consoantes formadas pelo impedimento do ar pela língua quando esta em contato com a região entre os alvéolos e o palato duro

  • Dorsais

Consoantes palatais - Consoantes formadas pelo impedimento do ar pela língua quando esta em contato com o palato duro (próximo aos lábios) — d (às vezes e sempre antes de i), g (fraco, com som de j), j, t (às vezes e sempre antes de i); dígrafos ch, lh, nh
Consoantes velares - Consoantes formadas pelo impedimento do ar pela língua quando a parte traseira em contato com o palato mole (próximo à cavidade oral) — c (com som de k), g (forte, sem som de j), k
Consoantes uvulares - Consoantes formadas pelo impedimento do ar pela vibração da úvula — r (forte); dígrafo rr

  • Radicais

Consoantes faríngeas -
Consoantes epiglotais -
Consoantes faríngeo-epiglotais -

  • Glotais

Consoantes glotais - Consoantes formadas pelo impedimento do ar pela vibração da glote (abaixo da abertura da laringe à faringe, oposta à epiglote)

Não-egressão

editar
  • Cliques - São consoantes onde a vibração do ar é apenas encontrada na boca, o ar não passa pelos pulmões e nem pela laringe. São formadas pela retirada rápida dos lábios, tendo uma parte fechada e outra entre-aberta, ou da língua do céu da boca quando esta e os demais músculos estão tensos.
  • Implosivas -
  • Ejetivas -

Junção consonantal

editar
  • Consoante africada - As consoantes africadas são consoantes cujas são formadas pela junção de uma consoante oclusiva e de uma fricativa, articuladas na mesmo ponto.

Vibração

editar

As consoantes podem ser classificadas pela vibração da laringe:

  • Consoante sonora - Quando há vibração laríngea.
  • Consoante surda - Quando há falta de vibração laríngea. A altíssima aspiração ou total fechamento glotal as produzem (veja: Fonação).

Tensão

editar

A tensão é classificada de acordo com o tônus muscular na emissão consonantal, semelhante à tensão das vogais.

  • Consoante fortis - É a consoante com o mais tônus muscular, a que mais tem aspiração, podendo ser pré ou pós consoante. Não produz som. O alofone é definido pelo h, antes ou depois deste (exemplo: /ht/ → pré; /th/ → pós)
  • Consantes tenuis - Caracteriza a consoante oclusiva, por não apresentar nem aspiração e nem voz.
  • Consoante lenis - É a consoante com menor tônus muscular e caracteriza a voz melódica (isto é, a voz comum), por consequência, não possui aspiração.

Pode haver consoantes entre estas tensões, sendo que a aspiração é proporcionalmente inversa à voz. Em português apenas existem as consoantes lenis.

Observações:
  • Obviamente, não é possível empregar consoantes fortis seguidamente na mesma silaba (pois há uma pausa - a aspiração).
  • Sabido que duas consoantes fortis formam duas sílabas, a primeira perde a aspiração nas línguas indo-europeias (Lei de Grassmann).

Tabela das consoantes

editar

Os alofones que se encontram à esquerda dos quadros são consoantes surdas, à direita são consoantes sonoras:

Egressivas (articuladas)
Labial Coronal Dorsal Radical Glotal
Bilabial Labio-
dental
Dental Alveolar Palato-
alveolar
Retro-
flexiva
Alveolo-
palatal
Palatal Velar Uvular Faríngea Epiglotal
Nasal m̥ m     ɱ      n̥ n      ɳ̊ ɳ     ɲ̟ ɲ̊ ɲ ŋ̊ ŋ     ɴ
Oclusiva p b p̪ b̪ t̪ d̪ t d t̠ d̠ ʈ ɖ c̟ ɟ̟ c ɟ k ɡ q ɢ ʡ ʔ
Fricativa ɸ β f v θ ð s z ʃ ʒ ʂ ʐ ɕ ʑ ç ʝ x ɣ χ ʁ ħ ʕ ʜ ʢ h ɦ
Aproximante     β     ʋ     ð     ɹ     ɹ̠     ɻ     j     ɰ     ʁ     ʕ     ʢ h ɦ
Vibrante
Múltipla
    ʙ          r     r     ʀ
Vibrante
Simples
    ⱱ̟          ɾ̪     ɾ     ɾ     ɽ     ɢ̆     ʡ̯
Lateral
Fricativa
ɬ ɮ ɬ ɮ ɬ ɮ ɭ˔̊ ʎ̥˔ ʟ̝̊ ʟ̝
Lateral
Aproximante
         l     l     ɭ     ʎ̟     ʎ     ʟ
Lateral
Vibrante
    ɺ̪     ɺ     ɺ     ɭ̆     ʎ̯     ʟ̆
Co-articuladas
Fricativa ɧ
Aproximante ʍ w ɥ ɫ
Oclusiva k͡p ɡ͡b ŋ͡m
Africadas
p̪f b̪v ts dz t̠ʃ d̠ʒ t̠ɕ d̠ʑ ʈʂ ɖʐ
t̪θ d̪ð    ɟʝ kx   ɢʁ
Não-egressivas
Cliques ʘ ǀ ǃ ǂ ǁ
Implosivas ɓ ɗ ʄ ɠ ʛ
Ejetivas
tsʼ tɬʼ tʃʼ kxʼ kʼ

A fonação consiste no estudo das vozes. Na formação das consoantes e das vogais, cada uma das quais possui uma zona de articulação, alguns órgãos podem-se alterar para possibilitar a produção do som.

Registro vocal

editar

O registro da voz é produzido de acordo com a posição das válvulas e músculos e da vibração das pregas vocais. Pode ser dividido em:

  • Fonação glotal - É o estudo da voz de acordo com o estado da glote (que tem como função impedir ou não a passagem de ar).
  • Fonação supraglotal - É o estudo dos demais órgãos.

Fonação glotal

editar
Estado da glote Registro Aproveitamento das pregas vocais Vibração AFI (exemplo)
Glote totalmente aberta fonação surda nenhuma (total passagem de ar) surda
murmúrio sonora Acrescenta-se ʱ ou ̤ (dʱ ou d̤ )
voz baixa sonora Acrescenta-se ̥ (d̥ )
Glote semi-aberta voz melódica máxima vibração sonora Nada é acrescentado
voz firme sonora Acrescenta-se ̬ (d̬ )
voz crepitante sonora Acrescenta-se ̰ (d̰ )
Glote totalmente fechada Glote totalmente fechada (sem passagem da corrente de ar) surda
 
A glote na formação da voz melódica

Na fonação surda, o ar passa pelas pregas vocais sem que estas consigam vibrar e produzir um som, de vogal ou consoante. Já no murmúrio a glote fica levemente fechada, fazendo o ar ficar um pouco mais tempo na laringe, fazendo com que as pregas vocais possam vibrar um pouco. Na voz baixa o ar fica um pouco mais tempo que o murmúrio, logo haverá mais vibrações nas pregas vocálicas. Na voz melódica (que é a voz comum), a glote fecha-se e abre-se por um tempo, conforme a imagem ao lado. Já na voz firme, a glote fica muito tempo fechada, fazendo haver demasiadas vibrações. Quando a glote fica muito tempo totalmente fechada, as vibrações feitas no ar se dissipam e fazendo o som não sair.

Tamanho das pregas vocais

editar

O tamanho das pregas vocais influencia nas vibrações. Quanto maior as pregas, mais vibrações serão produzidas. Acontece que na puberdade este tamanho é bastante alterado, logo, não estaremos acostumados a deixar a glote menos tempo fechada (já que são produzidas mais vibrações), então a voz acaba de ser melódica e passa a ser firme.

Fonação Supraglotal

editar

As articulações dos órgãos supra-glotais (dos órgãos localizados na laringe) são:

  • Cobrimento glotal (pelas falsas pregas vocais)
  • Compressão esfincteriana
  • Retração linguo-epiglotal (fechamento faríngeo linguo-epiglotal)
  • Movimento laríngeo
  • Estreitamento faríngeo

A laringoscopia, que trata de tais articulações, ainda está sendo estudada, mas sabe-se que quando algumas destas são combinadas, podem surgir os seguintes resultados na voz, na formação geralmente das vogais:

Estudos laringoscópios Resultado
Voz oca Movimento laríngeo (em expansão) Formação das vogais tensas e consoantes fortis
Voz áspera Estreitamento faríngeo e cobrimento glotal Aproximação da voz quando se carrega algo muito pesado
Voz estridente Movimento laríngeo e estreitamento faríngeo Maior vibração das pregas vocais

Tonema e cronema são tipos de fonemas.

Tonema

editar
  Ver também: Prosódia e Acento tônico

Tonema é um fonema cuja entonação, isto é, seu tom, pode ser alterado sem alterar a semântica ou sintaxe frasal. O tom é alterado de acordo com regiões geográficas: um dos fatores que constroem um sotaque. Decorrente de vogais próximas a ele, este fenômeno é chamado metafonia (que consiste num tonema):

  • /côrpos/ = /córpos/
  • /refôrços/ = /refórços/
  • /carôços/ = /caróços/
  • /homônima/ = /homónima/

Cronema

editar

Cronema é o fonema que tem uma duração maior que os outros fonemas. Em várias línguas, a exemplo da italiana, ele é formado pela duplicação de suas letras: o fonema permanece imutável, diferente do tempo de sua pronúncia.

Como o nome já sugere, encontros vocálicos são o ajuntamento de duas ou mais vogais numa palavra. Ou, mais especificamente, o encontro de uma vogal com uma semi-vogal (e vice-versa). Existem três tipos:

Ditongo

editar
  Ver módulo: Ditongo

Tritongo

editar
  Ver módulo: Tritongo
  Ver módulo: Hiato
Ditongos decrescentes da língua portuguesa
oral
PT BR PT BR
sai [aj] mau [aw]
sei [ɐj] [ej] meu [ew]
anéis [ɛj] véu [ɛw]
viu [iw]
mói [ɔj] molde [ɔw]
moita [oj] dou [ow]
anuis [uj] sul [uw]
nasal
mãe [ɐ̃j] [ɐ̃j] mão [ɐ̃w]
cem [ẽj]
leões [õj] som [õw]
muita [ũj]

Obtemos ditongos com a combinação de uma vogal + uma semivogal (ou vice-versa) numa mesma sílaba.

  • Exemplos: sou, sério, pai.

Divisões

editar
  1. orais (som é emitido sem nasalização).
  2. nasais (som é emitido com o palato mole rebaixado, o que permite ao ar escapar também pela cavidade nasal).
  3. crescentes (semivogal + vogal): semivogal - som mais baixo e vogal - som mais alto.
  4. decrescentes (vogal + semivogal): vogal - som mais alto e semivogal - som mais baixo.

Os tritongos são encontros de uma vogal entre duas semivogais, formando uma sílaba.

Divisão

editar
  1. oral: iguais, sequóia
  2. nasal: saguões, mínguam
Observações: Nos tritongos nasais uam e üem, não se escreve a segunda semivogal. Isto porque se subentende uãu e uãe

Hiatos encontram-se em duas sílabas diferentes, havendo nelas o encontro de duas vogais pronunciadas em dois impulsos diferentes.

  • Exemplos: podia (po-di-a), cruel (cru-el), frear (fre-ar), hiato (hi-a-to), meeiro (me-eiro), lagoa (la-go-a).
Observações: Em uma palavra como saia pode-se ver um hiato (sai-a) ou dois ditongos (sai-ia) (o que é o mais correto)

Sinérese e diérese

editar
  • Sinérese: conversão de hiatos em ditongos
  • Diérese: conversão de ditongos em hiatos

Assim como existem encontros vocálicos existem os encontros consonantais.

Inseparáveis

editar

São os que encontram-se numa mesma sílaba, geralmente formados por consoante + r, l ou h:

  • du-plo
  • czar
  • psi-co-se
  • cli-ma
  • ma-nhã
  • bí-ceps

Separáveis

editar

São os que encontram-se em sílabas diferentes. Ocorrem sempre no interior das palavras.

  • ob-tu-so
  • ap-to
  • cor-rup-ção
  • naf-ta
  • pas-sar

O dígrafo é o encontro de duas letras em uma mesma palavra representando um único fonema, as letras podem estar na mesma sílaba como em sílabas diferentes.

Observações: Não confundir dígrafos com encontros consonantais.

O som dos dígrafos podem representar consoantes ou vogais nasais:

Representam consoantes

editar

Os dígrafos que representam consoantes são, e exemplos:

  • chchapéu; chuva
  • lhgalho; palha
  • nhlasanha; companhia
  • rrcarro; amarrar
  • ssmassa; cassar
  • gugueto; guitarra
  • ququeijo; leque
  • scacréscimo; rescisão
  • creo; naam
  • xcexceção;
Observações: Naquelas palavras em que as duas letras do dígrafo pronunciam-se (exemplo: aguentar, escada, exclamar), os grupos xc, qu, sc e gu não são dígrafos - pois dígrafos representam um som.

Representam vogais nasais

editar

Os dígrafos que representam vogais são:

am, em, im, om, um, an, en, in, on, un
Observações: No fim de palavras am e em não são dígrafos, porque representam um ditongo nasal, isto é, dois fonemas (exemplo: falam /fálãu/.)

A pronúncia das palavras da língua portuguesa acompanham o sinal gráfico (acento), que indicam a sílaba tônica da palavra. Seguem as regras de acentuação já descritas anteriormente.

Enfraquecimento das sílabas átonas

editar

Em certos lugares onde se fala o português ocorre o enfraquecimento da vogal nas sílabas átonas (fracas), esta passando a ter um movimento dos órgãos da fala mais rápidos que teriam. A substituição de vogais nas sílabas átonas mais comuns são:

  • E por I;
  • O por U;
  • L por U.

E algumas palavras em que ocorrem a declinação (as letras em que ocorre o enfraquecimento estão sublinhadas):

De /e/ por /i/ ou /ɯ/:

  • Leite: /ˈlej.te/ → /ˈlej.ti/
  • Escada: /es.ˈka.da/ → /is.ˈka.da/
  • Sorvete: /soʁ.ˈve.te/ → /soʁ.ˈve.ti/
  • Escola: /es.ˈkɔ.la/ → /is.ˈkɔ.la/
  • Dente: /dẽ.ˈte/ → /dẽ.ˈti/
  • Pote: /ˈpɔ.te/ → /ˈpɔ.ti/
  • Xale: /ˈʃa.le/ → /ˈʃa.li/
  • Chocolate: /ʃo.ko.ˈla.te/ → /ʃo.ko.ˈla.ti/
  • Diamante: /di.a.ˈmã.te/ → /di.a.ˈmã.ti/

De /o/ por /u/:

  • Vaso: /ˈva.zo/ → /ˈva.zu/
  • Cacho: /ˈka.ʃo/ → /ˈka.ʃu/
  • Urso: /ˈuʁ.so/ → /ˈuʁ.su/
  • Ovo: /ˈo.vo/ → /ˈo.vu/

De /l/ por [w] (/u/):

  • Mal: /mal/ → /maw/
  • Calda: /ˈkal.da/ → /ˈkaw.da/
  • Laranjal: /la.rã.ˈʒal/ → /la.rã.ˈʒaw/

Obs.: Note que, nestes casos, a mudança de /l/ para /w/ ocorre nas sílabas tônicas, embora também possa ocorrer em sílabas átonas. Observe:

  • Salgado: /sal.ˈga.do/ → /saw.ˈga.du/

Assim, é possível perceber que a mudança ocorre quando l ocupa a posição final da sílaba. Compare o l inicial da sílaba la, em "laranjal", com o l final da sílaba jal.

Monotongação

editar

Monotongação é a anulação da semivogal de um ditongo em sílaba tônica. Este caso, muitas vezes, é tido como falta de educação, já que se está reduzindo a palavra. Entretanto, é um processo comum no português brasileiro. Como no caso anterior, não é válido para todos os falantes da língua portuguesa. Observe (em negrito as letras anuladas):

  • Chaleira: /ʃa.ˈlej.ra/ → /ʃa.ˈle.ra/
  • Clareira: /kla.ˈrej.ra/ → /kla.ˈre.ra/
  • Madeira: /ma.ˈdej.ra/ → /ma.ˈde.ra/
  • Queijo: /ˈkej.ʒu/ → /ˈke.ʒu/
  • Caixa: /ˈkaj.ʃa/ → /ˈka.ʃa/

O x e seus sons

editar

A letra x no português pode indicar diversos fonemas, são eles:

/s/:

  • Auxiliar
  • ximo
  • Próximo

/s ~ ʃ ~ z ~ ʒ/:

  • Expectativa
  • Texto

/z/:

  • Exame
  • Exercício
  • Exército

/ʃ/:

  • Bruxa
  • Peixe
  • Roxo
  • Xadrez
  • Xale

/ks/:

  • Asfixiar
  • Axila
  • Axônio
  • Hexaedro
  • xico
  • Taxi

Também há casos em que o x não exprime som algum pois está em um dígrafo como na palavra exceção.

Escrita

editar
  Ver artigo principal: Escrita

A pronúncia é uma das maiores influências nas mudanças que ocorrem na escrita. Com o passar do tempo, a pronúncia muda as palavras. Muitas línguas foram se formando assim, e muitas deixaram de existir por estas mudanças. A pronúncia pode confundir a maneira correta de se escrever as palavras. Dificilmente se escreve como se fala, pois cronologicamente a linguagem caminhou (ainda caminha) da fala, para escrita, não o inverso. A linguagem natural está sempre em evolução, logo é uma verdade tanto na modalidade falada quanto escrita.

A sílaba é uma das mais importantes partes da língua portuguesa. É um fonema (ou grupo de fonemas) emitidos em um único impulso expiratório.

de-zem-bro — é formado por três impulsos, isto é, três sílabas.
Observações: É essencial a presença de uma vogal na sílaba para que ela possa sê-lo.


Classificação quanto o número de sílabas

editar
  Ver módulo: Classificação das palavras em número de sílabas

Divisão Silábica

editar
  Ver módulo: Divisão silábica

Acento Tônico

editar
  Ver módulo: Acento tônico e Classificação quanto o acento tônico

Radical

editar
  Ver módulo: Vocábulos rizotônicos e arrizotônicos

Acento de Insistência

editar
  Ver módulo: Acento de insistência

Análise

editar
  Ver módulo: Análise fonética

Existe uma classificação das palavras quanto ao número de sílabas, eis: País

Monossílabas

editar

Monossílabas são palavras que têm somente uma sílaba.

pão, boi, pó, luz, ar, mão, mãe, cal, pau, cai, sol, só, cão, chão, um, seu, não, meu, pé,teu, mel, mar, pães, pai, rã, pá.

Dissílabas

editar

Dissílabas são palavras que têm duas sílabas.

li.vro, ar.roz, de.do, ce.do, ver.de, den.gue, se.lo, col.chões, li.mão, noi.te, cros.ta, hé.lio, ba.bá, vo.o, ru.a, pa.pai, se.rá, pra.ça, re.de, re.i, di.a

Trissílabas

editar

Trissílabas são palavras que possuem três sílabas.

As.sun.ção, Pa.ra.guai, pa.la.vra, fa.ri.nha, me.ni.na, cri.an.ça, sa.u.de, gar.gan.tas, tra.ves.so

Polissílabas

editar

Polissílabas são palavras que têm quatro ou mais sílabas.

For.ta.le.za, ca.sa.men.to, com.pu.ta.dor, con.di.cio.na.dor, as.ses.so.ri.a, ex.pe.di.en.te, es.co.a.do

Divisão silábica é a separação das sílabas (silabação) de uma palavra. Na escrita as sílabas são separadas por hífen (-) e em alguns casos com pontos (.).

ra-iz, ma-ca-co, For-ta-le-za, Volks-wa-gem, gra-ma, pi-ca-pau, sí-la-ba

Regra geral

  • Não separam-se letras representativas da mesma sílaba.

Regras

editar
  1. Não existe sílaba sem vogal!
  2. Separa-se as letras dos dígrafos rr, ss, sc, e xc
  3. Na silabação não se consideram prefixos, afixos, radicais, etc.
    Exemplos: su-bur-ba-no, tran-sa-tlân-ti-co
Observações: O fonema /cs/ representado pela letra x junta-se à vogal seguinte — isto é, quando houver (exemplo: tó-xi-co).

Formação

editar

Sabido que uma sílaba é formada pela pausa fonética em uma palavra, concluímos que sempre temos uma nova sílaba:

  • Antes de consoantes pré-aspiradas;
  • Depois de consoantes pós-aspiradas;
  • Após vogal tônica entre letras átonas;
  • Sendo o dígrafo um fonema, este não é separável;
  • O mesmo ocorre com uma consoante africada;
  • Antes e depois da junção fonética do som de uma vogal com uma consoante (pré e/ou pós-vogal).

Translineação

editar

Translineação é a partição das palavras no fim da linha. Para repartir uma palavra de modo a deixar parte dela em uma linha e o restante da mesma em outra, é necessária que sejam seguidas as normas de divisão silábica e as seguintes:

  1. Dissílabos como ato, unha, caí, etc., não devem ser partilhados pois isso deixaria uma letra isolada no início ou fim de uma linha.
  2. A partir de três sílabas não isola-se sílaba formada por uma vogal.
    Exemplo: la-goa (ao invés de la-go-a).
  3. Ao translinear palavras compostas, na partição hifenizada, repetir-se-á o hífen. Exemplos:
saca-
arco-
-rolhas
-íris
Observações: Não se translineiam, obviamente, monossílabos.

Saiba mais: os ditongos e hiatos

editar
  Ver também: Hiato e Ditongo

Até agora você viu como é simples fazer a divisão silábica de uma palavra, basta observar a pronúncia. Mas e quando a pronúncia é diferente entre regiões? Este é um caso em que existem dois tipos de divisão silábica, uma para o português do Brasil e outra para o português europeu. Acontece que os ditongos crescentes existentes no português do Brasil não passam de hiatos no português europeu. Essas palavras são chamadas em geral de proparoxítonas aparentes. Veja algum desses casos:

Português do Brasil Português Europeu
A.lu.mí.nio A.lu.mí.ni.o
An.fí.bio An.fí.bi.o
Bi.ná.rio Bi.ná.ri.o
Con.tí.nuo Con.tí.nu.o
Es.tân.cia Es.tân.ci.a
Fre.qüên.cia Fre.quên.ci.a
His.tó.ria His.tó.ri.a
I.ní.cio I.ní.ci.o
La.bo.ra.tó.rio La.bo.ra.tó.ri.o
Má.goa Má.go.a
Pré.dio Pré.di.o
Re.fe.rên.cia Re.fe.rên.ci.a
Sé.rie Sé.ri.e
Ti.tâ.nio Ti.tâ.ni.o
Vár.zea Vár.ze.a

Em vocábulos com duas ou mais sílabas, é natural que uma se destaque por ser proferida com mais intensidade que as demais: trata-se da sílaba tônica. Nela está o acento tônico (ou acento de intensidade, ou ainda acento prosódico). Abaixo estão destacadas as sílabas tônicas dos vocábulos.

porta, colecionador, janela, ca
Observações:
  1. O acento tônico não deve ser confundido com acentos gráficos (agudo, circunflexo), uma vez que este é um fato fonético.
  2. O acento na sílaba tônica não é indispensável. Existem várias palavras sem acento gráfico que possuem sílaba tônica (exemplo: bote, cedo).

Acento sub-tônico

editar

Em alguns vocábulos derivados — normalmente polissílabos —, há, além do acento tônico, um acento sub-tônico. Abaixo, as sílabas sub-tônicas estão sublinhadas e as tônicas destacadas:

Rapidamente, indiazinha, cafezinho.

Sílabas átonas

editar

Sílabas que não sejam nem tônicas tampouco sub-tônicas, são átonas (= fracas); podem ser ainda pretônicas ou postônicas. Veja os exemplos a seguir:

Montanha:

  • MON → átona
  • TA → tônica
  • NHA → átona

Facilmente:

  • FA → subtônica
  • CIL → pretônica
  • MEN → tônica
  • TE → postônica

Heroizinho:

  • HE → pretônica
  • ROI → subtônica
  • ZI → tônica
  • NHO → postônica

Vocábulos átonos e tônicos dissílabos

editar

Existem alguns vocábulos átonos dissílabos (duas sílabas) — embora a maioria sejam monossílabos —, são eles as contrações pelo e pela, o artigo uma, as conjunções como e porque e as preposições para e pera (arcaico).

Se temos dois vocábulos homógrafos — um átono e outro tônico —, o tônico será acentuado (na escrita), formando o acento diferencial. Exemplo:

  • pára (verbo, tônico)
  • para (preposição, átono)
Observações: Esta regra não é válida ao acordo ortográfico de 1990. Ela só vale à preposição por e o verbo pôr.

Acento tônico em monossílabos

editar

Em vocábulos monossílabos (uma sílaba) pode não haver sílaba tônica (veja Classificação quanto o acento tônico).

Classificação

editar
  Ver módulo: Classificação quanto o acento tônico

Vocábulos são classificados sobre seu acento tônico. Há inicialmente duas sub-divisões, mais de uma sílaba e monossílabos:

Mais de uma sílaba

editar

Vocábulos com mais de uma sílaba são classificados de acordo com a posição da sílaba tônica:

  • Quando a última sílaba da palavra é a sílaba tônica, a palavra é oxítona:
es.cri.tor
ca.
a.mor
  • Quando a penúltima sílaba de uma palavra é a sílaba tônica, a palavra é paroxítona:
me.sa
er.va-ma.te
an.tes
  • Quando a antepenúltima sílaba de uma palavra é a sílaba tônica, a palavra é proparoxítona:
.xi.co
ár.vo.re
grá.vi.da
Observações: No caso de palavras compostas considera-se a posição da sílaba tônica do último elemento.

Monossílabos

editar

Vocábulos monossílabos (com apenas uma sílaba) são classificados conforme a intensidade com que se proferem, podendo ser tônicos ou átonos:

Tônicos

editar

São vocábulos que têm autonomia fonética sendo citados de forma forte, alta, na frase em que aparecem.

  • "Pálido, o Sol do céu se despedia" — Olavo Bilac.
Lista
é, má, si, dó, nó, eu, tu, nós, ré, pôr etc.

Átonos

editar

Ao contrário dos tônicos, são os que não tem autonomia fonética — são proferidos fracamente. Observe os grifados.

  • "Este céu que me leva ao fim do mundo" — Dante Milano.

São pronomes oblíquos, artigos, conjunções, preposições.

Lista
o, a, os, as, um, uns, me, te, se, lhe, nos, de, em, e, que etc.


Rizotônicas

editar

Rizotônicos (do grego riza, raiz) são os vocábulos cujo acento tônico incide no radical.

  • Exemplo: Curso, sílaba tônica cur, que está dentro do radical.

Como identificá-los

editar

Todas as formas verbais exceto as descritas nas formas arrizotônicas, no presente do indicativo, presente do subjuntivo e as correspondentes no imperativo.

  • Exemplo: amo, amas, ama, amam.

Arrizotônicas

editar

Aqueles, pelo contrário, que têm o acento tônico depois do radical se dizem Arrizotônicos.

  • Exemplo: Cursaste, o acento tônico recai sobre o a que não pertence ao radical.

Como identificá-los

editar

Geralmente são 1ª e 2ª pessoa do plural.

  • Exemplo: amamos, amais.

Um acento de insistência é a emissão da silaba tônica ou da primeira sílaba de uma palavra com uma duração e intensidade anormal, de forma a enfatizar ideias e/ou expressar sentimentos.

  • Exemplos:

Ela está a chamar-lhe nomes. Olhaaa.
Eu vi uma coisa horroroooosa!
Roraima é um estado de imigrantes e não de emigrantes.

 

Esta página é um esboço de línguas. Ampliando-a você ajudará a melhorar o Wikilivros.

A análise fonética é a análise de um fonema no que diz respeito à suas classificações em número de sílabas e acento tônico, à sua decomposição em sílabas (divisão silábica) e à classificação dos fonemas que o constrói.

Exemplo

editar
  • Bai-le — vocábulo dissílabo paroxítono, rizotônico.
1ª sílaba: tônica, constituída pela consoante bilabial oclusiva sonora b e pelo ditongo oral decrescente ai (a vogal + i semivogal)
2ª sílaba: átona postônica, formada pela consoante aproximante lateral alveolar sonora l e a vogal anterior reduzida oral átona e

O ramo que ocupa-se da boa pronunciação das palavras é a ortoépia (etimologia vinda do grego orthós, correto + hépos, fala).

A ortoépia contém os seguintes itens:

A perfeita emissão das vogais e grupos vocálicos, citando-os de forma nítida, evitando a omissão e/ou alteração de fonemas, respeitando os timbres de vogais tônicas e as normas da fala culta em geral. Exemplos:
queijo, bandeja, roubo, ouro, mas, nascimento, doze, tranqüilo, ad(i)vogado, caso — e não: quêju, bandeija, rôbu, ôru, mais ('mas' ditonguizado), naiscimento, douze, trankilo, adêvogádo, causo.
A articulação correta de fonemas consonantais. Exemplos:
mulher, quatro, basculante — e não: mulhé (ou mu), quato, vasculhante (o português brasileiro herdou algumas das dificuldades do português europeu nortenho com a confusão entre o betacismo local e a fala culta).
A adequada e correta ligação das palavras na frase. Exemplos:
No fim da avenida há um túnel esburacado, que atravessamos perigosamente.
Àquela noite, o que mais tive medo, era aquilo ser um assaltante.

Prosódia

editar
  Ver módulo: Prosódia

A prosódia (do grego prosōidía - acento que se põe sobre as vogais) é uma parte da ortoépia (que é por sua vez parte da Fonética) dedicada à correta acentuação tônica das palavras.

Existem vocábulos aos montes que são mal-proferidos devido a um errado deslocamento do acento prosódico, conhecidos por silabadas.

Palavras como, por exemplo, gratuito — que é paroxítona —, são alvos frequentes de silabadas e flexões, e o exemplo então é frequentemente lido gratuíto, transformando a sílaba tônica breve em duas sílabas (norma culta: gra-tui-to; norma erradamente lida: gra-tu-í-to).

A ortografia (do grego orthosgráphō) é uma parte da nossa gramática destinada à correta escrita das palavras, nomeadamente, o conjunto de símbolos (letras e sinais diacríticos), a forma como devem ser usados, a pontuação, o uso de maiúsculas, etcetera.

Escrita

editar
  Ver módulo: Escrita

Alfabeto

editar
  Ver módulo: Alfabeto português

Letras maiúsculas

editar
  Ver módulo: Uso de inicial maiúscula

K, W e Y

editar
  Ver módulo: Uso de K, W e Y

Ortografia significa a escrita correta das palavras. Na língua portuguesa, muitos sons podem ser representados por mais de uma letra - assim, por exemplo, as terminações -agem e -ajem são pronunciadas igualmente; assim como -aza e -asa ou xu- e chu-. Para saber escrever corretamente em língua portuguesa, portanto, faz-se necessário saber diferenciar os usos dessas letras:

C, Ç, S, SS, Z e X

editar

Na língua portuguesa existem diversas regras quanto o uso dessas letras. Elas representam os seguintes fonemas: S e Z, nos casos que iremos mostrar, veremos que o X apresenta som de S e Z, enquanto o C só apresenta som de S. Existem diversas regras que determinam qual das letras acima devemos usar:

As letras que representam o som /s/ são c, ç, s, x e o dígrafo ss. Algumas regras para o fonema /s/:

Para o uso de ç

Usa-se ç em palavras derivadas cujo primitivo é escrito com ç, já que o radical é o mesmo:
  • Açúcar → Açucarado
  • Embaraçar → Embaraçado
Usa-se ç em palavras derivadas cujo primitivo é terminado em TIVO, TO ou TOR:
  • Exceto → Exceção
  • Junto → Junção
  • Trator → Tração
  • Setor → Seção
  • Privativo → Privação
  • Atrativo → Atração
Usa-se ç nas palavras derivadas com terminação /tensão/ dos verbos referentes ao verbo TER:
  • Deter → Detenção
  • Reter → Retenção
  • Conter → Contenção
  • Manter → Manutenção
Usa-se ç após ditongo:
  • Eleição
  • Traição
Usa-se ç em palavras de origem árabe ou tupi-guarani:
  • Paçoca
  • aç
  • Iguaçu
  • madraçal (escola islâmica)
  • Muçulmano
  • Moçambique

Para o uso de c

Usa-se apenas seguido de E e I em certos casos:
  • Cegonha
  • Cigarro
  • Macio
Usa-se c em palavras derivadas cujo primitivo é escrito com c, já que o radical é o mesmo:
  • Macio → Maciez
  • Bicicleta → Bicicletário

Para o uso de s

Usa-se s em palavras derivadas de verbos terminados em NDER, NDIR, ERTER e ERTIR:
  • Compreender → Compreensão
  • Expandir = Expansão
  • Inverter → Inversão
  • Divertir → Diversão
Usa-se s em palavras derivadas de verbos terminados em CORRER ou PELIR:
  • Discorrer → Discurso
  • Percorrer → Percurso
  • Expelir → Expulsão
  • Compelir → Compulsório
Usa-se s em palavras que indicam nacionalidade, títulos ou nomes próprios terminadas em /ês/:
  • Japonês
  • Camponês
  • Inês
  • Irlandês

Para o uso de ss

Usa-se ss quando o fonema /s/ antecede e procede vogais:
  • Assalto
  • Assinatura
  • Assunto
  • Confessar

As letras que representam o som /z/ são s, z e x. Algumas regras para o fonema /z/:

Para o uso de s

Usa-se s em palavras derivadas de verbos terminados em NDIR:
  • Confundir → Confusão
Usa-se s em palavras derivadas cujo primitivo é escrito com s, já que o radical é o mesmo:
  • Visita → Visitante
  • Casa → Casebre
Usa-se s na maioria das palavras terminadas com o som /aza/, /aze/, /azo/, /eza/, /eze/, /ezo/, /iza/, /ize/, /izo/, /oza/, /oze/ e /ozo/:
  • Casa
  • Frase
  • Caso
  • Mesa
  • Tese
  • Ileso
  • Profetisa
  • Crise
  • Liso
  • Rosa
  • Osmose
  • Mimoso

Exceções: deslize e gaze

Usa-se s após ditongo:
  • Maisena
  • Pausa
  • Causar
Usa-se entre vogais:
  • Contuso
  • Friso
  • Risada

Para o uso de z

Usa-se z em palavras derivadas cujo primitivo é escrito com z, já que o radical é o mesmo:
  • Zebra → Zebrado
  • Enraizar → Raiz
  • Vazar → Vazio

J e G (antes de -e ou -i)

editar

Quando precedidas das vogais "e" e "i", as letras "j" e "g" têm o mesmo som. Algumas regras etimológicas (referentes à origem das palavras) podem ajudar a saber quando usar "je" e "ji" ou "ge" e "gi":

Usa-se J (antes de E ou I):

Em palavras de origem indígena (tupi, guarani, etc) ou africana:
  • Acarajé
  • Jiboia
  • Jiló
  • Pajé
  • Jirau
  • Caboje ou caborje
  • Jenipapo
  • Jequiriti
  • Jerimum
Em palavras terminadas em /aje/ e verbos em /jar/:
  • Laje
  • Tarjar
  • Viajar
  • Ultraje

Usa-se G (antes de E ou I):

Em palavras de origem árabe:
  • Agi (peregrino)
  • Alfange
  • Álgebra
  • Algema
  • Algeroz
  • Algibeira
  • Almargem
  • Argelino
  • Auge
  • Gengibre
  • Gergelim
  • Gesso
  • Gibão
  • Gibraltar
  • Gidá (segunda maior cidade da Arábia Saudita)
  • Ginete
  • Giz
  • Girafa
  • gira
Em palavras terminadas em /agem/, /igem/, /ugem/, /ágio/, /égio/, /ígio/, /ógio/, /úgio/:
  • Vagem
  • Fuligem
  • Mugem
  • Pedágio
  • Régio
  • Prestígio
  • Relógio
  • Refúgio

Exceções: Pajem, Lajem (ou laje) e Lambujem

É bem simples definir quando devemos usar M ou N.

Usa-se N em qualquer situção que não envolva p ou b antes do n:
  • Amanhã
  • Canhão
  • Lasanha
  • Nhoque
Usa-se M antes de B e P:
  • Bomba
  • Campo
  • Pompom
  • Tromba

X e CH

editar

Usa-se X:

Após ditongo:
  • Ameixa
  • Baixo
  • Caixa
  • Peixe

Exceção: Recauchutar (e derivados) e Caucho

Em palavras iniciadas em en e me:
  • Engraxar
  • Enxugar
  • Mexer
  • Mexerica

Exceção: Mecha (e derivados) e palavras cujo radical inicia com ch, como encher, encharcar, enchumaçar e derivados

Em palavras aportuguesadas:
  • Hiroxima
  • Lagartixa
  • Xampu
  • Xerife
Em palavras de origem africana, tupi ou árabe:
  • Abacaxi
  • Almoxarife
  • Marraquexe
  • Oxalá
  • Xará
  • Xadrez
  • Xaria
  • Xarope
  • Xavante
  • Xingar

Usa-se CH:

Em palavras provenientes do Latim (e demais línguas itálicas) e do Alemão (e demais línguas germânicas):
  • Broche
  • Chope
  • Chuva
  • Salsicha

A língua portuguesa utiliza o alfabeto latino, uma adaptação romana do alfabeto etrusco; este, por sua vez, deriva do alfabeto grego, que tem suas origens no abjad fenício[1]. O alfabeto latino é atualmente composto por 26 letras:

a, b, c, d, e, f, g, h, i, j, k[2], l, m, n, o, p, q, r, s, t, u, v, w[2], x, y[2], z

Esses signos são utilizados em conjunto, sozinhos ou acompanhados por sinais gráficos (acentos, cedilha, etc). Podem vir em minúsculo, maiúsculo, manuscritas ou em fôrma (imprensa).

Originalmente o alfabeto latino era composto apenas por 20 letras, porém, com a expansão territorial e cultural de roma palavras estrangeiras foram importadas ao latim e, também, o alfabeto latino tornou-se o meio de escrita oficial para diversas línguas e povos, por conta disso, novas letras foram cunhadas para representar os sons estrangeiros: as letras "K", "Y" e "Z" foram adicionadas para palavras de origem grega, enquanto que o "W" para palavras de origem germânica; além disso, no passado as vogais "I" e "U" possuíam o mesmo símbolo que as consoantes "J" e "V", respectivamente, vindo a haver diferenciação apenas a partir do período do Renascimento[1].

O português, língua que surge diretamente a partir do latim vulgar, utiliza todas as 26 letras do atual alfabeto latino, porém, as letras "K", "W" e "Y" são utilizadas exclusivamente para palavras estrangeiras[2].

  1. 1,0 1,1 http://www.omniglot.com/writing/latin.htm
  2. 2,0 2,1 2,2 2,3 De acordo com o novo Acordo Ortográfico, estas letras são usadas na grafia de nomes estrangeiros não aportuguesados e abreviaturas internacionais. Ver Uso de K, W e Y.
Observações: Algumas destas regras aplicam-se ao Português brasileiro mas não são válidas em Portugal.

Usam-se as maiúsculas:

  • No início de período ou citação:
    A vida é bela, por isso eu fui a Timor.
    Diz o provérbio: "Quem cala, consente".
  • Nos nomes próprios de qualquer tipo (antropônimos, epítetos, alcunhas, topônimos, sagrados, mitológicos, astronômicos):
    Carlos, a Águia de Haia, Pelé, Lisboa, Deus, Zeus, Ursa Maior.
  • Nos nomes designativos de eras e fatos históricos, empreendimentos públicos ou atos solenes:
    Idade Média, Descobrimento do Brasil, XX Bienal do Livro, Dia do Trabalho.
  • É opcional em vias e lugares públicos:
    Rua da Praia, Praça da Sé, Largo da Mariquita.
  • Nos nomes de regiões, de edifícios e na designação de estabelecimentos públicos e particulares.
    Zona da Mata, Teatro Municipal, Biblioteca Municipal, Livraria Curió.
  • Nos nomes designativos de artes, ciências, disciplinas, religiões, partidos políticos:
    Arquitetura, Física, Geografia Regional, Catolicismo, União Democrática Nacional.
  • Nos nomes designativos de cargos, funções, dignidades:
    Almirante, Governador do estado, Papa.
  • Nos nomes designativos de repartições, corporações, agremiações, escolas, festas religiosas, feiras, prêmios, exposições, congressos:
    Secretaria da Educação, Organização das Nações Unidas, Teatro dos Doze, Escola Superior de Guerra, Natal, Feira Nacional da Indústria Têxtil, o Oscar, Salão do Automóvel, Congresso Internacional de Cirurgia Plástica.
  • Nos títulos de livros, jornais, revistas, obras de arte:
    O Dia do Chacal, a Folha de S. Paulo, O Cruzeiro, o filme O Código DaVinci.
  • Nos nomes dos pontos cardeais quando designam regiões:
    O Ocidente, o Nordeste, o Sul.
  • Nas expressões de tratamento:
    Vossa Senhoria, Reverendo, Sua Santidade.
  • Nos nomes de competições esportivas:
    Torneio de Wimbledon, Liga Mundial de Voleibol, Jogos Olímpicos de Verão.
  • Nos nomes comuns quando personificados ou individualizados:
    a Virtude, o País - Moçambique.
  • Nos nomes de importantes conceitos religiosos, políticos ou filosóficos:
    a Igreja, a República, a Justiça.
  • Em Portugal, para nomear os meses e os dias:
    Segunda-feira, Março, 10 de Junho, 1 de Dezembro.

Alteração de significado

editar

Existem algumas palavras que alteram seu significado quando escritas com letra maiúscula, é o caso de estado (igual à forma, jeito. Exemplo: O estado de saúde dele é grave; A temperatura de ebulição é o ponto da passagem do estado líquido para o gasoso) e Estado (no sentido de "parte da sociedade responsável pela sua administração". Exemplo: É dever do Estado brasileiro oferecer educação pública para os brasileiros.).

De acordo com o novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, as letras K, W e Y passam a pertencer ao alfabeto da língua portuguesa, portanto trata-se de uma oficialização. Antes, estas letras eram consideradas estrangeiras. Elas são usadas em:

  1. Abreviaturas e símbolos de termos científicos de uso internacional:
    km (quilômetro), kg (quilograma), w (watt), yd (jarda), K (potássio), W (tungstênio), etc.
  2. Para palavras estrangeiras de uso internacional não aportuguesadas (isto é, palavras de outro idioma):
    kart, show, playboy, watt, sony, etc.
  3. Nomes estrangeiros não aportuguesados e suas correspondentes derivadas (nomes de outros idiomas):
    Franklin, Kartista, Kennedy, Wagner, Darwin, wagneriano, darwinismo, etc.
Observações: Já há diversas palavras estrangeiras aportuguesadas (isto é, sofreram mudanças para adequarem-se ao nosso idioma), como copirraite (copyright), leiaute (lay-out), Iorque (York), roque (rock), etc, então, deve-se utilizar as palavras aportuguesadas - sem k, w e y- e não as estrangeiras.
  • Há dois tipos de acentos: o acento tônico e o acento gráfico.

O acento tônico é aquele posto foneticamente sob a sílaba mais forte da palavra. Por exemplo, a palavra prato tem acento, o acento tônico, entretanto não tem acento gráfico.

O acento gráfico serve para mostrar visualmente onde está localizado o acento tônico, desse modo, ajuda-nos no pronunciamento correto da palavra.

Desta forma, a maioria das palavras têm acento, ao menos o acento tônico. Algumas exceções são os monossílabos átonos a, e, o, etc.

Acentos no português

editar

Há algumas ocasiões para pôr um acento nas palavras da língua portuguesa:

  • Acentuação gráfica - Quando o objetivo do acento é marcar a sílaba tônica (pronunciada com mais força do que as outras). O acento agudo e o acento circunflexo desempenham esta função;
  • Acentuação fonética - Quando o acento é uma característica da letra, ou seja, quando o som da letra é modificado por este. O til, o acento agudo, o acento circunflexo e o trema podem desempenhar esta função;
  • Acentuação gramatical - Ocorre quando a função do acento é gramatical. O acento grave desempenha esta função;
  • Acentuação diferencial - Serve simplesmente para distinguir duas palavras homófonas. Tal função é exercida pelos acentos agudo e circunflexo.

Na tabela abaixo você pode conferir os acentos presentes na língua portuguesa, bem como as letras que podem ser acentuadas por tais:

Acentos no português
Vogais Acento
agudo ( ´ )
Acento
grave ( ` )
Acento
circunflexo ( ^ )
Acento
til ( ~ )
A
Á
À
Â
Ã
E
É
-
Ê
-
I
Í
-
-
-
O
Ó
-
Ô
Õ
U
Ú
-
-
-
Nota: Até 2008, antes da reforma ortográfica, existia o sinal trema(¨) na letra U (Ü) quando o U aparecia em gue, gui, que e qui e era pronunciado como ditongo crescente.

Sinais auxiliares da escrita

editar

São aqueles sinais que, não sendo acentos, de alguma forma tentam aproximar a escrita da pronúncia.

O til (do latim titulus, significando título, acima da escrita), representado por ~, em português, pode-se escrever em cima do a ou do o e o seu objetivo é nasalar/ nasalizar a pronúncia da letra. Lembre que o til não é um acento gráfico e sim fonético.

Uso do til

editar

O til é empregado em três situações:

  • Em encontros vocálicos: cão, põem, feijão, mão, etc;
  • No a nasal final, seguido ou não de s: cristã, ímã, amanhã, lã, etc;
  • Em derivadas de palavras que recaem nas situações anteriores pela adição de sufixos iniciados por z ou -mente: cãozinho, cristãmente, etc.

A função do acento na língua portuguesa é permitir que haja conhecimento da tonicidade das palavras, sejam desconhecidas, homógrafas, homônimas ou habituais.

Tonicidade

editar

Monossílabos tónicos/tônicos

editar

Acentua-se os monossílabos tônicos (de silabação forte) terminados em a, e, o e seus respctivos plurais (as, es, os).

Exemplo: pá, lá, cá, pé, chá.

Oxítonas

editar
  • Acentuam-se oxítonas terminadas em a, e, o, em e seus respctivos plurais (as, es, os, ens) e nos ditongos abertos éi, éu e ói e seus respectivos plurais (éis, éu, óis). Recebem também, quando exepcionalmente, i, is, u, us são sílabas tônicas, procedidas de vogal.

Exemplos: sabiá, chalé, maiô, parabéns, armazém, além.

Com colocação pronominal por pronomes oblíquos enclíticos em verbos, não se conta este como sílaba, pois são palavras diferentes.

Paroxítonas

editar

A regra clássica diz que são acentuadas as paroxítonas terminadas em um, ã, l, n, r, x, ps, om e ditongo (em Portugal, somente ditongos crescentes) e seus respectivos plurais (ns, ãs, ãos, is, eis, us e ditongo + s). Quando i, is, u, us são sílabas tônicas e precedidas de vogal e nunca antecedidas de nh, recebem acento.

Exemplos: falésia, tórax, bíceps, saúde.

Proparoxítonas

editar

Todas as palavras que sejam proparoxítonas devem ser acentuadas, ou seja, devem levar acento na antepenúltima sílaba.

Exemplos: cálculo, prática, vítima, análise, dígito.

Acento diferencial

editar

O acento diferencial não segue as regras acima e somente são usados para distinguir uma palavra homônima ou homógrafa da outra. Anterior ao acordo ortográfico de 1990, existiam uma quantidade pequena de palavras com este acento, atualmente elas são muito poucas:

  • É facultativo (depende da região) usar para diferenciar o pretérito perfeito indicativo do presente indicativo, quando possuem a mesma escrita mas não a mesma pronúncia, nestes casos, acentua-se o pretérito perfeito (ex.: amamos → presente; amámos → pretérito). No verbo poder é obrigatoria essa regra (pode → presente; pôde → pretérito). Esta regra não é válida se a vogal é repetida (ex.: veem);
  • Nunca se usa acento diferencial com preposições e contrações que tenham preposição (ex.: para → preposição; para → afirmativo do verbo parar/pelo → contração; pelo → substantivo/pera → contração arcaíca; pera → substantivo/polo → contração arcaíca; polo → substantivo), exceto o infinitivo do verbo pôr para diferenciar da preposição por;
  • Os verbos terminados em guar, quar e quir, quando no presente do indicativo, do subjuntivo ou no imperativo, admitem duas pronúncias: quando pronunciadas com a ou i tónicos (tônicos), são acentuadas. Se forem pronunciadas com u tónico (tônico), não serão acentuadas;
  • O acento diferencial para as palavras forma e fôrma é facultativo;
  • Obrigatoriamente, usa-se o acento diferencial para diferenciar o plural do singular em verbos como ter e vir (ele vem/tem → singular; eles vêm/têm → plural).

Outros casos de acento diferencial:

  • fluído → substantivo (igual a gás ou líquido);
  • fluido → particípio do verbo fluir (semelhante a tranquilo).

Quanto à pronúncia regional

editar

Podem levar acento agudo ou acento circunflexo (dependendo da região), as palavras proparoxítonas, reais ou aparentes, cujas vogais tónicas (tônicas) e ou o estão em final de sílaba e são seguidas das consoantes nasais m ou n, conforme o seu timbre é, respectivamente, aberto ou fechado nas pronúncias cultas da língua: académico/acadêmico, anatómico/ anatômico, cénico/cênico, cómodo/cômodo, fenómeno/fenômeno, género/gênero, topónimo/topônimo; Amazónia/Amazônia, António/Antônio, blasfémia/blasfêmia, fémea/fêmea, gémeo/gêmeo, génio/gênio, pénis/pênis, ténue/tênue, vólei/vôlei, etc.

Em português, o acento grave é utilizado para representar a crase. A crase (do grego krâsis, "mistura", "mescla") é o encontro de duas vogais (duas emissões fonéticas) de modo a comporem emissão de apenas um único fonema. Só é colocada na letra a, quando a preposição «a» se contrai com algum determinante (artigo definido feminino ou pronome demonstrativo) começado pela mesma letra.

Sendo um fenômeno fonético, pode ser que não haja correspondência entre o som resultante da crase e sua representação na escrita, mas no português, grego e sânscrito, a crase geralmente pode ser depreendida, no primeiro, através de sinal diacrítico, no terceiro, através de substituição dos caracteres representativos dos sons formadores da crase pelo(s) caracter(es) representativo(s) do som resultante e, no grego, tanto um artifício como o outro, fazendo nestes idiomas a crase como um mecanismo de sandhi (para fins de eufonia na elocução).

O acento grave é utilizado nas palavras:

  • à
  • às
  • àquele
  • àquela
  • àqueles
  • àquelas
  • àquilo
  • àqueloutro
  • àqueloutra
  • àqueloutros
  • àqueloutras
Observações: a e as nem sempre serão contraídos, pois estes podem ser:
  • Pronomes demonstrativos (não se usa o acento grave)
  • Artigos definidos (pode ser usado o acento grave)
  • Preposição (apenas a - pode ser usado o acento grave)

Assim sendo, não mais se usa o acento grave em outros casos em que eram utilizados outrora, como, por exemplo, para marcar a sílaba subtônica (cafèzinho, sòzinho). Usa-se nos casos de:

Regência verbal

editar
  Para saber mais: Regência verbal
A regência verbal, em sintaxe, é o estudo da colocação de complementos verbais - sendo necessário análise semântica.

Quando o verbo for transitivo e o seu complemento indireto (OI) feminino, a preposição contrair-se-á com o artigo definido (a ou as). Usa-se o acento grave sobre a letra a só se a preposição for a. Já que em estes casos basta apenas a preposição, o artigo pode estar oculto, pode se excluir o acento, mas, às normas cultas da língua devemos colocá-lo. Exemplo:

Levei água às pessoas duma antiga comunidade.
  • Verbo: Levei (transitivo direto indireto)
  • OD: água (Levei o quê?)
  • OI: às pessoas duma antiga comunidade (Levei a quem?)
  • Preposição que inicia o OI: a
  • Artigo que inicia o OI: as (pessoas)
  • Resultado dos termos introdutórios do OI: a + as = às

Como várias preposições podem introduzir o OI (veja em uso de preposições), podemos substituir a por alguma preposição que indique a mesma circunstância, com exemplo para, até, em (ou seja, à por para a, até a, na) - está é uma maneira bem fácil de saber quando usar o acento grave. Veja outro exemplo:

Então eu contei tudo à minha esposa.
  • Verbo: Contei (transitivo direto indireto)
  • OD: tudo (Contei o quê?)
  • OI: à minha esposa (Contei a quem?)
  • Preposição que inicia o OI: a (que pode ser substituída por para)
  • Artigo que inicia o OI: a (esposa)
  • Resultado dos termos introdutórios do OI: a + a = à

O artigo só pode ser usado antes de substantivos ou seus adjuntos adnominais. Pelo fato de ser facultativo o uso de artigos antes de substantivos próprios, a crase também é facultativa nestes casos - salvo quando o artigo é obrigatório (depende da região em que o português é falado). O mesmo ocorre com os pronomes demonstrativos iniciados por a (àquilo, àquele, àqueles, àquela e àquelas) - contraídos ou não com pronomes indefinidos (àqueloutro, àqueloutros, àqueloutra e àqueloutras) - mas apenas quando fizerem parte do objeto indireto iniciado por preposição a e estiverem imediatamente após a contração.

Adjunto adnominal e o verbo

editar
  Para saber mais: Adjunto Adnominal

Há exceções, é quando há as palavras terra, Terra ou casa.

Quando houver a palavra Terra (planeta) o artigo não poderá estar oculto, obrigatoriamente o uso do acento grave - quando necessário:
O astronauta voltou à Terra.
Quando houver a palavra terra (solo) não usa-se acento grave (exceto se houver adjuntos adnominais - esta regra só se aplica às palavras terra e casa.)
Voltei a terra.
Voltei à minha velha terra.
O mesmo que ocorre em terra, ocorre em casa.
Eles não foram a casa.
Eles não foram à nossa casa.

Vocábulo já determinado

editar

Não se usa o acento grave se o artigo não é usado, são poucos os casos, os mais comuns são os que o substantivo está determinado por um pronome. Exemplo:

Diga a esta pessoa o quanto sinto falta

Pelas regras que vimos até agora, colocaríamos o acento, posto que há objeto indireto feminino (diga a quem? - a esta pessoa), mas, por se tratar de um substantivo (pessoa) já determinado (esta), não há uso do artigo, não ocorrendo a crase, pois seria impossível o sujeito ser A esta pessoa.

Locuções de caráter subordinativo

editar
  Ver também: Locução

Nas classes das palavras, duas possuem papel subordinativo: as preposições e as conjunções. A dúvida quanto o uso do acento grave nestas locuções é frequente, mas há uma maneira bem fácil de saber o uso: pergunta-se à locução o que ela suborna. Exemplo:

Quanto à minha separação, prefiro não comentar

Quanto a é uma locução prepositiva, que suborna prefiro não comentar a a minha separação. Pergunta-se a esta locução: "quanto" a quê? - tratando-se de vocábulo feminino, tem-se o acento grave, já que nesta frase a locução refere-se a minha separação. Veja outro exemplo:

Gritávamos tanto de modo à rouquidão vir
  • De modo a quê? - à rouquidão vir.

A locução pode estar em elipse:

Gritávamos tanto (de modo) à rouquidão vir

Adjunto adverbial

editar
  Para saber mais: Adjunto adverbial

Pode haver crase em locuções adverbiais (já que preposições também servem para introduzir estes). Ocorre quando o substantivo da locução for feminino. Exemplo:

À noite é tranquila. - o sujeito ela está oculto

Mas lembre-se! O mesmo substantivo da locução adverbial pode representar um substantivo qualquer noutros casos, ou seja, não será sempre que haverá acento grave, apenas quando representar advérbio. É o caso:

A noite é tranquila. - aqui a noite torna-se o sujeito
Observações: prazo é substantivo do gênero masculino, mas a prazo possui valor adverbial modal - aqui ocorre a elipse do artigo, para diferenciá-lo da locução ao prazo que possui valor temporal. Já a vista é usado quando possui valor de substantivo, é obrigatório o uso de acento grave na locução adverbial - à vista; que possui valor modal. Exemplo:
  • Pagarei as compras ao longo do prazo. → Prazo com valor substantivo
  • Pagarei as compra a prazo. → Prazo com valor adverbial
  • A minha vista é péssima. → Vista com valor substantivo
  • Pagarei as compras à vista. → Vista com valor adverbial

Preposição até

editar

Estudadas as preposições, é sabido que à regência basta apenas uma preposição para fazê-la, inclusive todos os demais usos de preposições. Há apenas uma exceção que não segue as regras sintáticas, é facultátivo o uso de acento grave antes da preposição até, indroduzindo certo advérbio (feminino):

Abriremos até às sete horas. = Abriremos até as sete horas.

À (s) e Ao (s)

editar

Pelo fato de à ser a+a, ao ser a+o (e formas no plural); quando pudermos substituir o complemento feminino por masculino e for necessário o uso de ao (ou aos), então no complemento feminino será usado à (ou às). Exemplo, como teremos certeza se tem ou não acento grave em:

Então contei tudo à minha esposa.

É simples, substituiremos o OI feminino a minha esposa por um masculino, de termos semelhantes morfossintaticamente (nunca diferentes). Vamos pegar o exemplo, ao meu pai. Sintaticamente, eles são bastante parecidos. Coloquemos na frase. Ficará assim:

Então contei tudo ao meu pai.

Foi necessário o uso de a+o no OI masculino, então no feminino será necessário o uso de a+a (à). Mas isso só vale para o primeiro caso, Regência verbal. Não é correto se basear apenas nesta regra, pois muitas vezes você não encontrará termos semelhantes morfossintaticamente.

O novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, que passou a vigorar em 2009 aboliu o uso do trema, porém, continua existindo em nomes estrangeiros e palavras deles derivadas, tal como em Müller e mülleriano.

De acordo com a regra anterior, o trema só se empregava no u. Isso acontecia quando tal letra:

  • vem depois de g ou q e antes de e ou i.
  • é pronunciada.
  • não é a vogal tónica.

Exemplo: tranqüilo.

Nota: No Brasil o trema foi extinto pela reforma ortográfica (Decreto 6583/2008), mas o u continua sendo pronunciado em palavras como consequência, frequente, tranquilo, pinguim, bilingue, linguiça, aguentar, ambiguidade, sequência, cinquenta e pinguim. Em Portugal e no Brasil, o trema se aplica excepcionalmente aos derivados de nomes estrangeiros, como mülleriano.

 
Wikipedia
A Wikipédia tem mais sobre este assunto:
Hífen

O hífen é um sinal diacrítico comumente usado em língua portuguesa. Não confundir com meia risca ou travessão. Esse sinal geralmente é usado para ligar palavras compostas, ligar pronomes a verbos, e até mesmo para separar uma palavra em sílabas (principalmente na translineação).

Emprego do hífen conforme Acordo Ortográfico

editar

Prefixo terminado em vogal

editar
  • Quando prefixo termina com vogal diferente do início do sufixo, não se usa hífen: autoescola, antiaéreo, antieducativo.
Observações: O contrário da regra acima também é válido: quando prefixo e termo seguinte terminam e iniciam pela mesma vogal, usa-se hífen, exceção ao prefixo co, que se aglutina com o sufixo mesmo que este comece por o.
  • Quando o sufixo inicia com consoante diferente de r, s e h, não se usa hífen: anteprojeto, semivogal, semicírculo.
Observações: Neste caso, também há a exceção do prefixo vice, que sempre exige hífen, mesmo quando o sufixo inicia por consoante diferente de r ou s.

No caso da palavra subumano e derivadas, não se usa o hífen e se suprime o h.

  • Caso o sufixo comece por r ou s, não se usa hífen, porém dobra-se o r ou o s: antirracismo, antissocial, ultrassom.
  • Quando o sufixo começa com a mesma vogal com a qual termina o prefixo, usa-se o hífen: contra-ataque, micro-ondas.
Observações: Exceção ao prefixo co, que não admite hífen quando o termo seguinte inicia-se com o.

Prefixo terminado em consoante

editar
  • Usa-se hífen se o sufixo iniciar com a mesma consoante com a qual terminou o prefixo: inter-regional, sub-bibliotecário.
  • Caso o sufixo inicie por consoante diferente da que termina o prefixo, não se usa o hífen: intermunicipal, supersônico.
Observações: Com o prefixo sub, usa-se hífen quando o segundo elemento inicia-se por r.
  • Caso o sufixo inicie por vogal, não se usa o hífen: interestadual, superinteressante.

Outras regras

editar
  • Sempre se usa hífen quando o sufixo inicia com h: anti-higiênico, super-homem, pré-história, mini-hotel.
  • Com o prefixo sub, usa-se hífen também nas palavras iniciadas com r: sub-região, sub-raça, sub-região, sub-reitor, sub-ramo.
  • Já para as demais palavras onde o sufixo inicia com outras consoantes, não se usa hífen: subclasse, subdiretório.
  • Os prefixos circum e pan exigem hífen em palavras cujo sufixo inicia por m ou n ou por vogal: circum-navegação, circum-escolar, circum-murado, pan-americano, pan-mágico, pan-negritude. Da mesma forma, os prefixos hiper, inter, super, ciber e nuper exigem hífen quando o segundo elemento inicia por r: hiper-realismo, inter-relação, super-romântico. O Novo Acordo Ortográfico não cita os prefixos ciber-, que significa cibernética ou realidade virtual e nuper-, que significa recentemente ou ultimamente, mas eles existem.
  • O prefixo co aglutina-se mesmo quando o sufixo inicia por o: coordenação, cooperação.
  • Sempre se usa hífen com o prefixo vice: vice-rei, vice-governador, vice-prefeito, vice-presidente, vice-campeão, vice-diretor.
  • Não se usa hífen com palavras que perderam a noção de composição: girassol, madressilva, mandachuva, pontapé, paraquedista.
  • Prefixos além, ex, aquém, recém, vice, pré, pós, pró, sempre aparecem separados por hífen dos seus sufixos: ex-aluno, sem-terra, além-mar, recém-casado, pós-graduação, pré-vestibular, pró-europeu.
  • Exige-se hífen entre duas ou mais palavras que formam combinações ocasionais, sem formar vocábulos propriamente ditos: eixo Rio-São Paulo, ponte Rio-Niterói, tratado Brasil-Uruguai.

Translineação

editar

No final de linha ao ocorrer separação da palavra, quando o último elemento escrito for o próprio hífen, deve-se repeti-lo no início da próxima linha para facilitar a leitura (clareza gráfica).

  Ver também: Escrita segundo a Pronúncia

O cedilha ç (do espanhol cedilla) é empregado em português, catalão e francês para o mesmo fim: ter o som de /s/ para diferenciá-lo de outro som que a letra c faz: /k/. Também é utilizado em outras línguas mas sob outras letras (̧ḉ, ḑ, ȩ, ḝ, ģ, ḩ, ķ, ļ, m̧, ņ, æ̧, ŗ, ş, ţ, z̧). No português, o ç vem sempre antes das letras a, o e u; tendo o som /s/ (equivalente a ss), quando não é possível empregar apenas um s. Alguns exemplos de palavras:

  • ação
  • animação
  • armação
  • bagaço
  • caça
  • caçar
  • calça
  • calçado
  • calção
  • coloração
  • coração
  • coroação
  • feição
  • fração
  • laço
  • maço
  • março
  • ração
  • taça
  • traçar
  • tração
  • tradição
  • traço
  • suíça
  • unção

Metaplasmo, é o que a língua sofre quando evolui, considerando a fonética. Os metaplasmos podem ser divididos quanto a modificação fonética:

  • Metaplasmo por adição - Metaplasmos que na evolução das palavras, recebem sons;
  • Metaplasmo por supressão - Metaplasmos que na evolução das palavras, perdem sons;
  • Metaplasmo por modificação - Metaplasmos que na evolução das palavras, modificam sons por transposição ou transformação.

Metaplasmos por adição

editar

Epêntese

Colocação de fonema no meio da palavra.

  • stella (latim) → estrela

A Epêntese pode ocorrer no português atual tendo o nome de Anaptyxis (para vogais) e Excrescence (para consoantes).

Paragoge

Colocação de fonema no final da palavra.

  • ante (latim) → antes

Prótese
Colocação de fonema no início da palavra.

  • stella (latim) → estrela
  • scutu (latim vulgar) → escudo

Metaplasmos por supressão

editar

Aférese
supressão de fonema no início da palavra.

  • acume (latim vulgar) → gume.

Apócope
Supressão de fonema no final da palavra.

  • amore (latim) → amor
  • seniore (latim) → senhor

Crase

  Ver também: Ocorrência da crase no português

Fusão de vogais idênticas.

  • coor (arcaísmo) → cor
  • veer (arcaísmo) → ver

Síncope
Supressão de fonema no meio da palavra.

  • malu (latim) → mau
  • opera (latim) → obra

Metaplasmos por modificação

editar
  Ver módulo: Metaplasmos modificadores
Formação da língua portuguesa
Revisando conceitos
editar

A palavra 'metaplasmo', etmologicamente, significa 'mudança de forma'. A gramática define os metaplasmos como transformações fonéticas que os vocábulos sofrem durante sua evolução histórica. Os vocábulos ao passarem da língua latina para a língua portuguesa sofreram alterações que basicamente se encontram dentro de três leis, denominadas leis fonéticas.

Leis Fonéticas
editar

Há tres leis fonéticas básicas que presidem a transformação dos vocábulos que deram origem à formação da língua portuguesa a partir do latim.

Lei do menor esforço
editar

Tendência universal em que o falante simplifica a emissão dos sons, facilitando os órgãos do aparelho fonador.

Lei da permanência da consoante inicial
editar

A consoante inicial da palavra da língua em uso permanece igual a consoante inicial do vocábulo de origem.

Lei da permanência da sílaba tônica
editar

A sílaba tônica da palavra em uso é igual àquela do vocábulo de origem.

Metaplasmos
editar

Eles se dividem em metaplasmos de permuta, de aumento e de subtração.

Metaplasmos de permuta
editar

Substituição de um fonema por outro.Pode ocorrer:

Sonorizacão
editar

Troca de um fonema surdo por um sonoro (geralmente no mesmo ponto de articulação do aparelho fonador):

p / b (labiais surda/sonora) = lupu > lobo t / d (labio dentais surda/sonora) = cito > cedo c / g (gutural surda/sonora) = acutu > agudo f / v (fricativas surda/sonora) = profectu > proveito

Vocalização
editar

Transforma um fonema consonantal em fonema vocálico. Os grupos em latim bs, ct, lc, lp, lt, gn, pt, transformaram-se em /i/ ou /u/:

octo > oito multu > muito falce > fouce > foice palpare > poupar conceptu > conceito absentia > ausência regno > reino captale > caudal

Consonantização
editar

Converte fonema vocálico em consoante: /i/ > /j/; /u/ > /v/:

uagare > vagar ieiunu > jejum

Assimilação
editar

Mudança para um fonema muito próximo (vogal ou consoante):

palumba >paomba>pomba calente>caente>queente>quente (regressiva - vocálica) persona>pessõa>pessoa (regressiva - consonantal) amaramlo > amaram-no (progressiva - assimila com o posterior) persicu > pêssego (regressiva) nostru > nosto > nosso (progressiva) tauru > touro (parcial)

Dissimilação
editar

Desaparecimento de um fonema quando já existe outro no vocábulo. (consoante ou vogal):

temoroso > temeroso (regressiva) memorare > memrare > nembrar > lembrar (progressiva) callamellu > caramelo (transformação) cribru > crivo (queda)

Nasalização
editar

Fonema oral passa para nasal:

mihi > mi > mim macula > macla > mancha

Desnasalização
editar

Fonema nasal passa para oral:

luna > lua persona > pessõa > pessoa bona > bõa > boa Apofonia ou Deflexão Vocábulo junta-se a um prefixo - vogal da sílaba inicial modificada:

in+barba > imberbe per+facto > perfectu > perfeito in+amigo > inimigo Metafonia Modifica timbre de uma vogal por influência de outra (assimilatório também):

novum > novo novos > novos focum > fogo focos > fogos decima > dízima debita > dívida Metaplasmos por aumento

Quando ocorre o acréscimo de um fonema a uma palavra. Pode ocorrer:

Prótese
editar

No início do vocábulo:

stare > estar spiritu > espírito Epêntese No meio da palavra:

masto > mastro stella > estrela

Paragoge
editar

No fim da palavra:

ante > antes

Metaplasmos por subtração
editar

Quando ocorre perda de fonema em uma palavra. Pode ocorrer nas seguintes condições:

Aférese
editar

Perda de fonema no início da palavra:

acume > cume attonitu > tonto inamorare > namorare > namorar enojo> nojo

Síncope
editar

Queda de fonema no interior da palavra:

legale > leal malu > mau Senhor > Sô calente > caente ( > queente > quente*)

Haplologia
editar

Desaparecimento de uma sílaba, quando existe outra igual na palavra:

idololatra > idólatra semimínima > semínima bondadoso > bondoso

Apócope
editar

Desaparecimento de um fonema em final de palavra:

cinematógrafo > cinema > cine mala > maa > má mare > mar amat > ama male > mal muito > mui

Fusão de dois fonemas vocálicos iguais. Durante o processo histórico podem ocorrer mais do que um tipo de metaplasmo. Nos exemplos abaixo, em primeira instância ocorreu haplologia:

videre > veer > ver dolore > door > dor legere > leer > ler pede > pee > pé queente > quente

Sinalefa
editar

Desaparecimento de fonema vocálico no fim da palava, quando a próxima é iniciada por vogal.

de+este > deste

As palavras são formadas de unidades ou elementos mórficos (morfemas ou monemas). São eles:

  • Raiz
  • Radical
  • Vogal temática
  • Tema
  • Desinência
  • Afixos
  • Letras de ligação

Raiz ou radical primário é o elemento originário, onde concentra-se a significação da palavra. As raízes vêm de outras línguas (no português, geralmente do grego ou latim) e são, sobretudo, monossilábicas. Por exemplo, a raiz noc (vinda do latim = prejudicar) tem significação geral de gerar danos. Note aonde ela aparece:

  • nocivo
  • nocaute
  • inocente
  • inócuo

Radical

editar
  Ver também: Rizotônico e Arrizotônico

O radical, semantema, lexema ou elemento de composição é o elemento básico das palavras. O radical é a parte invariável da palavra, presente em todas as palavras derivadas. Exemplo:

  • Amor
  • Amar
  • Amável
  • Amizade
  • Amigos

Vogal temática

editar

Vogais temáticas são vogais que são acrescentadas a fim de poder flexioná-las, quando flexionadas podem ser anuladas. As vogais temáticas podem ser:

  • A → São usadas em verbos e em nomes. Falar, Olhar, Colocar, Boneca, Mala.
  • E → São usadas em verbos e em nomes. Receber, Tremer, Escrever, Omelete.
  • I → São usadas em verbos. Dormir, Mentir, Exibir, Incubir.
  • O → São usadas em verbos e em nomes. Repor, Entrepor, Amor.

É formado pelo radical + vogal temática (ou seja, em nomes e verbos). A exceção é quando há um verbo terminado em or:

  • Falar
  • Tremer
  • Exibir
  • Amor

Desinência

editar

É a parte do verbo ou do nome flexionada, anterior a desinência há o radical (nos verbos irregulares o radical e/ou a desinência são alterados). As vogais temáticas, como você já sabe, podem ser anuladas:

  • Uvas
  • Uvinha
  • Acabarmos
  • Acabei

Afixos

editar
  Ver módulo: Afixos

Letras de ligação

editar

Entre esses vários morfemas, podem existir letras para facilitar a pronúncia, ligando-os. São infixas. Essas letras são chamadas de termos eufônicos:

  • Anuro
  • Gasoduto
Formação da língua portuguesa

Afixos são conjuntos de letras que se juntam a palavras primitivas de modo a delas derivar novas palavras, participando dos processos de formação. Exemplo, a palavra afixos é formada por:

  • A = afixo
  • fix = raiz
  • os = desinência
O afixo a dá ideia de oposição, ou seja, não fixo; logo, todo morfema denominado afixo, não é fixo - e pode ser colocado em várias palavras.

Posição

editar

Prefixos

editar
  Ver módulo: Lista de morfemas
Os prefixos são afixos que são adicionados no começo das palavras (à esquerda). São provenientes de palavras independentes do latim e do grego.

Prefixo derivacional

  Ver também: Derivação prefixal
São os prefixos que participam em processos derivacionais de formação de palavras.

Prefixo modificador

São os prefixos que formam palavras através de modificação morfológica. Estes prefixos apenas modificam a sua interpretação semântica, sem alterar nenhuma das propriedades gramaticais da forma de base (isto é, categoria sintática, gênero, etc).

Pseudoprefixo

São prefixos que tornam uma palavra que é derivada em primitiva de outras palavras que se encontra o mesmo pseudoprefixo (ou seja, a palavra é primitiva de algumas por causa do pseudoprefixo e derivada de outras). O pseudoprefixo é formado pela redução da palavra, logo, ele perde seu sentido quando a nova palavra é formada.

Exemplo, o prefixo euro possui origem grega e também é utilizado na língua portuguesa (Europa, europeia, Európio, euro-asiático, etc) relativando palavras ao continente europeu. A palavra Europa foi reduzida e formou uma outra: a palavra euro (a moeda). A palavra euro possui derivadas assim como a palavra Europa (eurozona, eurolândia, etc), mas nestas o prefixo euro perdeu seu sentido original (relativa ao continente europeu) e adquiriu um novo (a moeda utilizada na União Européia), sendo assim, euro em eurozona e em eurolândia é um pseudoprefixo, diferente de em Europa, que é um simples prefixo.

Sufixos

editar
  Ver módulo: Lista de morfemas
Os sufixos são afixos que são adicionados no fim das palavras (à direita).

Sufixo derivacional

  Ver também: Derivação sufixal
São os sufixos que formam palavras derivadas. Estes sufixos determinam a categoria sintática da palavra em que ocorrem.

Exemplo, raiz doc:

  • Doce - substantivo
  • Adoçar - verbo
  • Docemente - advérbio
  • Doçura - adjetivo

Sufixo de flexão

Sufixos de flexão não alteram o significado ou a classificação da palavra, mas altera bases morfológicas como gênero, pessoa, número e tempo. Junto a demais morfemas que compõe uma palavra, forma a desinência.

Circunfixos

editar
  Ver também: Derivação parassintética
Palavras com circunfixos são palavras que possuem prefixos e sufixos.

Ligação

editar

Interfixos

editar
Unem a raíz da palavra a um sufixo, servindo de termo eufônico (isto é, serve para facilitar a pronúncia). Pode também ligar dois radicais.

Infixos

editar
  Ver módulo: Letras de Ligação
INFIXO: quando o afixo é adicionado do meio da palavra, dividindo-a em duas partes. Pode ser uma consoante ou vogal de ligação entre duas raízes ou entre uma raíz e um outro afixo.

Exemplos:

   Gas ô metro
   Cafe z al
Cafe t eria.
Formação da língua portuguesa

Aqui temos uma lista de morfemas da língua portuguesa, entre elas, raizes, prefixos e sufixos.

Legenda:

ar: árabe
din: dinamarquês
gr: grego
it: italiano
lat: latim
no: norueguês
var: variante
Morfema Origem Sentido Depois do morfema, as iniciais dos morfemas seguintes que exigem hífen Exemplos
ã feminino pagã, anã
a gr. a negação afixo, ateu
a lat. ab, ad distância amover, aceitar
ab lat. ab longe r ab-rogar
acanto gr. ákanthos espinho, espinhoso
acet lat. acetum vinagre acetato, acético
acr, acro gr. ákros mais elevado, mais extremo, alto, elevado acrópole, acrofobia, acrobata
actino gr. aktís, aktînos raio actinofobia
acuo gr. akúein (akúo) ouvir acústica
ad lat. ad próximo r adjunto, advérbio
ada lat. ata resultado da ação caminhada, joelhada
adeno gr. adén, adénos glândula adenóide, adenoma
adipo lat. adeps, adipis gordura adiposo, adiposidade
aer, aero gr. aér, aéros ar aéreo, aeródromo, aeronauta, aeróstato
agro, agri gr. ágros campo agrologia, agronomia, agrografia, agromania, agrícola, agricultura
agon gr. agón luta, desafio agonia, agonizante
al ar. al gênero masculino almofada, alcorão
algo gr. álgos dor, sofrimento
ali lat. ala asa alígero, alípede, aliforme
alo gr. állos outro, diferente, diverso alopatia, alomorfia
alti lat. altus alto altissonante, altiplano
alvi lat. albus branco alviverde, alvinegro
ambi lat. ambo os dois, ambos ambidestro
ambli gr. amblýs enfraquecido, ângulo obtuso
ampelo gr. ámpelos vinha
ana gr. aná (movimento) de baixo pra cima, ao contrário, através de anagênese, anagogia
ancilo gr. agkýlos (var. ankýlos) recurvado, adunco
andro gr. anér homem, caráter masculino, macho androceu, andrógino, andróide, androsperma
anemo gr. ánemos vento anemógrafo, anemômetro
anfi gr. amphí em torno de, dos dois lados, no meio de anfibiologia, anfiteatro, anfíbio
anfo gr. ámpho os dois, ambos
angel, angelo gr. aggelos mensageiro, anjo angelólatra, angelogia, angélico
angio gr. aggeîon (var. angeîon) recipiente, vaso, cápsula angiosperma, angioplastia, angioma
angl lat. anglus relativo à Inglaterra quando não representar adjetivo anglicano, anglicismo, anglicizado
aniso gr. ánisos desigual, parcial anisófilo, anisómero
anseri lat. anser, anseris pato, ganso anserino, anserinologia
ante lat. ante atrás, anterior h, r antepassado, antecâmara, antebraço
ântero lat. anterior posição anterior anterior, anteriormente
anti gr. antí no lugar de, confronto com h, r, s anticorpo, antígeno
anto, ant gr. ánthos flor, rebento antologia, antografia, antóide, antomania
antrac gr. ánthrax, ánthrakos carvão, carbúnculo antracite
antropo gr. ánthropos homem, ser humano antropógrafo, antropologia, antropófago
api lat. apis abelha apicultura, apicultor, apiário, apícola
apico
apo gr. apó de, fora de, longe (de), separado (de) apócrifo
aqua, aque lat. aqua água aquático, aqueduto
ão lat. io, ionis ação arranhão, comichão, judiação
ão grande, em maior quantidade, expandido garotão, pobretão
aracn gr. aráchne aranha aracnofobia, aracnologia
arbori la. arbor árvore arborícola, arboricultura
arce gr. árchein (árcho) ocupar o posto mais elevado ou avançado, comandar, guiar arcebispo
areo gr. araiós pouco denso, leve areômetro
argento lat. argentum prata Argentina, argentário, argentípede
aristo gr. áristos o melhor aristocracia, aristocratizar
aritm, aritmo gr. arithmós quantidade, número aritmética, aritmologia, aritmomancia
arque, arqueo gr. archaîos que está na origem, antigo, primitivo arquétipo, arquegônio, arqueografia, arqueologia, arqueozóico
arqui gr. árchein (árcho) ocupar a posição mais elevada, dominar arquidiocese, arquipélago, arquipresbítero
arterio gr. artería artéria arteriosclerose, arteríola
artri, artro gr. árthron articulação artrite, artrose
asco gr. askós saco, odre
asteno gr. asthéneia fraqueza, enfermidade astenia
aster, astro gr. astér, astéros estrela, astro, chama asteróide, astrólogo, astronomia
atelo gr. atelés que não chega ao fim, incompleto, imperfeito
atmo gr. atmós vapor atmosfera
atri lat. negro, preto
atto, ato din. attem dezoito attometro
audio lat. audire ouvir audiofônes, audiente
aur lat. aurum (var. aureus) ouro auriverde, auriflama, aurífero, auréola
auto gr. autós por si mesmo, só, próprio autocracia, autógrafo, autômato
avi lat. avis ave, pássaro avicultura, aviário, avícola
balan gr. bálamos bolota, glande
bari gr. barýs pesado barítono, barisfera
baro gr. báros peso, pressão barômetro
bata gr. baíno (var. batéo) andar, marchar
bati gr. bathýs profundo batímetro
bel, beli guerra belígero, beligerante
bene lat. bene bom, bem benevolente, benedito
bi, bis lat. bis duas vezes, duplicação por repetição bisavô, biscoito
biblio gr. bíblion livro bibliografia, biblioteca, bibliófilo
bio gr. biós vida biografia, biologia
blasto gr. blastós germe, rebento blastócito
blefaro gr. blépharon pálpebra blefarite
brevi lat. brevis curto breviário, brevemente
braquio lat. brachium braço braquiotômia
buco lat. bucca boca buco-sedal, bucal
butiro gr. bútyron manteiga butirômetro, butirico
caco gr. kakós mau, defeituoso cacofonia, cacografia
cali, calo gr. kalós belo, formoso califasia, caligrafia
calori lat. calor calor calorífero, calorão
capilo lat. capillus cabelo capilaridade, capilamento
carbo, carboni lat. carbo, carbonis carvão carbono, carbonífero, carbonizado
carcino gr. karkínos caranguejo, tumor, câncer carcinoma, carcinogênico
cardi, cardio gr. kardia coração cardiologia, cardiografia
carpo gr. karpós fruto, pulso carpófago, carpologia, metacarpo
cata gr. katá (movimento) de cima pra baixo catarata
cefalo gr. kephalé cabeça cefálico, cefalópode, microcefalia
cent, centi lat. centum cem centavo, centena, centopéia
centri lat. centrum centro centrífuga, centrípeto
cervico lat. cervix pescoço cervical
ciano gr. kýanos cor azul-esverdeada cianato, cianeto, cianobactéria
cida lat. cida quem ou o que mata suicida, fungicida, homicida
cine, cinema, cinemato gr. kínemas, kínematos movimento, agitação cinemática, cinestesia, cinema
cineto gr. kinetós que pode mover-se, capaz de mover-se cinética
cino gr. kýon, kinós cão cinologia, cinófilo, cínico
circum, circun lat. circum em volta circundante, circum-navegação, circundante
cis lat. cis aquém cismontano, cisalpina, cisplatina
ciste, cisti, cisto gr. kýstis bexiga, vesícula cistite
cito gr. kýtos cavidade oca, célula citoplasma, citoquímica
clepto gr. kléptein (klépto) roubar cleptomania
cloro gr. chlorós amarelo-esverdeado, verde-claro clorofila
coco gr. kókkos grão esférico, semente
col gr. cholé bílis colite
color, colori lat. color, coloris cor colorir, colorante
colpo gr. kolpós reentrância, cavidade, vagina colposcopia
co, com,cum gr. sun parceria, em uniao com coirmao, comunhaom compadre
contra gr. anti oposição contra-reforma, contra-senso, contraguerra
copro gr. kópros excremento coprofilia, coprofágo, coprólito
core, coreo dança coreografia, coreógrafo
cortico lat. cortex, corticis casca, invólucro corticosteróide, cortisol, cortisona
cosmo gr. kosmos mundo, universo cosmógrafo, cosmologia
cript, cripto gr. kryptós escondido criptônimo, criptograma, criptografia
cris, criso ouro crisálida, crisântemo
crom, cromo, cromato gr. chrôma, chrômatos cor, cor atificial cromossomo, cromogravura, cromoterapia
crono gr. chrónos tempo, duração de um evento cronologia, cronômetro, cronograma
cruci lat. crux, crucis cruz crucifixo, crucificação
curvi curvo curvilíneo
cuti lat. cutis pele cutícula, cutânea
datilo gr. dáktylos dedo datilografia, datiloscopia, pterodáctilo
deca gr. déka dez decaedro, decalitro, decâmetro
deci lat. decimus divisão por dez decímetro, decigrama, decilitro
demo gr. dêmos povo, público, país demografia, democracia, demagogia
dermo gr. dérma, dérmatos pele dermatologia, dermatrodo
des, in, im, lat. in negação desnecessário, desmentir, desobrigar
di gr. dís duas vezes, em dobro, dois dipétalo, dissílabo, dissacarídeo
dis gr. dýs mau estado, dificuldade distorção
dis lat. dis afastamento distante
dinam, dinamo força, potência dinamômetro, dinamite
diplo gr. diplóos duplo diplomata
dodeca gr. dódeka doze dodecassílabo, dodecaedro
dolico gr. dolichós alongado, comprido dolicocefalia
dulci lat. dulcis doce dulcificar, dulcícola
eco gr. ôikos casa, habitação ecologia, ecossistema, economia
ego gr. aix (var. aigós) cabra egospotamo
ego lat. ego eu egocentrismo
eletro, electro gr. élektron âmbar, eletricidade elétrico, eletrômetro, elétron
en lat. in tornar, criar, deixar encurtar, enrugar
endo gr. éndon dentro, no interior (de) endoscópio, endosperma, endotérmico
enea nove eneágono, eneassílabo
eno gr. ôinos vinho enologia
enter, entero gr. énteron intestino enterite, enterogastrite
entomo gr. éntomon inseto entomologista
entre meio, entre entramanha, entreaberto
epi gr. epí sobre epiderme, epitélio, epicentro
equi, eqüi lat. aequus igual equilátero, equivalência, eqüidistante
ergo gr. érgon trabalho, execução ergonomia, ergometria
eritro gr. erythrós vermelho eritroblasto
escafo gr. skáphe barco, esquife escafandro
escato gr. skór, skatós excremento escatologia, escatológico
esclero gr. sklerós duro, rígido esclerose, esclerosado
esperm(ato) gr. spérma, spérmatos semente espermatozóide, espermatófita
esplen, espleno gr. splén, splénos baço esplenite
esquizo gr. schízein (schízo) fender, dividir esquizofrenia
estafilo gr. staphylé úvula, cacho de uva estafilococo
esteno gr. stenés estreito, apertado estenógrafo
estere, estereo gr. stereós sólido, fixo estereótipo, estereografia
estilo gr. stýlos coluna, pilar estilografia
estilo lat. stilus haste pontiaguda para escrever estilógrafo
estomat, estomato gr. stómatos boca, orifício estomatite, estomatoscópio
estrati, estrato lat. stratum leito, extensão, camada estratificação
estrepto gr. streptós recurvado estreptococo
estrobo gr. stróbos turbilhão
et dois átomos de carbono etanol, etileno, etano
etno gr. éthnos raça, povo etnografia, etnologia, etnia
eu gr. bem, com harmonia, com felicidade eutimia
euro relativo à Europa quando não representar adjetivo euro-asiático
ex gr. éx anterior sempre ex-presidente, ex-primeiro-ministro
ex lat. ex (vindo) do interior de, (saído) de expedicionário
exo gr. éxo de fora, do lade de fora (de) exotêrmico
extero lat. oris mais exterior êxtero-anterior
extra lat. extra fora de extranormal
fago gr. phagein (phagés) comer fagócito
fento, femto no. femten quinze femtosegundo
farmaco gr. phármakon remédio, medicamento farmacologia, farmacopéia
ferri, ferro ferro ferrovia, ferrífero
fili filho filicídio, filial
filo gr. philos que ama, amante, amigo (de) filósofo, filólogo, pedofilia
filo, filia gr. phýllon folha filológico
fisio gr. physis, physeós natureza, formação fisiologia, fisionomia
fito gr. phytón planta, árvore fitologia
flebo gr. phléps, phlébos veia flebite
flori lat. flos, floris flor floricultura, florista
fobia gr. phóbos medo, aversão hidrofobia, aracnofobia
foli lat. folium folha foliado, folículo
fono, fon gr. phoné som, voz fonologia, fonoaudiólogo
fos, foto gr. phôs, photós luz fósforo, fotofobia, fotossíntese
franc it. francia relativo à França quando não representar adjetivo francês, franco, francofonia
fratri, frater irmão fratricida, fraternidade
fungi lat. fungus cogumelo, fungo fungicida
fusci lat. fusco, pardo
gamo gr. gámos casamento, união gamologia
gastr, gastro gr. gastér, gastrós ventre, estômago gastrite, gastrônomo, gastronomia
gemo lat. gemma pedra preciosa
gen, geno gr. génos, géneos descendência, origem, geração genótipo, geração, congênito
geo gr. terra geografia, geologia, geotérmico
ger, gero gr. géron idoso, velho geriatria, gerontocracia
giga gr. gigas gigante gigabyte, gigantesco
gino, gineco gr. gyné, gynaikós mulher ginecologista, gineceu, misógino
glicero, glicer gr. glykerós de sabor doce glicerídeo
glosso gr. glôssa (var. glôtta) língua, linguagem, idioma glossofaríngeo, hipoglosso
gluco, glico, gli gr. glykýs, glykeîa doce glucose, glicose, glicogênio
gnos estudo, conhecimento gnosiologia, diagnóstico
goni gr. gonía ângulo, aresta goniómetro
gono gr. gónos germe, semente, reprodução gônada
grafia gr. graphé registro biografia, geografia
grafo gr. gráphein (grápho) gravar, escrever grafologia
hagio gr. hágios santo, sagrado, puro hagiografia, hagiógrafo
hecto, hecato cem hectoedro, hecatombe, hectômetro, hectograma
helio gr. hélios sol heliografia, helioscópio, heliópolis
hemero gr. heméra dia hemeropatia
hemi gr. hemi meio, metade hemisfério, hemistíquio
hemo, hemato gr. haîma, haîmatos sangue, fluxo de sangue hemoglobina, hematócrito, hemorragia
hendeca gr. héndeka onze hendecassílabo, hendecaedro,
hepato gr. hépar, hépatos fígado hepatite
hepta gr. heptá sete heptágono, heptassílabo, heptacampeão
hetero gr, héteros outro, diferente, oposto heterônimo, heterogêneo
hexa, exa gr. héx seis hexágono, hexâmetro
hidro gr. hýdor água hidrogênio, hidrografia, hidrelétrica
hier, hiero sagrado hieróglifo, hierosolimita
hiper gr. hypér sobre, além (de), em excesso h, r hipertensão, hipersensibilidade
hipno gr. hýpnos sono hipnotismo, hipnótico
hipo gr. híppos cavalo hipódromo, hipopótamo
hipo gr. hypó sob, abaixo (de) hipotensão, hipoderme
histero gr. hystéra matriz, útero histerotomia
homo, homeo gr. homós semelhante, igual, comum homógrafo, homogêneo, homeopatia
iatro gr. iatrós, iatér médico iatromatemática
icono imagem iconoclasta, iconolatria
icos vinte icosaedro, icoságono
ictio gr. ichthýs, ichthýos peixe ictiófago, ictiologia
idio gr. idios particular, pessoal, particular idiopático, idioleto, idiomografia
ido
ífer . que traz ou que porta
igni lat. ignis fogo ignívomo, ignífero, ignição
in, im lat. in privação, negação imortalidade, impaciente, ímpeto, inadequado
indo relativo à Índia quando não representar adjetivo indo-europeu
infra lat. infra abaixo de, inferior a infra-escrito, infracitado, infravermelho
inter lat. inter no meio de, entre, durante h, r interfoliar, interdigital
intra, intro lat. intra no interior, dentro, para dentro a, h intravenoso, intramuscular
intro lat. intro no interior, dentro, para dentro h, o introdução
iso gr. ísos igual isócrono, isósceles, isonomia
ite gr. itis inflamação celulite, neurite, gastrite
ite gr. ites mineral, fóssil grafite, cassiterite, cuprite
justa lat. juxta perto de, ao lado de justaposição
labio labiopalatal
lacto, lacti lat. lac, lactis leite lactose, lactase, lactação
laringo gr. lárygks, láryggos (var. lárynx, lárynkos) garganta laringite, laringologia
lati lat. latus grande, largo latifoliado, latifúndio
latra gr. latra adorador alcoólatra
lepi, lepido gr. lépis, lepídos escama, casca lepidoptera
leuco gr. leukós branco leucócito
linguo relativo à lingua ou com a língua lingüiforme, linguosedal
lipo gr. lípos gordura lipograma, lipoaspiração
lito gr. líthos pedra litografia, litogravura
loco lat. locus lugar locomotiva, locomoção
logia gr. lógos estudo geologia, histologia
logo gr. lógos palavra, discurso, ciência logografia
longi lat. longus longo longitude
luci lat. lux, lucis luz lucífero
luso lat. lusus relativo a Portugal quando não representar adjetivo lusitano, lusófono
macro gr. makrós grande macrocéfalo, macrocosmo
mal h malefício, maleficente
mamo lat. mamma mama, seio mamografia
mani, manu lat. manus mão manicure
mani, mania gr. mania loucura, paixão manicomial, megalomania
matri mãe matrilinear, matriarcal
masto gr. mastós mama mastologia
maxi muito grande maxidesvalorização, maxissaia
mecano gr. mechané máquina mecanizar, mecânico, mecanismo
medio lat. medium meio mediocridade, mediano
mega, megalo gr. mégas, megále grande megatério, megalomaníaco
meia, melano gr. mélas, mélaina negro, escuro melanoma, melanócito, melânico
meli lat. mel, mellis mel melífero
melo gr. mélos melodia, canto melodia, melopéia
meningo gr. mêninx, mêniggos meninge meningite
meno gr. mén, menós mês, mênstruo menorréia
meso gr. mésos meio, médio; no meio de mesóclise, Mesopotâmia
met relativo a um carbono metano, metileno
meta gr. metá transcedência metalinguagem, metafísica
meteoro gr. metéoros fenômenos ou corpos celestes meteorologista
metro gr. métra matriz, útero, ventre
metro gr. métron medida metrologia, métrica
micro gr. mikrós pequeno micróbio, microcéfalo, microscópio
mielo gr. myelós medula, tutano mielograma
mili mil, milésima parte milípede, milímetro
mini lat. minimum muito pouco, muito pequeno minissaia, minifúndio
miria gr. myriás, myriádos dez mil, em número muito grande, inumerável miriâmetro, miríade, miriápode
miso gr. misein (miséo) odiar, detestar misógino, misantropo
mito fábula mitologia, mitômano
mnemo gr. mnéme memória, lembrança mnemônico
mon, mono gr. mónos sozinho, único, um monarca, monogamia
morfo gr. morphé forma morfologia
morti morte mortífero, mortalidade
moto movimento motricidade, moto-própio, motociclo
multi lat. multi muito, numerosos multiforme, multidimensional
nano gr. nánnos anão nanocéfalo, nanotecnologia
nauto gr. náutes navegante, navegador nautografia
necro gr. nekrós morte, morto, cadáver necrópole, necrotério
nefelo, nefeli gr. nephéle nuvem
nefro gr. nephrós rim nefrite, nefrologia
neo gr. neós novo, jovem vogal, h,s neolatino, neologismo
neuro, neuri, nevr, nevro gr. neuron fibra, nervo neurologia, nevralgia
nocti lat. nox, noctis noite, trevas noctívago, nocticolor
nonno lat. nonna regra
noso gr. nósos doença nosocómio, nosocrático
novi lat. novus novo novilúnio, novíssimo
nubi nuvem nubívago, nubífero
nuper recente sempre nuper-publicado, nuper-falecido
ob lat. ob por diante e contra r obtusangulado, obstúpido
octo gr. októ, lat. octo oito octossílabo, octaedro, octópode
odonto gr. odous, odóntos dente odontologia, odontalgia
ofi, ofio gr. ophis cobra, serpente ofiologia, ofiomancia
oftalmo gr. ophthalmós olho oftalmologia, oftalmoscópio
oligo gr. olígos pequeno, pouco numeroso oligarquia, oligocracia
oni lat. omnis todo onipotente, onipresente
oniro gr. óneiros sonho onirologia, oniromância
onomato gr. ónoma, onómatos nome onomatologia, onomatopéia
ornito gr. órnis, órnithos pássaro, ave ornitologia, ornitóide, ornitorrinco
oro gr. ôros, lat. ors, oris montanha orografia, orognosia, orogenia
orto gr. orthos certo, direito, reto, justo ortografia, ortodoxo, ortopedia
orqui gr. órchis testículo orquite, orquiocele
osmo gr. osmé cheiro osmologia
oste, osteo gr. ostéon osso osteoporose, osteodermo, osteócitos
oto gr. oús, otós ouvido otite, otorrinolaringologista
oxi, oxido gr. oxys acre, ácido, agudo oxítona, oxígono, oxigênio
paleo gr. palaiós antigo paleografia, paleontologia
pan, panto gr, pân, pantós todo, todos, tudo vogal, h panteísmo, pan-americano
paqui gr. pachýs espesso, grosso paquiderme
para gr. pará proximidade, oposição paracéfalo, paragoge
pato gr. pathos paixão, sofrimento, doença patologia, patogenético, patético
patri lat. patris pai patrilinear, patrilocal
pedi lat. pes, pedis pedilúvio, pedicure
pedi, pedo gr. pais, paidós criança, educação, cultura pediatria, pedologia, pedofilia
pedia gr. paideia ensino enciclopedia
pedo gr. pedón menino pedarquia, pediatria, pedologia, pedófilo
pene lat. paene quase penetrável
pent, penta, peta gr. pénte cinco pentatlo, pentágono, petabyte
pepto gr. peptein (pépto) digerir peptonizar
peri gr. perí ao redor de, em volta de periferia, periélio, peripétalo
petro, petri lat. petrum pedra, rocha petróglifo, petrificado, petróleo
pico it. piccolo pequeno picômetro, picobyte, picojoule
picto lat. pictus pintado pictograma, pictógrafo
pigo, pige gr. pygé nádega
pilo lat. pilus pêlo pilosidade
piro gr. pýr, pyrós fogo pirólise, piromania, pirotecnia
pisci lat. piscis peixe piscicultura, piscicultor
piteco gr. píthekos macaco australopiteco
plani lat. planus plano planiglobo, planimetria, planificado
plasmo gr. plásma ação de formar, modelagem plasmar, plasmódio
plati gr. platýs largo, chato platibanda
pluri lat. plures muitos, vários pluriforme, plurisseriado, pluralidade
pluto gr. plutōn riqueza plutomania, plutocracia
pneumo gr. pneúmon, pneúmonos pulmão, respiração pneumologia, pneumonia
pneumato gr. pneúma, pneúmatos ar, gás pneumatologia
podo gr. poús, podós podologia
poli gr. polís vários poliedro, polinômio, política
poli gr. pólys muito, numerosos policromia, poliglota, polígrafo, polígono
pós lat. post posterioridade pós, tônico leva sempre hífen pospasto, pós-meridiano, pós-nupcial
potamo gr. potamós rio potamografia, potamologia, hipopótamo
pre, pré lat. prae precedência, anterioridade pré, tônico leva sempre hífen pré-história, pré-colombianos, pretérito
preter lat. praeter além, além de que, por diante preternatural, preternormal, pretermitir
primo lat. primus primeiro primogênito, primazia
pro lat. pro para diante de, em benefício ou favor de pró, tônico leva sempre hífen pró-reitor, pró-africano, próclise
proto gr. prôtos primeiro vogal, h, r, s protótipo, protozoário, protostomo
pseudo gr. pseudés enganoso, falso vogal, h, r, s pseudônimo, pseudópode
psico gr. psyché alma, espírito psicologia, psicanálise, psicografia
ptero gr. pterón asa pterodáctilo, ornitoptera, pterópode
quadra, quadri, quadru lat. quadra, quadri, quadru quatro quadrimotor, quadrúpede, quadrilátero
quarti
quilo mil quilograma, quilômetro
quinq quinquagésima
quiro gr. cheír, cheirós mão quiromancia, quiróptero
radico, radic lat. radix, radicis raiz radicais, radicícola
radio lat. radius raio, onda radiologia, raiado, raiado
re lat. re repetição refazer, repensar, recomeçar
recém recente sempre recém-nascido, recém-vindo
reo gr. rheía fluir, escorrer reómetro, reóforo
reti reto retilíneo, retículo
retro lat. retro (movimento) da frente para trás retrógrado, retrospectiva
rinco gr. rhýgchos (rhýnchos) bico, focinho ornitorrinco
rino gr. rhís, rhínos nariz rinoceronte, rinoplastia
rizo gr. rhíza raiz rizófilo, rizotônico
rodo gr. rhódon rosa rodologia
rombo, rombi gr. rhómbos losango, rombo romboedro
sacaro lat. saccharum açúcar sacarose
sacro lat. sacrum sagrado sacrário, sacramentos
sali lat. sal, salis sal salífero, salíneo
sanguino lat. sanguis, sanguinis sangue sanguífero, sanguinolência
saponi lat. sapo, saponis sabão saponária, saponiforme
sarco gr. sárxs, sárkos carne sarcófago
seleno gr. seléne lua selenologia
semi lat. semi metade vogal, h, r, s semimorto, semiconsciente
semio gr. semeíon sinal, indicação semiologia, semiótica
sesqui metade sesquipedal
sidero lat. sidus, sideris astro, estrela sideromância, sideral
sidero, sider gr. síderos ferro siderólito, siderurgia
silvi lat. sylva (var. silva) floresta silvícola, silvicultura
simili lat. similis similaridade similitude
sin gr. sín com, juntamente síncope, síntese
sinistro lat. sinister esquerdo sinistrógiro
sino lat. Sina relativo à China quando não representar adjetivo sinologia, sino-tibetano
sismo gr. seismós tremor de terra sismógrafo, sismologia
sob r
socio, soci lat. socius relativo à sociedade sociologia, sociocultural
soma, somato gr. sôma, sômatos corpo somático
soni lat. somnus sono sonífero, sonolento
sono lat. sonus som sonoro, sonante
sota, soto lat. subtus (var. sùbta) inferioridade sempre sota-ministro, soto-pôr
sub lat. sub posição ou qualidade inferior, insuficiência r, b subsolo, subdesenvolvido, subumano
sulf lat. sulf relativo ao enxofre sulfúrico, sulfato
super, supra lat. super, supra superioridade, posição superior h, r
tafo gr. táphos funeral, tumba
talasso gr. thálassa (var. tálatta) mar talassocracia
tanato gr. thánatos morte tanatofobia, tanatológico
taqueo, taqui gr. tachýs rápido taquicardia, taquigrafia
taur lat. taurus relativo a touro tauromaquia
tax, taxi, taxio gr. táxis ordem, arranjo taxidermia, taxiologia
tecno gr. téchne arte, artifício, indústria tecnologia, tecnocracia, técnica, tecnografia
tele gr. têle de longe, a distância telegrama, telefone, telepatia
teo gr. theós deus, divindade teocracia, teologia
ter
terato, tera gr. téras, tératos monstro teratologia, teratoma
term, termo gr. thérmos calor termômetro, térmica, termologia
tetra gr. tetrá quatro tetrarca, tetraedro
tipo gr. tipos impressão, marca, figura tipografia, tipologia
tiros, tiros gr. týros queijo
tomo gr. tomé corte, seção tomografia
tono gr. tónos tensão, força, tom tonante, tonação
topo gr. tópos lugar, sítio topografia, toponímia
toraco gr. thórax, thórakos peito, tórax cavidade torácica
toxico, toxo lat. toxicum veneno toxicologia
trans lat. trans para além, através, mudança transpor, transversal, transição
traqueo gr. thrakheîa traquéia traqueopulmonar, traqueostomia, traqueotomia
tras
tres
tri gr., lat. tri três trilogia, trissílabo, tricolor
tris gr. tris (var. tri) três
trofo gr. trophé alimento, crescimento trofologia, autótrofo, heterótrofo
trombo gr. thrómbos coágulo trombose
tropo gr. trópos ação de se voltar para tropológico
turbo lat. turbo movimento circular turbina
ultra lat. ultra intensidade, além de vogal, h, s ultra-humano, ultraleve
umbri sombra umbrívago, umbrífero
uni lat. unus um, um só uníssono, unipartidária, universidade
urano gr. ouranós céu, abóbada palatina uranista, uranómetro
uretro uretroscópio, uretralgia
uro gr. oúron urina urologista
uro gr. ourá cauda urodelo, anuro
uxori lat. uxor esposa uxório, uxoricida, uxoriano
vaso lat. vas vasomotor
veloci lat. velox, velocis rápido, veloz velocidade, velocímetro, velocípede
vermi lat. vermis verme vermífugo, vermiforme
vesico bexiga ou relativo a ela vesical
vice lat. vice substituição sempre vice-presidente, vice-prefeito
vini lat. vinum vinho vinicultura, vinícola, vinicultor
viti lat. vitis videira, vinha viticultura
xanto gr. xantós amarelo xantosperma
xeno gr. xénos estrangeiro, hóspede xenofobia, xenomania
xera gr. xerós duro, seco xerófilo
xilo gr. xýlon madeira xilografia, xilogravura
zepto, zetta, zeta lat. septem sete zeptograma
zigo gr. zygón par, união de dois zigofíleas
zinco zinco zincografia
zoo gr. zóon animal zoógrafo, zoologia
yocto, yotta, iocto, iota gr. oito ioctograma, iotabyte
Formação da língua portuguesa
O wikilivro Introdução à língua portuguesa possui uma versão simplificada deste assunto: Formação das palavras

Formação das palavras

editar

Como qualquer idioma vivo e ativo a língua portuguesa sofre constante mudança e evolução, isso pode ser bom, ou não, pois nenhum idioma pode permanecer estático e sem mudanças. Muitas vezes essas mudanças podem ser boas e enriquecedoras mas em outros momentos podem gerar o empobrecimento do idioma, que é uma manifestação cultural de um povo ou nação.

Um idioma pode se desenvolver e evoluir de muitas formas diferentes, seja pela auto-mudança ou através da interação com outras linguagens. É importante observar que essas mudanças que uma linguagem pode sofrer podem variar bastante. Depois de um certo tempo uma palavra que tinha um significado passa a ter outro. Há sempre o nascimento de gírias no modo informal da língua.

Mas um dos pontos mais importantes é o nascimento de novas palavras e esse é ponto principal deste texto.

As palavras podem nascer através de muitos meios:

  • Derivação - Formação das palavras derivadas. Tipos:
  1. Sufixal
  2. Prefixal
  3. Parassintética
  4. Imprópria
  5. Regressão
  6. Hibridismo
  1. Justaposição
  2. Aglutinação

Ver também

editar
 
Wikipedia
Formação da língua portuguesa

Palavras derivadas e primitivas

editar

As palavras podem ser classificadas de acordo com sua formação, em derivadas e primitivas. Chamam-se primitivas as palavras que possuem estrutura simples. As derivadas são as palavras que se formam a partir de uma palavra primitiva. A parte em comum entre estas palavras chama-se radical, que você viu no capítulo anterior.

Derivação

editar

Quando se encontra um radical adicionado de desinências, vogais temáticas, e afixos, temos o exemplo de derivação, que se divide em

Sufixal - Temos esse tipo quando são adicionados morfemas após o radical da palavra, veja:
governo - governador
cessar - cessão
Prefixal - Temos esse tipo quando são adicionados morfemas antes do radical da palavra, veja:
governo - desgoverno
cessar - recessar
Parassintética - Temos esse tipo quando são adicionados morfemas tanto antes como após o radical da palavra, veja:
afunilar - a - funil - ar
enjaulado - en - jaul - ado
Imprópria - Temos esse tipo quando ocorre uma mudança gramatical nas palavras sem alteração da forma, veja:
Porto (cidade) - porto (lugar)
pereira (árvore - substantivo comum) - Pereira (sobrenome - substantivo próprio)
Ney" (vindo) - Ney" (nome)
Regressiva - Temos esse tipo quando o radical é reduzido para se formar uma nova palavra.
Combater - combate
Cantar - Canto
Trabalhar - trabalho
Segurar - seguro
Sacar - saque
Censurar - censura
Resumo - resumir
Comprar - compra
Estremar - estreme
Lanchar - lanche
Pescar - pesca
Por hibridismo - Temos esse tipo quando o radical é formado por palavras de vários idiomas.
Formação da língua portuguesa

Muitas palavras foram e serão formadas por composição, visto que, esse modo de originar novas palavras abre espaço para muitas possibilidades. Palavras formadas por composição originam-se pela união de duas ou mais palavras ou radicais, formando assim uma nova palavra composta, com novo significado. Dentro da formação por composição existem duas formas de unir palavras para gerar uma nova, estas são:

Composição por justaposição

editar

Neste processo as palavras são formadas através da união de duas ou mais palavras e com essa união não há perda ou alteração gráfica ou fonética, ou seja, as palavras após se unirem não sofrem nenhum tipo de alteração na sua escrita ou pronúncia. É importante saber quando e como se usa o hífen, pois muitas palavras formadas por justaposição usam o hífen para ligar-se. Exemplo:

  • Girassol (gira + sol)
  • Cavalo-marinho (cavalo + marinho)

Composição por aglutinação

editar

É semelhante à composição por justaposição, porém, há alteração fonética. Exemplo:

  • Aguardente (água + ardente)
  • Planalto (plano + alto)
  • Hidrelétrica (hidro + elétrica)
Formação da língua portuguesa
Formação      Capítulo IX - Série Morfologia Substantivos

No Português, temos dez classes de palavras. Segue-se uma breve descrição de cada uma delas. Siga os caminhos (links) para obter mais informações. As palavras podem ser, quanto às flexões:

  • Variáveis: substantivo, adjetivo, artigo, numeral, pronome, verbo.
  • Invariáveis: advérbio, preposição, conjunção, interjeição.

Exemplo:

Carlos estava na igreja
Substantivo (Próprio) Verbo (de Ligação, 3ª p. do sin. do pret. imperf. do ind.) Contração (Em + a) Substantivo (Comum)


  • Artigo: palavra que precede o substantivo. Pode determiná-lo de forma precisa ou vaga;
Os irmãos farão um bolo
Artigo (Definido) Substantivo (Comum) Verbo (3ª p. do plur. do fut. do pres. do ind.) Artigo (Indefinido) Substantivo (Comum)


  • Adjetivos: palavra que confere qualidades aos substantivos;

Exemplo:

A gentil moça é bonita
Artigo (Definido) Adjetivo Substantivo (Comum) Verbo (de ligação, 3ª p. do s. do pres. do ind.) Adjetivo


  • Numeral: palavra que indica quantidade de elementos ou uma sucessão deles.

Exemplo:

Nós temos cinco sentidos
Pronome (Pessoal Reto) Verbo (1ª p. do plur. do pres. do ind.) Numeral (Cardinal) Substantivo (Comum)


  • Pronomes: palavra que acompanha ou substitui o substantivo, como pessoa do discurso;

Exemplo:

Ele comprará aquele carro
Pronome (Pessoal Reto) Verbo (3ª p. do sin. do fut. do pres. do ind.) Pronome (Demonstrativo) Substantivo (Comum)


  • Verbo: palavra que designa uma ação, fenômeno natural ou estado do sujeito;

Exemplo:

Eles fazem o barco andar
Pronome (Pessoal Reto) Verbo (3ª p. do plur. do pres. do ind.) Artigo (Definido) Substantivo (Comum) Verbo (Infinitivo Pessoal)


  • Advérbio: palavra que modifica o verbo, adjetivo ou outro dele (o advérbio) conferindo-lhes uma circunstância;

Exemplo:

Estou bem longe da cidade
Verbo (1ª p. do sing. do pres. do ind.) Advérbio (de Intensidade, Superlativo abs. analítico) Advérbio (de Lugar) Preposição (de Lugar) Substantivo (Comum)


  • Preposição: palavra invariável que liga elementos de uma oração, subordinando-os. Cada Preposição é utilizada em uma circunstância;

Exemplo:

Estava sem dinheiro para comprar
Verbo (1ª p. do sing. do. pret. imperf. do ind). Preposição (de Posse) Substantivo (Comum) Preposição (de Fim) Verbo (Infinitivo)


  • Conjunção: palavras invariáveis que servem para conectar orações, estabelecendo entre elas uma relação de dependência ou de simples coordenação;

Exemplo:

Caminhava e ouvia música
Verbo (1ª p. do sing. do pret. imperf. do ind.) Conjunção (Aditiva) Verbo (1ª p. do sing. do pret. imperf. do ind.) Substantivo (Comum)


  • Interjeição: palavra que exprime sentimento, sensação, estados de espírito, ...;

Exemplo:

Oh meu bom Deus!
Interjeição Pronome (Pessoal Possessivo) Adjetivo Substantivo (Próprio)

Exercícios

editar

Agora usando o que você aprendeu, responda as seguintes questões de acordo com as orações:

1

Subst. Adjet. Pron. Verbo Artigo Prep. Advérb.
A
garota
é

2

Subst. Adjet. Pron. Verbo Artigo Prep. Advérb.
Eles
mal
nasceram

3

Subst. Adjet. Pron. Verbo Artigo Prep. Advérb.
Eu
deverei
amá
-los
eternamente

4

Subst. Adjet. Pron. Verbo Artigo Prep. Advérb.
Os
Meninos
brincavam
alegremente

5

Subst. Adjet. Pron. Verbo Artigo Prep. Advérb.
Estava
com
saudades
de
você

6

Subst. Adjet. Pron. Verbo Artigo Prep. Advérb.
Quer
me
matar
de
susto?!

7

Subst. Adjet. Pron. Verbo Artigo Prep. Advérb.
Pulei
fortemente
de
alegria

8

Subst. Adjet. Pron. Verbo Artigo Prep. Advérb.
Ele
estava
muitíssimo
alegre

9

Subst. Adjet. Pron. Verbo Artigo Prep. Advérb.
Aquela
Mulher
é
muito
mais
bonita

10

Subst. Adjet. Pron. Verbo Artigo Prep. Advérb.
Estou
aprendendo
sobre
a
língua
portuguesa

  Ver também: Oração Subordinada Substantiva e Função substantiva
O wikilivro Introdução à língua portuguesa possui uma versão simplificada deste assunto: Substantivos

No português, como em qualquer outro idioma, existem palavras para nomear um ser ou um objeto, uma ação e qualidade ou estado. As palavras que nomeiam seres ou objetos formam a maior classe morfológica da língua portuguesa, os substantivos (ex.: livro, gato, mesa, cama, Brasil, etc).

Qualquer palavra pode ser substantivada, isto é, tornar-se substantivo, bastando precedê-la de um artigo (determinantes). Determinantes sempre precedem substantivos. Exemplo: "O não é uma palavra dura" (não é advérbio, mas por neste caso possuir função de sujeito torna-se substantivo).

Quanto à morfologia

editar

Locução substantiva

editar

É uma locução substantiva qualquer conjunto de palavras que só possuam determinado significado, quando juntas:

Compramos muitos cachorros-quentes à noite no centro de São Luís.
O pretérito mais-que-perfeito é um tempo verbal.

Flexões

editar
  Ver módulo: Flexões dos substantivos

Classificação e formação

editar
  Ver módulo: Classificação dos substantivos
Os substantivos podem ser classificados em:
Comuns e próprios
Comuns são aqueles que dão nome a espéciepessoa, rio, planeta; próprios são aqueles que designam um indivíduo da espécieJoãoAmazonasMarte[2]
Concretos e abstratos
Concretos são aqueles que designam os seres propriamente ditos, isto é, os nomes de pessoas, de animais, vegetais, lugares e coisas: homem, cão, árvore, Brasil, caneta; abstratos são aqueles que designam ações, estados e qualidades: beleza, colheita, doença, bondade, juventude.[3]
Coletivos
São substantivos comuns que, no singular, designam um conjunto de seres ou coisas da mesma espécie. No substantivo coletivo, trata-se de um único ser uma pluralidade de indivíduos: elenco (conjunto de atores); matilha (conjunto de cães de caça); cardume (conjunto de peixes) etc.[2]
Primitivos e derivados
Primitivos são aqueles de que não derivam de outros vocábulos: ex: casa, folha, árvore.
Os derivados são aqueles que procedem de outras palavras (guerreiro é derivado por vir de guerra, guerra + eiro, ferreiro é derivado por vir de ferro, ferro + 'eiro').[4]
Simples e composto
Simples são aqueles substantivos constituídos de um só radical: casa, casarão; compostos são aqueles formados na união de dois ou mais radicais: boca-de-leão, couve-flor, passatempo[4

Quanto à sintaxe

editar

Núcleo

editar
O substantivo atua como núcleo do sujeito, do objeto direto, do objeto indireto, do agente da passiva, do aposto e do vocativo.

Qualquer outra palavra de diferente classe gramatical que desempenhe uma dessas funções na oração equivaler-se-á forçosamente a um substantivo, adquirindo uma função substantiva.[1]

Oração subordinada

editar

Qualquer termo que o substantivo seja núcleo pode se apresentar na forma de uma oração subordinada (oração subordinada substantiva).

Referências

editar
 
Wikipedia
A Wikipédia tem mais sobre este assunto:
Substantivo
  1. Ferreira, Celso, Gramática da Língua Portuguesa, pag. 187
O wikilivro Introdução à língua portuguesa possui uma versão simplificada deste assunto: Flexões dos substantivos

Os substantivos são classificados quanto às suas flexões e quanto aos seus radicais. No caso do português, o substantivo pode variar em gênero, número e grau. Em outros idiomas (como o latim, o grego e o romeno) os substantivos declinam-se em casos gramaticais.

Número

editar
  Ver artigo principal: Plural

A mais simples forma de flexão é quanto à desinência de número. Um determinado substantivo se flexiona em número de acordo com o número de seres ou coisas de mesma espécie ao qual se refere. Quando se refere a um único ser ou coisa, está no singular. Quando se refere a mais de um ser ou coisa, está no plural. A flexão de número segue as regras da concordância nominal.

Gênero

editar

Além da flexão de número, um substantivo pode ser flexionado quanto ao gênero, em feminino e masculino. A flexão de gênero segue as regras da concordância nominal.Exemplo: garota/garoto; diretor/diretora.

  • Biformes
São os que apresentam duas formas, uma para o masculino, outra para o feminino, com apenas um radical. Exemplo: aluno e aluna; traidor e traidora.
  • Heterônimos
São os que apresentam duas formas, uma para o masculino, outra para o feminino, com dois radicais diferentes. Exemplo: bode e cabra; homem e mulher; vaca e boi;
  • Uniformes
São os que apresentam apenas um forma, para ambos os gêneros. Os substantivos uniformes recebem nomes especiais, são eles:
  • Comum de dois gêneros
    São os que têm uma só forma para ambos os gêneros, com artigos distintos. Exemplo: o/a fã; o/a gerente; o/a viajante o/a dentista
  • Sobrecomum
    São os que têm uma só forma e um só artigo para ambos os gêneros. Exemplo: a criança; o carrasco; o animal.
  • Epiceno
    São os que têm uma só forma e um só artigo para ambos os gêneros de certos animais, acrescentando as palavras macho e fêmea, para se distinguir o sexo do animal. Exemplo: a águia; a barata; o pernilongo; o piolho.

O grau dos substantivos é, de uma forma genérica, representado pelos sufixos:

Diminutivo Aumentativo
Masculino Singular -inho -ão
Plural -inhos -ões
Feminino Singular -inha -ona
Plural -inhas -onas

Existem algumas exceções, por exemplo, copo → copinho → copázio.

O wikilivro Introdução à língua portuguesa possui uma versão simplificada deste assunto: Classificação dos substantivos

Aqui temos as formas de classificação dos substantivos existentes na língua portuguesa.

Quanto ao tipo

editar

Comum ou Próprio

editar

Os substantivos podem ser classificados quanto à importância, individualização, especificação do que nomeiam. Assim, são classificados em "comuns" ou "próprios".

Um substantivo que se refira a um ser específico, com nome próprio, de determinada espécie, é um substantivo próprio, condição mostrada pela letra maiúscula. Substantivos que não sejam próprios são classificados como comuns.

Designa um grupo geral de coisas com as mesmas características, geralmente um objeto ou um lugar qualquer sem seus elementos especificados.[1] São grafados em geral com letra minúscula. Exemplo: mulher, cachorro, cidade, loja, livro.

Note que não é qualquer coisa que pode receber o nome de cidade, cachorro, mulher, loja, livro. Para ambos é necessário haver certas características para assim serem chamados.

Próprio

editar

Designa algo específico dentro de um grupo, sendo grafados sempre com letra maiúscula. Indicam um nome, seja ele de um lugar, ser vivo ou obra. O estudo destes é chamado de Onomástica. Exemplo: Ana, Rex, Lisboa, São Paulo, Salvador, Mateus, Luis, Talita, Natanael.

Concreto ou Abstrato

editar

Os substantivos podem ser classificados quanto à possibilidade de formação de uma imagem. Assim, são classificados em concretos ou abstratos.

Ao contrário do senso comum, substantivos concretos não são somente aqueles que podemos ter um contato, ou que podemos pegar com as mãos. Essa definição falha, por exemplo, em substantivos como fogo. Trata-se, realmente, de palavras que designam coisas reais ou fictícias. Quando o substantivo se refere a algo imaginário, sentimental ou sem existência física, é classificado como abstrato. Substantivos abstratos são quase sempre substantivos derivados de verbos ou adjetivos. Por exemplo, o substantivo abstrato soma deriva do verbo somar, o substantivo abstrato atenção deriva do adjetivo atento. Vale lembrar que muitos substantivos abstratos são facilmente identificáveis pelo seu sufixo e também pela estrutura de formação verbal, nesse último caso, um bom exemplo é a palavra soma que é formada verbalmente da palavra somar excluindo-se o r.

Concreto

editar

Designa seres e objetos, que existem fisicamente, na imaginação ou na teoria. Exemplo: casa, cadeira, Deus, carro, elevador, saci, bóson, fada, bola, etc;

Abstrato

editar

Designa ideias, conceitos, sensações, estados e qualidades, que em geral não têm uma imagem concebida (em geral, sem existência física). Exemplo: teoria, desejo, justiça, altura, trabalho, saudade, amor, calor, etc.

Coletivo

editar
  • Há também o caso coletivo. O coletivo é um substantivo que, mesmo no singular, refere-se a um conjunto de seres, como se fossem um único ser. Por exemplo: matilha, o coletivo de cães.

Lista de exemplos de coletivos

editar
  • acervo de livros
  • álbum de retratos
  • arquipélago de ilhas
  • bando de pássaros
  • batalhão de soldados
  • boiada de bois
  • cardume de peixes
  • cacho de uvas
  • cafezal de pés de café
  • cáfila de camelos
  • cambada de gatos
  • classe de alunos
  • constelação de estrelas
  • discoteca de discos
  • enxame de abelhas
  • esquadra de navios
  • esquadrilha de aviões
  • fornada de pães
  • manada de elefantes
  • matilha de cães
  • molho de chaves
  • ninhada de pintos
  • nuvem de insetos
  • penca de bananas
  • quadrilha de ladrões
  • ramalhete de flores
  • rebanho de carneiros
  • resma de papéis
  • tribo de índios
  • tropa de burros

Quanto à formação

editar

Simples ou Composto

editar

Os substantivos podem ser classificados quanto à quantidade de radicais. Assim, são classificados em "simples" ou "compostos".

Simples

editar

Designa substantivos formados por apenas um radical. Exemplo: pente, América, abelha, senzala, país, canção.

Composto

editar

Designa substantivos formados por mais de um radical. Exemplo: pau-brasil, abelha-rainha, girassol, país-membro, afro-americano, samba-canção, pé-de-moleque, aeronaves.

Primitivo ou Derivado

editar

Os substantivos podem ser classificados quanto à origem. Assim, são classificados em "primitivos" ou "derivados".

Primitivo

editar

Designa substantivos não derivados de outros, aqueles que não vêm de outra palavra da língua. Exemplo: terra, fogo, luz, avião, feudo.

Derivado

editar

Designa substantivos formados a partir de um substantivo primitivo existente no idioma. Exemplo:

  • terraterritório
  • fogofogueira
  • luzluminosidade
  • aviãoaviador
  • feudofeudalismo
Observações: Um substantivo pode ser, ao mesmo tempo, derivado de um e primitivo de outro. Exemplo:
  • Pau-brasil origina Brasil
  • Brasil origina brasileiro
Observe que, não há relação entre as palavras pau-brasil e brasileiro, logo, uma não pode ser considerada derivada da outra.

Conclusão

editar

Dessa forma, podem-se classificar todos os substantivos. Seguem alguns exemplos:

  • Guarda-chuvas: substantivo comum concreto composto derivado masculino no plural.
  • Mau-humor: substantivo comum abstrato composto derivado masculino no singular.
  • Ana: substantivo próprio concreto simples primitivo feminino no singular.
  • Bahia: substantivo próprio concreto simples primitivo feminino no singular.
  • Novenas: substantivo coletivo abstrato simples derivado feminino no plural.

Referência

editar
  1. Bechara, Evanildo, Moderna Gramática Portuguesa, pág. 73

A onomástica (ou onomatologia) é o estudo de substantivos próprios, que são os substantivos que individualizam seres e lugares. A onomástica é dividida em dois casos: a antroponímia e a toponímia.

Antroponímia

editar
É a parte da onomástica que estuda os nomes de seres fictícios ou não. Os substantivos são classificados em:
  • Alcunhas - Apelidos
PeléEdison Arantes do Nascimento
KakáRicardo Izecson dos Santos Leite
DungaCarlos Caetano Bledorn Verri
  • Antonomásticos - Substituição do nome por características
A VozFrank Sinatra
O Príncipe dos PoetasCamões
O Rei do CangaçoLampião
  • Cognomes - Nome que recebe um ser histórico
Alexandre, o Grande
Felipe, o Belo
Átila, o Huno
  • Hierônimos - Nomes sagrados
São Gabriel
Virgem Maria
Alá
  • Hipocorísticos - Simplificação de prenomes
BárbaraBarbie
AlexandreAlex
MichaelMike
  • Patronímicos - Sobrenome, apelido de família
Queiroz
Pinheiro
Sales
  • Prenomes - Nomeação comum de cada ser
João
Gabriela
Rafael
  • Pseudônimos - Nome artístico
VoltaireFrançois Marie Arouet
Lima DuarteAriclenes Venâncio Martins
Eugénio de AndradeJosé Fontinhas

Toponímia

editar
É a parte da onomástica que estuda os nomes de lugares e obras. Os substantivos são classificados em:
  • Corônimos - Subdivisões administrativas
Território do Norte
Distrito Federal
Algarve
  • Etnônimos - Povos
Judeus
Gregos
Visigodos
  • Exotopônimos - Países, regiões e cidades.
Alemanha
Bratislava
Belfast
  • Hidrônimos ou Potamônimos- Rios, arroios e cursos de água.
Rio Amazonas
Rio Tejo
Rio Zambeze
  • Heteroglotônimos - Idiomas
Eslovêno
Finlandês
Dinamarquês
  • Intitulativos - Sindicatos, estabelecimentos, artigos, livros, obras artísticas e semelhantes
Mona Lisa
Instituto Smithsoniano
Os Lusíadas
  • Limnonimos - Lagos, lagoas e semelhantes
Lago Aral
Laguna dos Patos
Lago Superior
  • Nesônimos - Ilhas e arquipelagos
Açores
Cabo Verde
Anhatomirim
  • Orônimos - Montes, montanhas, cordilheiras e semelhantes
Monte Aconcágua
Cordilheira do Himalaia
Pico da Esperança
  • Politônimos - Cidades
Belo Horizonte
Lisboa
Díli
  • Talassônimos - Oceanos, mares e semelhantes
Mar Mediterrâneo
Oceano Pacífico
Mar Cáspio
  • Urbanos - Vias, ruas, praças e semelhantes
Praça da Sé
Rodovia Panamericana
Rodovia Transamazônica

Alteração linguística

editar

Diferentemente da transformação de substantivos comuns e antropônimos, os toponímicos sempre são originados da língua da região em que se localiza determinado lugar, povo, ou idioma, e não são originados do latim ou grego, como de costume às demais palavras. Muitos substantivos próprios sofrem adaptações da língua natural ao português, principalmente para facilitar a pronúncia e a escrita. Esses substantivos são classificados como exônimos. Ao mesmo tempo, há substantivos em que não é necessário qualquer transformação, os endônimos. Exemplo:

AlemanhaDeutschland
FinlandêsSuomi
JudeusYehudi

Outros casos

editar
  • Tautologia - É um caso particular, em que, o substantivo é uma tradução de seu hipônimo. Exemplo: Lago Chade (Chade no idioma kanuri significa lago);
  • Nome científico - É o nome que quaisquer seres vivos são internacionalmente reconhecidos. Exemplo: Canis familiaris (cão doméstico).

O artigo é uma classe de palavras que pode ter função em alguns casos muito importante na frase, outras vezes nem tanto (já que é um adjunto adnominal - um termo acessório à oração). O artigo, em morfologia, é um determinante (acompanha substantivos). Dão algumas informações ao substantivo, tais como o gênero, o número e a importância. Por modificarem um substantivo, possuem função adjetiva.

Classificação

editar

Na língua portuguesa, existem ao total, oito artigos. São eles:

Artigos definidos
masculino feminino
singular
o
a
plural
os
as
Artigos indefinidos
masculino feminino
singular
um
uma
plural
uns
umas

Exemplos:

  • o livro
  • os livros
  • um livro
  • uns livros
  • a casa
  • as casas
  • uma casa
  • umas casas
  • o homem
  • os homens
  • um homem
  • uns homens
  • a mulher
  • as mulheres
  • uma mulher
  • umas mulheres

Funções

editar
  • O artigo sempre acompanha o substantivo (podendo este estar tanto antes como depois dos adjuntos adnominais), concordando com ele e indicando a ele o gênero e o número (é facultativo o uso destes quando juntos a substantivos próprios ou preposições - no caso das preposições, quando é algo comum a todas as coisas de determinada espécie). Antes de certos determinantes, não ocorre seu uso:
A raça humana evoluiu com o tempo.
Os cogumelos são os corpos de frutificação de vários fungos.
Uns gostam, outros não.
  • Na língua portuguesa, há artigos definidos e indefinidos que indicam, respectivamente, se o substantivo se refere a uma coisa específica (o, a, os, as) ou se, por outro lado, se refere a qualquer coisa pouco clara, que pode ser aleatoriamente nomeada (um, uma, uns e umas):
uns dias estará curado. (não se sabe a quantidade exata de dias)
Este foi o melhor acontecimento que me ocorreu. (sabe-se que foi um acontecimento único, o melhor)
As árvores foram cortadas.
A corrente marítima carrega a água de uma temperatura a locais de diferentes temperaturas.
  • Antes de substantivos no predicativo, é utilizado para seu sentido maximizar ou rebaixar:
Ele era o atacante e não um atacante.
Não foi qualquer evento, mas o evento.
Tu leste o livro antes das seis horas?
A minha vida passou nos meus olhos num segundo.
Tiveram (a) sorte?
Entrei em (umas) lojas.
  • Podem estar referidos a substantivos que estão na forma elíptica:
Fecharemos às 7 (horas).
  • Não são usados quando os substantivos já estão determinados:
Estas cerejas estão muito doces.
De todos que tinham, aqueles carros eram os mais belos.
  • Substantivam palavras (transformam qualquer palavra em substantivo):
Qual o porquê disto?
Artigos  Capítulo XII - Série Morfologia Numerais
  Ver também: Oração Subordinada Adjetiva, Predicativo, Adjunto Adnominal e Função adjetiva
O wikilivro Introdução à língua portuguesa possui uma versão simplificada deste assunto: Adjetivos

Adjetivos atuam basicamente como modificadores dos substantivos e dos pronomes, flexionando-se em gênero, número e grau, ocorrendo a concordância nominal. Os advérbios podem maximizar, negar, modificar o sentido dos adjetivos. Sua função gramatical pode ser comparada com a que o advérbio tem em relação aos verbos, adjetivos e outros advérbios. Exemplo:

  • Estava tudo muito bom para ser verdade.
muito → Advérbio de intensidade
bom → Adjetivo, o resultado final é o adjetivo intensificado
  • Ele não estava contente.
não → Advérbio de negação
contente → Adjetivo, o resultado final é o adjetivo negado
  • A cobra é peçonhenta.
cobra → Substantivo
peçonhenta → Adjetivo alterando o substantivo
  • Ele não estava contente.
Ele → Pronome substantivo
não + contente → Locução adjetiva, o resultado final é contente negado pelo advérbio, modificando o substantivo

Quanto à morfologia

editar

Tipos de adjetivos

editar

Os adjetivos podem ser:

De qualidade ou estado - São os mais comuns de aparecerem:
  • A camisa é verde claro.
  • O vidro era resistente.
De lugar ou origem - São os adjetivos pátrios:
  • Eles são húngaros. (da Húngria)
  • Você é angolano? (da Angola)

Locução adjetiva

editar

A locução adjetiva pode ser apresentada pelas seguintes formas:

O aquecimento global. = O aquecimento do globo.
A festa natalina. = A festa de natal.
O povo brasileiro. = O povo do Brasil.
A locução adjetiva. = A locução do adjetivo.
Ela é a minha amada.
Nós somos médicos doutores.

Flexão

editar
  Ver módulo: Flexão dos Adjetivos

Classificação

editar
  Ver módulo: Classificação dos adjetivos

Quanto à sintaxe

editar

O adjetivo pode aparecer de duas formas:

Aquelas plantas estranhas são de origem polinésia.
Os pequenos detalhes são os diferenciais.
Aquelas plantas estranhas são de origem polinésia.
Os pequenos detalhes são os diferenciais.

Oração subordinada

editar

O adjetivo pode estar na forma de uma oração subordinada (oração subordinada adjetiva):

Estas são as fotografias que tiramos. (= Estas são as fotografias tiradas.)
Estes são os pássaros que capturamos. (= Estes são os pássaros capturados.)

Função

editar

Qualquer palavra de diferente classe gramatical que modifique um substantivo equivaler-se-á forçosamente a um adjetivo, adquirindo uma função adjetiva.

 
Wikipedia
A Wikipédia tem mais sobre este assunto:
Adjetivo

Como o adjetivo concorda sempre com o substantivo, sofrerá as mesmas flexões que ele:

  • Gênero (masculino e feminino)
  • Número (singular e plural)
  • Grau (comparativo e superlativo)

Flexão

editar

Gênero

editar
  • Biformes – possuem duas formas, uma para indicar cada gênero:
Que garota bonita!
Que garoto bonito!
A gata é fofinha.
O gato é fofinho.
  • Uniformes – possuem apenas uma forma para indicar os dois gêneros:
Camilla era inteligente.
Gustavo era inteligente.
Os pêlos eram cinza.
As penas eram cinza.
Observações: Nos adjetivos compostos, somente o gênero do último elemento varia.

Número

editar
  • Adjetivos simples – seguem as mesmas regras dos substantivos simples para flexionarem em número:
legal → legais
gentil → gentis
inteligente → inteligentes
  • Adjetivos compostos – só o segundo elemento varia:
sapato marrom-escuro → sapatos marrom-escuros
folha verde-amarelada → folhas verde-amareladas

A flexão de grau corresponde à variação em intensidade da qualidade expressa pelo adjetivo (veja mais em advérbios).

Grau comparativo

  • Igualdade. Exemplo: Este cão é tão feroz quanto aquele.
  • Superioridade. Exemplo: Este cão é mais feroz que aquele.
  • Inferioridade. Exemplo: Este cão é menos feroz que aquele.

Grau superlativo

Absoluto
  • Sintético. Exemplo: Este cão é ferocíssimo.
  • Analítico. Exemplo: Este cão é muito feroz.
Relativo
  • Superioridade. Exemplo: Este cão é o mais feroz do bairro.
  • Inferioridade. Exemplo: Este cão é o menos feroz do bairro.

A classificação dos Adjetivos possui algumas semelhanças com a classificação dos substantivos. Os adjetivos podem ser:

  • Primitivos ou derivados;
  • Simples ou compostos.

Primitivo ou Derivado

editar

Os adjetivos podem ser classificados quanto a origem:

  • Primitivo

São as palavras que vem primeiramente na cadeia de origens, as outras palavras derivam-se destas. Exemplo:

Bela → Beleza
Magro → Magreza
Justo → Justiça
  • Derivado

São os adjetivos que derivam de outras palavras, geralmente de verbos. Exemplo:

Plantar → Plantado
Completar → Completo
Cerca → Cercado

Simples ou Composto

editar
  • Simples

São os mais comuns de encontrar. São formados por uma palavra. Exemplo: Rico, Triste, Alto.

  • Composto

São os adjetivos formados por mais de uma palavra. Exemplo: Amarelo-claro, Professor universitário.

Adjetivos Capítulo XIII - Série Morfologia  Pronomes
O wikilivro Introdução à língua portuguesa possui uma versão simplificada deste assunto: Numerais

Numeral é a palavra que qualifica os seres em termos numéricos, isto é, que atribui quantidade aos seres ou os situa em determinada sequência.

Observações: Não confundir numeral com plural e com o artigo indefinido

Cardinais - Expressam a quantidade exata de seres:

  • Duzentas pessoas se manifestaram.
  • Na verdade, ocorreu só após passarem quarenta dias.

Ordinais - Expressam ideia de ordem, de posição em uma determinada série:

  • Quem chega primeiro, consegue comprar os ingressos.
  • Estamos no terceiro milênio.

Multiplicativos - Expressam ideia de multiplicação, indicando quantas vezes a quantidade foi aumentada:

São muito usados no âmbito matemático. Apenas duplo, dobro e triplo são de uso corrente, os demais pertencem à linguagem erudita. Em seu lugar, usa-se o cardinal seguido da palavra vezes: cinco vezes, sete vezes, treze vezes.

  • Doze é o dobro de seis.
  • Às vezes, as palavras possuem duplo sentido.
  • Gastamos o triplo do que costumamos.

Fracionários - Expressam ideia de divisão, de fração, indicando em quantas vezes a quantidade foi dividida:

Embora sejam muito usados na matemática, também se verifica seu uso em linguagem do dia a dia e na área administrativa e financeira. Apresentam as formas próprias meio, metade e terço. Os demais são expressos pelo numeral ordinal correspondente, quando se trata de um só radical (quarto, sexto, oitavo, nono), pelo cardinal correspondente seguido da palavra avos, quando se trata de forma composta (quinze avos, dezesseis avos, vinte e quatro avos, cento e treze avos). Com exceção de meio, os numerais fracionários vêm antecedidos de um cardinal, que designa o número de partes da unidade: dois terços, três quaertos, cinco sextos, sete oitavos, oito nonos, nove décimos.

  • Metade do que tínhamos, ganhamos por sorte.
  • O atleta ganhou por um décimo de segundo.
Observações:
  • Todos os numerais concordam com o nome, exceto os multiplicativos que sempre são masculinos.
  • Geralmente os multiplicativos vêm precedidos de artigos, os fracionários é opcional o uso.

Escalas de numeração

editar

Existem dois sistemas de numeração, o curto e o longo. Na língua portuguesa, podemos encontrar os dois tipos, o sistemas de numeração longa em Portugal e de numeração curta no Brasil. A diferença é que no sistema de numeração curto há três classes por ordem, e no longo há quatro classes por ordem (exceto na simples e nas dos milhares). Veja:

Numeral Leitura Ordem
1 000 000 um milhão dos milhões
10 000 000 dez milhões dos milhões
100 000 000 cem milhões dos milhões
1 000 000 000 um bilhão (Brasil), mil milhões (Portugal) dos bilhões (Brasil), dos milhões (Portugal)
10 000 000 000 dez bilhões (Brasil), um bilião (Portugal) dos bilhões (Brasil), dos biliões (Portugal)

É importante notar que na escrita das nomenclaturas das ordens, a partir da terceira, no português do Brasil escreve-se com h, e no português europeu com i (bilhões ≠ biliões).

Nomenclatura dos cardinais

editar
Cada algarismo representa uma classe (unidade da ordem, dezena da ordem ou centena da ordem). Ordem é cada parte do número que possui nomenclatura especial: simples (sem nomenclatura), milhares, milhões, bilhões, trilhões, quatrilhões, pentilhões, etc

Os numerais cardinais possuem uma forma de escrita, que pode variar em algumas regiões:

Números com uma ordem
  • 1 - Entre a dezena, centena e unidade, sempre haverá a conjunção e (exceto números entre 11 e 19 e divisíveis por 10);
  • 2 - As classes nulas não possuem nomenclatura, ou seja, não há conjunção para introduzi-las (os números divisíveis por 10 - obviamente, todos possuem ao menos uma classe nula - possuem nomenclatura);
Números com mais de uma ordem
  • 3 - As ordens nulas (zero centenas, zero dezenas e zero unidades) não possuem nomenclatura;
  • 4 - A partir da decomposição de ordens do número (cada ordem segue a regra 1 e 2), os colocamos lado a lado, do maior ao menor;
  • 5 - Separamos as ordens uma da outra;
  • 6 - Para números com até duas ordens, colocamos a conjunção e, separando-as. Esta regra não aplica-se a números em que existe centenas na ordem simples, exceto se houver apenas a centena e não houver as dezenas e unidades;
Números com duas ou mais ordens não-nulas
  • 7 - Introduzimos cada ordem por vírgula (cada ordem segue as regras 1 e 2).
  • 8 - A ordem simples e a ordem dos milhares podem seguir as regras 3, 4, 5 e 6. As demais, a regra 7.

Quadro de numerais

editar
  Ver módulo: Tabela de Numerais

Semântica

editar

Os numerais possuem duas funções:

  • Numerais substantivos: são aqueles que podem substituir outros substantivos, os numerais coletivos;
  • Numerais adjetivos: são aqueles que modificam o substantivo, dando uma quantidade ou uma parte, são os demais.

Flexão do numeral

editar

Cardinais - Variam em gênero os cardinais um, dois e centenas de duzentos em diante: um / uma, dois / duas, trezentos / trezentas.

Milhão, bilhão, trilhão etc. variam em número: milhões, bilhões, trilhões etc. Os demais são invariáveis

Ordinais - Todos variam em gênero e número: terceiro / terceira / terceiros / terceiras, centésimo / centésima / centésimos / centésimas

Multiplicativos - Invariáveis com função substantiva. Exemplo: Arrecadou-se o triplo dos impostos relativos ao do ano passado e liquidou-se o dobro da dívida do mês passado.

Com função adjetiva, variam em gênero e número. Exemplo: Bebi dois copos triplos de suco e três copos duplos de leite.

Fracionários - Variam em gênero e número: um terço / dois terços, uma terça parte / duas terças partes. Exemplo: Gastei dois terços do salário em remédios e tarefas diárias.

Coletivos - Variam em número: duas dúzias / três dezenas / quatro centenas / cinco séculos / seis milênios / sete hectares / oito novenas / nove resmas / dez quarentenas / onze lustros / doze quinquênios.

Emprego dos numerais

editar

Na indicação de papas, reis, imperadores, séculos, capítulos e partes de uma obra, quando se usam algarismos romanos depois do substantivo, usa-se o ordinal até dez e o cardinal de onze em diante.

Exemplos: Dom Pedro I (primeiro) / Dom João VI (sexto) / Felipe II (segundo) / João Paulo II (segundo) / Henrique VIII (oitavo) / Pio X (décimo)

João XXIII (vinte e três) / Bento XVI (dezesseis) / Luís XV (quinze) / Capítulo XIX (dezenove) / Século XXI (vinte e um)

Quando o algarismo romano vem antes do substantivo, a leitura será sempre como ordinal.

Exemplo: III Salão do Automóvel (terceiro) / IV Feira Literária (quarta) / VII Feirão da Casa Própria Caixa (sétimo) / V Encontro de Casais com Cristo (quinto)

Na indicação de artigos, incisos, parágrafos, circulares, avisos, leis, decretos e portarias, ou seja, em linguagem jurídica, usa-se o ordinal até nove e o cardinal de dez em diante, em síntese, textos e documentos oficiais.

Exemplos: Artigo 2 (segundo) / Inciso 8 (oitavo) / Parágrafo 6 (sexto) / Artigo 10 (dez) / Inciso 18 (dezoito) / Parágrafo 34 (trinta e quatro)

Na indicação de páginas, folhas, casas, apartamentos, cabines de navio, poltronas de cinema etc., usam-se os cardinais nas indicações comuns.

Exemplos: Apartamento 301 (trezentos e um), Casa 420 (quatrocentos e vinte), Página 250 (duzentos e cinquenta), Folha 170 (cento e setenta)

Os termos anterior, posterior, derradeiro, extremo, final, último, penúltimo, antepenúltimo, anteroposterior e outros semelhantes não se classificam como numerais, apesar de indicarem posição dos seres: são adjetivos.

Os cardinais catorze, dezesseis, dezessete, dezenove, bilhão e trilhão admitem as formas quatorze, dezasseis, dezassete, dezanove, bilião e trilião.

Os ordinais septuagésimo, trecentésimo, seiscentésimo, septingentésimo e nongentésimo admitem as formas setuagésimo, tricentésimo, sexcentésimo, setingentésimo e noningentésimo.

Porém, não existem as formas octagésimo e cincoenta. O uso de 'hum mil' em preenchimento de cheques é exclusivo para sistema financeiro e prática bancária, apesar de 'hum' ser uma interjeição, o uso de 'hum' evita a transformação do um na palavra cem.

Na linguagem jurídica, o numeral aparece flexionado: a folha trinta e uma, a folha vinte e duas.

Não devemos abusar do emprego dos algarismos romanos. Nomes de logradouros públicos devem trazer algarismos arábicos. Ex.: Rua 15 de Novembro (e não Rua XV de Novembro), Avenida 11 de Agosto (e não Rua XI de Agosto). Observe que ninguém usa: Rua I de Maio, Avenida VII de Setembro, Largo II de Julho, Praça XXXI de Março.

A expressão meia dúzia (também reduzida a meia) substitui o cardinal seis, principalmente em números de telefone.

A forma fracionária duodécimo é de uso normal, na linguagem administrativa, nas áreas em que a distribuição orçamentária se processa por parcelas mensais.

Como em certos jogos, as cartas, pontos ou pedras são designados pelas palavras ás, duque, quadra, quina e terno, a forma ás, equivalente a primeiro, passou a designar os campeões, especialmente dos esportes.

Certos ordinais, frequentemente usados para expressar qualidades, tornaram-se verdadeiros adjetivos: de primeira categoria, de segunda qualidade.

A forma reduzida primo, de primeiro, é usada no substantivo composto obra-prima, para indicar graus de parentesco (primos) e na matemática (números primos).

Usa-se cento na designação dos números entre cem e duzentos, precedido de artigo, com valor de substantivo e na expressão cem por cento.

Os numerais em português/ classificação palavras

editar
Romanos Números Cardinais Ordinais Multiplicativos Fracionários Coletivos
I 1 um primeiro simples
II 2 dois segundo duplo ou dobro meio ou metade duo, dueto, dupla
III 3 três terceiro triplo ou tríplice terço trio
IV 4 quatro quarto quádruplo quarto quarteto
V 5 cinco quinto quíntuplo quinto quinteto, quina,

quinquênio

VI 6 seis sexto sêxtuplo sexto sexteto
VII 7 sete sétimo séptuplo sétimo septeto
VIII 8 oito oitavo óctuplo oitavo octeto
IX 9 nove nono nônuplo nono novena
X 10 dez décimo décuplo décimo dezena, década, dectuplo
XI 11 onze undécimo ou décimo primeiro undécuplo undécimo ou onze avos undéctuplo
XII 12 doze duodécimo ou décimo segundo duodécuplo duodécimo ou doze avos dúzia, duodéctuplo
XIII 13 treze tredécimo, trezeno, tércio-décimo ou décimo terceiro treze avos triodéctuplo
XIV 14 quatorze (catorze) décimo quarto catorze avos quadriodéctuplo
XV 15 quinze décimo quinto quinze avos quintiodéctuplo
XVI 16 dezesseis (dezasseis) décimo sexto dezesseis avos sextiodéctuplo
XVII 17 dezessete (dezassete) décimo sétimo dezessete avos septiodéctuplo
XVIII 18 dezoito décimo oitavo dezoito avos octiodéctuplo
XIX 19 dezenove (dezanove) décimo nono dezenove avos noviodéctuplo
XX 20 vinte vigésimo vinte avos vigintuplo
XXI 21 vinte e um vigésimo primeiro vinte e um avos unvigintuplo
XXX 30 trinta trigésimo trinta avos trintena, trigintuplo
XL 40 quarenta quadragésimo quarenta avos quarentena, quadragintuplo
L 50 cinquenta quinquagésimo cinquenta avos quinquagintuplo
LX 60 sessenta sexagésimo sessenta avos sexagintuplo
LXX 70 setenta septuagésimo ou setuagésimo setenta avos septuagintuplo
LXXX 80 oitenta octogésimo oitenta avos octogintuplo
XC 90 noventa nonagésimo noventa avos nonagintuplo
C 100 cem/cento centésimo cêntuplo centésimo centena, cento
CC 200 duzentos ducentésimo duzentos avos duocentigintuplo
CCC 300 trezentos trecentésimo ou tricentésimo trezentos avos triocentigintuplo
CD 400 quatrocentos quadringentésimo quatrocentos avos quadricentigintuplo
D 500 quinhentos quingentésimo quinhentos avos resma, quincentigintuplo
DC 600 seiscentos seiscentésimo ou sexcentésimo seiscentos avos
DCC 700 setecentos septingentésimo ou setingentésimo setecentos avos
DCCC 800 oitocentos octingentésimo oitocentos avos
CM 900 novecentos nongentésimo ou noningentésimo novecentos avos
M 1 000 mil milésimo milésimo milhar
X 10 000 dez mil dez milésimos dez mil avos
C 100 000 cem mil cem milésimos cem mil avos
M 1 000 000 um milhão ou milião* milionésimo milionésimo
M 1 000 000 000 um bilhão (ou bilião) bilhonésimo bilhonésimo
M 1 000 000 000 000 um trilhão (ou trilião) trilhonésimo (bilionésimo) trilionésimo (bilionésimo)
Milião não é aceito por todos os gramáticos
Observações: Não confundir a expressão "bilhão" que é usada no Brasil para expressar o número 1 000 000 000, com o termo "bilião", usado em Portugal para significar 1 000 000 000 000. Os termos entre parêntes referem-se à escrita dos números em Portugal.

Pronomes são palavras que exercem função nominal, seja para substituir um substantivo, seja para acompanhá-lo (determinando o seu significado). Quando ocupa o espaço normalmente destinado para substantivos (substituindo-o), o faz indicando a pessoa (se é 1º, 2º ou 3º pessoa), o número (se é singular ou plural) e o gênero (masculino ou feminino) da pessoa do discurso. Quando apenas acompanha o substantivo, o pronome modifica, de alguma forma, a relação da pessoa do discurso com o substantivo que acompanha. Também pode ser usado nos diálogos entre narrador e interlocutor.

Função

editar

A função do pronome pode ser de substantivo ou adjetivo. Quando o pronome substitui um substantivo na frase, denomina-o de pronome substantivo. Quando o pronome acompanha um substantivo, determinando o seu significado, denomina-o de pronome adjetivo.

  • Pronome substantivo: Ela não entende nada de dinheiro → o pronome pessoal reto da 3° pessoa Ela, nessa frase, poderia ser qualquer pessoa, como por exemplo: Maria não entende nada de dinheiro. Nesse caso, não seria um pronome, mas sim um substantivo próprio (Maria), a exercer a função de núcleo do sujeito.
  • Pronome adjetivo: Entregue seu destino nas mãos de Deus → o pronome possessivo masculino da 3° pessoa seu acompanha o substantivo destino, determinando-o, pois não é o meu destino, ou o destino de qualquer outra pessoa, é o seu destino. Nesse caso, o pronome se assemelha a um adjetivo, concordando em número e gênero com o substantivo que o acompanha.

Classificação dos pronomes

editar

Os pronomes podem ser classificados em seis tipos, conforme a seguir (clique nos links para obter mais informações sobre aquele tipo de pronome):

  • Pessoais: Os pessoais apontam para algum participante da situação da fala: eu, tu, ele, eles, nós, mim, comigo, você, vossa excelência, etc. Os pronomes pessoais podem ser retos, oblíquos ou de tratamento:
Eu amo aquela garota
Entregue-me os teus pertences!
Você irá comigo
  • Possessivos: Os possessivos indicam a quem pertence algo, geralmente transmitindo a ideia de posse:
Ele é meu melhor amigo.
Estas frutas são de tua cidade?
Nossas riquezas foram multiplicadas.
  • Demonstrativos: Os pronomes demonstrativos determinam o sujeito no espaço ou no tempo:
Este é um bom livro.
Aquelas mulheres não paravam de rir.
É muito estranho tudo isso.
  • Relativos: Os pronomes relativos referem-se a termos já expressos anteriormente, relativando seus significados:
Os estudantes que tiraram a farda na cerimônia de formatura estão em sarilhos.
Objetos os quais perdidos serão devolvidos.
O dólar, que é a moeda dos Estados Unidos, é bastante valorizado.
  • Interrogativos: Os pronomes interrogativos são usados na construção de perguntas, transmitem a ideia de dúvida:
Quem está aí?
Sabe quem assassinou a jovem?
Tu queres o quê?
  • Indefinidos: Os pronomes indefinidos preenchem um espaço numa frase deixando imprecisa uma pessoa, uma coisa ou um lugar, que representam:
Você precisa de algo?
Ninguém deixará esta sala.
Quaisquer pessoas aqui serão bem recebidas.


Observações: Os pronomes pessoais serão sempre pronomes substantivos, pois sempre se pode substituí-los por um substantivo, ou representá-lo, e vice e versa; os demais pronomes são, normalmente, pronomes adjetivos, mas podem assumir a forma substantiva dependendo do caso, como por exemplo:
  • Aqueles são os inimigosAqueles exerce a função substantiva, podendo até mesmo ser substituído por um substantivo, como por exemplo: Os alemães são os inimigos. Portanto, pronome substantivo;
  • Aqueles meninos não têm futuroAqueles determina o substantivo, pois explica quais são os meninos que não têm futuro, e ainda concorda em número (plural) e gênero (masculino) com o substantivo meninos, como se fosse um adjetivo. Portanto, pronome adjetivo.

Os pronomes pessoais possuem as funções de substituir o nome de um ser e, ao mesmo tempo, situá-lo em relação a pessoa gramatical do discurso; ou seja, indicar quem fala (1.ª pessoa), com quem se fala (2.ª pessoa) ou de quem se fala (3.ª pessoa), tanto no singular quanto no plural.

Subdividem-se os pronomes pessoais em três tipos: pronome reto e pronome oblíquo (que dependem da função sintática que exercem); e pronome de tratamento:

  • Pronome reto: exerce função de sujeito.
Eles caminharam no deserto por anosEles atua como sujeito da oração (os pronomes retos, quando aplicados, serão sempre o sujeito de algum verbo que o acompanha e estarão, muitas vezes, oculto na frase).
  • Pronome oblíquo: exerce a função de complemento ou de objeto (direto ou indireto).
Entregue-me o que é seu → o pronome oblíquo me é o objeto indireto do verbo entregar (regido por preposição, pois entrega a alguém)
Venha comigo para o sul → o pronome oblíquo comigo atua como complemento do verbo vir, regido pela preposição com
Enterre-o no jardim → no terceiro exemplo, o pronome átono "o" é objeto direto (sem a presença de preposição, pois enterra algo ou alguma coisa);
  • Pronome de tratamento: são certas palavras e locuções (com formas próprias) aplicadas em casos especiais e considerando a importância do ser a que se quer dirigir a comunicação. São usados tanto como sujeito como objetos verbais.
Vossa Excelência é um exemplo de honestidade.

Os pronomes retos e oblíquos podem assumir as seguintes formas, conforme tabela abaixo:

Pronomes pessoais
Número Pessoa Retos Oblíquos
Átono Tônico
Singular 1.ª eu me mim, comigo
2.ª tu te ti, contigo
3.ª ele, ela o, a, lhe ele, ela, se, si, consigo
Plural 1.ª nós nos nós, conosco
2.ª vós vos vós, convosco
3.ª eles, elas os, as, lhes eles, elas, se, si, consigo

Pronomes retos

editar

Os pronomes retos são, por excelência, pronomes substantivos, portanto, servem de substitutos dos substantivos e para representar a pessoa da oração:

Eu sou um ótimo estudante → o pronome eu substitui o nome do ser (ou seja, o substantivo) que é um ótimo estudante, por exemplo: Marcos é um ótimo estudante;
Nós partiremos nesta noite → os seres que partirão esta noite estão, resumidamente, representados pelo pronome nós;

Formas

editar

Os pronomes pessoais retos podem mudar de forma (flexionar), dependendo do número (singular ou plural) e da pessoa gramatical (1.ª, 2.ª ou 3.ª pessoa) do discurso, conforme abaixo:

Pronomes retos
Singular Plural
1.ª pessoa Eu Nós
2.ª pessoa Tu Vós
3.ª pessoa Ele, Ela, Você Eles, Elas, Vocês
Observação: É possível contrair as formas ele(s), ela(s) com as preposições de e em, formando as formas: dele(s), dela(s), nele(s) e nela(s). Essas formas costumam ser aplicadas quando exercem a função de predicativo do sujeito, normalmente indicando pertencimento ou localização, como por exemplo: O brinquedo é dele. Entretanto, quando o pronome exerce a função de sujeito de um verbo, a preposição não se une ao pronome: A culpa de ela quebrar o vaso é minha.

Não se deve usar os pronomes retos de maneira indiscriminada; pois, no português, a desinência verbal, normalmente, é suficiente para indicar o número e a pessoa gramatical do sujeito da ação verbal.

Como o verbo concorda em número e pessoa com o sujeito a que se refere (nesse caso, sob a forma de um pronome reto) é possível, por meio da concordância verbal, deduzir a forma do pronome, mesmo que ele não esteja visível na frase (formando um sujeito oculto ou elíptico). Exemplos:

Sou um ótimo estudante → a forma que o verbo ser se apresenta é suficiente para deduzir que o sujeito da frase é o pronome reto eu, que está oculto;
Partiremos nesta noite → a desinência verbal emos do verbo partir indica que o sujeito da frase é o pronome reto Nós;

Os principais usos do pronome reto são as seguintes:

  • Quando se deseja dar ênfase ao sujeito, mas sem revelar o seu nome (ou sem determiná-lo); geralmente repetindo-o ou, simplesmente, não o ocultando:
Eu, mesmo doente, sobrevivi, mas ela não resistiu;
Ele entrou silencioso. Ele não sabia onde estava.
  • Quando se deseja opor duas pessoas, ou quando há contraste entre elas:
Eu vou naquela direção, tu vais para esta;
No fim, eu choro e ela ri;
Ambos estávamos doentes. Eu, sobrevivi. Ela não resistiu.
  • Quando se deseja representar um substantivo já anteriormente mencionado:
O Presidente é uma pessoa simpática. Ele não se cansa de abraçar o seu povo
Observação 1: Como o pronome ele e ela pode representar qualquer substantivo já mencionado, deve-se evitar ambiguidades quando o pronome se referir a dois sujeitos diferentes, por exemplo:
Cláudia pediu para Maria que ela saísse primeiro → é ambígua a frase, pois não se sabe quem deve sair primeiro, Cláudia ou Maria.

Observação 2: Quando se quer dar ênfase ao pronome-sujeito, costuma-se usar as palavras mesmo e próprio anterior ou posteriormente ao pronome. Esse mecanismo serve apenas para realçar o sujeito, imprimindo-lhe uma importância diferenciada:

  1. Ela própria assumiu o controle;
  2. Mesmo eu não pude detê-lo

Função sintática

editar

Os pronomes retos, por serem os substitutos dos substantivos, podem exercer algumas funções sintáticas próprias de substantivos, conforme abaixo:

  • Exerce função de sujeito:
Ela é uma garota insensata;
Lutarei até o fim (com o sujeito Eu elíptico).
Ainda é ele em cada palavra;
Ele será tu em poucos dias.
  • Exerce função de vocativo (apenas nos pronomes tu e vós):
Ó vós, Senhor do Mundo, que és o possuidor do poder divino;
Ó tu, sim, és o filho perdido.
Observação: Pelo fato de os pronomes retos exercerem a função de sujeito, em frases onde há a presença do verbo, deve-se utilizar os pronomes retos. Onde não há a presença do verbo, utiliza-se os pronomes oblíquos. Por exemplo:
  1. Esse dinheiro é para eu gastar → o pronome eu (pronome reto) é o sujeito do verbo gastar, portanto, é errada a construção: "Esse dinheiro é para mim gastar", pois o mim (pronome oblíquo) jamais será sujeito, e sim complemento (lembre-se de que é a função sintática que separa os pronomes retos dos oblíquos);
  2. Esse dinheiro é para mim → nesse caso, o mim exerce a função que é própria dos pronomes oblíquos (de complemento do verbo), portanto, essa construção está correta.

Como regra, deve-se observar se há a presença de verbo acompanhando o pronome (o que exigiria que esse pronome fosse o sujeito desse verbo). Se o pronome em questão precisa ser o sujeito, então este será um pronome reto, se não houver verbo, o pronome assumirá a forma oblíqua.

Na língua falada, é muito comum o uso dos pronomes retos ele e ela na função de objeto, como por exemplo, quando se diz: Vi ele passar, Deixei ela pra trás, enquanto o correto seria o uso das formas oblíquas o, a, os, as (Vi-o passar; Deixei-a para trás)

Valores especiais

editar

Os pronomes retos (em especial na linguagem formal), podem ser empregados para imprimir um determinado valor emotivo, dependendo da ocasião e para quem é direcionada a mensagem, segue algumas dessas aplicações:

  • Plural de modéstia → ocorre quando há o emprego da forma da 1.ª pessoa do plural (nós) ao invés da 1.ª pessoa do singular (eu), com o objetivo de fazer parecer que o mensageiro expressa uma opinião compartilhada por todos os ouvintes, ou representa a opinião coletiva, ao invés de suas próprias opiniões individuais.
Nós apoiamos as decisões do sindicato
  • Plural de majestade → termo pouco utilizado no Brasil, ocorre quando se aplica do pronome no plural "nós", mesmo referindo-se a um sujeito na 1.ª pessoa do singular, como sinal da grandeza do cargo que ocupa.
Nós, Henrique II, em nome do Reino da Inglaterra, declaro guerra à França.
  • Fórmula de cortesia → é a forma utilizada em requerimentos, onde referimos-nos a nós mesmos em 3.ª pessoa, como sinal de respeito e humildade para quem encaminhamos a requisição.
João da Silva, funcionário público, residente em Brasília, requer a V. S.ª liberação para ausentar-se do serviço...
  • Modéstia do pronome eu → pode-se expressar modéstia na posição do pronome sujeito eu quando na presença de sujeito composto. O uso indiscriminado desse pronome, causa a sensação de valorização da própria personalidade, ou da própria posição em relação aos demais; por isso, a aplicação desse recursos requer atenção em dois detalhes:
  1. Pedro, Marcos e eu saímos vitoriosos → quando indica algo agradável, vitória, conquista, ou coisas positivas, deve-se colocar o pronome ao final do sujeito composto, indicando modéstia de participação no evento positivo.
  2. Eu, Pedro e Marcos cometemos muitos erros → quando indica algo desagradável, derrota, perda, ou coisas negativas, deve-se fazer o oposto da situação anterior e se posiciona na frente em sinal de humildade e cortesia, não se esquivando da responsabilidade do evento negativo (até desejando assumir mais responsabilidade que os demais).

Pronomes oblíquos

editar
  Ver também: Colocação Pronominal e Colocação Pronominal nas Locuções Verbais

Os pronomes oblíquos, no exercício de suas funções sintáticas (que é de ser objeto direto, indireto ou complemento), podem fazê-lo indicando reflexibilidade ou não reflexibilidade da ação verbal sobre o sujeito. Quanto às formas que os oblíquos podem assumir, essas formas dependem da tonicidade que possuem, apresentando-se sob duas formas: átonas e tônicas

Tonicidade

editar
  • Pronomes átonos: são os que possuem tonicidade fraca, por isso apoiam-se na tonicidade de um verbo, unindo-se a ele por intermédio de um hífen. Por exemplo:
Leve-a para casa → a força tônica de leve-a está na sílaba le (le-ve-a), as demais sílabas são átonas, inclusive a última (que representa o pronome a);
Vesti-a para um filme → a sílaba tônica de vesti-a está em ti, sendo átona as demais sílabas (ves-ti-a).
  • Pronomes tônicos. por apresentar tonicidade forte, não se unem ao verbo por meio do hífen. Os pronomes oblíquos tônicos estão sempre acompanhados por uma preposição. Por exemplo:
Gosto de ti mais que de mim → os pronomes ti e mim possuem suas forças tônicas separadas da tonicidade do verbo que acompanham (gos-to-de-ti), porém precisam da presença da preposição de para terem sentido;
Venha comigo → perceba que em comigo, contigo, conosco e convosco, a preposição com é parte integrante do pronome migo e ainda possui força tônica própria (ve-nha-co-mi-go)

Reflexibilidade

editar

Quando na função de objeto ou complemento, classifica-se os pronomes oblíquos em dois tipos distintos: reflexivos e não reflexivos. Todos os pronomes Oblíquos assumem uma dessas duas posições; porém, o uso do pronome para indicar reflexibilidade é menos ocorrente do que para indicar a não reflexibilidade, por isso nomeia-se apenas estes de pronomes reflexivos devido a função que exercem e não a forma que possuem (apesar de que os reflexivos na 3.ª pessoa possuem formas próprias (se, si e consigo) e formas átonas nas demais pessoas).

  • Pronomes reflexivos: são os pronomes que, ao mesmo tempo, são o objeto e a representação do sujeito que praticou a ação expressa pelo verbo, ou seja, ocorre quando o pronome representa a pessoa da ação verbal que, reflexivamente, praticou a ação sobre si mesmo (ocupando, simultaneamente, o polo ativo e passivo da ação verbal).
O criminoso entregou-se a tempo → note que a ação verbal entregar (verbo transitivo direto) partiu do substantivo-sujeito criminoso e recaiu sobre o pronome-objeto se.
Defenda-se se for capaz → o verbo ordena que o sujeito tu (oculto na frase) defenda a pessoa que o pronome se representa, ou seja, o próprio sujeito.
  • Pronomes não reflexivos: são os pronomes que fazem o papel do objeto que recebeu (do sujeito) a ação expressa pelo verbo, ou seja, ocorre quando o pronome representa uma pessoa diferente da pessoa que, ativa ou passivamente, praticou a ação verbal.
Joguei-a na cama → o sujeito oculto eu jogou alguém, representado pelo pronome a, na cama, ou seja, são pessoas completamente diferentes: uma pessoa joga, a outra é jogada; uma pratica a ação verbal no polo ativo, a outra recebe ação verbal no polo passivo.

Formas dos oblíquos

editar

Os pronomes oblíquos não reflexivos mudam de forma em função da pessoa, do número e do gênero gramatical, bem como em função da acentuação que possuem (átona ou tônica). Os pronomes oblíquos reflexivos são os mesmos que os não reflexivos nas formas átonas da 1.ª e da 2.ª pessoa gramatical, e apresentam três formas próprias quando indicam alguém na 3.ª pessoa gramatical.

Pronomes oblíquos
Não reflexivos Reflexivos
Átono Tônico
Singular Plural Singular Plural Singular Plural
1.ª pessoa me nos mim, comigo nós, conosco me nos
2.ª pessoa te vos ti, contigo vós, convosco te vos
3.ª pessoa o, a, lhe os, as, lhes ele, ela eles, elas se, si, consigo

A identificação da função de um pronome oblíquo requer a percepção de algumas variáveis, tanto nas formas átonas quanto nas formas tônicas, sendo que cada forma possui suas peculiaridades.

Formas átonas

editar

Os pronomes átonos normalmente estão ligados a um verbo por meio do hífen, o que limita as funções que esses tipos de pronomes podem exercer, portanto, eles geralmente são o objeto desse verbo. Há oblíquos átonos que exercem função sintática exclusiva (como os pronomes átonos da 3.ª pessoa o, a, os, as, lhe e lhes), mas há oblíquos quem podem exercer tanto a função de objeto direto como a de objeto indireto, tudo vai depender da transitividade do verbo em cada caso (como os pronomes me, te, nos, vos).

  • Pronomes o, a, os, as: esses pronomes somente podem ter a função de objeto direto.
Convidei-a para sair → objeto direto do verbo convidar na colocação enclítica;
Não a convidei para sair → objeto direto do verbo convidar na colocação proclítica.
  • Pronomes lhe, lhes: esses pronomes somente podem ter a função de objeto indireto, porém a preposição é anulada.
Obedeça-lhes ou ficará de castigo → objeto indireto do verbo obedecer na colocação enclítica;
Não lhes obedecerei mais → objeto indireto do verbo obedecer na colocação proclítica.
  • Pronomes me, te, se, nos e vos: esses pronomes podem ter a função de objeto direto ou de objeto indireto e, ao contrário dos pronomes anteriores, não é possível identificar se o verbo transita direta ou indiretamente apenas olhando a forma do pronome, para isso é fundamental o conhecimento da regência do verbo.
Ouviu-me cantar → objeto direto, pois quem ouve, ouve alguém;
Chamou-me com urgência → objeto indireto pois quem chama, chama a alguém;
Observação: Entretanto, há alguns casos em que os oblíquos átonos podem exercer a função de sujeito, contrariando uma das características fundamentais dos oblíquos (que é servirem de objeto ou de complemento). Esses casos são uma exceção à regra geral (pois é erro tomar o oblíquo por sujeito), mas é possível (e lícito) apenas se os oblíquos átonos forem o sujeito de um verbo (que consequentemente estará no infinitivo) que complementa o sentido de outro verbo (o qual o mesmo átono serve de objeto). Isso ocorre com os verbos causativos (deixar, mandar e fazer) e sensitivos (ver, ouvir e sentir).
Deixaram-no ficar mais um pouco

Causativos são os verbos que expressam ação que leva a uma consequência.

Sensitivos são os verbos que indicam a presença de um dos sentidos.

Flexão dos átonos da 3.ª pessoa

editar

As formas átonas o, a, os, as sofrem variações próprias em função da posição que ocupam e da terminação das formas verbais a que se ligam. Essas mudanças, no entanto, não mudam as características próprias desses oblíquos átonos, que é indicar a 3º pessoa gramatical e ser objeto direto do verbo ao qual estão unidos. Se diz que o pronome é clítico por ser átono e unir-se ao verbo. A posição do pronome em relação ao verbo não é fixa, podendo este aparecer antes do verbo (enclítico), muitas vezes antes depois do verbo (proclítico), e, até mesmo, no meio do verbo (mesoclítico). Portanto, não é de regra a união do pronome ao verbo pelo hífen para percebê-lo como um pronome átono, principalmente no que se refere às suas funções sintáticas, que serão as mesmas independentemente da posição que ocuparem. Ver o estudo completo desse tema no tópico específico sobre Colocação pronominal.

  • Pronomes antepostos ao verbo (posição proclítica): nessa posição, usa-se as formas normais o, a, os, as.
Não os entendo, o que querem?
  • Pronomes pospostos ao verbo (posição enclítica): deve-se observar a terminação dos verbos aos quais os pronomes se relacionam:
1. Permanecem na forma normal o, a, os, as se o verbo terminar em vogal ou ditongo oral:
Vejo ele na televisão ou Vejo-o na televisão → o verbo ver nessa conjugação termina em vogal, portanto, o oblíquo átono assume a forma normal (o).
Entregarei ele para a polícia ou Entregarei-o para polícia → deve sempre observar a terminação verbal considerando o tempo e o modo do verbo apresentado, pois é possível que em algumas conjugações a terminação verbal não seja uma vogal ou um ditongo oral.
2. Mudam a forma para lo, la, los, las se o verbo termina nas consoantes r, s, z, sumindo a terminação no processo;
Preciso ver ele ou Preciso vê-lo → o verbo, na forma infinitiva (portanto, com terminação em r), modifica a forma normal do pronome de o para lo.
Entregaremos ele para a polícia ou Entregaremo-lo para a polícia → a terminação do verbo em s some e a forma átona muda para lo.
3. Mudam a forma para no, na, nos, nas se o verbo terminar em ditongo nasal (verbos terminados em m, n, ão).
Coroaram ele rei ou Coroaram-no rei
  • Pronomes no meio do verbo (posição mesoclítica): deve-se assumir as formas lo, la, los, las quando relacionados a um verbo na terceira pessoa do futuro do presente ou futuro do pretérito do indicativo, pois, nessa posição, os pronomes estão pospostos a um verbo que quando retirada a desinência, em r (obedecendo a regra da terminação r, s, z).
Entregarei ele ou Entregá-lo-ei

Formas tônicas

editar

Os pronomes tônicos sempre estão acompanhados por preposição, o que, na maioria dos casos, lhes dão a função de objeto indireto ou complemento. Para os pronomes tônicos é preciso que se analise sintaticamente as demais funções da oração pois eles podem ocupar tanto a posição de termo integrante como de termo acessório.

Sou o pior inimigo de mim.
  • Objeto indireto:
Olhe para mim com carinho.
  • Objeto direto (preposicionado pela preposição a):
Amou a si em primeiro lugar.
A separação será sentida por mim.
Ele viajou conosco. (adjunto adverbial de companhia com a presença da preposição com integrada ao pronome nosco)

Aplicação das preposições

editar
  Ver também: Preposições

As formas oblíquas tônicas sempre são regidas por preposição, ou seja, elas sempre estarão lá antepostas aos pronomes. Contudo, há casos em que algumas preposições, pelo sentido que exprimem, possuem uma relação especial com o pronome do qual são antecessoras. Essa relação pode ser tanto para modificar a forma do pronome, como para dar a ele valor enfático. As formas pronominais mim, ti, ele, ela, nós, vós, eles, elas, podem ser antecedidas de diversas preposições (como as preposições para, de, a, por, em, entre); mas, em casos especiais, a aplicação tanto do pronome quanto da preposição requer algumas observações:

  • Preposição a: pode-se aplicar essa preposição caso se deseje enfatizar o objeto que está na forma átona e já mencionado anteriormente. Para isso, utiliza-se um pronome na forma tônica (antecedido da preposição a) a fim de retornar enfaticamente o mesmo objeto.
Dava-lhe a ela uma outra oportunidade → a forma pronominal tônica a ela enfatiza o objeto indireto do verbo dar, (que é o pronome átono lhe).
Presenteei-me a mim mesmo com essas flores → a forma pronominal tônica é retornada por outra forma verbal átona, já expressa anteriormente.
  • Preposição com:
1. Normalmente essa preposição já está integrada às formas pronominais migo, nosco, vosco, porém, quando em relação com os pronomes ele(s) e ela(s), mantem-se distintos as formas de cada um.
Esteja com ele quando nos encontrarmos;
Com ela ninguém pode.
2. Em casos de exceção, a integração da preposição com nos pronomes comigo, conosco, convosco é desfeita se, após esses pronomes, vierem as palavras reforçativas outros, mesmos, próprios, todos, ambos ou qualquer numeral.
Eles não poderão conosco (sem reforçativos) → Eles não poderão com nós três (acompanhado de numeral);
Resolveremos conosco esses problemas Resolveremos com nós mesmos esses problemas
  • Preposições acidentais afora, fora, exceto, menos, salvo (ou salvante, uso raro), segundo, conforme, tirante (e não tirando, uso informal), durante, consoante, mediante, visto, senão: após essas preposições, utiliza-se as formas eu, tu, ele(s), ela(s) que, nesse caso, são tratados como oblíquos e não como pronomes retos.
Puniram todos, exceto eu, que fui polpado;
Fora tu, ninguém mais pode.
  • Preposição entre: deve-se utilizar, obrigatoriamente, as formas tônicas após essa preposição.
Entre mim e você, não há mais nada. → portanto, desaconselha-se usar a forma entre eu e você...
Essas brincadeiras são entre eles.eles também é uma forma oblíqua da 3.ª pessoa.
  • Preposição até:
1. Usa-se as formas oblíquas mim, ti e si quando a preposição denotar que o pronome é o limite, a chegada ou o destino.
Venha até mim, pois eu sou a luz.
2. Usa-se as formas retas eu, ele, tu quando a preposição denotar que o pronome está incluso naquilo de que se fala, equivalente às palavras mesmo, também, inclusive, já que, nestes casos, o pronome exerce função de sujeito.
Até eu já beijei aquela garotainclusive eu já beijei aquela garota;
Como pode? Até tu me abandonastemesmo tu me abandonaste?.

Pronomes reflexivos e recíprocos

editar
  Ver também: Conjugação Reflexiva

Os pronomes reflexivos são os que, no papel de objeto direto e ou indireto, representam a mesma pessoa que o sujeito da oração. O entendimento dos pronomes reflexivos está intimamente ligado ao entendimento dos verbos reflexivos. Quando se deseja expressar a reflexibilidade da ação verbal, indicando que o sujeito praticou a ação sobre si mesmo, o verbo fica na voz reflexiva.

Não é exclusivo o uso do pronome para indicar reflexibilidade, há casos em que o pronome indica também reciprocidade, que, apesar de menos ocorrentes, possui sentido diverso. Portanto, subdividi-se os pronome reflexivos quando na função reflexiva e na função recíproca, que diferenciam-se justamente por causa da ambiguidade que podem causar:

  • Pronomes reflexivos: por expressarem reflexibilidade (no singular ou no plural), pode-se normalmente complementar o sentido dessa oração com as expressões: a mim mesmo, a ti mesmo, a si mesmo. São eles: me, mim, tu, ti, nos, vos, se, si, consigo.

Na conjugação pronominal reflexiva, a ação reflete sobre o próprio sujeito.

Enganei-me → significa o mesmo que enganou a mim mesmo.
Iludiu-se → significa o mesmo que iludiu a si mesmo.
  • Pronomes recíprocos: por expressarem reciprocidade (com os pronomes na 3.ª pessoa, ou quando em sujeito plural), pode-se normalmente complementar o sentido dessa oração com as expressões: um ao outro, uns aos outros, entre si, ou os advérbios reciprocamente, mutuamente.

São eles: nos, vos, se.

Feriram-se → significa o mesmo que feriram entre si, mutuamente, uns aos outros.
Mataram-se → significa o mesmo que mataram-se reciprocamente.
Observação: Frequentemente, na presença do sujeito plural, as funções reflexivas e recíprocas se confundem, havendo risco de ambiguidade, não sendo possível diferenciar um do outro. Nesse caso, recomenda-se complementar essas orações com expressões de reforço. Todo pronome recíproco é um pronome reflexivo, mas nem todo pronome reflexivo é um pronome recíproco.:
  • João e Maria amaram-se → pode, reflexivamente, significar que João amou a si mesmo, enquanto, paralelamente, Maria também amou a si mesma; ou, reciprocamente, pode significar que João amou a Maria, enquanto, simultaneamente, Maria amou a João, pois eles amaram-se um ao outro.
  1. João e Maria amaram-se a si mesmos no fim do relacionamento → a expressão reforçativa a si mesmo indica reflexibilidade;
  2. João e Maria amaram-se um ao outro na noite de núpcias → a expressão reforçativa um ao outro indica reciprocidade, assim como outras expressões como entre si ou advérbios como reciprocamente ou mutuamente.

Função reflexiva

editar

A função dos pronomes reflexivos depende da natureza do verbo reflexivo com o qual se relaciona, portanto, perceber qual é a natureza do verbo é fundamental para entender qual a função do pronome. Os reflexivos podem exercer suas funções típicas (objeto ou complemento), ou não possuírem função alguma! Quando o pronome serve de recipiente da ação verbal (portanto, quando acompanham verbos transitivos) exerce a função de reflexibilidade pronunciada; quando o pronome indica reflexibilidade, mas não há transitividade na ação, exerce a função de reflexibilidade atenuada.

  • Reflexibilidade pronunciada: é a função que os pronomes reflexivos exercem quando são, normalmente, objeto direto da ação verbal (podendo também ser objeto indireto). Chama-se de reflexibilidade pronunciada pelo fato de que o pronome relaciona-se com verbos pronominais acidentas, ou seja, a ação verbal transita para um pronome reflexivo. Quando o pronome é aplicado dessa forma, a sua pronúncia ganha força, por exemplo, quando se diz: "Cortei-me", torna-se muito mais evidente a relação objetiva do pronome com o verbo. O pronome anuncia-se na força da sua pronúncia, indicando que há transitividade da ação verbal.
Atingi-me no peito;
Atirou-se pela janela.
  • Reflexibilidade atenuada: ocorre nos casos em que o pronome é parte integrante de verbos pronominais essenciais, pois o sentido do verbo não pode ser concebido de outra forma que não seja reflexivo. Nesse caso, os pronomes não possuem função nenhuma, apesar de aparentemente exercerem a função de objeto, não o são, pois não há transitividade. Não há uma pessoa passivamente recebendo a ação verbal, portanto, a pronuncia do pronome é atenuada (suavizada, enfraquecida); quando se diz: "Arrependi-me", o sentido do verbo já revela que a ação verbal ocorreu no próprio sujeito pelo o que o verbo é, e não porque o pronome indicou esse fato.
Espelhou-se em seu pai;
Observação: Pelo fato dos verbos reflexivos sempre necessitarem da presença de um pronome reflexivo para indicar-lhes a reflexibilidade, chama-os de verbos pronominais, pois, como se pode perceber facilmente, a reflexão não seria possível sem a presença do pronome oblíquo apropriado. Os verbos pronominais dividem-se em dois tipos: os pronominais essenciais e os pronominais acidentais.
  • Verbos pronominais essenciais: são os que possuem o pronome reflexivo como parte integrante do verbo, pois não é possível, para esses verbos, que a ação verbal seja praticada em um objeto que não o próprio sujeito, semelhantes aos verbos intransitivos, porque a ação não transita a um objeto, ela simplesmente acontece no âmago do próprio verbo. Por exemplo:
  1. Indignou-se com os políticos → não é possível alguém "indignar" outra pessoa. Pelo sentido inato do verbo, a ação é desenvolvida exclusivamente no interior do ser do sujeito do verbo, sendo impossível fazer essa mesma ação ocorrer fora desse ser por uma vontade impositiva.
  2. São exemplos de verbos pronominais essenciais: arrepende-se, indigna-se, abster-se, comportar-se.
  • Verbos pronominais acidentais: são os verbos que representam uma ação capaz de ser dirigida tanto para uma outra pessoa (diferente do ser que a pratica), como para o próprio ser que a pratica. Diferentemente do pronominal essencial, a ação reflexiva dos pronominais acidentais é possível de ocorrer se assim agir o sujeito da ação verbal; por isso os pronominais acidentais são, geralmente, verbos transitivos, pois é possível que a ação transite para um objeto, seja esse objeto uma outra pessoa do sujeito, ou o próprio sujeito.
  1. Atirou-se pela janela → o sujeito foi o agente da ação na sua iniciativa e, ao mesmo tempo, foi o paciente dessa ação nas suas consequências.
  2. Feri-me profundamente → ficaria incompleta a frase do tipo: eu feri profundamente, portanto, verbo exige a presença do objeto para ter sentido, pois a ação precisa, necessariamente, transitar; o que no exemplo (feri-me), foi o próprio sujeito o objeto da ação.

Função recíproca

editar

Ao contrário da função reflexiva, em alguns casos o pronome não está indicando que o objeto da ação é o mesmo que o sujeito que a praticou. Pode ocorrer casos onde o sujeito seja composto, ou o pronome indica uma pluralidade de pessoas, e a ação ocorre entre essas pessoas simultaneamente. Esse não é o caso reflexivo porque o objeto e o sujeito não são os mesmos.

Pedro e Caio abraçaram-se na despedida → nesse caso, Pedro abraçou Caio (sujeito = Pedro; objeto = Caio), e ao mesmo tempo, Caio abraçou Pedro (sujeito = Caio; objeto = Pedro), demonstrando que a ação foi recíproca.
Eles se atropelaram na saída → uma primeira pessoa foi agente da ação praticada na segunda pessoa e paciente da ação que essa segunda pessoa praticou, simultaneamente, ocorrendo o mesmo na segunda pessoa.

Pronome de tratamento

editar
  Ver módulo: Pronomes de tratamento

Pronomes de tratamento são todas as palavras ou expressões que referem-se a alguém da 1ª ou da 2ª pessoa gramatical como se ela estivesse na 3ª pessoa, ou representam alguém que efetivamente está na 3ª pessoa gramatical. Para fins de concordância verbal, deve-se tratar esses elementos sempre como alguém da 3ª pessoa. São considerados pronomes pessoais, pois, seu uso equivale-se aos dos pronomes retos e pronomes oblíquos (função sintática de sujeito e objeto).

Vossa Majestade deseja algo? → o pronome de tratamento leva o verbo para a 3ª pessoa do singular (Ele deseja), apesar de referi-se a alguém que efetivamente está na 2ª pessoa do singular (a qual a forma verbal é: Tu desejas)
Você faria um favor para mim? → utiliza-se a forma verbal da 3ª pessoa (faria) ao invés da 2° pessoa (farias), apesar de efetivamente se referir a alguém da 2ª pessoa.
Observação: É importante enfatizar as circunstâncias em que se aplicam os pronomes de tratamento, pois, retomando o conceito inicial, os pronomes referem-se a alguém como se ela estivesse na 3° pessoa, ou representam alguém que já está na 3ª pessoa:
  • Quando se diz: Você fez isso? Nessa pergunta, há presença de dois personagens, alguém da 1° pessoa fazendo uma pergunta para alguém da 2ª pessoa, mas para referir-se a esse alguém da 2° pessoa, não se usa o pronome apropriado para esse fim (tu), usa-se uma palavra representativa (você, vossa excelência), tratando-a como um ser hipoteticamente situado na 3ª pessoa singular ou plural.
  • Quando se diz: A gente fez isso. O pronome a gente refere-se, de fato, a presença de duas ou mais pessoas, sendo uma delas alguém quem fala (1ª pessoa gramatical); esse termo equivale ao pronome reto nós, mas, para efeito de concordância, o verbo não concorda com sentido real do pronome (se não a frase seria Nós fizemos isso), concorda imaginariamente com o pronome da 3ª pessoa (Ele fez isso, nessa frase, a forma verbal não se alterou).
  • Quando se diz: Sua Alteza está em seus aposentos. Nessa forma, estamos nos referindo a alguém que não é quem fala, nem quem escuta, mas sim uma 3ª pessoa que não participa do diálogo, entretanto, por força do cargo ou da posição que ocupa, essa referência precisa ser feita de maneira cerimoniosa, por meio de um fórmula de cortesia específica para essa pessoa de elevada importância. Essa forma do pronome de tratamento é utilizada para referi-se a alguém que já se encontrava na posição de 3ª pessoa gramatical.

Formas

editar

Os pronomes de tratamento possuem formas próprias quando representam a pessoa gramatical e a importância pessoal (por força do cargo ou da posição) que esse ser possui. A representação da pessoa gramatical é limitada, pois há formas específicas para cada caso, mas para representar uma pessoa de importância diferenciada, há uma lista de fórmulas de tratamento que convém saber para sua correta aplicação. Quando os pronomes de tratamento referem-se a alguém pela sua importância, também é possível abreviá-lo de forma própria, portanto, há tantas abreviações quanto há pronomes.

Pronomes de Tratamento
Forma Representação da Pessoa Gramatical
A gente 1ª pessoa gramatical do plural (nós)
Você(s) 2ª pessoa do singular (tu) ou plural (vós)
Senhor(es) e Senhora(s) 2ª pessoa do singular (tu) ou plural (vós)
Vossa + (fórmula de tratamento) 2ª pessoa do singular (tu) ou plural (vós)
Sua + (fórmula de tratamento) 3ª pessoa do singular (Ele/Ela) ou plural (Eles/Elas)
  • Uso do a gente: Esse pronome equivale a nós, não possui abreviação, e sua forma correta é o a e o gente separados, pois sua aplicação junta significa quem executa, é encarregada, ou age para algum fim:
A gente precisa partir → exerce função de pronome de tratamento; diferente de O agente de polícia, que é um substantivo com sentido diverso.
  • Uso do você(s): Aplica-se quando se quer expressar intimidade, como, por exemplo, entre amigos, colegas de trabalho, irmãos e semelhantes; evidenciando uma relação de igualdade, proximidade ou intimidade. Em algumas regiões do Brasil, usa-se o pronome Tu com função semelhante ao tratamento você, entretanto, apesar do uso do pronome na pessoa gramatical correta, o verbo que o acompanha concorda com o sujeito como se ele estivesse na 3° pessoa. Com isso, o pronome tu equivale a um pronome de tratamento e não a um pronome reto:
Tu entregou o relatório? → o tu com função de pronome de tratamento, pois se fosse um pronome reto, a forma verbal deveria ser conjugada na 2° pessoa, e ficaria: "Tu entregaste o relatório?"
  • Uso de senhor(a): Aplica-se quando se quer expressar respeito ou cortesia (abrevia-se sr. ou sra.), seu uso se dá nos casos opostos aos dos tratamentos você e tu; evidenciando distanciamento entre um ser superior para um ser inferior, ou seja, em uma relação desigual, ou simplesmente o uso às pessoas solteiras.

Fórmulas de tratamento

editar

Fórmulas de tratamento são palavras que representam um cargo ou uma posição diferenciada; portanto, não é, por si só, um pronome de tratamento. Para a fórmula de tratamento adquirir esse status, é preciso que ela seja antecedida dos pronomes vossa ou sua, formando, assim, uma locução. As formas nominais Alteza, Santidade, Majestade e etc são apenas fórmulas de tratamento designadas aos cargos de Príncipe, Papa e Rei; mas quando se diz as expressões Vossa Alteza, Vossa Santidade, Vossa Majestade, a fórmula de tratamento passa a ser um verdadeiro Pronome de Tratamento, pois está se referindo a um ser físico que ocupa este cargo.

  • Uso do pronome Vossa: Quando esse pronome antecede a fórmula de tratamento, formando uma locução pronominal, a pessoa com quem se refere se encontra na 2ª pessoa gramatical, ou seja, o interlocutor emite a mensagem diretamente para a pessoa ocupante do cargo ou da posição que a fórmula de tratamento se refere (apesar de fazer parecer que a pessoa se encontra na 3ª pessoa).
Vossa Excelência é uma pessoa digna → o pronome vossa indica que a pessoa a quem se refere o pronome de tratamento está na 2ª pessoa gramatical.
  • Uso do pronome Sua: Quando esse pronome antecede a fórmula de tratamento, a pessoa a quem se refere se encontra na 3º pessoa gramatical, ou seja, a pessoa não participa da conversa.
Sua Excelência é uma pessoa digna → o pronome sua indica que alguém da 1ª pessoa se dirige para alguém na 2ª pessoa, para referi-se a outra 3ª pessoa gramatical e, por força do cargo/posição que está possui, essa referência exige o uso da fórmula de tratamento após o possessivo sua.


Fórmulas de Tratamento
Fórmula Abreviação Refere-se ao Cargo/Posição
Excelência V. Ex.ª Presidente e Vice-Presidente da República; Ministros de Estado; Comandantes das Forças Armadas; Oficiais Militares; Presidentes e Membros das Assembléias Legislativas Estados e das Câmaras Legislativas Municipais; Governadores e Vice-Governadores dos estados e do Distrito Federal; Prefeitos Municipais; Juizes; Procuradores; Desembargadores.
Senhoria V. S.ª Funcionários graduados; Organizações comerciais e industriais; Particulares em geral; Diretores de Autarquias Federais, Estaduais e Municipais.
Eminência V. Em.ª Cardeais
Excelência Reverendíssima V. Ex.ª. Rev.ma Arcebispos e Bispos
Santidade V. S. Papa, Dalai Lama
Reverendo Rev.do Sacerdotes; Clérigos; Religiosos
Magnificência V. Mag.ª Reitores de Universidades e outras instituições de ensino superior
Alteza
  1. Real
  2. Imperial
  3. Sereníssima
V. A.
V. A. R.
V. A. I.
V. A. S.
Príncipes e Duques:
de Casas Reais
de Casas Imperiais
para Arquiduques
Majestade V. M. Reis e Imperadores

Invocação das fórmulas

editar

Utiliza-se uma invocação apropriada para cada fórmula de tratamento na sobrescrição de envelope ou no chamamento, quando na redação da comunicação oficial de órgãos públicos, ou na comunicação comercial. Não se deve confundir pronome com invocação, pois este tem uso específico, enquanto os pronomes (de tratamento ou não) são utilizados no corpo do texto. Por exemplo, ao se escrever uma carta para o presidente da república, deve-se começar com:

"Ao Exmo. Sr. Presidente da República" → invocação
Com orgulho escreve a Vossa Excelência confiante que serei ouvido..." → pronome de tratamento

Segue lista das formas das invocações mais usadas:

Fórmula Invocação Aplicação
Excelência Excelentíssimo(a) Senhor(a) Exmo(a). Sr.(a) Presidente...
Reverendo Reverendíssimo Revmo.... Sacerdote...
Alteza Sua Alteza A Sua Alteza Rei...
Senhoria Ilustríssimo(a) Senhor(a) Ilmo. Sr.(a)João...
Majestade Sua Majestade A Sua Majestade...
Santidade Sua Santidade A Sua Santidade...

Observe que em algumas fórmulas, há abreviações próprias para representá-las e, em outras fórmulas, não é possível a abreviação para fins de invocação; em qualquer, caso é necessário o conhecimento da aplicação das fórmulas. Há duas formas de se construir a invocação, dependendo da fórmula a ser usada, seguindo o esquema:

  • A primeira forma é o uso do esquema: (fórmula abreviada) + Sr(a) + (nome do cargo[se houver]) + (nome da pessoa) → a aplicação desse esquema é possível quando no uso das fórmulas excelência e senhoria, por exemplo, ao se encaminhar uma carta para um senador (cujo a fórmula apropriada é excelência):
Exmo. Sr. Senador Cristovam Buarque
Espero de Vossa Excelência mais dedicação para melhorar a educação do Brasil...
  • A segunda forma é o uso do esquema: A Sua + (fórmula do cargo)+ (nome do cargo) + (nome da pessoa) → aplica-se esse esquema quando no uso das fórmulas alteza, majestade e santidade, pois, nesse casos, não há abreviação para a invocação, e sua aplicação se dá na mesma forma que a fórmula:
A Sua Majestade Rainha Elizabeth
Observação: As abreviaturas podem ser aplicadas simultaneamente caso o cargo exija mais de uma fórmula de tratamento (ou uma fórmula de tratamento composta), como é dos bispos e arcebispos, cuja fórmula é " Excelência Reverendíssima":
Exmo. e Revmo. Bispo João
Em todos os casos, na invocação, o uso da vírgula é obrigatório, pois se trata de vocativo.
O wikilivro Introdução à língua portuguesa possui uma versão simplificada deste assunto: Pronomes possessivos

Os pronomes possessivos são palavras que trazem, principalmente, a ideia de posse ou de pertencimento, indicando a quem cabe ou a quem pertence alguma coisa. Os possessivos são, na maioria das vezes, pronomes adjetivos, mas podem assumir eventualmente a função substantiva:

Ele é meu amigo → nessa frase, o possessivo meu está determinando a relação da coisa com a pessoa gramatical, no caso, indica a quem pertence o amigo.
Não chame os seus amigos. Chame os meus → no 1° caso se observa o uso do possessivo na função adjetiva (pois está determinando um substantivo e concordando com ele em gênero e número, semelhante a um adjetivo). No 2° caso, o possessivo é um pronome substantivo (pois está substituindo um substantivo, não o acompanhando).

Vale observar que, muitas vezes estes substantivos não transmitem que é dono de algo, mas simplesmente algo muito próximo ao sujeito:

Esta é a minha cidade. → de fato, ninguém é dono de uma cidade, mas trata-se de um lugar em que é muito próximo ao sujeito.

Formas

editar

Os pronomes possessivos podem variar em função do número e da pessoa gramatical do ser possuidor da coisa, e em função do número e do gênero do substantivo pertencente. Nessa relação, um único possessivo, pode, por si só, indicar se o objeto pertence a quem fala (1° pessoa), se pertence a pessoa com quem se fala (2° pessoa) ou se pertence a pessoa de quem se fala (3° pessoa) e mais ainda, se é uma ou mais pessoas possuidoras da coisa, se é uma ou várias coisas que essa pessoa (ou pessoas) possui e se essa coisa é do gênero masculino ou feminino; ou seja, é possível deduzir todas essas informações simplesmente observando a forma que o possessivo se apresenta. Para tanto, o possessivo apresenta várias formas, conforme abaixo:

Número Pessoa Equivalente
Pessoal
Objeto possuído
do gênero masculino
Objeto possuído
do gênero feminino
Um
Objeto
Vários
Objetos
Um
Objeto
Vários
Objetos
Singular Eu meu meus minha minhas
Tu teu teus tua tuas
Ele (Ela) seu seus sua suas
Plural Nós nosso nossos nossa nossas
Vós vosso vossos vossa vossas
Eles (Elas) seu seus sua suas
Para indicar que algo esta em posse da terceira pessoa, pode usar-se a preposição de posse (de) mais o pronome reto (ou seja, de + ele, de + eles, de + ela, de + elas) que resulta numa contração (dele, deles, dela, delas). Caso o sujeito não seja um pronome reto, mas sim um substantivo, utiliza-se a preposição de posse (de) mais o nome do sujeito (ou seja, de Pablo, de Cássia, de Lucio).
O wikilivro Introdução à língua portuguesa possui uma versão simplificada deste assunto: Pronomes demonstrativos

Os pronomes demonstrativos indicam a posição do ser no espaço (em relação às pessoas do discurso) ou no tempo são chamados de dêiticos. Os pronomes demonstrativos dêiticos são variáveis. Os pronomes demonstrativos podem ser usados no texto e no discurso, com a função de retomar um nome já dito.

Pronomes variáveis

editar
Masculinos Femininos
Singular Plural Singular Plural
Primeira pessoa este estes esta estas
Segunda pessoa esse esses essa essas
Terceira pessoa aquele aqueles aquela aquelas

Tendo a concordância nominal, já que o pronome demonstrativo flexiona-se em gênero e número, trata-se de um pronome adjetivo. As pessoas são classificadas de acordo com a posição do ser no tempo ou espaço:

  • Utiliza-se a primeira pessoa quando o ser do qual se fala está perto no tempo ou espaço de quem fala;
  • Utiliza-se a segunda pessoa quando o ser do qual se fala está próxima de quem ouve ou num passado próximo;
  • Utiliza-se a terceira pessoa quando o ser do qual se fala está distante de quem fala e de quem ouve ou está no passado distante.

Em um texto, podem ser usados para retomar um nome já citado para evitar repetição, seguindo as seguintes regras:

  • Quando o nome não foi citado, usa-se a primeira pessoa;
  • Quando o nome já foi citado, usa-se a segunda pessoa;
  • Quando o nome foi citado, havendo uma grande distância no texto, pode-se usar tanto a segunda quando a terceira pessoa.

Pode haver palavras que ganham papel de pronome demonstrativo, igualmente variáveis, porém, não seguem as regras das três pessoas do discurso:

Masculino Feminino
Singular mesmo, o, próprio, semelhante, tal a, mesma, própria, semelhante, tal
Plural mesmos, os, próprios, semelhantes, tais as, mesmas, próprias, semelhantes, tais
a, as, o, os

Acompanham o pronome relativo que ou qual (veja na próxima página) ou a conjunção integrante que:

É tudo mentira o que ele lhe falou.
As que tiveram sorte, não se molharam com a chuva.
mesma, mesmas, mesmo, mesmos

Retomam um nome já dito anteriormente (possuem sentindo de idêntico e flexões, em pessoa):

Estes mesmos sintomas eu senti novamente.
Era ela mesma que falou conosco ao telefone.
própria, próprias, próprio, próprios

Dá ênfase (possuem sentindo de idêntico e flexões, em pessoa):

A própria natureza se encarregou de tudo.
Nós próprios montaremos a barraca.
tal, tais

Dão sentido completo, retomando um nome anterior (possuem sentido de este e flexões, esse e flexões, aquele e flexões):

Tal foi o dinheiro gasto.
Tais pais, tais filhos.
semelhante, semelhantes

Possuem o mesmo sentido de tal e tais, porém incompleto, não possuindo sentido de parecido, similar, análogo:

Semelhante desespero senti.
Tais pais, semelhantes filhos.

Pronomes invariáveis

editar

Observe as seguintes frases:

Este jogo é divertido!
Isto é divertido!

Como podemos observar, o pronome este possui os mesmos valores morfossintáticos que isto, mas não semântico. Observe como seria estranho transformar isto em adjunto adnominal do núcleo do sujeito da primeira frase, jogo. Isto jogo é divertido., é um tanto estranho.

Os pronomes invariáveis, diferente dos variáveis, indefinem a classe do termo retomado, diferenciando-os semanticamente

Eles são:

  • Primeira pessoa - isto
  • Segunda pessoa - isso
  • Terceira pessoa - aquilo

Contrações

editar

Os pronomes demonstrativos podem aparecer na forma contraída (exceto mesmo, próprio, tal, semelhante e as flexões destes):

Contrações de pronomes demonstrativos com preposições
a de em
àquela, àquelas, àquele, àqueles, àquilo da, daquela, daquelas, daquele, daqueles, daquilo, das, dessa, dessas, desse, desses, desta, destas, deste, destes, disto, do, dos na, naquela, naquelas, naquele, naqueles, naquilo, nas, nessa, nessas, nesse, nesses, neste, nestas, neste, nestes, nisto, no, nos
Contrações de pronomes demonstrativos com outros pronomes
aqueloutra, aqueloutras, aqueloutro, aqueloutros, essoutra, essoutras, essoutro, essoutros, estoutra, estoutras, estoutro, estoutros
Contrações de pronomes demonstrativos com outros pronomes e preposições
a de em
àqueloutra, àqueloutras, àqueloutro, àqueloutros daqueloutra, daqueloutras, daqueloutro, daqueloutros, dessoutra, dessoutras, dessoutro, dessoutros, destoutra, destoutras, destoutro, destoutros naqueloutra, naqueloutras, naqueloutro, naqueloutros, nessoutra, nessoutras, nessoutro, nessoutros, nestoutra, nestoutras, nestoutro, nestoutros
O wikilivro Introdução à língua portuguesa possui uma versão simplificada deste assunto: Pronomes relativos

Pronomes Relativos são aqueles que representam nomes já referidos, com os quais estão relacionados. Retomam um nome anterior.

Uso dos variáveis

editar
Pronomes Relativos Variáveis
Masculino Feminino
Singular cujo, o qual, quanto cuja, a qual, quanta
Plural cujos, os quais, quantos cujas, as quais, quantas

Observe a frase:

  • Aquela é a cidade a qual eu nasci.

Sendo os pronomes relativos pronomes que retomam o nome anterior, observamos que a qual está retomando a cidade, possuindo todas as caracteristicas de concordância nominal. Observe que a frase não teria sentido caso fosse retirado eu nasci ou se fosse retirado aquela é a cidade. Já se retirarmos o pronome relativo a qual, com algumas alterações podemos fazê-la:

  • Àquela cidade eu nasci.

Veja mais exemplos:

  • Estas foram as pessoas as quais eu convidei.Estas pessoas eu convidei.
  • Este será o rio o qual navegarei.Este rio navegarei.

Morfossintaxe

editar

Note que em tais frases há a presença do verbo, antes e depois do pronome relativo, logo, estes pronomes sempre formaram a oração subordinada adjetiva:

Aquela é a cidade a qual eu nasci

Oração subordinada: a qual eu nasci
Oração principal: aquela é a cidade
Chamamos de antecedente o termo que o pronome relativo retoma, relaciona, o termo dependente, o qual é fixo, não podendo ter outra colocação na frase. Este termo será o sujeito da oração principal. O sujeito da oração subordinada chama-se consequente, o termo relacionado pelo pronome relativo. A parte da oração principal que não é o antecedente (o predicado da oração principal) pode mudar de posição na frase (estes em negrito, sublinhado o antecedente):

  • A cidade a qual eu nasci é aquela.
  • As pessoas as quais eu convidei foram estas.
  • O rio o qual navegarei será este.
Observações: Sempre haverá um verbo de ligação:

1. Antes ou depois do antecedente quando a frase iniciar com pronome adjetivo:

Aquela é a cidade a qual eu nasci
Será este o rio o qual navegarei

2. Antes do pronome adjetivo quando o predicado da oração principal é colocado depois da oração subordinada:

A cidade a qual eu nasci é aquela
O rio o qual navegarei será este

3. Após o pronome relativo quando não há verbo principal no núcleo da oração (haverá adjetivo que pode ser substituido com o verbo de ligação por um verbo ou locução) necessitando de complemento:

A cidade a qual sou nascido chama-se Cuiabá - necessita de complemento (chama-se Cuiabá)
O rio o qual será navegável nasce na Serra do Mar - necessita de complemento (nasce na Serra do Mar)

4. O complemento pode seguir as regras dos itens 1 e 2:

A cidade a qual sou nascido é aquela
Este é o rio o qual será navegável

Concordância pronominal

editar

Junto aos pronomes qual e quais haverá um pronome demonstrativo que concordará com o antecedente (os pronomes demonstrativos podem estar contraidos com preposição, nestes casos, o pronome é equivalente a cujo e flexões):

  • As pessoas as quais eu convidei foram estas.
  • Os meteoros os quais não se desintegram, agridem o planeta.

Não se põe artigo junto aos pronomes cujo, cujos, cuja e cujas, eles simplesmente concordam não com o antecedente, mas com o consequente. São equivalentes a ao/do qual, aos/dos quais, à/da qual, às/das quais:

  • As pessoas cujas eu falei não compareceram. = As pessoas às/das quais eu falei não compareceram.

Quanto e flexões

editar

Quanto, quantos, quanta e quantas somente são utilizados quando o antecedente é o pronome indefinido tudo, tanto, tantos, tanta, tantas, todos ou todas, formando as locuções pronominais tudo quanto, tanto quanto, tanta quanta, tantos quantos, tantas quantas, todos quantos e todas quantas. São usados com valor quantitativo, indicando quantidade. Podem aparecer sem antecedente, uso muito comum em documentos jurídicos.

Uso de pronomes invariáveis

editar

Os pronomes invariáveis possuem este nome por não obedecerem nenhuma das regras de concordância nominal. Eles são:

que → Refere-se a pessoas ou coisas. Equivalente a artigo + qual/quais. Junto à preposição, equivale a cujo e flexões e de/a + pronome demonstrativo + qual/quais.
quem → É colocado junto à preposição, se referindo a pessoas ou coisas personificadas.
onde → Indica um lugar fixo (real ou virtual), usado com verbos estáticos. A forma aonde é usada com verbos que indicam movimento em direção a algum lugar.
como → É pronome relativo quando há as palavras modo, maneira, forma ou jeito.
quando → É pronome relativo quando seu antecedente indica tempo.

Os pronomes interrogativos, como o próprio nome diz, são formadores das frases interrogativas.

Definição

editar

Observe:

  • Foram estas as pessoas que compraram o bilhete premiado.
  • Foram estas as pessoas que compraram o bilhete premiado?

Na página anterior, aprendemos os pronomes relativos. Os pronomes interrogativos são os mesmos que os relativos, como no exemplo acima, porém só são classificados como tais em perguntas.

Observações:
  • O pronome relativo onde por expressar lugar, nas perguntas é classificado como advérbio.
  • O pronome relativo cujo e flexões, por ter definição indireta, já que se caracteriza pela preposição + pronome demonstrativo + qual, não possui valores interrogativos, pois a preposição não é necessária para a formação das perguntas, mas sim de afirmações. É sempre um pronome relativo.

Classificação

editar

Eles são:

Invariáveis

  • Quê? - A pergunta refere-se a algo.
  • Quem? - A pergunta refere-se a alguém.
  • Quando? - A pergunta refere-se ao tempo.

Variáveis

  • Qual? - Relativa algo entre vários da mesma classe.
  • Quais? - Relativa diversos entre vários da mesma classe.
  • Quanto? - Relativa a quantidade de algo de gênero masculino.
  • Quanta? - Relativa a quantidade de algo de gênero feminino.
  • Quantos? - Relativa uma quantidade maior de algo de gênero masculino.
  • Quantas? - Relativa uma quantidade maior de algo de gênero feminino.
Observações: O acento circunflexo somente é utilizado em quê antes do ponto interrogativo. Quê nem sempre será pronome interrogativo, pode também ser uma interjeição ou um substantivo.

Quanto à morfossemântica

editar

Estes pronomes dependendo do contexto podem ter função substantiva ou adjetiva:

Quantos anos tu tens?
Qual presente você quererá?

Nestes exemplos o pronome modifica, interrogativamente, anos, presente; tendo o papel adjetivo. Os pronomes variáveis geralmente possuem este papel.

Quando voltaremos?
Quem teve esta ideia?

Já nestes exemplos, o pronome não refere-se a nada, tendo referência a algo indefinido. Geralmente os pronome invariáveis possuem este papel, o papel substantivo.

Quanto à morfossintaxe

editar

A colocação pronominal destes altera a significação da frase. As classificamos de acordo com a posição destes pronomes:

  • Frase interrogativa direta → Começa por palavra interrogativa e termina com um ponto de interrogação:
Quem comprou o bilhete premiado?
Qual é o resultado?
  • Frase interrogativa indireta → A frase supõe a indagação, mas não começa com palavra interrogativa e termina com ponto final:
Gostaria de saber se foram estas as pessoas que compraram o bilhete premiado.
Queria saber qual é o resultado.

Os pronomes indefinidos não se referem a nada de específico. Apesar de isso caracterizá-los, eles podem variar quanto ao gênero e ao número; O pronome outro pode, excepcionalmente, contrair-se. (veja: Contrações)

Variáveis

editar
  • algum (alguns)
  • alguma (algumas)
  • certa (certas)
  • certo (certos)
  • nenhum
  • nenhuma
  • muita (muitas)
  • muito (muitos)
  • outra (outras)
  • outro (outros)
  • pouca (poucas)
  • pouco (poucos)
  • quaisquer
  • qualquer
  • tanta (tantas)
  • tanto (tantos)
  • toda (todas)
  • todo (todos)

Invariáveis

editar
  • algo
  • alguém
  • cada
  • mais
  • menos
  • demais
  • fulano
  • sicrano
  • beltrano
  • nada
  • outrem
  • ninguém
  • tudo
  • quem
Observações: Por indefinirem seres, não são usados artigos antes dos seres que o pronome indefinido relaciona. O artigo indefinido pode substituir estes pronomes. Segundo muitos dicionários, as palavras fulano, sicrano e beltrano são substantivos, e não pronomes indefinidos. A palavra bastante (e seu plural bastantes) pode ser advérbio de intensidade, adjetivo, substantivo ou pronome indefinido.

Quanto à semântica

editar

Os pronomes substantivos são os que indefinem a quantidade de seres (são sempre substantivos: algo, alguém, nada, ninguém, outrem, quem, tudo, fulano, sicrano, beltrano). Os pronomes adjetivos indefinem a quantidade de seres já expressos (são sempre adjetivos: cada, certa, certas, certo, certos). Os demais podem ser adjetivos ou substantivos, dependendo do contexto.

O wikilivro Introdução à língua portuguesa possui uma versão simplificada deste assunto: Verbos

Verbos são palavras que expressam uma ação, um estado ou mudança de estado. Além disso, alguns verbos (chamados de relacionais) só formam um relação sintática na oração. A correta compreensão do papel do verbo obedece uma premissa lógica fundamental.

Toda ação ou estado tem uma causa e um causador e produz um efeito.

O verbo é o elemento que determina o acontecimento fundamental no qual todas as outras palavras de todas as outras classes gramaticais se relacionam. Por exemplo:

Marcos escreveu uma carta → ocorre nessa frase uma ação, pois as palavras Marcos, uma e carta, não formam uma estrutura com sentido próprio sem a presença do verbo escrever. Portanto, seguindo a sequência lógica: 1º Marcos é a causa de tudo; 2º escreveu é a ação, o elemento que liga a causa ao efeito; 3º a carta é o efeito, aquilo que resultou da ação promovida pela causa.

Percebe-se a importância do verbo no processo de comunicação, seja ela falada ou escrita. Devido a essa importância, o verbo é, sem dúvida, a parte da gramática mais importante de ser estudada.

Para a sintaxe, o verbo é o elemento que determina a divisão das orações, sendo assim, onde houver um verbo haverá uma oração, pois alguma coisa estará, de fato, acontecendo. Na oração, o que acontece é uma relação de causa e efeito, sendo o verbo o intermediador dessa relação.

Maria está doente → Qual é a causa? Qual é o efeito? Qual é a relação? Há uma relação de estado em que o sujeito Maria é o causador, não de uma ação, enquanto doente é o efeito. Seja como uma ação ou como um efeito, mantem-se a relação lógica em que Maria e doente nada tem em comum se não houver o verbo, definindo essa relação.
O pássaro voou → Nesta frase, ainda há a relação de causa e efeito, apesar de o verbo não exigir complemento. Nesse caso, o efeito se desenvolveu no próprio verbo, a ação, por si só, é o efeito, resultando em uma frase de sentido completo. Esse entendimento (do efeito se desenvolver por completo na ação ou não) é a base para o estudo da transitividade verbal, assunto fundamental para a sintaxe.

O verbo é a classe de palavras mais rica em flexões; assim sendo, o verbo reveste diferentes formas para indicar a pessoa do discurso, o número, o tempo, o modo e a voz. Também serve para formar outros tempos e ligar termos, veremos adiante.

Formas

editar

O número e a pessoa

editar

O verbo sofre variações para indicar a pessoa e o número. A relação do verbo entre os substantivos e os pronomes chama-se concordância verbal.

Verbo pensar singular plural
1ª pessoa (aquela que fala) eu penso nós pensamos
2ª pessoa (aquela com quem se fala) tu pensas vós pensais
3ª pessoa (aquela de quem se fala) ele pensa eles pensam

Tempo e Modo

editar

Os verbos regulares no infinitivo podem ter até três desinências (-ar, -er e -ir). Chamam-se os verbos terminados em -ar, da primeira conjugação; em -er, da segunda conjugação; e, em -ir, da terceira conjugação. Em cada conjugação, o verbo flexiona-se diferentemente. Verbos que não seguem estas conjugações, são chamados de irregulares (ou anômalos), os que seguem, regulares (veja: verbos irregulares, terminação ar, er, ir e or). O verbo além de flexionar-se em número e pessoa, também flexiona-se em tempo e modo (seguindo as conjugações). Os modos são três: indicativo, subjuntivo (ou conjuntivo) e imperativo.

Indicativo

O modo indicativo apresenta seis tempos verbais, sendo um deles representando o presente do enunciado, três o passado do enunciado, que dividem-se em perfeitos (completos) e em imperfeito (incompleto), e dois representando o futuro, um o futuro do enunciado e outro o futuro do passado do enunciado. Este último (denominado futuro do pretérito) apresenta características especiais, muitas vezes semelhantes ao modo subjuntivo.

Eis as flexões deste modo, em tempos (verbo levar - 1ª conjugação):

  • Presente (eu levo, tu levas, ele leva, nós levamos, vós levais, eles levam)
  • Pretérito imperfeito (eu levava, tu levavas, ele levava, nós levávamos, vós leváveis, eles levavam)
  • Pretérito perfeito (eu levei, tu levaste, ele levou, nós levamos, vós levastes, eles levaram)
  • Pretérito mais-que-perfeito (Eu levara, tu levaras, ele levara, nós leváramos, vós leváreis, eles levaram)
  • Futuro do presente (eu levarei, tu levarás, ele levará, nós levaremos, vós levareis, eles levarão)
  • Futuro do pretérito (ou Condicional - eu levaria, tu levarias, ele levaria, nós levaríamos, vós levaríeis, eles levariam)

Subjuntivo ou Conjuntivo

O modo subjuntivo ou conjuntivo exprime dúvida, desejo. Apresenta três tempos bem distintos um dos outros. O passado deste tempo é o mais utilizado, junto à conjunção Se. O presente e o futuro não são tão utilizados na linguagem informal, utiliza-se Que e Quando, respectivamente.

Os tempos do modo subjuntivo são (verbo levar - 1ª conjugação):

  • Pretérito imperfeito (Se eu levasse, se tu levasses, se ele levasse, se nós levássemos, se vós levásseis, se eles levassem)
  • Presente (Que eu leve, que tu leves, que ele leve, que nós levemos, que vós leveis, que eles levem)
  • Futuro (Quando eu levar, quando tu levares, quando ele levar, quando nós levarmos, quando vós levardes, quando eles levarem)

Imperativo

O modo Imperativo é dividido em dois, nas formas afirmativas e nas negativas. Nenhum verbo pode ser flexionado na primeira pessoa do singular (eu) no afirmativo e no negativo, outros verbos possuem em apenas algumas pessoas e números (é o caso do verbo Adequar) e outros nem possuem (é o caso do verbo Caber)
  • Negativo (não leves tu, não leve você, não levemos nós, não leveis vós, não levem vocês)
  • Afirmativo (leva tu, leve você, levemos nós, levai vós, levam vocês)
Observações: Há verbos irregulares que não são flexionados em certos tempos. Chamam-se defectivos. Outros, possuem mais de uma forma de flexão no mesmo tempo do mesmo modo. Chamam-se abundantes.
  Ver módulo: Vozes

Outras formas

editar

O Verbo apresenta mais algumas formas, chamadas de nominais. São elas:

Junto a essas formas nominais, surge outro tipo de verbo, o verbo auxiliar temporal (VA). Ele forma os tempos compostos, junto ao particípio e ao gerúndio:

  • Tinha decidido que iria sair. - VA ter + decidir no particípio
  • Havia mostrado a eles como foi que me programei. - VA haver + mostrar no particípio

Veja que nesses casos ocorrem as locuções verbais, não mudando a oração da frase. Os verbos auxiliares ainda podem ser modais e aspectivos, nestes últimos, a forma nominal é o infinitivo.

Sintaxe

editar
A sintaxe é a parte da língua que trata da colocação e da regência.

Agora iremos iniciar o estudo da sintaxe do verbo. As estruturas sintáticas que o verbo compõe são:

  • Complemento verbal e regência verbal;
  • Concordância verbal;
  • Período e oração.

Complemento

editar
  Ver módulos principais: Regência verbal e complemento verbal

Alguns verbos necessitam de complemento. Estes verbos chamam-se de transitivos. Subdividem-se em diretos (VTD), indiretos (VTI) e em circunstanciais. Seus complementos chamam-se objetos, que podem ser diretos (OD) ou indiretos (OI). Podem existir verbos que necessitam de mais de um complemento (VTDI), ou seja, possuem um objeto direto e outro indireto. Os verbos que não necessitam de complemento são chamados de Intransitivos (VI). A diferença entre o OI e o OD é que o OI é introduzido por preposição. Exemplo:

  • Quero que vá buscá-lo no trabalho. - OD
  • Gosto de peixes. - OI
  • Trouxe o presente /para você. - OD/OI

Quando a ação do verbo recai sobre a mesma pessoa que provoca a ação, o complemento tornar-se um pronome reflexivo, ocorrendo a conjugação reflexiva. Estes verbos chamam-se verbos reflexivos.

Predicado

editar
  Ver módulo principal: Predicado

O predicado é a parte da frase que não pertence ao sujeito (apenas algumas partes da frase não são consideradas nem sujeito nem predicado, como exemplo o vocativo). O predicado divide-se em três tipos:

  • Predicado verbal
  • Predicado nominal (ou predicativo do sujeito)
  • Predicado verbo nominal

No predicado verbal o verbo é o núcleo do predicado, ele estabelece total relação à frase. Apesar de o nome predicado nominal parecer que não possui alguma relação ao verbo, possui. Acontece que o predicado nominal (ou predicativo do sujeito) é ligado ao sujeito por um verbo especial chamado de verbo de ligação (VL). Exemplo:

  • Ele ficou aborrecido.
  • É perigoso entrar aí.
  • Você irá permanecer calado?

No predicado verbo-nominal, o verbo transitivo ou o verbo reflexivo chama-se transobjetivo e forma o predicativo do objeto.

Período

editar
  Ver módulo: Período
Período é uma sentença constituída por orações. Na oração existe uma estrutura sintática completa, ou quase completa.

O período é baseado quase por completo na estrutura que o verbo faz na oração. A relação entre o verbo e a oração é tão grande que para existir uma oração é necessário ao menos o verbo, explícito (notável) ou não (oculto).

Período composto

editar
  Ver módulo: Período composto

Período composto é o período com mais de uma oração. No período composto a oração pode ser chamada basicamente de sete tipos:

Muitas vezes o período composto não passa de uma maneira alternativa de se empregar termos relacionados ou não ao verbo (geralmente com orações substantivas), como o OI, OD, predicativo, etc. A vantagem de ter mais de uma oração é a seguinte, quando há apenas uma, haverá concordância verbal, ou seja a ação do verbo obrigatoriamente ocorrerá no tempo que o verbo descrever e terá um sujeito, já no período composto, um verbo não precisa seguir a concordância verbal de outro verbo, fazendo com que a ação possa recair em outro tempo verbal e que o verbo subordinado tenha um sujeito diferente.

Concordância

editar
  Ver módulo: Concordância verbal
Concordância é o que verbos, artigos, substantivos, pronomes, adjetivos e numerais alteram na frase quando flexionados ou alterados, sendo que devem obedecer regras de gênero, número, pessoa e modo/grau.

Segundo a concordância verbal, todo verbo flexionado em certo número (plural ou singular) deve concordar com nomes neste mesmo número. Verbo/Verbo (concordância do verbo com outro verbo) possuem regras especiais. Exemplo:

  • Todos nós faríamos/ o mesmo - aqui há dois tipos de concordância, a esquerda a verbal e a direita nominal.
  • Eles tiveram/ muita sorte - o mesmo ocorre aqui.
  • Lucas e Rafael foram jantar. - aqui apenas ocorre a concordância verbal.

Todos nós, Eles e Lucas e Rafael apresentam o mesmo tipo de número, o plural. Obrigatoriamente, fazer, ter e ir deverão ficar no plural. As pessoas do discurso também modificam o verbo, Todos nós faz com que fazer vá para a 1ª pessoa, Eles e Lucas e Rafael fazem com que ter e ir tornem-se verbos flexionados na 3ª pessoa.

Semântica

editar
A semântica é o estudo do significado das palavras.

O verbo tem, como os demais vocábulos, sinônimos, antônimos, homógrafos, homófonos, parônimos e homônimos. Porém, os verbos possuem uma estrutura semântica atribuída somente a eles: os verbos auxiliares, verbos ativos e verbos relacionais.

  Ver também: Verbos irregulares ((-AR), (-ER), (-IR) e (-OR)

Presente

editar

O presente indica um fato que ocorre no momento do enunciado, não necessariamente no momento cronológico. (Um exemplo de verbo flexionado no presente não indicando momento cronológico: Dom Pedro recebeu uma carta, logo ele diz: Independência ou Morte! ). Para não ter outro verbo flexionado no pretérito ou no futuro pode se utilizar o presente. Isso só ocorrerá quando houver um verbo flexionado no momento cronológico (que é o período em que o enunciado está ocorrendo).

Verbos falar comer abrir
Eu falo como abro
tu falas comes abres
você, ele, ela fala come abre
nós falamos comemos abrimos
vós falais comeis abris
vocês, eles, elas falam comem abrem

Pretéritos

editar

O passado, ou mais conhecido como Pretérito, que significa um ato que ocorreu um tempo antes do presente, ou seja, que passou, existem para o pretérito (passado) alguns tipos de classificações: Pretérito Perfeito, Pretérito Simples, composto; mais-que-perfeito e Pretérito Imperfeito.

Perfeito

editar

O pretérito perfeito indica uma ação totalmente realizada, que iniciou e terminou no passado.

Verbos falar comer abrir
Eu falei comi abri
Tu falaste comeste abriste
você, ele, ela falou comeu abriu
nós falamos comemos abrimos
vós falastes comestes abristes
vocês, eles, elas falaram comeram abriram

Imperfeito

editar

O pretérito imperfeito indica uma ação que iniciou no passado e que ainda não terminou. O pretérito imperfeito pode também indicar algo rotineiro que ocorreu no passado (podendo ser descrito como sempre + pretérito perfeito. Ex.: Ele falava com ela desesperadamente = Ele sempre falou com ela desesperadamente).

Verbos falar comer abrir
Eu falava comia abria
tu falavas comias abrias
você, ele, ela falava comia abria
nós falávamos comíamos abríamos
vós faláveis comíeis abríeis
vocês, eles, elas falavam comiam abriam

Mais-que-perfeito

editar

O pretérito mais-que-perfeito indica uma ação passada que começou no passado distante e terminou no passado. Geralmente na oração existe um outro verbo que esta flexionado no passado, para saber de qual pretérito (perfeito ou imperfeito) que é o passado, senão, não há necessidade do uso (já que não haveria um passado do passado).

Verbos falar comer abrir
Eu falara comera abrira
tu falaras comeras abriras
você, ele, ela falara comera abrira
nós faláramos comêramos abríramos
vós faláreis comêreis abríreis
vocês, eles, elas falaram comeram abriram

Futuros

editar

Futuro do presente

editar

O futuro do presente indica ações que acontecerão em relação ao presente.

Verbos falar comer abrir
Eu falarei comerei abrirei
tu falarás comerás abrirás
você, ele, ela falará comerá abrirá
nós falaremos comeremos abriremos
vós falareis comereis abrireis
vocês, eles, elas falarão comerão abrirão

Futuro do pretérito

editar

O futuro do pretérito (nome atual do antigo condicional) indica ações futuras em relação ao passado (mas que também podem conter uma condição para a ação ser feita). É acompanhado com um verbo flexionado no passado. (Ex.: Ontem eu tinha dito que amanhã falaria com você). Também serve para indicar ações hipotéticas ou irreais. (Ex.: Eu não teria tanta certeza de que ele não falaria isso!).

Verbos falar comer abrir
Eu falaria comeria abriria
Tu falarias comerias abririas
Ele , Ela falaria comeria abriria
nós falaríamos comeríamos abriríamos
vós falaríeis comeríeis abriríeis
vocês, eles, elas falariam comeriam abririam

Ligações externas

editar
  Ver também: Verbos irregulares ((-AR), (-ER), (-IR) e (-OR))

O modo subjuntivo/conjuntivo apresenta o fato ou ação representada pelo verbo, como duvidosa, pendente de condição, ou um pedido, ordem.


Pretérito imperfeito

editar

No pretérito imperfeito do subjuntivo utiliza-se a conjunção se (se eu falasse, se tu falasses, se ele falasse, se nós falássemos, se vós falásseis, se eles falassem).

falar comer abrir sair
eu falasse comesse abrisse saisse
tu falasses comesses abrisses saisses
você, ele, ela falasse comesse abrisse saisse
nós falássemos comêssemos abríssemos saíssemos
vós falásseis comêsseis abrísseis saísseis
vocês, eles, elas falassem comessem abrissem saissem

Presente

editar

No presente do subjuntivo se utiliza a conjunção que (que eu fale, que tu fales, que ele fale, que nós falemos, que vós faleis, que eles falem). Este é o tempo usado na formação do imperativo (com exceção da segunda pessoa do plural e do singular do imperativo positivo, que derivam do indicativo).

falar comer abrir sair
eu fale coma abra saia
tu fales comas abras saias
você, ele, ela fale coma abra saia
nós falemos comamos abramos saiamos
vós faleis comais abrais saiais
vocês, eles, elas falem comam abram saiam

Futuro

editar

No futuro do subjuntivo se utiliza a conjunção quando(quando eu falar, quando tu falares, quando ele falar, quando nós falarmos, quando vós falares, quando eles falarem) e também se (se nós falarmos). Este é idêntico ao infinitivo pessoal para verbos regulares.

falar comer abrir sair
eu falar comer abrir sair
tu falares comeres abrires saires
você, ele, ela falar comer abrir sair
nós falarmos comermos abrirmos sairmos
vós falardes comerdes abrirdes sairdes
vocês, eles, elas falarem comerem abrirem sairem
  Ver também: Verbos irregulares ((-AR), (-ER), (-IR) e (-OR))

O Modo imperativo é o modo verbal que exprime ordem, proibição, conselho, pedido ou interação com o leitor.

Afirmativo

editar

O imperativo afirmativo se forma da seguinte maneira:

  1. A segunda pessoa do singular (tu) e a segunda pessoa do plural (vós) derivam das pessoas correspondentes do presente do indicativo, suprimindo-se o s do final;
  2. As demais pessoas (ele, nós, eles) derivam do presente do subjuntivo (que ele..., que nós..., que eles...), não sofrendo alterações;
  3. Não existe flexão da primeira pessoa do singular (eu);
  4. No verbo ser, excepcionalmente, a 2ª pessoa flexiona-se em no singular e em sede no plural.
  5. Os verbos dizer, fazer e trazer admitem duas formas na 2ª pessoa do singular, devido ao desuso das formas oficiais na variante brasileira do português: dize / diz, traze / traz, faze / faz.

Veja a conjugação do verbo falar:

Pronome
reto
Presente
indicativo
Imperativo
afirmativo
Presente
subjuntivo
que...
eu falo não existe fale
tu falas fala fales
ele fala fale fale
nós falamos falemos falemos
vós falais falai faleis
eles falam falem falem

Veja agora, como ficam as demais conjugações:

falar comer abrir sair
eu - - - -
tu fala come abre sai
você fale coma abra saia
nós falemos comamos abramos saiamos
vós falai comei abri saí
vocês falem comam abram saiam

Negativo

editar

O imperativo negativo não possui formas especiais. Suas pessoas são idênticas às correspondentes do presente do subjuntivo, porém, não existe flexão a primeira pessoa do singular (eu). Veja a conjugação do imperativo negativo do verbo falar:

Pronome
reto
Presente
subjuntivo
que...
Imperativo
negativo
eu fale não existe
tu fales fales
ele fale fale
nós falemos falemos
vós faleis faleis
eles falem falem

Agora veja como ficam as demais conjugações:

falar comer abrir sair
eu - - - -
tu fales comas abras saias
você, ele, ela fale coma abra saia
nós falemos comamos abramos saiamos
vós faleis comais abrais saiais
vocês, eles, elas falem comam abram saiam
  • Não é possível a flexão da primeira pessoa do singular por motivo de bom senso.
  • Diferente do indicativo e do subjuntivo, em que os pronomes aparecem antes do verbo, no imperativo normalmente eles aparecem depois do verbo.
  • Diferente do indicativo e do subjuntivo, em que a terceira pessoa é representada pelos pronomes ele, ela, eles e elas, no imperativo é representada pelos pronomes você e vocês ou qualquer outro pronome de tratamento.
  • No imperativo não se usa o QUE do subjuntivo.
  • Os pronomes pessoais retos podem ser usados tanto antes quanto depois de verbo no modo imperativo.
  • O imperativo negativo é caracterizado pela presença de advérbio de negação antes do verbo.
O wikilivro Introdução à língua portuguesa possui uma versão simplificada deste assunto: Vozes

O sujeito pode ser considerado o termo de maior ênfase na oração, por ter um local exclusivo, o início, e pelo fato de o predicado referir-se inteiramente a ele. A construção deste processo é importantíssimo, pois remete a visão do eu-lírico sobre a declaração, isto é, a visão da história. Veja:

Aquelas pessoas venceram a doença.
A doença foi vencida por aquelas pessoas.

No primeiro caso, o processo sintático (a ação realizada no decorrer do corpus e a visão textual) é dada ao sujeito - aquelas pessoas; é transmitida a ideia de que se não houvesse aquelas pessoas não haveria aquela doença. No segundo caso, a visão textual recai sobre o sujeito a doença e é transmitida a ideia de que se não houvesse aquela doença, aquelas pessoas não teriam a menor importância ao contexto.

Esta alteração enfática é dada às vozes verbais, que fazem com que um simples complemento verbal transforme-se no sujeito:

Aquelas pessoas venceram a doença. → voz ativa
A doença foi vencida por aquelas pessoas. → voz passiva

Como você pode notar, ambas as frases estão no mesmo tempo verbal, o pretérito perfeito. Porém, no primeiro exemplo, a frase está relacionada à ação que aquelas pessoas exercem sobre a doença, no segundo, ocorre o contrário. Numa, a ação do verbo ocorre em relação ao tempo enunciado (voz ativa) e noutra, ocorre o tempo enunciado em relação à ação do verbo (voz passiva), isto é, que já passou. Fazendo análise nas orações, temos:

Termo 1 Termo 2 Termo 3
Voz ativa Aquelas pessoas venceram a doença
Voz passiva A doença foi vencida por aquelas pessoas

Veja que os termos são os mesmos, mas a ordem deles, da voz ativa para a passiva, alterou-se (as mesmas cores mostram os mesmos termos). Em sintaxe, cada um destes termos tem a seguinte nomenclatura, uma para voz ativa e outra para a voz passiva:

Termo 1 Termo 2 Termo 3
Voz ativa
Sujeito ativo
Verbo ativo
Objeto direto
Voz passiva
Sujeito passivo
Verbo passivo
Agente passivo

Concluímos que:

  • O sujeito da voz ativa (ou sujeito ativo) é o agente da voz passiva (ou agente passivo - neste caso, Aquelas pessoas);
  • O objeto direto na voz ativa é o sujeito paciente da voz passiva (ou sujeito passivo - neste caso, A doença).

Voz ativa

editar
O verbo de uma oração está na voz ativa quando a ação é praticada pelo sujeito, ou seja, o sujeito é o agente da ação verbal.

Exemplo:

O diretor da escola maltratou Alice. (O diretor da escola é o agente da ação verbal, ou seja, a ação maltratar é praticada por ele);
Os funcionários da empresa resolveriam os problemas na reunião. (A ação resolver é exercida pelo sujeito Os funcionários da empresa).

Voz passiva

editar
  Ver também: Agente da passiva
O verbo de uma oração está na voz passiva quando a ação é sofrida pelo sujeito, que não é o mesmo que pratica a ação verbal. O agente da passiva é aquele que pratica o ato. A palavra passivo possui a mesma raiz latina de paixão (latim passio, passionis) e ambas se relacionam com o significado de sofrimento (Paixão de Cristo). Daí vem o significado de voz passiva como sendo a voz que expressa a ação sofrida pelo sujeito. Na voz passiva, temos dois elementos que nem sempre aparecem: sujeito paciente e agente da passiva.

Exemplo:

Alice foi maltratada pelo diretor da escola.
Os problemas seriam resolvidos pelos funcionários da empresa na reunião.

Alice e Os problemas são sujeitos pacientes porque recebem a ação praticada pelo agente da ação verbal, diretor da escola e funcionários da empresa, respectivamente. O agente da passiva também pode ser indeterminado, como no seguinte exemplo:

Meu carro foi roubado ontem na minha rua. - Meu carro foi roubado por quem?

Como não se sabe quem roubou o carro, o agente da passiva é indeterminado.

A língua culta só aceita a voz passiva com um verbo que tenha objeto direto, ou seja, verbo transitivo direto, salvo raras exceções, com os verbos obedecer e desobedecer: A lei deve ser obedecida por todos. Por força do hábito, os verbos obedecer e desobedecer aceitam a passiva, porque antigamente eram transitivos diretos.

O emprego era visado pelo funcionário.
A missa deve ser assistida por nós em silêncio.

Tais frases estão em linguagem coloquial, porque os verbos obedecer e assistir precisam de um complemento, o sujeito obedece a alguém e assistem a algo. Portanto, o correto seria a frase na voz ativa ou a substituição por um verbo transitivo direto na voz passiva:

O funcionário visava ao emprego. / O emprego era desejado pelo funcionário.
Devemos assistir à missa em silêncio. / A missa deve ser vista por nós em silêncio.
Observações: O agente da passiva sempre é introduzido pela preposição por, contraída ou não. Eventualmente, usa-se a preposição de.

Passiva analítica

editar
É formada pelo uso dos verbo auxiliar ser e o particípio de certos verbos ativos, como: ser visto (sou visto, és visto, é visto...); estar abatido (estou abatido, estava abatido....). Alguns gramáticos consideram que a passiva analítica pode ser formada a partir de quaisquer verbos auxiliares temporais.

Exemplo:

Alice era conduzida pelo namorado. - Voz passiva analítica
O namorado conduzia Alice. - Voz ativa

É importante observar que o tempo verbal da voz ativa deverá ser seguido pelo verbo auxiliar da voz passiva. No exemplo acima, o verbo auxiliar (ser) está no mesmo tempo que o verbo principal da voz ativa (conduzir), o pretérito imperfeito. Exemplo:

O caçador matou a raposa. - Verbo principal no pretérito perfeito
A raposa foi morta pelo caçador. - Verbo auxiliar no pretérito perfeito.
Aos verbos que não são ativos nem passivos nem reflexivos, são chamados neutros. Esses não admitem voz ativa nem passiva nem reflexiva, pois o sujeito não pode ser visto como agente nem paciente nem agente-paciente.

Os verbos chamar-se, batizar-se, operar-se (no sentido cirúrgico) e vacinar-se são considerados passivos, logo o sujeito é paciente. Excepcionalmente, o pronome apassivador assume formas de 1ª e 2ª pessoa.

Voz passiva é uma forma verbal, enquanto passividade é ideia. Em 'Ele levou um tiro' há voz ativa, embora o sujeito tenha sofrido a ação.
Observações: Na língua portuguesa há muitas estruturas similares à voz passiva. Deve-se ter em mente que esta ocorre somente com um verbo. Casos como o predicativo do sujeito (ser + adjetivo) não são considerados como tais.

Passiva sintética ou pronominal

editar
É formada mediante o uso do pronome apassivador se (ou partícula apassivadora). Neste caso, o sujeito agente desaparece, porque não interessa ao narrador mencioná-lo, sendo o sujeito indeterminado.

Exemplo:

Vendem-se joias.

No exemplo acima, joias não pratica a ação de vender, mas sim, sofre essa ação. Portanto, joias não é o agente da ação verbal, mas o sujeito paciente. O verbo é passivo, sendo essa passividade indicada pelo pronome se. Essa mesma oração pode ser expressa por outras vozes:

Joias são vendidas. (passiva analítica)
Vendem as joias. (ativa)

O sujeito continua a ser jóias, que, por estar no plural, levará o verbo também para o plural.

Ativo-Passiva

editar

A voz ativo-passiva recebe este nome pelo fato de o sujeito da oração receber a ação (ou seja, voz passiva), mas ao mesmo tempo, este não ser o sujeito real, estando o verbo em sua forma simples (e não em locução). Nestes casos o sujeito é indeterminado e a frase pode ser passada para a voz ativa e às vozes passivas:

Pedra preciosa vende a preço justo. - voz ativo-passiva
Pedra preciosa é vendida a preço justo. - voz passiva analítica
Vende-se pedra preciosa a preço justo. - voz passiva sintética
Vendem pedra preciosa a preço justo. - voz ativa

É notável que seu uso não é constante na língua e que muitas vezes é considerada coloquial.

Reflexiva

editar
  Ver módulo: Conjugação reflexiva
  Ver também: Semântica verbal

Verbo auxiliar é todo verbo que forma locução verbal com outro verbo (denominado verbo principal) e que formam apenas uma oração. Veja:

Estou dizendo o que vi.

Podemos encontrar duas orações, uma principal (Estou dizendo) e uma subordinada (o que vi), porém, três verbos (estar, dizer e ver). Quando ocorrem com verbos ativos ou relacionais (verbos que não são auxiliares), o número de verbos é igual ao número de orações, mas neste caso temos apenas dois verbos que não são auxiliares, logo, duas orações.

Classificação

editar

Os verbos auxiliares são dividos em três grupos distintos:

  • Temporais (VAT);
  • Modais (VAM);
  • Aspectivos (VAA).

É importante saber que todos os verbos que veremos são considerados auxiliares porque estes formam um locução com outro verbo chamado de verbo principal.

Temporais

editar
Verbos auxiliares temporais servem para indicar algo de modo alternativo.

Os verbos auxiliares temporais podem ser identificados na locução verbal ou junto a verbos no infinitivo impessoal (flexão do verbo quando terminado em -ar, -er, -ir, -or), particípio (flexão do verbo quando terminado em -ido(s), -ida(s), -ado(s), -ada(s)) ou gerúndio (flexão do verbo quando terminado em -ndo). De acordo com o verbo auxiliar e a forma nominal que o acompanha (infinitivo, particípio ou gerúndio), classificamos os tempos e as locuções (veja na próxima página). A seguir, os verbos auxiliares temporais:

O verbo ser além de empregado com verbo auxilar, pode também ser empregado como verbo de ligação. O uso deste verbo como auxiliar, é o seguinte:

A casa foi construída com tijolos por eles.
A comida será esquentada por ela.
A nossa pele era queimada pelo sol.
A laranja é descascada pelo garoto.

O verbo estar também pode ser de ligação e auxiliar.

  • Na voz passiva, colocado antes do verbo ser no gerúndio, indica ações pouco duradouras, momentâneas:
A casa esteve sendo construída com tijolos por eles.
A comida estará sendo esquentada por ela.
A nossa pele estava sendo queimada pelo sol.
A laranja está sendo descascada pelo garoto.
  • Indica progressividade com o gerúndio ou com a preposição a com verbo no infinitivo (o agente da passiva torna-se sujeito paciente) - formando os tempos perifrásticos:
Eles estiveram construindo a casa com tijolos.
Ela estará esquentando a comida.
O sol estava queimando a nossa pele.
O garoto está descascando a laranja.

Ter e Haver

editar
  • Possuem os mesmos valores e concordâncias que o verbo ser estabelece na voz passiva (o pretérito perfeito e o mais-que-perfeito não são admitidos, já que estes verbos quando auxiliares já indicam a perfeição):
A casa tinha sido construída com tijolos por eles.
A comida terá sido esquentada por ela.
A nossa pele tinha sido queimada pelo sol.
A laranja tem sido descascada pelo garoto.
  • Também são considerados auxiliares se o verbo principal não for ser (formando os tempos compostos):
Eles tinham construído a casa com tijolos.
Ela tinha esquentado a comida.
O sol havia queimado a nossa pele.
O garoto tinha descascado a laranja.
  • Pode ser acompanhado por um verbo no infinitivo ou no gerúndio, formando o futuro breve (infinitivo) e progressividade (gerúndio):
Eles iam construindo/construir a casa com tijolos.
Ela irá esquentando/esquentar a comida.
O sol foi queimando/queimar a nossa pele.
O garoto vai descascando/descascar a laranja.

Modais

editar

Os verbos modais, diferente dos temporais, atribuem certa característica ao verbo principal. Nestes casos, o verbo principal flexiona-se no infinitivo impessoal. Eles podem ser:

  • Deônticos - São verbos que exprimem obrigação (dever, necessitar, obrigar, precisar, ter de, etc):
Para passarmos de ano, precisamos estudar.
  • Epistêmicos - São verbos que exprimem possiblidades. Quando estes verbos se flexionam no futuro do pretérito (condicional), a ênfase à modalidade epistêmica é ainda maior (dever, poder, etc):
Podemos estudar hoje.
Observações:
  • Pelo fato de estes verbos atribuirem característica ao verbo principal, suas funções são idênticas às dos advérbios de modo (possivelmente, provavelmente, etc);
  • Se o verbo principal for substituido por complemento verbal, o verbo não trata-se mais de auxiliar, mas sim de transitivo. Exemplo:
Para passarmos de ano, precisamos de estudo. (verbo transitivo)

Aspectivos

editar

São semelhantes aos verbos modais, dão característica ao verbo principal, que estará no infinitivo impessoal. A característica que esses atribuem são de estado da ação em relação ao tempo do enunciado, podendo ser:

  • de iniciação (colocar-se a, começar a, pôr-se a, etc):
Muitas pessoas puseram-se a sair de casa para viajar.
  • de continuação (andar, continuar a, ficar a, ir, permanecer a, seguir, vir a, etc):
Muitas pessoas permaneceram a sair de casa à noite.
  • de finalização (acabar, deixar de, terminar de, etc):
Muitas pessoas deixaram de sair de casa pela violência.
Observações: A preposição a + verbo no infinitivo impessoal pode ser substituida por verbo no gerúndio.

Semi-auxiliares

editar

Alguns gramáticos consideram certos verbos como semi-auxiliares, outros, utilizam a classificação que é apresentada neste livro. Veja semântica verbal para ver a nossa classificação.

  Ver também: verbos irregulares ((-AR), (-ER), (-IR) e (-OR))

Os verbos podem se apresentar em várias formas: na forma de composição, locução verbal (que constitui a conjugação perifrástica) e as formas simples. Essas formas são formadas a partir dos verbos auxiliares, de acordo com a forma nominal expressa pelo verbo principal. Chamamos de forma nominal, o gerúndio, o particípio e o infinitivo.

Conjugação perifrástica

editar

Veja estas tabelas:

Usando o gerúndio

Usando o Presente
Forma Perifrástica Forma Simples
Estou Encaminhando Encaminho
Estás Encaminhando Encaminhas
Está Encaminhando Encaminha
Estamos Encaminhando Encaminhamos
Estais Encaminhando Encaminhais
Estão Encaminhando Encaminham
Usando o Pretérito Imperfeito
Forma Perifrástica Forma Simples
Estava Encaminhando Encaminhava
Estavas Encaminhando Encaminhavas
Estava Encaminhando Encaminhava
Estávamos Encaminhando Encaminhávamos
Estáveis Encaminhando Encaminháveis
Estavam Encaminhando Encaminhavam
Usando o Pretérito Mais-que-Perfeito
Forma Perifrástica Forma Simples
Estivera Encaminhando Encaminhara
Estiveras Encaminhando Encaminharas
Estivera Encaminhando Encaminhara
Estivéramos Encaminhando Encaminháramos
Estivéreis Encaminhando Encaminháreis
Estiveram Encaminhando Encaminharam
Usando o Futuro do Presente
Forma Perifrástica Forma Simples
Estarei Encaminhando Encaminharei
Estarás Encaminhando Encaminharás
Estará Encaminhando Encaminhará
Estaremos Encaminhando Encaminharemos
Estareis Encaminhando Encaminhareis
Estarão Encaminhando Encaminharão
Usando o Pretérito Imperfeito do Subjuntivo
Forma Perifrástica Forma Simples
Estivesse Encaminhando Encaminhasse
Estivesses Encaminhando Encaminhasses
Estivesse Encncaminhando Encncaminhasse
Estivéssemos Encaminhando Encaminhássemos
Estivésseis Encaminhando Encaminhásseis
Estivessem Encaminhando Encaminhassem
Usando o Afirmativo
Forma Perifrástica Forma Simples
- -
Está Encaminhando Encaminha
Esteja Encaminhando Encaminhe
Estejamos Encaminhando Encaminhemos
Estai Encaminhando Encaminhai
Estejam Encaminhando Encaminhem
O wikilivro Introdução à língua portuguesa possui uma versão simplificada deste assunto: Particípio e gerúndio

Analisando estas tabelas podemos concluir que:

  • Apesar do verbo estar estar flexionado, o verbo encaminhar permaneceu na mesma forma (ocorrendo um tipo especial de concordância verbal).
  • Mesmo estas locuções estarem relacionadas à pessoas e números diferentes, o verbo encaminhar flexionou-se em outra forma.
Isto ocorre porque encaminhando nunca flexionar-se-á. É necessário indicar um tempo verbal com o verbo auxiliar estar, já estudado. Trata-se de um verbo no gerúndio, uma forma nominal do verbo.

Voz passiva perifrástica

editar

Como vimos na página anterior, o verbo estar pode se apresentar na voz passiva, mas o verbo auxiliar ser deve estar no gerúndio (a mesma flexão usada nas tabelas anteriores), a morfossintaxe da voz passiva permanece a mesma (+ particípio). Veja:

Usando a voz passiva

Usando o Presente
Forma Perifrástica Forma Simples
Estou sendo Encaminhado Sou Encaminhado
Estás sendo Encaminhado És Encaminhado
Está sendo Encaminhado É Encaminhado
Estamos sendo Encaminhados Somos Encaminhados
Estais sendo Encaminhados Sois Encaminhados
Estão sendo Encaminhados São Encaminhados
Usando o Pretérito Imperfeito
Forma Perifrástica Forma Simples
Estava sendo Encaminhado Era Encaminhado
Estavas sendo Encaminhado Eras Encaminhado
Estava sendo Encaminhado Era Encaminhado
Estávamos sendo Encaminhados Éramos Encaminhados
Estáveis sendo Encaminhados Éreis Encaminhados
Estavam sendo Encaminhados Erão Encaminhados

Analisando estas tabelas, podemos concluir que:

  • O que acontecia com gerúndio nos casos anteriores, ocorrem agora nestes
  • O verbo principal, encaminhar, desta vez flexionou-se
Isto ocorre porque sendo está tendo o mesmo papel de encaminhando, e do mesmo jeito, é inflexível. Já encaminhado(s) segue regras comuns de concordância verbal, mas do mesmo jeito que o gerúndio, não flexiona-se no tempo, tendo relação de dependência ao verbo auxiliar. Esta forma nominal chama-se particípio.
Gerúndio Particípio
Amando Amado
Encaminhando Encaminhado
Mexendo Mexido
Sabendo Sabido
Saindo Saido
Tossindo Tossido

O gerúndio e o particípio

editar

Uma maneira fácil de diferenciar o particípio do gerúndio é simples: Assim como na palavra Gerúndio existe um n, os verbos flexionados no gerúndio também vão ter um n, nos verbos regulares do particípio, basta retirar o n e se obtem o particípio masculino do singular (só não ocorre na segunda conjugação). Veja na tabela ao lado:
A Flexão dos verbos regulares para formar o gerúndio é a seguinte:

  • Acrescenta-se -ando ao radical;

A Flexão dos verbos regulares para formar o particípio é a seguinte:

  • Na primeira e terceira conjugação, coloca-se -ad após o radical, e em seguida a desinência nominal;
  • Na segunda conjugação, coloca-se -id após o radical, e em seguida a desinência nominal.

A desinência (flexão) do particípio é, para o feminino: a (singular), as (plural); e masculino: o (singular), os (plural). Exemplo:

Largar Singular Plural
Masculino Largado Largados
Feminino Largada Largadas
Perder Singular Plural
Masculino Perdido Perdidos
Feminino Perdida Perdidas
Dormir Singular Plural
Masculino Dormido Dormidos
Feminino Dormida Dormidas
Ver Singular Plural
Masculino Visto Vistos
Feminino Vista Vistas
O particípio é usado para designar uma ação sofrida e completa ou uma ação realizada por outro ser em relação ao sujeito, ou seja, no passado do tempo enunciado (no passado do passado, no passado do presente ou no passado do futuro). Já o gerúndio serve para designar uma ação incompleta feita pelo sujeito, ou seja, que teve o inicio no presente do tempo enunciado (no passado, no presente ou no futuro) e ainda não teve um fim.

Nomenclaturas

editar

Se nomeia a formação verbo auxiliar + verbo principal de acordo com o verbo auxiliar e a forma nominal do verbo principal:

Verbo Forma composta Nome da forma
habitual
Exemplos
Ter, Haver Particípio Tempo composto Tinha recebido
Havia levado
Ser Particípio Voz passiva Era recebido
Era levado
Estar Infinitivo (junto a preposição a)
ou gerúndio
Gerundismo ou
Forma perifrástica
Estava a receber
Estava levando
Ir Infinitivo ou gerúndio Complemento verbal comum
ou gerundismo (oração reduzida)
Ia receber
Ia levando

Tempos compostos

editar

Como pode ser visto na tabela acima, os tempos compostos são formados por ter/haver + particípio. Veja:

Usando o Presente
Forma Composta Forma Simples
Tenho/Hei encaminhado Encaminho
Tens/Hás Encaminhado Encaminhas
Tem/Há Encaminhado Encaminha
Temos/Hemos Encaminhado Encaminhamos
Tendes/Heis Encaminhado Encaminhais
Têm/Hão Encaminhando Encaminham
Usando o Pretérito Imperfeito
Forma Composta Forma Simples
Tinha/Havia Encaminhado Encaminhava
Tinhas/Havias Encaminhado Encaminhavas
Tinha/Havia Encaminhado Encaminhava
Tínhamos/Havíamos Encaminhado Encaminhávamos
Tínheis/Havíeis Encaminhado Encaminháveis
Tinham/Haviam Encaminhado Encaminhavam
Usando o Afirmativo
Forma Composta Forma Simples
- -
Tem/Há Encaminhado Encaminha
Tenha/Haja Encaminhado Encaminhe
Tenhamos/Hajamos Encaminhado Encaminhemos
Tende/Havei Encaminhado Encaminhai
Tenham/Hajam Encaminhado Encaminhem
Observações: Ao contrário da conjugação perifrástica, os tempos compostos não admitem o pretérito perfeito e mais-que-perfeito do indicativo, pois os tempos compostos no pretérito imperfeito do indicativo já indicam tal perfeição.

Tempo composto perifrástico

editar

Podemos utilizar as regras da conjugação perifrástica junto às do tempo composto. Ocorre quando se coloca ter/haver + estado(s) + gerúndio. Ocorre porque o verbo principal do tempo composto torna-se estar que por consequência do verbo auxiliar, fica no particípio (estado(s)), mas, pelas regras da conjugação perifrástica, o verbo principal da locução verbal flexiona-se no gerúndio:

Usando o Presente
Forma Composta-Perifrástica Forma Composta
Tenho/Hei estado Encaminhando Tenho/Hei Encaminhado
Tens/Hás estado Encaminhando Tens/Hás Encaminhado
Tem/Há estado Encaminhando Tem/Há Encaminhado
Temos/Hemos estados Encaminhando Temos/Hemos Encaminhados
Tende/Heis estados Encaminhando Tende/Heis Encaminhados
Tão/Hão estados Encaminhando Tão/Hão Encaminhados
Usando o Pretérito Imperfeito
Forma Composta-Perifrástica Forma Composta
Tinha/Havia estado Encaminhado Tinha/Havia Encaminhado
Tinhas/Havias estado Encaminhado Tinhas/Havias Encaminhado
Tinha/Havia estado Encaminhado Tinha/Havia Encaminhado
Tínhamos/Havíamos estados Encaminhados Tínhamos/Havíamos Encaminhados
Havíeis/Tínheis estados Encaminhados Havíeis/Tínheis Encaminhados
Tinham/Haviam estados Encaminhados Tinham/Haviam Encaminhados

O verbo ir e o infinito

editar

O verbo ir também pode ter papel de auxiliar (geralmente informalmente). Ele possui as mesmas características do verbo estar quando auxiliar. Junto à preposção a, o verbo estar tem relação perifrástica com o verbo principal no infinitivo. O mesmo ocorre com o verbo ir. Chamamos o tempo formado com verbo ir com verbo principal no infinitivo de futuro breve, assim como estar + a.

Observações: Muitas vezes o verbo ir pode ter sentido de andar, mover, movimentar, somente nestes casos o tempo composto pode fazê-lo com o gerúndio (exceto se o verbo estar introduz o principal, que por consequência haverá a preposição a e verbo no infinito):
  • Irei encaminhando. → Com sentindo de mover
  • Irei estar a encaminhar.

Semântica

editar

Os tempos compostos e os verbos que utilizam o infinitivo possuem valores especiais (lembrando que os tempos compostos - ter e haver - são formados pelo particípio e a conjugação perifrástica - estar e ir - pelo gerúndio):

  • Passado com estar e ir = passado progressivo, semanticamente
Estive lendo as notícias recentes.
Fui lendo as notícias recentes.
  • Passado com ter e haver = passado mais-que-perfeito, semanticamente
Tinha lido as notícias recentes.
Havia lido as notícias recentes.
  • Presente com estar e ir = presente progressivo, semanticamente
Estou lendo as notícias recentes.
Vou lendo as notícias recentes.
  • Presente com ter e haver = passado próximo, semanticamente
Tenho lido as notícias recentes.
Hei lido as notícias recentes.
  • Futuro com estar e ir = futuro (que será) progressivo, semanticamente
Estarei lendo as notícias recentes.
Irei lendo as notícias recentes.
  • Futuro com ter e haver = futuro (que será) mais-que-perfeito, semanticamente
Terei lido as notícias recentes.
Haverei lido as notícias recentes.

Saiba mais

editar

O modo composto sempre será o verbo auxiliar + particípio/gerúndio. Se o verbo auxiliar estiver no pretérito perfeito, o modo simples também estará no pretérito perfeito (você pode conferir nas tabelas já apresentadas). Exemplificando:

Fomos
 
andando
 
=
 
Andamos
 
 
 
Verbo Auxiliar, 1ª p. do plural do pret. perf. do ind.
 
Gerúndio
 
 
1ª p. do plural do pret. perf. do ind.
Estiveras
 
posto
 
=
 
Puseras
 
 
 
Verbo Auxiliar, 2ª p. do sing. do pret. mais-que-perf. do ind.
 
Particípio
 
 
2ª p. do sing. do pret. mais-que-perf. do ind.
(Quando) Forem
 
dançando
 
=
 
Dançarem
 
 
 
Verbo Auxiliar, 3ª p. do plural do fut. do subj.
 
Gerúndio
 
 
3ª p. do plural do fut. do subj.
Havia
 
pulado
 
=
 
Pulava
 
 
 
Verbo Auxiliar, 3ª p. do sing. do pret. imperf.
 
Particípio
 
 
3ª p. do sing. do pret. imperf.
 
vendendo
 
=
 
Venda
 
 
 
Verbo Auxiliar, 3ª p. do sing. do afirm. do ind.
 
Gerúndio
 
 
3ª p. do sing. do afirm. do ind.
Tereis
 
ficado
 
=
 
Ficareis
 
 
 
Verbo Auxiliar, 2ª p. do plural do fut. do pres. do ind.
 
Particípio